Historicamente, a importância do sector das pescas em Portugal, ultrapassou sempre o seu peso real na economia nacional.
Recorde-se, que contribuiu de forma importante para o abastecimento de pescado, e era factor de independência nacional e de soberania alimentar, além de garantir o emprego a milhares de pescadores.
Com a integração na Comunidade Europeia, Portugal passou a estar submetido à Política Comum das Pescas.
Após longos anos de discussão chega-se em 1983 a um acordo sobre política de pescas. Esse acordo foi revisto em 1993.
A frota portuguesa, ainda uma das maiores da UE, entre 2000 e 2004 diminuiu 5,6%, conforme pode ver clicando aqui. E essse caminho continuou nos anos seguintes: entre 2004 e 2006 deu-se o abatimento de mais embarcações. Segundo o jornal “Público” de ontem, de 10 086 barcos, em 2004, passou para 8 754 em 2006.
O definhamento da frota pesqueira portuguesa teve consequências: a produção diminuiu.
Dos cerca de 810 milhões de euros, em 1992, passou-se para os 500 milhões em 2006.
A crise das pescas portuguesas é real. Portugal, continua a perder dimensão a nível europeu, também no sector pesqueiro.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Este tipo de crises, não só nas pescas mas também noutros sectores, não são propriamente crises. Antes uma consequência directa, ainda que a longo prazo, da nossa entrada para a agora denominada União Europeia.
Isto foi analisado, ainda mesmo antes do 25 de abril, por polícos lúcidos e patriotas.
Entretanto crescemos enquanto país, passamos a possuir várias "quintas" no fundo do mar, com 2215 hectares!! Somos o primeiro país, segundo o Público de hoje (5 de Agosto 2007)a ter jurisdição para além das 200 milhas. Ora as pescas precisam de modernizar conceitos, tipologias e métodos e mentalidades, sobretudo entre os armadores nacionais, mas a estes basta-lhes que lhes sejam assegurados o controlo do mercado interno e combustíveis mais baratos. Nunca se preocupam, quando se fala em poluição marítima em Portugal, da causada pela pesca e embarcações existentes. Basta passar pelo porto de pesca e observar o que estes senhores promovem em termos de equilíbrios ambientais!
Atenção, não esquecer os comerciantes de pescado.
É preciso salvaguardar as margens de lucro dos comerciantes.
Compar por dez e vender por mil. É preciso não deixar esta gente indefesa.
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