para ver melhor clicar na imagem |
Tivemos presidentes de câmara, que concorreram por determinado partido, que depois tiveram diversos cargos no estado, porque aderiarm ao outro partido do chamado "arco da distribuição de tachos".
Tivemos vereadores, que concorreram por determinado partido, que depois tiveram diversos cargos, porque aderiram ao outro partido do chamado "arco da distrbuição de tachos".
Tivemos isso tudo - e muito mais - que levou a que muitos eleitores e eleitoras figueirenses ficassem desiludidos com a política local, ao ponto de terem deixado de votar.
Esta perturbação aumentou ainda mais quando apareceu outra fauna política: aqueles que dizem uma coisa e depois fazem o seu contrário, conforme se encontram na oposição ou no poder.
Vimos isso, ao longo dos anos, corporizado pelos políticos locais do PS e do PSD, na alternância de poder exercida na Figueira por estes dois partidos.
Tornou-se banal, uma equipa PS defender umas coisas, quando é poder executivo, e outras, bem diferentes, quando passa para a oposição. Aquilo que acabei de escrever, para o PS, serve igualmente se em vez de PS tivesse escrito PSD.
Quem acompanhou a política local, nos últimos 40 anos, verificou a instalação de uma "elite" na sociedade figueirense, cuja influência, de grupo, económica e política, conduziu a um autêntico nepotismo que levou à perversão democrática, traduzida em epifenómenos de oligarquia local, que se foram instalando ao longo dos anos, para controlar o acesso ao poder político na Figueira, que ficou acessível apenas ao chamdo "clube dos amigos".
Os políticos no activo e com poder de decisão (que muitas vezes não são os eleitos), têm sido sempre os mesmos - refiro-me, como é óbvio àqueles que verdadeiramente mandam e têm exercido a verdadeira influência no rumo que as coisas tomaram na Figueira e no concelho.
Nos últimos quase 40 anos, a democracia figueirense criou os chamados "barões partidários" que, no segredo dos gabinetes, fora das sedes partidárias, controlava os nomes para encabeçar as listas a apresentar pelo PS e PSD. No fundo, foram eles que decidiram o que era importante para a Figueira. Com uma agravante: os dois maiores partidos, conluiam-se frequentemente nestes acordos de regime, para que tudo permanecesse sem grandes alterações na sociedade que gizaram. Foi o que aconteceu.
Neste momento, entre os candidatos já assumidos para concorrer às autárquicas de 2017, pelos chamados partidos do "arco da distribuição de tachos", pelo PS temos a evolução na continuidade que levou a Figueira ao estado a que isto chegou. Pelo PSD, temos uma figura política "fresca": Carlos Tenreiro, apareceu na política há 4 anos como candidato a presidente da maior junta de freguesia do nosso concelho.
Neste momento, vive-se a expectativa legitimamente criada pela sua candidatura.
Dentro em pouco teremos a clarificação. A meu ver irá passar por quem se vier a rodear para o acompanhar na maior aventura política da sua vida.
Vamos lá a ver como vai conseguir lidar com uma classe política medíocre, que continua a existir no PSD figueirense, e que foi responsável pelo desbaratar de uma oportunidade ímpar de desenvolver a Figueira, depois de 1997, que durou até 2009.
Os eleitores figueirenses à esquerda do PS, continuam a viver, por estes dias, momentos de incógnita, sabendo que há limites que não podem ser ultrapassados.
O meu entendimento do que era melhor para a Figueira, seria a esquerda local aprender a entender-se e a conversar.
Mas, sobre essa matéria, as ilusões que tive, foram perdidas há 4 anos.