Especialista defende proibição da pesca da lampreia devido à escassez. “Deveríamos fechar a pesca. A qualquer animal deve ser dada a oportunidade para se reproduzir.” "A situação piorou. Tem sido uma sucessão de anos maus. 2017, 2019, 2022 e 2023 foram anos maus, motivados pela seca e por outras situações que ainda não se conseguem explicar, visto que há um desconhecimento do que acontece com a espécie no mar, em que pode haver mais mortalidade", disse Pedro Raposo, director do Mare e especialista em peixes anádromos (espécies que, como a lampreia, se reproduzem em água doce, mas que se desenvolvem até à forma adulta no mar).
Por todo o País os festivais de lampreia têm vindo a ser cancelados por falta de matéria prima. Entretanto, segundo uma notícia hoje publicada pelo jornal Diário as Beiras, «a associação Figpesca convocou para esta
manhã, com início às
10H00, uma concentração de embarcações no
canal principal da zona
portuária, junto ao topo
Sul da Marina da Figueira
da Foz, e de familiares dos
pescadores na praça da
Europa Aguiar de Carvalho (em frente aos paços
do concelho).
Esta iniciativa tem por
finalidade protestar contra o “regulamento com
34 anos que define regras
totalmente desatualizadas”, vinca a associação
em nota de imprensa.
O alegado anacronismo
do regulamento, frisa a
Figpesca, tem originado
“uma fiscalização abusiva por parte da Unidade
de Controlo Costeiro da
GNR”, que “leva ao desagrado e à revolta dos
pescadores”.
“A direcção da associação
Figpesca e os seus associados que desenvolvem a
faina no Rio Mondego há
muito que vêm alertando
a administração e os vários intervenientes que
tutelam a pesca no Rio
Mondego para as dificuldades socioeconómicas,
que aumentam de ano
para ano”, sublinha ainda a
nota. Este alerta, afiança, repete-se nos últimos
15 meses, em sucessivas
reuniões com entidades
públicas.
Esta estrutura associativa representa armadores
e pescadores de pesca artesanal. O tipo de redes
utilizado ao abrigo do regulamento para a captura de sável e de lampreia,
segundo a Figpesca, está
desatualizado, tendo em
conta as alterações que
entretanto aconteceram
no caudal do estuário do
Rio Mondego. Em declarações recentes ao Diário as Beiras, o presidente da direcção da Figpesca, Igor Branco, sustenta que a cada vez menor quantidade de lampreias capturadas no estuário do Rio Mondego também se deve ao tamanho das redes que os pescadores são obrigados a utilizar ao abrigo do respectivo regulamento. Por isso, a associação reclama a actualização das normas em vigor há 34 anos, porque, entretanto, o caudal alterou-se.»