"O que realmente se passa por dentro das campanhas eleitorais dos três maiores partidos portugueses e ninguém vê? Que truques utilizam? Como enchem os comícios de gente? Como decidem os temas dos discursos consoante as sondagens? Como encenam eventos com militantes que passam por cidadãos independentes? O que, de facto, acontece nos bastidores? As maquilhadoras que andam sempre atrás dos líderes, o champanhe que se abre em centros de idosos, as conversas de charme com os jornalistas que acompanham a caravana eleitoral, a preparação dos diretos para os telejornais ou o polémico dinheiro que serve para pagar as campanhas. Estes são alguns dos temas que nos permitem perceber como funciona A Máquina do Poder."
Via Esfera dos Livros
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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