foto Pedro Cruz
Hoje é domingo.
Excepcionalmente estou de folga.
Só desejo ter um dia descansado, viver a minha vida e recuperar todos os domingos perdidos.
Sem medo das mudanças e do que vem por aí…
É domingo e estou na Cova-Gala, a minha aldeia.
Haja saúde.
O resto virá por acréscimo, virá como contrapartida do que se faz com a vida, com o que se faz no dia-a-dia.
É domingo.
Mesmo que o tempo que se avizinha não se anteveja risonho, não me posso esquecer, ninguém se pode esquecer, que a nossa vida é, em grande medida, o que fazemos dela e não o que os outros pensam dela.
Bom domingo.
Para todos, sem qualquer excepção!
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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