António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Dois textos a não perder: "Torga e os ausentes" e "Torga: esquecido e presente"
"Torga acreditou num socialismo que honrasse a palavra. Não é já desse carácter o partido que governa Portugal. Como ele próprio escreveu, «ninguém pode dignificar uma coisa em que não acredita». Assim sendo, o melhor é mesmo não aparecer. Demonstra, pelo menos, um pingo de vergonha".
A DEVIDA COMÉDIA, crónica de Miguel Carvalho. Ler AQUI.
"Ainda bem que o Governo esteve ausente nas homenagens a Miguel Torga. O Governo não tem nada a ver com Torga. E, se pouco tem a ver connosco, nada tem a ver com a cultura. O Governo desconhece que a cultura é um dos interesses da política e que a política é uma disciplina da cultura. Embora ajam em esferas diferentes. Um político inculto possui algo de deformado. E um homem culto que se diz indiferente à política revela amolgadelas de carácter: mente porque, em rigor, defende pareceres desonrados."
TORGA: ESQUECIDO E PRESENTE, crónica de Baptista-Bastos. Ler AQUI.
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1 comentário:
Nós, Torga, outros Torgas, a cultura, a decência, somos uma imensa minoria.
Mas quem compõe a maioria?
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