sábado, 21 de outubro de 2017

Mais do mesmo. Aconteceu o que teria que ser: era preciso dar a impressão que houve refrescadela, pois os mesmos vão entrar em uso de novo...

Tomou ontem ao fim da tarde posse o novo executivo camarário presidido por João Ataíde.
É o terceiro e último mandato. 
No  primeiro discurso deste mandato, anunciou a isenção de derrama municipal para pequenas unidades industriais, a fim de estimular a instalação de mais empresas no concelho. Esta  foi, recorde-se, uma proposta do PSD, no mandato que ontem terminou. 
“Pretendemos abolir, durante o mandato que agora se inicia, a derrama para as pequenas sociedades, estimulando a localização de novas unidades empresariais”. 

Ainda no âmbito da política fiscal, João Ataíde garantiu que irá manter o benefício municipal do IRS. 
“Este benefício, devolvido aos munícipes e verificável na liquidação do IRS, representa uma forma mais justa de distribuição de benefício, porque afeta todas as famílias figueirenses fiscalmente residentes e que aqui, no concelho, contribuem com os seus impostos”. 

João Ataíde destacou, por outro lado, a criação de mexidas no turismo, sector que, desde a extinção da empresa municipal FGT, está sob a alçada directa do presidente e integrado numa divisão. 
“O sector do turismo receberá o nosso empenho. Entendemos que é crucial para muitos operadores, população em geral, o reforço identitário da própria cidade”
Vá lá, vale mais tarde do que nunca!..

Ainda a propósito deste ramo de actividade,  anunciou a criação da Comissão Municipal de Turismo, que segundo  João Ataíde, “permitirá adequar e ajustar as políticas neste sector aos interesses públicos globais”
E deixou a promessa: “investir-se-ão esforços para a continuidade e crescimento de eventos âncora, como é exemplo o Sunset, e criar-se-ão condições para que os operadores possam criar diversificadas ofertas e chegar a novos segmentos turísticos, combatendo a sazonalidade”.

O presidente escolhido por alguns  figueirenses garantiu que a autarquia está preparada para receber da Administração Central nova delegação de competências. 
“Conseguiremos importantes melhorias na resposta aos cidadãos. Temos, hoje, um município técnica e financeiramente preparado para ir mais longe e ser mais ambicioso”. 

Na oportunidade, revelou que vai transferir mais autonomia para as freguesias. 
“Reforçaremos, até ao limite legal e da eficiência, as competências das juntas de freguesia e trataremos todas, à semelhança dos últimos oito anos, com equidade e transparência”. 

O autarca não esqueceu no seu discurso a falta de ensino superior na cidade, que já teve duas universidades. 
“Temos realizado todos os esforços e contactos, e temos encontrado muitas dificuldades, advindas do próprio sector do ensino. Mas temos feito a nossa parte e propostas condições de apoio muito incentivadoras”. E deixou a promessa: “não desistiremos e temos confiança que possamos alcançar este objectivo”

O actual mandato começa com o arranque, nos próximos meses, de obras de requalificação urbana no valor de oito milhões de euros. 
E pronto. Quase sem darmos por isso, na Figueira as coisas vão lenta mas inexoravelmente retornando ao seu velho esquema de sempre. 
Aí temos de novo  a arrumação dos velhos hábitos, de novo aquela ansiedade para que chegue o fim de semana. 
Afinal nada mudou. Houve apenas uma pequena interrupção, no decorrer da campanha eleitoral,  nos hábitos dos figueirenses!
Nesse curto período, prometeram-nos uma Figueira diferente...
A realidade, vai ser mais do mesmo. 
Neste momento, em que para bem de todos nós, gostava sinceramente de acreditar nisso a sério,  lembro-me das palavras de António Aleixo.
"Vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo, calai-vos, que pode o povo querer um mundo novo a sério".

Rompendo a saudade...

Claro que tenho saudades desta Figueira da Foz da praia da sardinha!
Quem viveu uma vida rodeado de amor, tem saudades! 
Tem saudades, até, das asneiras que lhe fizeram pelo caminho!.. 
Quem amou, tem saudades!
Quem viveu tem saudades!
Sim, saudades, até dele próprio...
E desta Figueira!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Despedida triste!..

A mensagem deixada aos figueirenses, via Diário de Coimbra, fala por si...
"A rainha das praias de Portugal já morreu, assim como a glória e o glamour de outros tempos!"
Despedida pior do que esta, talvez só a despedida de solteiro de Adão, pois, tal como António Tavares, teve que comemorar sozinho!..
E a culpa deve ser dos partidos, "que não têm maior intervenção política e pública no acompanhamento da gestão autárquica..."!..
Uma verdade de la palice, que o mesmo é dizer, ridícula de tão evidente...
Todavia, quando um cidadão tem a ousadia de manter a coluna vertebral para caminhar de forma erecta, aí já não se gosta da brincadeira e passamos anos a fazer queixinhas dele por todo lado (há muito que estou habituado...), não é senhor quase ex-político?..
Errar é humano. Colocar a culpa em alguém, então, nem se fala não é senhor quase ex-político?
Mas, a vida é mesmo assim e, se calhar, não poderia ser de outra maneira... Sim, eu sei que todos nos sentimos algo incomodados quando nos sentimos observados... 
Todavia, nesta hora de despedida, fica registada a minha desilusão: um politico experiente, é aquele que sabe fingir ser totalmente inexperiente...
O senhor quase ex-político, nos último quase 8 anos, fez tudo para tentar falhar e conseguiu.
Resta-me felicitá-lo pelo sucesso.

Já que com Rio não vai haver justiça social: em frente, Lopes...

Óh Telmo, isto dava para rir se não fosse trágico!..

"Se o governo cair, qualquer solução que venha a seguir só pode ser melhor"!..
Isto não é futebol... Isto tem a ver com as nossas vidas...
Há muito desespero à vossa volta...
Ainda não perceberam?..

Quem quer quentes e boas, quentinhas?..

De voluntário a herói inesperado

Chama-se Sérgio Balças,  tem 39 anos e é natural de Quiaios.
No passado fim de semana, voluntariou-se para ajudar a combater o fogo na sua freguesia. Em declarações ao jornal As Beiras, explicou o que o levou a colaborar com os bombeiros. “Se os incêndios são na minha zona, conheço o terreno e ajudo. Assim que cheguei, peguei na motoquatro e fui para a linha da frente. Havia um grupo de amigos que se juntou com uma carrinha da junta e um tanque pequeno e começou a combater o fogo. Houve um outro grupo que juntou mantimentos e bebidas para os bombeiros”. E acrescentou: “um sapador florestal ficou sozinho porque um colega sentiu-se mal e eu voluntariei-me para ir com ele combater as chamas, durante mais de 24 horas seguidas”
Sérgio Balças recordou o tempo em que era voluntário da Cruz Vermelha. 
Naquela altura, segundo disse ao jornalista, “também ajudava no combate ao fogo”.
A ajuda dos populares, que em várias frentes do fim de semana infernal actuaram sozinhos, foi uma ajuda preciosa no combate às chamas. Sérgio Balças foi uma das pessoas que arriscou a sua integridade física para tentar amansar a fúria das chamas. 
No entanto, disse que  “não gostava de ser bombeiro, porque a sua profissão é cozinheiro”
Nuno Osório, comandante operacional da Proteção Civil Municipal e dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, afirmou ao diário As Beiras que não se recorda do caso concreto daquele popular quiaense. No entanto,  reiterou aquilo que dissera à reportagem que o  jornal As Beiras publicou esta semana: “a ajuda dos populares é sempre bem-vinda na defesa dos seus bens”

Sérgio Balças decidiu juntar-se ao esforço colectivo para proteger a sua freguesia. Nunca pensou que tal atitude viesse a ter a repercusssão que teve.
Isso aconteceu de maneira acidental.
O jornalista Jot’Alves, na peça que assina no jornal As Beiras e que temos vindo a citar, dá a explicação.
O rosto expressivo e marcado pelo fumo do bombeiro amador captado pela objectiva do fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, que o profissional da fotografia descarregou no Facebook, está a ser partilhado naquela rede social. 
“Herói” acidental do ciberespaço, que cria e destrói heróis à velocidade do som? 
A esta pergunta Sérgio Balças responde.
“Sou uma pessoa normal que, quando é preciso, arregaça as mangas e faz o que é preciso fazer”
O quiaense, a terminar, referiu que trabalhou como cozinheiro, a sua profissão, em hotéis e cruzeiros de luxo. Neste momento, no entanto, trabalha numa empresa de instalação de andaimes, porque a restauração figueirense não quer pagar um salário adequado à sua categoria profissional. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

No jobs for the boys

"Independentemente das leis aprovadas, por aprovar e a aprovar no futuro, próximo, médio ou distante; independentemente das pressões e dos timings e da vigilância do presidente, deste ou de outro qualquer que lhe suceda; independentemente das reformas ou das revoluções a fazer na estrutura administrativa do Estado; independentemente deste Governo, dos que lhe sucedam, do PS, do PSD, do CDS, cada um por si ou em aliança em todas as conjugações possíveis entre eles; independentemente de tudo isso o que importa saber é da vontade política de resistir a encarar as diversas "agências" do Estado como coutada, como agência de colocação de emprego para os militantes e fiéis simpatizantes, também conhecidos por "independentes"; saber da vontade política de dotar o Estado de uma administração profissional, eficaz e eficiente, não dependente dos ciclos eleitorais nem de progressões automáticas de carreira só porque sim. Na floresta, no mar, em terra. O resto é conversa para encolher os ombros."

daqui

Ser voluntário...

A história do Sérgio é mil vezes mais impressionante que a fotografia que continua a circular por ai (...) 
Amanhã no Diário As Beiras.


Via Pedro Agostinho Cruz

“Costa tem cometido erros políticos que custaram vidas”

Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, em entrevista ao jornal Público!..

Nota de rodapé.
Vou ser lacónico: isto, é o fim.

Até quando temos de continuar a suportar este horror urbanístico e ao mesmo tempo atentado ambiental à moda da Figueira?

Estou como o António Tavares, vereador executivo durante oito anos, prestes a sair...
Em 11 de março de 2014 escrevia no jornal AS BEIRAS:
"...  não consigo perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e de grande fluxo de turistas e locais..."
Estamos lixados.
Por um lado, este (citando Miguel Almeida) é "um Edifício que é um Trabalho"!
Por outro lado,  a Figueira é mesmo uma cidade que não se leva a sério...

Porque sou ingénuo e sou contra a demagogia e o calculismo que vejo em todo o lado, faço minhas as palavras de Rui Vieira Nery

"A tragédia dos incêndios florestais e a ineficácia inegável da resposta da Administração Pública portuguesa não são um fenómeno isolado - têm causas profundas que derivam de erros acumulados durante décadas em questões tão estruturais e tão complexas como o regime de propriedade, o modelo de desenvolvimento económico, a desertificação do interior, as políticas específicas para a floresta, o equilíbrio - e potencial conflito, também neste campo - entre interesse público e privado, a abrangência do papel regulador do Estado e a própria tendência geral, nesta nossa era de neo-liberalismo triunfante, para reduzir os meios financeiros e logísticos à disposição desse mesmo Estado para assegurar a sua missão de serviço público, em qualquer domínio
São questões que exigem uma análise serena e aprofundada, numa reflexão que deve envolver todas as instituições envolvidas e a própria sociedade civil no seu todo. Pelo meu lado resisto à tentação fácil dos juízos precipitados numa matéria que não conheço suficientemente bem, e, como qualquer cidadão consciente, estarei atento ao evoluir deste debate e àquilo que nele têm a dizer os que sabem mais do que eu em cada um destes campos envolvidos. 
Mas não posso deixar de manifestar uma absoluta solidariedade pessoal com Constança Urbano de Sousa, uma grande Senhora que abraçou com uma dedicação e um empenho absolutos a missão que lhe foi confiada, sacrificando sem hesitação os seus interesses pessoais ao cumprimento dessa missão, mesmo com plena consciência de que isso a transformaria - fora e dentro do Governo - no bode expiatório de uma situação impossível de gerir face aos meios e recursos à sua disposição."

Rui Vieira Nery

O pior de cada país...

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Na Figueira o que não falta é animação!.. E quando o BE tiver de caucionar politicamente as festas do presidente da junta?..


Camarada António Baião, ambos sabemos o que está a acontecer ao PCP e para onde vai o Bloco. Podemos tentar tratar a má disposição negando a realidade, mas garanto-lhe que há outras formas mais eficazes.

Rui Curado da Silva

Em directo a ver o debate parlamentar...

Já li muitos poetas,
já reli muita poesia.
Coisas belas e algumas petas
e muita fantasia.

Pessoa, dizem,  não tinha sentimentos.
Não chorava,
tinha momentos 
de embaraço,
mas era um lógico das emoções
e do cansaço
das criações.

Cada homem tem a sua parte de razões
Junqueiro dizia que tinha mil almas.
Neste momento, nas calmas
estou a assistir à prestação de contas,
pedido por um Hugo Soares em pontas.

As estrelas  confundem-me,
mas não me fazem dormir.
Neste momento, muito menos sorrir...
O debate parlamentar acabou de começar,
já me está a enojar...

Soares, que não deve gostar de poesia, 
começou logo por dizer ao que ia...

A sorte de António Costa...

De uma cajadada só, Marcelo, com o que disse nas entrelinhas do seu discurso, livrou-o de dois problemas: demitiu a ministra e esvaziou a moção de censura de Cristas!..
O que terá feito António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa para merecer um discurso daqueles?

Agora que a ministra já foi de frosques, pede-se a demissão de quem?..


Nota de rodapé.
Entretanto, Pedro Passos Coelho responsabilizou António Costa e o Executivo socialista pela tragédia dos incêndios
O presidente do PSD diz que "sente vergonha pelo que se passa".
Nada é tão conveniente para os políticos do que a memória curta dos eleitores!..

A solicitação de vários órgãos de comunicação social a propósito da declaração do Presidente da República, o PCP afirma:

A dimensão da tragédia traduz dramaticamente os problemas da floresta acumulados por décadas de política de direita de governos PSD, CDS e PS. 
A dimensão da tragédia exige a adopção de medidas imediatas e políticas de fundo que dêem resposta a esses problemas e não que eles sejam utilizados como pretexto para manobras parlamentares que visam apenas objetivos políticos e partidários.