quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Quando o sonho desaparece...

Foto sacada daqui
Conta no seu blogue o anterior primeiro-ministro de Portugal, Doutor Pedro Santana Lopes, que “no Portugal da União Europeia cheio de auto-estradas e computadores, não encontrou um único oftalmologista no Algarve, em pleno Agosto, que pudesse socorrer um familiar que teve um problema grave nos olhos".
Valeu-lhe os “contactos”: “já alguém chamava uma ambulância para levar esse familiar para Lisboa, quando se conseguiu descobrir dois grandes médicos de Coimbra, em férias no Algarve. Um de cirurgia interna, o outro da especialidade.
A pessoa em causa estava a passar uma autêntica tortura e não havia ninguém para, sequer, a observar”...
Este, é o País real, que nós portuguseses normais conhecemos, mas que um político veterano (deputado, português e europeu, presidente de câmara, secretário de estado e primeiro-ministro), só descobriu em férias!..
"Entre o senhor rei de então, e os senhores influentes de hoje, não há tão grande diferença: para o povo é sempre a mesma servidão. Éramos mandados, somos agora governados: os dois termos quase se equivalem (Antero de Quental)."
Porém, voltando aos dias de hoje, mais vale tarde que nunca: o relato de um político experiente como Pedro Santana Lopes, dá uma imagem real da redoma de vidro em que vive a classe política portuguesa...
"Depois admiram-se quando câmaras municipais enviam para Cuba doentes para serem operados a cataratas e outras maleitas do foro oftalmológico!.."

Varanda II

Foto: Pedro Cruz

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Paz

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andersen

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Habitação típica

Foto: Pedro Cruz

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

“O País do faz-de-conta”

Este filme, já passou por mim em Janeiro de 1993.
Lembram-se dos aduaneiros?
Na altura, Cavaco Silva era 1º. Ministro. Agora, é Presidente da República.
“...a administração d' O Primeiro de Janeiro despediu todos os jornalistas em quatro dias depois reabriu o jornal com uma redacção totalmente diferente, composta por pessoas que já produziram outro periódico, chamado Norte Desportivo. Alguém se escandalizou?”
Podem colocar de pé cem Expos, realizar quinhentos europeus, que o país continua a mudar devagar!...

Apesar de ser verão

Apesar do tempo que faz, ainda é verão.
E o verão não deveria ser tempo para emoções fortes.
Cá por Portugal, as coisas decorriam sem preocupações. O petróleo até estava a baixar.
Neste mês de Agosto, as nossas dificuldades – da saúde ao desemprego, passando pela educação e pelo endividamento das famílias, enfim, as misérias de um País pobre e mal preparado – pareciam nem serem nossas.
Infelizmente, porém, mesmo no verão, os povos deixam-se manipular por oportunistas. De há uns dias a esta parte, mais precisamente desde o dia do arranque dos Jogos Olímpicos de Pequim, o Cáucaso tornou-se a zona mais perigosa do globo.
Mais uma vez, os reais interesses por detrás destes conflitos - a posse e o controlo do petróleo e do gás, que o mesmo é dizer, o dinheiro - falaram mais alto.
Apesar de ser verão, a guerra continua a ser uma grande merda.
E agora é na Europa...
Mesmo no verão, está é uma emoção forte. E uma enorme preocupação.

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Duo de janelas

Foto: Pedro Cruz

domingo, 10 de agosto de 2008

Indícios

Foto: Pedro Cruz
Obrigatoriamente, os dias que passam por estes lados, não têm de ser sinónimo de pensamento manipulado, alienado ou vazio, mas de reflexão.

Como está, então, neste mês de Agosto, a actividade dos comerciantes covagalenses, resultante do único pólo de interesse turístico que atrai pessoas a S. Pedro: a ocupação do metro quadrado das nossas praias...
Pelo menos, por aquilo que é do nosso conhecimento, este ano, aquele mês e meio que costuma decorrer entre Julho e Agosto, a chamada panaceia, para a difícil vida do comércio local, não está a cumprir o papel de almofada à crise.
Ao fim de semana, ainda se nota algum movimento. E no resto dos dias?
Não é com folclore que vamos lá.
Seria pertinente uma reflexão séria e aprofundada sobre a actividade comercial na Cova-Gala.
Noutra época do ano, claro.
Agora, é o tempo da caça ao voto.

Ontem à noite dei uma volta pela Freguesia: cerca das 22 horas, Cabedelo, às moscas. Avenidas 12 de Julho e Remígio Falcão Barreto, desertas. Alguma animação, apenas no parque de Merendas e no Pôr do Sol, na Praia do Hospital, o que é habitual ao sábado à noite.
Depois, dei corda aos sapatos e fui até à Praia de Mira, onde cheguei cerca das 23 horas.
Tudo diferente: milhares e milhares de pessoas nas ruas, largos e esplanadas. E animação. Bailes populares, bares com música ao vivo. E não só nas esplanadas à beira mar. Acreditem, a Praia de Mira, ontem, comparada com a Cova-Gala, parecia o País de António Guterres, onde as boas taxas de “cumprimento de férias” pareciam significar que a crise ainda não tinha chegado!..

Aqui por São Pedro, neste Verão, a crise é real.
Chegou. Já não estamos no tempo de Guterres, mas na realidade Socrates.
E as ideias e as soluções para os problemas concretos das pessoas não nascem nos arraiais!..
Mas, quer se queira quer não, as coisas vão mudar: até o PSD, cansado de Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, que o mesmo é dizer, do Pontal e do Chão da Lagoa, escolheu Manuela Ferreira Leite...