quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Na Figueira, há mais uma qualificação a juntar à definição de fake news: "fabricated news"...

A desonestidade intelectual consiste na propositada deturpação de argumentos com o objectivo de se fazer valer um ponto de vista.
Chamar-lhe fake news não seria exacto, pois em causa não está uma notícia, apesar de esta expressão já ter evoluído para adjectivar tudo o que não se aprecie no mundo jornalístico. Esta forma de manipulação consiste em ignorar outros lados do tema, descontextualizar ou fabricar dados, ou não aplicar o mesmo padrão a situações comparáveis.

Atente-se, por exemplo, nesta notícia hoje publicada no jornal Diário de Coimbra.
"Numa altura em que tanto se fala na adaptação às alterações climáticas, a Câmara (da Figueira da Foz) diz ter tomado algumas medidas que podem contribuir para atenuar consequências, particularmente nas localidades à beira-mar, em que as dunas têm gradualmente desaparecido e o mar “ameaçado” diversas habitações. Ou seja, «tentar minimizar os problemas», explica a vereadora do planeamento e ordenamento do território.
Ana Carvalho realça que este foi «um dos municípios pioneiros» a aderir à rede se municípios para a adaptação às alterações climáticas e «o primeiro» a colocar o POC (Programa para a Orla Costeira) no PDM (Plano Director Municipal), mesmo antes desse programa ser publicado, «porque as medidas de prevenção deveriam ser aí vertidas. Mas fomos mais além, consideramos e incluímos proibição de construção em zonas de cheia – na orla marítima e interior – e também em espaços de risco de incêndio»."

Quem duvidar que esta não é uma fabricated news, faz-me o favor de se deslocar ao parque de estacionamento da Praia da Cova e olhar para sul.
Ali mesmo, onde a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem há muitos anos...
Ali mesmo, onde o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Este, já não é o tempo de divisões estéreis.
Figueirenses: há que olhar o essencial e preservarmos o que há de interesse comum.
O território do nosso concelho.

Memória - Álvaro Cunhal

"Se fosse vivo, Álvaro Cunhal, teria feito no sábado passado, 10 de novembro, 105 anos.
O histórico líder do PCP marcou o século XX português, tendo sido um dos políticos mais carismáticos da história deste país.
Por todas as razões históricas, políticas e simbólicas custa-me ver que Portugal, tal como tantos outros países, à boleia do Mundo efémero em que vivemos, rapidamente esquece os Homens que ajudaram a construir algo de bom.
No dia da morte de Cunhal, a 13 de junho de 2005, Mário Soares escreveu: "Cunhal morreu igual a si próprio. Ainda bem que assim foi. Apesar de tudo, não posso impedir-me de sentir uma enorme tristeza. Era um homem de aço, de antes quebrar que torcer. Valente, de convicções inabaláveis, pessoalmente desinteressado até ao sacrifício, fiel aos seus ideais de sempre, que nunca quis compreender o célebre verso de Camões «Mudam-se os tempos mudam-se as vontades/o mundo é feito de mudança». Ele nunca mudou".
Ainda hoje me emociono com esta homenagem profunda de Soares a Cunhal, em vida, dois “inimigos” e ao mesmo tempo estando do mesmo lado da barricada na luta pela democracia.
É por isso que continuo sem entender a ausência de evocação da memória de Cunhal. Se há personalidade da História portuguesa recente que o merece é ele.
Onde quer que esteja, continuará a dizer a todos os seus “Até Amanhã, Camaradas” como escreveu Manuel Tiago, o nome que escolheu para dar a cara pela obra literária tão rica que criou.
Álvaro Cunhal merecia mais. Em cada ano que marca não só a data da sua morte mas também a do seu nascimento. É pena que a espuma dos dias não o recorde como ele merece."


Ana Clara

Ainda há notícias que nos surpreendam?..

"A MORTE", próximo tema dos Diálogos ComSentidos

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Figueira da Foz. Um mês depois da tempestade Leslie

Figueira da Foz recebe Seminário Anual de Adaptação Local às Alterações Climáticas

A Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas realiza o seu Seminário Anual no próximo dia 16 de novembro, sexta-feira, pelas 9h00, no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz.
A apresentação da programação decorreu esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, presidida pela Vereadora Ana Carvalho e contou com a presença de Frédéric da Cruz em representação do Leirena Teatro e, também, de Sérgio Barroso da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas.
No Seminário, que terá inicio pelas 9h30, estará presente o Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, o Presidente da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, Vítor Aleixo e o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Contando com a presença de vários especialistas nacionais e internacionais, e com a partilha de experiências inspiradoras que serão trazidas por estes, será também palco de apresentação de trabalhos e projetos em curso nos vários concelhos do País.
No âmbito do seminário, decorrerão, também, o espectáculo de teatro infantil “OINK”, no dia 14 de novembro, pelas 14h30, no Grande Auditório do Centro de Artes e Espectáculos, que irá abordar a temática das alterações climáticas através da reinterpretação de um conto infantil e, ainda, a exposição de fotografia “Alerta Costeiro”, da autoria do fotojornalista figueirense Pedro Cruz, que tem na erosão costeira a base do projecto e que estará patente a partir de 12 de novembro, na Sala de exposições do CAE.

As inscrições poderão ser formalizadas até ao dia 13 de novembro, através do preenchimento do formulário disponível no linkhttp://www.adapt-local.pt/seminario-anual/edicao-anual.

Via Município da Figueira da Foz

Preocupante para quem gostava de viver num País com uma imprensa livre e independente...

Circulação da imprensa em Portugal está em queda. O que é preocupante.

Os figueirenses que não têm tido sorte com os políticos que tem escolhido, nem se conseguem aperceber do azar que têm...

Reprivatizar, uma crónica de Isabel Maranha Cardoso, publicada no DIÁRIO AS BEIRAS.


"A opção pela diminuição do peso da intervenção pública em diversos sectores da economia, privatizando serviços, preferindo confiar nas forças da sociedade e da economia, justifiando-a com “ineficiências do Estado” e achando normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras, nem sempre se justificaram nem viabilizaram o proporcional interesse público salvaguardado. Vem isto a propósito da notícia da intenção de venda dos 70% da participação do município no capital da Figueira Parques. Porque se fez uma sociedade (?) nunca entendi… Pois a gestão dos espaços públicos, como o próprio nome indica, deve ser pública. Se a solução não foi boa, parece-me agora não vir a ser melhor esta decisão. Apesar da receita extraordinária que o município pode encaixar momentaneamente com a venda da sua participação, deixa nas mãos de privados a regulação e a taxação do estacionamento, instrumento indispensável ao ordenamento comercial, de serviços e lúdico da cidade, desistindo desse dever e do controlo desta actividade, enquanto sócio maioritário que era, assim como às receitas do estacionamento. Por outro lado, a validade da concessão, por ainda mais oito anos, obrigará o privado a maximizar os resultados e tornar mais rentável a exploração, só assim tendo interesse em permanecer… 
A Figueira não tem tido sorte com as concessões, aliás os Figueirenses sabem que pagam sempre mais caro o serviço… Clarinho como a água!"

ALERTA COSTEIRO: "devagar se vai ao longe", mas está a demorar um tempão!....

Ecoturismo* na Lagoa da Vela?..

O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que há um promotor privado interessado em investir no ecoturismo na zona do lago natural.
Contudo, "o campo de golfe, a unidade hoteleira e as habitações na Lagoa da Vela são para esquecer", pode ler-se na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS.
“Continuamos na senda de arranjarmos um projeto compatível. Há um projeto em curso de um privado”, disse ainda João Ataíde.

Nota de rodapé.

* Ecoturismo é um segmento turístico que utiliza de forma sustentável, o património natural e cultural, incentivando a sua conservação tendo em vista o desenvolvimento de uma consciência ambiental, promovendo dessa forma um equilíbrio entre homem e natureza e por conseguinte o bem estar das populações.

João Ataíde: “Houve um mal-entendido”. “Contra a lei não há argumentos”. “Na altura, não me ocorreu que aquele espaço fosse da Rede Natura”.

No DIÁRIO AS BEIRAS, edição de hoje, pode ler-se. Passo a citar.
«João Ataíde reiterou que os 32 mil pinheiros oferecidos por um município francês e cujas verbas para a sua aquisição foram angariadas por uma associação de emigrantes portugueses em França serão plantados em zonas florestais não-protegidas.
Por sua vez, o Instituto da Conservação do Ambientes e das Florestas (ICNF) plantará outras tantas árvores na zona da Lagoa da Vela, para onde estava prevista a plantação dos referidos pinheiros, que aquele instituto proibiu, porque a lei só permite espécies autóctones na Rede Natura. O presidente da câmara defendeu que “contra a lei não há argumentos”.
Assim sendo, a que se deveu tanta celeuma?
“Na altura, não me ocorreu que aquele espaço fosse da Rede Natura”, reconheceu João Ataíde, acrescentando que “houve um mal-entendido” e que o “ICNF deu nota [da proibição] numa fase adiantada do processo”.
Fica a pergunta, já colocada em 3 de novembro, neste espaço.
Terá o anfitrião feito "o trabalho de casa"?..

Contributo para a campanha de promoção e divulgação em curso da "nova" Rua dos Pescadores...

Requalificação da Rua dos Pescadores

"Já estão em curso as obras de requalificação da Rua dos Pescadores, uma das artérias mais emblemáticas da Vila de Buarcos.
Orçada em 130.000€, e com prazo de execução de 120 dias, a intervenção vai beneficiar a pavimentação, ordenar o estacionamento, qualificar espaços públicos e de usufruto público, como esplanadas, e privilegiar o uso pedestre e a mobilidade suave, mantendo no entanto o seu perfil misto, com acesso para peões e veículos automóveis."

Noutros tempos, dizia-se boato, desinformação ou mentira, conforme o emissor ou o emissário.
Agora,  parece que é fake news.
Querem assim: seja.


Nota de rodapé.
"Onde vai circular o peão se os passeios vão ter mesas e cadeiras ? Na estrada em harmonia com os carros?" 

- Luís Fidalgo.

Na Figueira falta tudo: até começa a escassear o tempo...

"Nas eleições autárquicas de 2017, na Figueira, a abstenção foi de 50%, dos que foram votar 50% escolheu manter a aposta, mas o número de desencantados não para de crescer.
Pode ser impressão minha, mas para que não vingue uma solução populista, têm os Partidos de construir projectos galvanizadores, ancorados numa abordagem estratégica honesta mas visionária, sendo capazes de atrair pessoas que acrescentem valor, e com uma capacidade e meios de comunicação eficazes.
E já só faltam 3 anos!
.."

Esta citação de parte de uma crónica de Teotónio Cavaco, "Populismo, esquerda e direita", que pode ser lida na íntegra no DIÁRIO AS BEIRAS, trouxe-me a lembrança da quantidade de malta bem remunerada que trabalha ou presta serviços à Câmara Municipal da Figueira da Foz.
A tradição remonta ao império romano, em que os candidatos políticos se distinguiam (e se faziam eleger) pela qualidade e sobretudo quantidade da sua clientela, que orbitava à volta da sua carreira e respectivo sucesso.
Nos grandes centros esta evidência até pode ser disfarçada.
Qualquer olhar, minimamente diligente, atento e perspicaz, a pequenos e médios municípios como a Figueira,  verifica com facilidade a percentagem da respectiva população a soldo da câmara.
Repercutindo as "cabeças dos funcionários" em famílias, facilmente se constata como se perpetuam no poder certos e determinados autarcas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Portanto: o que interessa à CIP é a maioria absoluta do PS...

Leslie. 38 milhões de euros em prejuízos na Figueira da Foz

A tempestade Leslie deixou um rasto de destruição na região centro do país, com muitos milhões de euros de prejuízos. 
A Figueira da Foz é o concelho com mais danos.
A reportagem de Carolina Ferreira pode ser ouvida, clicando aqui.

Alguém sabe o que se passa?

Disseram-me, veio nos jornais e tudo, que a partir de hoje, 12 de Novembro, iria estar patente no CAE - Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz a exposição Alerta Costeiro, um trabalho do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz...
Disseram-me, veio nos jornais e tudo, que a mostra surgiu a partir de um convite da Câmara da Figueira da Foz e está inserida no seminário nacional sobre a adaptação local às alterações climáticas, no dia 16, com a participação do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Disseram-me, veio nos jornais e tudo.
Como algumas dezenas, também fui ao CAE e do Alerta Costeiro nem sinais de fumo vi...
Aquilo que eu sei é que as fotos estão ao dispor dos serviços competentes da Câmara Municipal desde 25 de outubro do corrente ano.
Aliás, também é do meu conhecimento que as fotografias da exposição já foram impressas a semana passada.
No que diz respeito à montagem da exposição não consegui apurar nada de concreto.
Apenas tomei conhecimento pelo fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, que também não consegue encontrar explicações para o atraso, que foi contactado, cerca do meio dia e meia hora de hoje, por parte dos serviços camarários, a solicitar-lhe colaboração na montagem da  mostra fotográfica para amanhã de manhã, ao que ele anuiu de pronto.
Esta, digamos assim para sermos brandos, a incúria e falta de respeito pelas pessoas que tudo isto revela, é uma pequena amostra do estado a que as coisas infelizmente chegaram na Figueira...

Que se passa com a bem oleada e competente "máquina de agitação e propaganda" municipal?..

Daqui

Disseram-me, veio nos jornais e tudo, que a partir de hoje vai estar patente no CAE - Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz a exposição Alerta Costeiro, um trabalho do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz...
Disseram-me, veio nos jornais e tudo, que a mostra surge a partir de um convite da Câmara da Figueira da Foz e está inserida no seminário nacional sobre a adaptação local às alterações climáticas, no dia 16, com a participação do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Gostava era de saber a partir de que horas e em que sala do CAE se pode visitar a exposição.
Até ao momento, nos locais institucionais do Município na internet não consigo obter essa informação...

Um mês depois na Praia da Leirosa...