terça-feira, 24 de agosto de 2010

Poder Local

Uma das chamadas Conquistas de Abril, o denominado Poder Local, aqui por estes lados, continua tão longe do cidadão figueirense comum, quanto o governo central desfasado dos cidadãos portugueses anónimos que diariamente labutam e repartem com o Estado o resultado do seu trabalho.
Naquilo que diz directamente respeito à vida dos cidadãos comuns, que eu me tenha apercebido, o executivo camarário em exercício, tem mandado pintar umas passadeiras, tapado uns buracos nas ruas e feito (com a ajuda da FGT) as festas habituais (fim de ano, carnaval, São João e a animação de verão, incluindo o apoio às touradas). Mas, como não quero ser e, muito menos, parecer injusto, dou, desde já, uma excelente novidade, de que acabei de tomar conhecimento: “o actual executivo camarário teve a coragem, e a ousadia, de retirar um resguardo fixo de uma esplanada colocada indevidamente no centro de Buarcos.”
Cá pela minha Aldeia, não foram pintadas as passadeiras, mas foi tapado um buraco e foram levadas a cabo as comemorações dos 25 anos da freguesia e efectivada a habitual animação de verão.
Isto acontece porquê?
Do meu ponto de vista, porque os órgãos do Poder Local, estão desfasados da realidade vivida pelos cidadãos.
Se os órgãos do Poder Local figueirense estivessem realmente interessados em actuar no que é importante para as nossas vidas, nos interregnos das festas, olhavam e intervinham, por exemplo, no Mercado Municipal (fora dos espaços eleitorais), no descalabro das Empresas Municipais, no preço da água, criavam condições para a promoção e desenvolvimento da cultura popular e do desporto praticado por amadores...
Para mim, o que me interessa em cada acto eleitoral, não é o folclore partidário, muito menos, as personalidades candidatas. O que me interessa, é a capacidade dos eleitos aperceberem-se das vidas reais dos seus munícipes, para, a partir da realidade, intervirem na melhoria das condições em que vivemos nos 4 anos a seguir a cada eleição. No dia seguinte à vitória eleitoral, a festa e as promessas acabaram. Sobra a realidade anterior, já conhecida, porque estudada, mas utilizada duplamente: como arma de arremesso na campanha eleitoral e como desculpa, depois da campanha eleitoral.
Querelas partidárias, ou pessoais, futuro dos políticos, profissionais dos profissionais ou amadores da política, são-me tão indiferentes como a distribuição de bonés, aventais ou esferográficas nas campanhas eleitorais...

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