quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Mais do mesmo: "os pobres que continuem a pagar a crise"...
Lá por finais de 2011, Passos Coelho disse (eu ouvi…) que só saímos da crise empobrecendo.
Quase dois anos depois, estamos muito mais pobres.
Mas, não só: estamos também muito mais enterrados na crise.
Dizia o Passos que só assim podia ser.
E foi - para quem depende do seu trabalho.
Tanta austeridade e tantos sacrifícios com um único desígnio, mas até esse falhou: temos mais dívida, mais défice.
Tanta austeridade e tantos sacrifícios com um único desígnio, mas até esse falhou: temos mais dívida, mais défice.
Este, é um governo que
até na sua obsessão se estatelou.
E deu cabo das nossas
vidas: mais desemprego, mais falências, mais pobreza, mais impostos, mais
desigualdade, mais dificuldades, recessão.
Quem escondeu dinheiro em offshores para fugir aos impostos, em vez de arriscar oito anos de prisão teve 3,4 mil milhões de perdão fiscal…
Quem escondeu dinheiro em offshores para fugir aos impostos, em vez de arriscar oito anos de prisão teve 3,4 mil milhões de perdão fiscal…
Há ainda que somar os muitos milhares de milhões do BPN e
das parcerias público-privadas. O paraíso de uns é o inferno de outros: corte
nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no apoio social, na
saúde, na educação.
O país foi colocado a saque: Águas de Portugal, CTT, Caixa Geral de Depósitos, ANA, TAP e até os
centros de saúde podem seguir o caminho da privatização. O roubo ao trabalho, a
espoliação do que é de todos não é uma mera questão de forma ou de
nomenclatura. É a violência da receita frustrada da troika que nos está a desgraçar
cada vez mais.
E não vai parar por aqui…
Ontem, Silva Lopes na Sicn "avisou que famílias vão pagar mais IRS para compensar descida do IRC"...
Realismo…
Portugal, não sei porquê, é um país onde nos querem fazer
crer que existem algumas verdades absolutas…
Uma delas, é que as
autarquias são um espaço de políticos acima de qualquer suspeita, dedicados à
causa pública, comprometidos com o bem comum, que gastam o dinheiro dos contribuintes de forma
mais racional e eficaz.
Mentira, como quase todos disso temos conhecimento…
Os exemplos são mais que muitos. Basta olhar à nossa volta para o edificado, para verificar que sempre existiu muita demagogia, muita corrupção, muita incompetência,
muito populismo, muitos oportunismos, muitos jogos sujos, muitos interesses, muito
caciquismo e muito esbanjamento de dinheiro.
Como cidadão, que
sempre vota e quer continuar a votar, resta-me ser realista: votar o melhor que me for possível no próximo dia 29
de setembro.
Mira: Gente Corajosa, Construindo o (Seu) Próprio Mundo...
Mira, e a Praia de Mira… Gente corajosa - gente pobre...
nascida da sua própria pobreza (nascida de si própria…) e, por isso, capaz de
"dar remédio à sua pobreza"… Gente trabalhadora, que sabe o que são
as dificuldades… e, por isso, sabe como vencê-las.
Gente com quem se pode, e deve, contar. Gente que
ultrapassou de tal maneira qualquer estigma, ou conotação depreciativa (da
antiga pobreza), do nome "Gandarês", que, numa geração, conseguiu que
os seus vizinhos passassem a reivindicar (eles também...) o título, agora
invejado, de "Gandareses"...
Gente que tem o mais importante de tudo (e que, em tantos
"intelectuais" e "citadinos", falta totalmente): a
coragem... A capacidade de criar (cultivar).
Gente corajosa, no coração do (seu próprio) mundo.
Construindo o (seu próprio) mundo, e salvando-o, para o Futuro… Enquanto outros
se afundam, e vão continuar a afundar (e, com eles, um país inteiro...), cada
vez mais afogados no pântano das suas próprias contradições, duplicidades,
hipocrisias e traições… demasiado cobardes para alterarem seja o que for das
suas mentiras, das suas hesitações e das suas faltas de alternativa.
Porque é que aquela gente - numa terra pequena - é assim…?
Porque é que aqueles Homens e aquelas Mulheres, os
Gandareses, numa terra pequena, vindos da pobreza antiga, conseguem ser mesmo
os primeiros, e os melhores, naquilo a que, verdadeiramente, se dedicam…?
(enquanto outros, nas suas curiosas filáucias, andam a
reivindicar, sem quaisquer espécies de objectividades, ou quantificações, a
condição de serem, também eles, a "capital" "mundial", ou
"universal", seja do que for... e que acham que só existe lá na terra
deles… para assim conseguirem ser, também eles, "a capital" de
qualquer coisa… seja o que fôr… desde os salsichões fritos até às urtigas...)
A pequena Praia de Mira, na Beira Litoral (Portugal), é
mesmo a recordista (ininterrupta), em termos europeus (e, portanto, mundiais),
da Bandeira Azul da Europa... das praias ecologicamente exemplares… (vinte e
sete [27] anos... contínuos e interruptos… um feito único, de que ninguém mais
se pode gabar…). É Mar...
A pequena vila de Mira (Portomar), na Beira Litoral
(Portugal), é mesmo a sede, em termos mundiais (ininterruptamente), dos
Campeonatos do Mundo de Columbofilia... ("Pombas", em vez de
"Falcões"… mas é também em Mira que está o nosso Amigo João
Petronilho, o homem que sabe fotografar as Águias… [e, às vezes, até encontra
Pelicanos…). É Céu...
A partir de pequenos locais, como o Seixo, e o Casal de São
Tomé, etc., a pequena vila de Mira, na Beira Litoral (Portugal), tem mesmo uma
presença dominante em todas as feiras, e exposições, e negócios, e eventos
públicos, de hortos, e plantações, e plantas decorativas, e flores, e fabrico
de terra e de substractos vegetais, em Portugal inteiro (e, muitas vezes, até
no estrangeiro)… Não há dúvida de que, para plantar, e cultivar, não há como os
Gandareses (desde a Ria de Aveiro até ao Tejo…). É Terra… Espantoso…! Aqueles
que, antigamente, não tinham terra, são os que, hoje em dia, a fabricam (melhor
que a dos outros) e, por isso, a exportam…
Na Praia de Mira, veio mesmo a localizar-se o centro
principal, em Portugal (e, portanto, "no mundo"... ou, se se quiser,
"no universo", como outros gostariam de dizer na sua terra…?), do
tipo emblemático de "Pesca de Cerco e Alar para Terra", heróica e
arcaica, dos Pescadores Portugueses (sem portos…! somente a partir das
praias…!), a pesca antigamente chamada "Arte" (e, actualmente,
chamada "Arte-Xávega"), a pesca com a fabulosa embarcação, única no
mundo, chamada "Barco-da-Arte" ou "Barco-do-Mar"
("meia-lua")... A pesca com "o mais belo barco do mundo"…
E, por isso, foi na Praia de Mira que, no ano de 2012, vieram a unir-se todos
os outros Pescadores Portugueses deste tipo de pesca, quando essa emblemática
"Arte-Xávega" portuguesa foi mais do que nunca posta em perigo… e,
por isso, foi nesta Praia de Mira que se criou a Associação Nacional
representativa deste tipo de Pescadores… E esse movimento, nascido na Praia de
Mira, já conseguiu uma recomendação, por unanimidade, na Assembleia da
República Portuguesa.
Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Mira, com a
colaboração de algumas outras entidades (entre as quais o CEMAR - Centro de
Estudos do Mar), promoveu na sua terra, no "coração da Gândara", as
Jornadas Culturais da Gândara, um fórum de discussão aberta, franca e
pluralista (e não-bizantino, não-académico...) apontado para a reflexão e a
intervenção, com verdadeira utilidade prática, sobre a Identidade e o Futuro
local. E já vão na XI edição…
No ano passado, de 2012, discretamente, sem demasiado
alarido — mas com decisão, e com teimosia… em contra-ciclo, contra-corrente…
contra todas as dificuldades e desânimos alheios (em 2012…) — a Câmara
Municipal de Mira inaugurou na sua vila um excelente museu, o Museu do Território
da Gândara ("Ver Para Querer"...), baseado em excelentes conteúdos
(da autoria dos mais competentes e adequados investigadores locais), e com
excelentes tecnologias e metodologias expositivas (muito modernas, e de muito
bom gosto, ao melhor nível da Glorybox, que as executou). E esse núcleo
museológico inicial, agora já lá existente, em Mira (desde há um ano… e há quem
ainda não o tenha ido visitar…?!), é só uma amostra do muito mais que se poderá
fazer, no futuro (na Praia de Mira, etc.), para musealizar e para "erguer
um monumento à glória" do
Património Cultural local, do mundo antigo da Cultura Popular da
Gândara… do Património de Mira e da Praia de Mira... dos seus estóicos
Camponeses, e dos seus heróicos Pescadores. E as amostras, os embriões, dessas
outras instalações museológicas futuras, já existem, na Praia de Mira...
Com esta gente sim, vale a pena trabalhar. Trabalhar com
quem trabalha.
Alfredo Pinheiro Marques
quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
Sobre Duarte Brandão de Buarcos, o Célebre Corsário Português...
Para quem hoje anda em "Festivais de Piratas" em
Buarcos, e julga que a vila marítima portuguesa de Buarcos, na Foz do Mondego
(hoje em dia, integrada na cidade da Figueira da Foz) é sobretudo célebre como
alvo de ataques de corsários ingleses e holandeses nos fins do século XVI e
inícios da século XVII, talvez convenha aprender qualquer coisinha de História
(...de História… aquela disciplina acerca da qual, em Portugal, em geral, e na
Figueira da Foz, em particular, reina a mais profunda e confrangedora
ignorância…), para saber que esta vila portuguesa de Buarcos (Foz do Mondego)
está também, ela própria, desde sempre, ligada aos próprios corsários
portugueses… e um deles, no último quartel do século XV, foi mesmo uma
extraordinária e espantosa figura de aventureiro (ao que parece,
luso-hebraico-britânico…) que serviu como mercenário no mar os Ingleses, e
comandou navios, e ilhas, e combates navais (e, como tal, foi dos primeiros e
mais significativos "corsários ingleses"...), e viveu uma vida
inteira entre Portugal e o Noroeste Europeu, cheia de estranhas peripécias, que
até hoje ainda não estão totalmente esclarecidas...
Sobre Duarte Brandão de Buarcos (ou Edward Brampton),
navegador, mercador e corsário português do século XV, que se notabilizou como
mercenário e corsário português ao serviço dos Ingleses, e em 1987 foi pelo Rei
de Portugal Dom João II feito Senhor da vila portuária e piscatória de Buarcos,
na Foz do Mondego (e, depois, em Lisboa, teve também os seus navios e aí deu
origem a Porto Brandão... e foi pai do João Brandão de Buarcos a quem se devem
todas as estatísticas das "grandezas de Lisboa" em 1552… ) vejam-se
as notícias publicadas, aqui, na Foz do Mondego (Montemor-Buarcos):
Alfredo Pinheiro MARQUES,, “Vidas de Montemor: Duarte Brandão”, Jornal Baixo Mondego e Gândaras, Montemor-o-Velho, 2004 (Outubro 2004).
E, se quiserem piratas, a sério, por conta própria (em vez de corsários)…? Também têm… (têm os melhores…).
Têm, nem mais, nem menos, do que o mais célebre (literariamente) pirata português do século XVI, António de Faria (sim… o da "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto…), o António de Faria de Sousa que nasceu na Foz do Mondego (na Quinta do Canal, Figueira da Foz…)…
O mesmo que, mais tarde, quando morreu, na Índia, em Goa -- devidamente confortado com os santíssimos sacramentos da absolvição dada pela Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana… (e... absolvição dada por um Santo… um Santo, verdadeiro, e célebre, dessa Santa Igreja…) -- ainda tinha lá consigo, guardados na arca, dois sabres japoneses...
A união nacional a fazer o seu caminho...
A imprensa parece ter aceitado bem a sugestão de Pedro
Passos Coelho e hoje, em véspera de recomeço dos briefings diários, combinou
mostrar a Maduro o seu apreço pelo remoçado SNI, fazendo em uníssono, nas suas capas, um louvor ao
governo, com o qual escondem a desgraça de milhares de famílias portuguesas.
Milhares de funcionários públicos vão ser despedidos sem
justa causa mas o que os três jornais destacam, em primeira página, é o facto
de poderem continuar a usufruir da ADSE.
O que mais me revolta nestas capas, é (não) terem sido
pensadas por mentes ocas e ignorantes. Estas
abencerragens apresentam a notícia como se usufruir da ADSE fosse um
benefício. Esquecem, ignoram (ou fingem ignorar?) que muitos funcionários
públicos despedidos já descontaram para a ADSE durante décadas pelo que o
Estado estaria obrigado a devolver-lhes o dinheiro, no caso de os privar do sistema.
Volto a lembrar esses ignorantes com carteira de jornalista,
que os funcionários públicos descontam uma percentagem suplementar do seu ordenado ( 2,5% a partir
de 2014) para usufruírem da ADSE. Como
acontece com alguns trabalhadores do privado que têm regimes especiais ou
complementares de saúde.
Viva a República
Subscrever:
Mensagens (Atom)