Faz amanhã um ano, editei um post que começava assim.
Por entre a tragédia em curso, uma imagem vem chocar-nos ainda mais: a da criança síria morta na praia. De repente, a realidade parece mudar. A crise dos refugiados é a mesma, os nossos problemas são os mesmos, o debate na Europa continua, mas esta simples imagem leva-nos para outra dimensão. O seu poder é imenso. Abandonamos por um momento todos os cálculos e vemos, em grande plano, o incomensurável custo humano da história a acontecer sob os nossos olhos. Não é a primeira vez.
Hoje, li aqui esta postagem.
"Foi no dia 2 de Setembro de 2015, fez ontem precisamente um ano e até tem página na Wikipidéia num porradão de línguas e tudo. Ainda alguém se lembra? Ainda alguém se lembra de Omran e ainda nem 15 dias são passados? E qual é a indignação do dia no intervalo do protesto contra as touradas, o mercado de transferências do pontapé-na-bola caseiro, e a salvação do pitbull que matou um desgraçado que teve o azar de passar ao portão, nessa súcia de acéfalos que dá pelo nome de “redes sociais” e que é o Facebook de todos amplificado pelo Facebook de alguns que andaram numa universidade para ter um canudo de jornalista? "Um dia todos terão direito a 15 minutos de fama" e a uma indignação por minuto."
sábado, 3 de setembro de 2016
Praia do Cabedelo vai acolher a Taça de Portugal de Surfing 2016
O evento, com mais de 15 anos de existência, tem a particularidade de reunir numa só competição as modalidades de Bodyboard, Surf, Longboard e, este ano, estreia o Stand Up Paddle, em todas faixas etárias.
Mais de 200 atletas vão estar presentes na Praia do Cabedelo a defender os seus clubes. Aliás, este local vai receber as duas próximas edições deste evento desportivo, a maior prova nacional de clubes.
A organização cabe à Associação de Bodyboard Foz do Mondego que, nesta competição, traçou como principal objectivo a conquista do troféu.
Mais de 200 atletas vão estar presentes na Praia do Cabedelo a defender os seus clubes. Aliás, este local vai receber as duas próximas edições deste evento desportivo, a maior prova nacional de clubes.
A organização cabe à Associação de Bodyboard Foz do Mondego que, nesta competição, traçou como principal objectivo a conquista do troféu.
O alerta de António Filipe Pimentel sobre as condições do MNAA foi feito na Escola de Quadros do CDS-PP, que decorre até domingo em Peniche...
Segundo o que se pode ler no jornal Público “um destes dias há uma calamidade” no Museu Nacional de Arte Antiga...
A nova galeria de pintura e escultura portuguesa, aberta a meio de Julho, "só não fechou no dia seguinte à inauguração solene pela razão simples de que foi inaugurada pelo senhor Presidente da República e o impacto político do encerramento era dramático".
A nova galeria de pintura e escultura portuguesa, aberta a meio de Julho, "só não fechou no dia seguinte à inauguração solene pela razão simples de que foi inaugurada pelo senhor Presidente da República e o impacto político do encerramento era dramático".
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
"Alberto Afonso, mestre artesão miniaturista e artista covagalense" *
"O trabalho, a vida, o saber e a alma em réplicas de bacalhoeiros". Estes navios são os mesmos a que diz respeito o novo livro, publicado na semana passada, pelo Senhor Manuel Luís Pata.
Para ver melhor, clicar na imagem |
"Os navios bacalhoeiros que saem das mãos de Manuel Alberto Afonso não são apenas miniaturas (com mais de um metro) da antiga frota pesqueira da Figueira da Foz. São história, trabalho, aventura, vida e alma de quem neles andou e, em um ou outro, naufragou. O “artesão” covagalense, que nunca foi ao mar, reuniu fotografias, livros, documentos e, acima de tudo, um conjunto de depoimentos de antigos “lobos do mar”, que lhe permitem recriar o ambiente daqueles navios. «O “João Costa”, (naufragou em 1952 com 73 homens a bordo, todos salvos), foi «feito para mostrar a escala a bordo de um navio a motor», explica o autor do trabalho. No “José Alberto”, parte da primeira viagem, em 1935, foi a «forrar o convés, para criarem o mínimo de condições. Este e outros, foram pintados de branco por causa da guerra», sublinha. No “Gazela”, Manuel Alberto tem o cuidado de mostrar a chegada. «Queria um que viesse do bacalhau, porque ao chegar era totalmente diferente de quando partiu. Vem tudo o que é mau, no aspecto, degradação, velas sujas, podridão, roupa que não é lavada há 6 meses, e é altura de a ensacar», adianta, mostrando todos os mais ínfimos pormenores, conseguindo-se (re)ver essa azáfama. Depois, há o “Maria Preciosa” – naufragado na Gronelândia em 1944, «depois de bater num banco de gelo». Esse, simboliza o naufrágio. Já o “Trombetas”, em «escala do lugre, com menos gente», mostra as «técnicas das velas, içadas e recolhidas, com cabos de arame e sisal (pois ainda não havia nylon)» e como é um navio fundeado."
Texto da jornalista Bela Coutinho, Diário de Coimbra
Nota de rodapé.
* - João Pita
Em breve nas bancas, o livro de um profeta ao contrário...
Vai correr tudo mal!
Sinopse:
Catástrofe, bancarrota, fuga de capitais, declínio do ensino privado subsídio-dependente, novo resgate, aumento do desemprego, subida dos juros da dívida e do endividamento.
Em breve nas bancas, a obra há muito esperada desse vulto maior da profecia da desgraça, com prefácio de Ângelo Correio e textos de Sofia Aureliano, Felícia Cabrita, João César das Neves e Camilo Lourenço.
Na compra desta obra, receba grátis um pin com uma bandeira de Portugal made in China, um manual de instruções sobre como fugir ao pagamento de contribuições da Segurança Social e ainda se habilita a uma formação, num aeródromo perto de si, patrocinada pelo Tecnoforma.
Não perca mais tempo, compre já!
Via Portugal Não Pode Mais
Sinopse:
Catástrofe, bancarrota, fuga de capitais, declínio do ensino privado subsídio-dependente, novo resgate, aumento do desemprego, subida dos juros da dívida e do endividamento.
Em breve nas bancas, a obra há muito esperada desse vulto maior da profecia da desgraça, com prefácio de Ângelo Correio e textos de Sofia Aureliano, Felícia Cabrita, João César das Neves e Camilo Lourenço.
Na compra desta obra, receba grátis um pin com uma bandeira de Portugal made in China, um manual de instruções sobre como fugir ao pagamento de contribuições da Segurança Social e ainda se habilita a uma formação, num aeródromo perto de si, patrocinada pelo Tecnoforma.
Não perca mais tempo, compre já!
Via Portugal Não Pode Mais
A ausência do direito e dever do exercício da cidadania, é o maior problema da Figueira da Foz...
Manuel Luís Pata, tem 92 anos... Jorge Tocha Coelho, está com 87... E, eu próprio, já não me ando a sentir nada bem! |
Nota de rodapé.
Os exemplos de cidadania figueirense que registei, nas pessoas de Manuel Luís Pata e Jorge Tocha Coelho, não são poucos ambiciosos.
Não se circunscrevem à efectiva possibilidade de participação política activa, mas à cidadania que se reflecte numa procura de justiça social e no sentimento de que é possível responsabilizar politicamente os eleitos.
A realidade, no entanto, demonstra-nos que a responsabilidade política não funciona e que a justiça social não existe.
A cidadania que desejo é aquela que, para além dos direitos inerentes a um sistema democrático, assegure aos cidadãos que o seu voto conta - na responsabilização dos políticos que erraram por acções, inacções ou ausências.
Para ser cidadão não basta querer, é preciso que as leis o permitam.
Porém, as leis, como sabemos, são feitas pelos eleitos.
Se os eleitos não o permitem (exemplo disso, são as reuniões camarárias à porta fechada impostas pela maioria absoluta do presidente Ataide...), estamos perante um totalitarismo democrático, isto é, olhamos para os políticos como uma corporação que não serve a Figueira, nem os seus cidadãos, mas apenas os interesses da sua entourage.
A história já nos mostrou onde é que isto acaba...
Chama-se a isto, recorrer ao prego...
A AUTARQUIA E OS PREGOS, uma crónica de Carlos Tenreiro.
..."em clara atmosfera propagandista, com a realização da cerimonia de atribuição do Prego de Ouro, o dito, foi cravado na presença de altas individualidades da comunidade científica internacional e nacional, sendo encontrado, mais tarde, caído, junto ao local, por alegadamente ter sido objecto duma tentativa de furto, gorada, em face do mesmo ser tão somente dourado e não de ouro (!?) , segundo reza a nota de imprensa da CMFF.
Atento à inabilidade que venho constatando por parte da autarquia em lidar com iniciativas que envolvam pregos, atrevo-me a discordar da referida notícia, inclinando-me mais para a tese do prego ter caído porque, simplesmente, foi mal pregado.
Já não é a primeira vez, nestes últimos tempos, que se assiste a pregos mal pregados por parte da autarquia, como é o flagrante exemplo dos novos passadiços colocados na praia da Figueira. Não que estes pregos tenham caído como o do Cabo Mondego, mas antes, porque não podiam ser ali pregados por razões de ordem legal, devido a normas actuais de segurança e saúde pública, precisamente, por não serem de ouro, nem dourados, mas sim de cobre e, enferrujarem pela acção do tempo(potenciais transmissores do tétano), assim como, encontrando-se sujeitos a grandes amplitudes de ordem térmica, tendem a despregar-se, fazendo com que as ripas dos passadiços se soltem, ao ponto de já terem causado, durante o corrente Verão, graves acidentes nos transeuntes com menor poder de locomoção – crianças e idosos –.
O caderno de encargos daquela obra impõe (e bem) a fixação dos passadiços com parafusos em inox, não só pelas referidas razões de segurança e defesa de saúde publica mas também como forma de assegurar a sua manutenção periódica, por reaperto.
Contudo, em manifesto desrespeito pela Lei em vigor e do supra indicado requisito concursal, cada uma das múltiplas ripas que se estendem pelos novos passadiços da praia, encontram-se, todas elas, pregadas com vulgos pregos...
Depois de ter perdido todo o seu esplendor por não ver limpo o areal, a Rainha das Praias arrisca-se agora a ficar conhecida pela praia dos pregos ferrugentos, pagos a peso de ouro!"
..."em clara atmosfera propagandista, com a realização da cerimonia de atribuição do Prego de Ouro, o dito, foi cravado na presença de altas individualidades da comunidade científica internacional e nacional, sendo encontrado, mais tarde, caído, junto ao local, por alegadamente ter sido objecto duma tentativa de furto, gorada, em face do mesmo ser tão somente dourado e não de ouro (!?) , segundo reza a nota de imprensa da CMFF.
Atento à inabilidade que venho constatando por parte da autarquia em lidar com iniciativas que envolvam pregos, atrevo-me a discordar da referida notícia, inclinando-me mais para a tese do prego ter caído porque, simplesmente, foi mal pregado.
Já não é a primeira vez, nestes últimos tempos, que se assiste a pregos mal pregados por parte da autarquia, como é o flagrante exemplo dos novos passadiços colocados na praia da Figueira. Não que estes pregos tenham caído como o do Cabo Mondego, mas antes, porque não podiam ser ali pregados por razões de ordem legal, devido a normas actuais de segurança e saúde pública, precisamente, por não serem de ouro, nem dourados, mas sim de cobre e, enferrujarem pela acção do tempo(potenciais transmissores do tétano), assim como, encontrando-se sujeitos a grandes amplitudes de ordem térmica, tendem a despregar-se, fazendo com que as ripas dos passadiços se soltem, ao ponto de já terem causado, durante o corrente Verão, graves acidentes nos transeuntes com menor poder de locomoção – crianças e idosos –.
O caderno de encargos daquela obra impõe (e bem) a fixação dos passadiços com parafusos em inox, não só pelas referidas razões de segurança e defesa de saúde publica mas também como forma de assegurar a sua manutenção periódica, por reaperto.
Contudo, em manifesto desrespeito pela Lei em vigor e do supra indicado requisito concursal, cada uma das múltiplas ripas que se estendem pelos novos passadiços da praia, encontram-se, todas elas, pregadas com vulgos pregos...
Depois de ter perdido todo o seu esplendor por não ver limpo o areal, a Rainha das Praias arrisca-se agora a ficar conhecida pela praia dos pregos ferrugentos, pagos a peso de ouro!"
Numa cidade turística, o pormenor faz a diferença: "em agosto fechado!.. Em setembro aberto!.."
A da direita, ontem, dia 1 de setembro, sensivelmente à mesma hora...
Entretanto, houve um um post no facebook de Teo Cavaco, muitos "like", alguns comentários.
Alguém ouviu e decidiu reparar o erro.
Quando nos esquecemos de coisas... Do mal o menos...
O pior é quando nos esquecemos das pessoas...
Será, certamente, uma das piores crueldades que podemos fazer a alguém.
Pescódromo de Lavos, uma mais valia turística para a Figueira e toda a região centro
foto António Agostinho |
Situa-se a cerca de 500 metros do Museu do Sal.
Tal como tive oportunidade de constatar ontem de manhã, numa visita guiada pelo meu Amigo Jorge Camarneiro, o Pescódromo de Lavos é um espaço de animação, inovador e de grande potencial, que pretende "acrescentar valor à oferta turística figueirense envolvente e ofertará uma nova valência à economia local, isto é, à Economia do Mar”.
Gostei muito da visita ao primeiro grande pescódromo de água salgada do país. Sobretudo, da animada conversa que tive com o Jorge Camarneiro...
Bom, mas falemos do pescódromo.
Está dotado de 30 plataformas para pescadores (dois por cada uma) e uma cozinha para auto-confecção do produto pescado, sendo um local ideal para passar bons momentos de lazer com a famílias e grupos de amigos.
“O Pescódromo de Lavos é, com toda a certeza, não só na área do Turismo do Centro como a nível nacional, o empreendimento mais moderno e original de pesca turística”.
Para ficarem a saber mais sobre mais este moderno e original empreendimento de Jorge Camarneiro, fica o link para uma reportagem recentemente realizada pela RTP. Basta, para o efeito, clicar aqui.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
A importância do (bom) nome...
"Os nomes são mais importantes do que parecem. Algumas pessoas, por exemplo, assumem o apelido de família como lema de vida, procurando honrar quem as precedeu e criando a esperança de que os vindouros possam também encontrar nesse apelido algum motivo de orgulho."
Citação de uma crónica de José Augusto Cardoso Bernardes.
Nota de rodapé.
Agostinho: o trabalho ignorado e realizado, a gosto, por gente sem nome, mas com alma!..
Imposto, é outra coisa.
Tem esse nome, porque de outro modo ninguém queria...
Volto a citar José Augusto Cardoso Bernardes.
"Como é sabido, uma das consequências do programa de ajustamento a que Portugal esteve sujeito entre 2011 e 2014 foi a reestruturação administrativa do território. Entre muitas outras condições, o Memorando assinado com a chamada “Troika” referia a necessidade de proceder à diminuição do número de autarquias. Tendo ficado em aberto a possibilidade de extinguir ou agregar indistintamente câmaras ou freguesias, o governo acabou por se fixar apenas nas unidades administrativas mais pequenas, dando cumprimento expedito a uma imposição que, se tivesse abrangido as câmaras municipais, poderia ter sido politicamente bem mais delicada. Importava que o processo fosse rápido e foi isso que aconteceu. Quase não houve debate (a não ser entre uma minoria de protagonistas políticos) e as populações não tiveram tempo suficiente para se aperceber do que estava em causa. Foi assim também no concelho da Figueira da Foz. Depois de algumas hesitações e de não poucas reviravoltas, o balanço viria a traduzir-se no apagamento puro e simples de quatro das dezoito freguesias então existentes. Recorro a este termo e não a outro de conteúdo mais suave porque, na prática, foi isso que aconteceu: apagaram-se nomes e, num dos casos (Brenha), chegou ao ponto de se ter fragmentado, em poucos dias, um território que permanecia unido há vários séculos. No final, quatro freguesias foram sacrificadas: Brenha, Borda do Campo, Santana e São Julião. Todas perderam a sua autonomia administrativa. Mas, como se isso não bastasse, viram-se desapossadas do seu nome, uma vez que as novas unidades autárquicas passaram a designar-se apenas pelo nome da entidade agregadora. É certo que a proposta não obteve aprovação unânime na Assembleia Municipal mas, na altura, os protestos pareceram bastante débeis e inconsequentes. Só mais tarde o descontentamento começou a tomar forma entre as populações. Avançou São Julião, a maior de todas as freguesias “agregadas”. Graças à iniciativa de alguns cidadãos e à esperada concordância de todos os órgãos autárquicos e da própria Assembleia da República, a freguesia urbana conseguiu, para já, ver o seu nome reposto na designação da nova autarquia, em paridade com o nome de “Buarcos”. Trata-se de uma solução razoável e justa, que deveria ser imediatamente alargada às restantes freguesias, cujo nome foi apagado. Nenhum partido, nenhum agente político confessou entusiasmo pela maneira como o processo foi conduzido há três anos. Mesmo os responsáveis diretos pelo processo afiançaram então (e têm-no vindo a repetir) que a sua iniciativa visou apenas evitar males maiores. Pois bem: é o momento de todos serem consequentes, corrigindo agora, até onde for possível, uma atitude na qual felizmente ninguém se revê. Tal como sucedeu já com São Julião, também Brenha, Borda do Campo e Santana merecem um gesto uniforme de reparação, que consistiria, para já, em repor o seu nome na designação das freguesias agregadas. Estas passariam a chamar-se, respetivamente, “União das freguesias de Alhadas e Brenha”, “União das freguesias de Ferreira-a-Nova e Santana” e “União das freguesias de Paião e Borda do Campo”."
Citação de uma crónica de José Augusto Cardoso Bernardes.
Nota de rodapé.
Agostinho: o trabalho ignorado e realizado, a gosto, por gente sem nome, mas com alma!..
Imposto, é outra coisa.
Tem esse nome, porque de outro modo ninguém queria...
Volto a citar José Augusto Cardoso Bernardes.
"Como é sabido, uma das consequências do programa de ajustamento a que Portugal esteve sujeito entre 2011 e 2014 foi a reestruturação administrativa do território. Entre muitas outras condições, o Memorando assinado com a chamada “Troika” referia a necessidade de proceder à diminuição do número de autarquias. Tendo ficado em aberto a possibilidade de extinguir ou agregar indistintamente câmaras ou freguesias, o governo acabou por se fixar apenas nas unidades administrativas mais pequenas, dando cumprimento expedito a uma imposição que, se tivesse abrangido as câmaras municipais, poderia ter sido politicamente bem mais delicada. Importava que o processo fosse rápido e foi isso que aconteceu. Quase não houve debate (a não ser entre uma minoria de protagonistas políticos) e as populações não tiveram tempo suficiente para se aperceber do que estava em causa. Foi assim também no concelho da Figueira da Foz. Depois de algumas hesitações e de não poucas reviravoltas, o balanço viria a traduzir-se no apagamento puro e simples de quatro das dezoito freguesias então existentes. Recorro a este termo e não a outro de conteúdo mais suave porque, na prática, foi isso que aconteceu: apagaram-se nomes e, num dos casos (Brenha), chegou ao ponto de se ter fragmentado, em poucos dias, um território que permanecia unido há vários séculos. No final, quatro freguesias foram sacrificadas: Brenha, Borda do Campo, Santana e São Julião. Todas perderam a sua autonomia administrativa. Mas, como se isso não bastasse, viram-se desapossadas do seu nome, uma vez que as novas unidades autárquicas passaram a designar-se apenas pelo nome da entidade agregadora. É certo que a proposta não obteve aprovação unânime na Assembleia Municipal mas, na altura, os protestos pareceram bastante débeis e inconsequentes. Só mais tarde o descontentamento começou a tomar forma entre as populações. Avançou São Julião, a maior de todas as freguesias “agregadas”. Graças à iniciativa de alguns cidadãos e à esperada concordância de todos os órgãos autárquicos e da própria Assembleia da República, a freguesia urbana conseguiu, para já, ver o seu nome reposto na designação da nova autarquia, em paridade com o nome de “Buarcos”. Trata-se de uma solução razoável e justa, que deveria ser imediatamente alargada às restantes freguesias, cujo nome foi apagado. Nenhum partido, nenhum agente político confessou entusiasmo pela maneira como o processo foi conduzido há três anos. Mesmo os responsáveis diretos pelo processo afiançaram então (e têm-no vindo a repetir) que a sua iniciativa visou apenas evitar males maiores. Pois bem: é o momento de todos serem consequentes, corrigindo agora, até onde for possível, uma atitude na qual felizmente ninguém se revê. Tal como sucedeu já com São Julião, também Brenha, Borda do Campo e Santana merecem um gesto uniforme de reparação, que consistiria, para já, em repor o seu nome na designação das freguesias agregadas. Estas passariam a chamar-se, respetivamente, “União das freguesias de Alhadas e Brenha”, “União das freguesias de Ferreira-a-Nova e Santana” e “União das freguesias de Paião e Borda do Campo”."
"un certain regard"
Duas anedotas. Sem moral e sem sentido (trata-se de humor cruel).
"A primeira anedota mostra como um homem decente e digno pode ser enxovalhado em público aos noventa anos por cretinos que o desprezam e lhe ignoram a obra.
A segunda não tem sentido nenhum, mas também é humor negro. Ou seja, também faz o riso amarelo."
Em todo o caso ambas ilustram uma certa visão da cultura na Figueira da Foz.
Via o sítio dos desenhos
"A primeira anedota mostra como um homem decente e digno pode ser enxovalhado em público aos noventa anos por cretinos que o desprezam e lhe ignoram a obra.
A segunda não tem sentido nenhum, mas também é humor negro. Ou seja, também faz o riso amarelo."
Em todo o caso ambas ilustram uma certa visão da cultura na Figueira da Foz.
Via o sítio dos desenhos
Contributo para a compreensão da degradação ética do poder no nosso concelho...
Para ler melhor clicar na imagem |
UMA PRIMEIRA PÁGINA, DE FEVEREIRO DE 1981, SOBRE UM EPISÓDIO CHUNGA, QUE AJUDA A PERCEBER A POLITIQUICE FIGUEIRENSE NOS ÚLTIMOS 40 ANOS...
Nota de rodapé.
“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. O povo está na miséria. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. O tédio invadiu as almas. A ruína económica cresce. O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. O Estado tem que ser considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo”.
Citei Eça de Queiroz, um escritor que se notabilizou pela originalidade e riqueza do seu estilo e linguagem, nomeadamente pelo realismo descritivo e pela crítica social constantes nos seus romances.
Como o crítico literário, Jacinto Prado Coelho disse: "foi mais analista social do que psicólogo; ironizou Portugal porque muito o amava e o queria melhor."
Um jornal onde as piadas acontecem em editorial!
"Sem jornalismo, ninguém conseguirá destrinçar as notícias dos boatos."
Octávio Ribeiro, Director do Correio da Manhã!
Octávio Ribeiro, Director do Correio da Manhã!
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
A blogosfera é uma chatice para os políticos na Figueira?
Comigo é assim: bloguista escreve o que realmente ouve e não aquilo que os políticos gostariam que se pensasse que houve...
Nota de rodapé.
Há alguns anos atrás as pessoas sabiam o que significava o lápis azul...
Era o sinistro e odiado, pelos verdadeiros jornalistas, lápis utilizado pela censura para cortar e truncar os textos editados pelos jornais.
Antes de saírem para o público, todos eles tinham que enviar a essa comissão um exemplar e, só depois de devidamente visados pela censura, poderiam sair para as ruas!..
Outros tempos e ainda não muito afastados!..
Nota de rodapé.
Há alguns anos atrás as pessoas sabiam o que significava o lápis azul...
Era o sinistro e odiado, pelos verdadeiros jornalistas, lápis utilizado pela censura para cortar e truncar os textos editados pelos jornais.
Antes de saírem para o público, todos eles tinham que enviar a essa comissão um exemplar e, só depois de devidamente visados pela censura, poderiam sair para as ruas!..
Outros tempos e ainda não muito afastados!..
Subscrever:
Mensagens (Atom)