A meu ver, o português normal não está nada interessado e, muito menos preocupado, com a questão da eleição do Presidente da Assembleia da República.
O seu dia-a-dia é tão difícil que esse pormenor , que tem mais ver com os "bastidores" partidários, lhe passa ao lado.
Por isso mesmo, ser eleito um nobre ou um plebeu, pouco lhe importará.
Essa, será a sorte de Passos Coelho… Ressalvo, desde já, que compreendo perfeitamente a sua teimosia em manter a candidatura de Fernado Nobre. Está em causa um compromisso pessoal.
Provávelmente, Fernando Nobre acabará por ser eleito. Essa é a minha convicção. No entanto, se Nobre for rejeitado, o País continuará tranquilo e irresponsavelmente feliz.
Confesso, todavia, que não deixa de me fazer espécie este Nobre, presidente e tudo da AMI, expor-se a estas tristes figuras?...
Fernando Nobre deu uma grande cambalhota política ao aterrar de pára-quedas nas listas do PSD... Todavia, não deu um salto no escuro: está sempre salvaguardado, pois tem a AMI para lhe acudir em caso de catástrofe...
Só neste país!...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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