António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007
Foi feito tudo o que era possível?
Como filho, neto e bisneto de homens do mar, não podia ficar indiferente à morte dos pescadores perto da Nazaré.
O inquérito já tirou algumas conclusões..
Quanto a nós, é necessário questionar se foi feito tudo o que era possível!..
Será que este país deu alguma vez a devida atenção aos homens do mar?
Ficou provado, se tal ainda fosse necessário, que os recursos para socorrer pescadores em apuros são escassos e que um modelo de salvamento assente em meios aéreos concentrados nas respectivas bases pode ser tragicamente insuficiente....
Mas este acidente, leva-nos também a pensar se a ganância nas pescas, que não é de hoje nem de ontem, não está a ir longe de mais, colocando em risco as embarcações e as vidas. .
Os pescadores, durante horas, a meia centena de metros da Praia da Légua, ficaram entregues a si próprios, para se defenderem do mar e da hipotermia!...
A morte era uma questão de tempo... E demorou menos, muito menos, do que os meios aéreos...
Os socorros a náufragos, só têm razão de existir se forem eficazes e se forem rápidos...
Para já o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, afirmou esta quinta-feira que o Estado precisa de reflectir sobre os procedimentos e meios de socorros a náufragos, não admitindo, no entanto, a existência de qualquer tipo de erro no resgate aos tripulantes da embarcação que na passada sexta-feira naufragou na praia da Légua, a norte da Nazaré, deixando três pescadores mortos e três desaparecidos.
«Podemos e devemos fazer uma reflexão sobre aquilo que é o sistema de coordenação, os meios e os procedimentos [de salvamento]», declarou o ministro, em conferência de imprensa no ministério da Defesa, após ter recebido o representante dos pescadores das Caxinas, de onde eram naturais os pescadores vitimados, que entregaram hoje uma petição para o reforço dos meios de salvamento.
Entretanto, o resultado do inquérito mandado realizar pelo mesmo ministro foi entregue quarta-feira e reconhece que a preparação e activação dos helicópteros, depois de recebida a ordem de descolagem, é demorada, prolongando-se por um período de tempo entre 30 a 45 minutos.
O mesmo relatório, aponta também o dedo às dificuldade de localização do barco e ao facto de os tripulantes não usarem coletes salva-vidas.
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3 comentários:
Está tudo certo. As reacções ao acontecido também só começaram a surgir entre a classe politica a conta gotas. Ora sendo assim tudo demorou a acontecer. Um barco que não devia estar tão perto da praia, da costa, queria eu dizer! Já alguém explicou porque é que o barco andava ali? Os pescadores que não querem saber da segurança a bordo, a não ser quando começam a chamar pela Santa Bárbara! Os sistemas que funcionam mal, os e os e os e os e os parece-me que cheira a ponte entre os rios. Vou ali ver deve ser!!! Portanto arrajem-se lá uns cobres para calar a indignação, sempre fazem parte dos servos da gleba, um povo de pescadores, quueria dizer de marinheiros. Ah e descobri que os ucranianos também se dedicam à pesca, ganham menos, ganha mais o dono etc e tal AI PORTUGAL PORTUGAL UNS VÃO BEM OUTROS MAL
«Assumo todas as responsabilidades - as nossas - como é meu dever, certo que todos saberão também assumir as suas, retirando lições», afirmou o almirante Melo Gomes num documento divulgado internamente a que a Lusa teve acesso.
Assinalando que apesar de «tudo» terem feito para salvar os pescadores do Luz do Sameiro, Melo Gomes reconhece que a Marinha «nunca conseguirá explicar ao público» o facto de não ter podido salvar todos os sete tripulantes «a tão curta distância da praia».
E agora, vai acontecer alguma coisa?
Sabem porque é que não houve pedido de socorro? Ó alarme do barco? Perguntem ao barco da Figueira da Foz que estava a 2 milhas maritimas, que a resposta pode ser dada...
Um abraço do
Atleta Inácio(que Deus tem)
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