A entrevista da vereadora Ana Carvalho ao jornal AS BEIRAS, à Foz do Mondego Rádio e à Figueira TV...
Três momentos.
1. Pergunta o jornalista do jornal AS BEIRAS: "Portanto, não estamos a falar da restinga."
Responde Ana Carvalho, engenheira e vereadora da Câmara da Figueira da Foz: "Não. É óbvio que, ao ser retirada a areia a norte do molhe norte, a restinga que existe à entrada da barra vai deixar de se formar."
2. Nova pergunta do jornalista do jornal AS BEIRAS: "Nota-se que não simpatiza com o bypass fixo; porquê?"
Responde Ana Carvalho, engenheira e vereadora da Câmara da Figueira da Foz: "Sendo engenheira e tendo trabalhado na área das energias das ondas, tenho algumas dúvidas sobre sistemas mecânicos fixos na nossa costa, porque é das costas mais energéticas do mundo. Estudei o projecto da Austrália e percebi que o custo anual de manutenção é de nove milhões de euros e uma dragagem para um milhão de metros cúbicos – que é o que se estima – custa três milhões e sabemos que funciona. [A instalação do sistema australiano] custou 50 milhões de euros. No entanto, é algo que deve ser estudado."
3. Despachado o bypass, na entrevista segue-se o Cabedelo.
"O que é que vai ser feito na primeira fase da intervenção no Cabedelo?", pergunta o jornalista.
Responde Ana Carvalho, engenheira e vereadora da Câmara da Figueira da Foz: "Uma nova estrada, muito mais recuada em relação à actual, tentar fazer um cordão dunar e vamos criar várias bolsas de estacionamento, uma zona pedonal e ciclável, uma praça na zona onde está o busto de Mário Silva [e infraestruturas em toda a área]. O espaço do parque de campismo vai ser reduzido, mas ainda não temos um projecto para aquela zona, que ficará para a segunda fase."
4 comentários:
A excelsa vereadora deve estar a utilizar outra literatura, que não aquela que está publicada pelas entidades promotoras do bypass australiano.
Gostava de ouvir ou ler a opinião do SOS Cabedelo.
Vá, caralhete, entrevista lá os ditos, e publica por aqui.
Deixa-me acrescentar:
As contas da senhora vereadora, são de merceeiro, tal e qual as minhas. Olho para os relatórios, faço umas contas, e chego a uns valores. Acho que a diferença ( que não é única ), é que eu sei que um dólar australiano não tem a mesma cotação de um euro. Por isso digo que os custos operativos são de 5 milhões/ano ( incluíndo pagamentos relativos a construção ) e não 9 ( coisa pouca ), e que os custos totais, são até 2015, de 77 milhões de euros ( 127 milhões de AUD ). Por isso, afirmar que o custo de construção do projecto é de 50 milhões de euros, parece-me algo desinformado.
Mas concedo, que até possa ser eu que estou a ler mal os dados.
Finalizando, eu não sei se o bypass é a melhor solução para o nosso problema. O estudo dirá se sim, ou se aquilo já não vai lá nem com dinamite. Mas a não ser que coloquem cá as "bestas" da Van Oord ( olhem que aquilo sai caro ), e mesmo com as capacidades de sucção que possuem na frota, temos de ter em conta a costa "energética" que temos ( e aí concordo )e o tempo que teriam de andar por cá ( definitivamente? ). E pensando que mesmo deixando uma praia de tamanho aceitável a norte, ainda assim deveriam ter uns 30 milhões de m3, a senhora vereadora que faça as contas.
Mas isto sou eu, que sou merceeiro a fazer contas, e nunca trabalhei na dinâmica das ondas.
"The only thing worse than being talked about is not being talked about."
Oscar Wilde
As entrevistas andam curtas. Larga as gajas caralhete!
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