sábado, 28 de agosto de 2010

Money for the boys

“Estado deve oito meses de salário aos presidentes das Juntas de Freguesia”!..
Isto, é no que dá ser "boy" de raça inferior!.. A nata dos “boys” anda pela Assembleia da República, pelo governo, pelas grandes empresas amigas do governo, pelas empresas municipais, etc.!..
Desde já, porém, quero deixar claro que não morro de amores por esta proposta da transferência de 5 milhões para pagar aos eleitos das freguesias. Se é certo que as Juntas de Freguesia maiores exigem trabalho a tempo inteiro (e não serão assim tantas em todo o País), era grato saber que ainda havia quem se dedicasse à política de forma voluntária, nos tempos livres, e sem qualquer remuneração, como eu aliás fiz algures entre 1986 e 1989. Assim se constrói a cidadania.
Mesmo a inevitabilidade de ter de se pagar a quem destina um domingo, de quatro em quatro anos, para estar em mesas de voto não me é simpática. Aqui, também posso falar por experiência própria, pois estive anos e anos em mesas de voto e nunca recebi um tostão.
Mas, ao que parece, também aqui os tempos mudaram...
Mas, vamos ao essencial. O grave não foi a proposta. Foi a frase do ministro Teixeira dos Santos, talvez sugestionado pelo mundo que o rodeia, considerou que as eleições não são mais do que uma distribuição de tachos.
Sejamos claros: os presidentes de Junta, na sua esmagadora maioria, são cidadãos anónimos, sem grandes ambições políticas.
Foram eleitos pelo Povo. Não são nomeados no segredo dos gabinetes. Mesmo que façam o seu caminho nos partidos, nas secções e nas concelhias, ao menos passam pelo voto democrático. Não são boys. Foram eleitos.
Posso estar enganado, mas este atraso cheira-me a vingança. Se assim for, é feio, muito feio mesmo.

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