Nunca nos habituamos à dor causado pela falta de algo ou de alguém.
Esse sentimento de perda tem nome: chama-se nostalgia.
Esse sentimento de perda tem nome: chama-se nostalgia.
Hoje, é dia 1 de Agosto.
Na minha Aldeia os antigos costumavam dizer: "primeiro de Agosto, primeiro de inverno".
Sinto nostalgia, não da frase, mas de quem me dizia essa frase. Principalmente da minha avó Rosa Maia e da minha Mãe.
Naqueles anos da minha juventude, o mês de Agosto vinha fresco, com dias de chuva e muito vento. A temperatura refrescava. Cheirava a fim de verão, a fim de férias e a mudança.
Na minha Aldeia os antigos costumavam dizer: "primeiro de Agosto, primeiro de inverno".
Sinto nostalgia, não da frase, mas de quem me dizia essa frase. Principalmente da minha avó Rosa Maia e da minha Mãe.
Naqueles anos da minha juventude, o mês de Agosto vinha fresco, com dias de chuva e muito vento. A temperatura refrescava. Cheirava a fim de verão, a fim de férias e a mudança.
Hoje, dei comigo, atavicamente, a pensar como os que me antecederam: "primeiro de Agosto, primeiro de inverno".
Há alguns anos que já não faço praia. Limito-me, para apanhar sol, aos passeios de bicicleta, às caminhadas e às esplanadas junto ao mar.
Portanto, o tempo em que sentia ser o tempo de começar a arrumar a toalha de praia e começar a despedir-me dos vestígios de sal, do sol e do cheiro da areia, já não existe: porém, são recordações sensoriais ainda bem vivas na minha memória.
A recordação que tenho dos verões da minha vida, são sobretudo isso: sensações, imagens, sons, cheiros, odores, sabores, texturas. Uma corrida junto ao mar pela areia molhada. Uma futebolada na Praia do Hospital - os banistas eram poucos e havia muito espaço - e depois um mergulho rápido para refrescar.
Nesta altura do ano, temos a possibilidade de retomar um imaginário enraizado no passado e saboreá-lo novamente - apesar do clima estar a mudar aceleradamente: "primeiro de Agosto, primeiro de inverno".
Esse imaginário, nesta fase já avançada da minha vida, é a possibilidade de recordar e brincar com as vivências e as imagens que foram ficando acumuladas desde criança.
Quando isso deixar de acontecer, sentirei que algo terminou e então, sim, sentirei o peso de ser velho e as suas consequências.
Até agora, em cada verão que finda, sinto apenas que foi mais um verão perdido da minha infância e juventude.
Por isso, a passagem de mais um "primeiro de Agosto, primeiro de inverno", como sentimento de perda que tem nome e se chama nostalgia, até agora, ainda não existe.
Continuo a sentir nostalgia, não da frase, mas de quem me dizia essa frase. Principalmente da minha avó Rosa Maia e da minha Mãe.
O verão não envelhece.
A seguir a este verão vem o outouno, depois o inverno, a primavera e a seguir novamente outro verão.
Há sempre lugar para a renovação.
Até nas nossas vidas.
A seguir a este verão vem o outouno, depois o inverno, a primavera e a seguir novamente outro verão.
Há sempre lugar para a renovação.
Até nas nossas vidas.
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