Um comentário do meu Amigo e indefectível defensor deste governo, castelo de areia:
“Mais importante do que esta simbólica descida do IVA é o controlo do défice antes do prazo previsto. É SÓ o mais baixo desde o 25 de Abril... Claro que para alguns isso é coisa sem importância!”
Aí pelo mês de Setembro p.p., num exame de rotina foi-me detectado um pólipo no intestino.
Aconselhado a proceder à sua remoção, fui encaminhado para o médico de família, que me destinou ao Hospital dos Covões, no prosseguimento do processo normal.
Depois de algum tempo de espera, lá tive acesso a uma consulta externa de C. CASTROENTEROLOGIA do Dr. Edgar Augusto Panao, que recomendou a extracção do pólipo. Logo ali, de imediato, ficou marcada essa pequena cirurgia para 11 do corrente mês de Março.
Posteriormente, recebi um postal do Hospital dos Covões a alterar a data para 28 do mesmo mês, pelas 10 horas e 30 minutos.
Chegados aqui, para quem não souber, esclareço que a intervenção médica, que deveria ter realizado hoje, requer todo um processo preparatório, que vai desde a realização de diversas análises a uma preparação específica nos dois dias anteriores, que é, no mínimo, muito desagradável.
Bom, hoje de manhã, lá me dirigi devidamente preparado aos serviços competentes do Hospital dos Covões.
Esperei pela minha vez. Ao fim da manhã, por volta do meio dia, fui atendido, diga-se em abono da verdade, com toda a atenção e gentileza pelo senhor doutor Edgar Augusto Panao, que me comunicou “não ser possível realizar o acto cirúrgico, pois o Hospital não tem as pinças para colocar no aparelho que efectuaria a extracção do pólipo e o enviar para análise”!...
E isto tudo, meus Amigos, por causa do controlo do défice. Nem mais, nem menos.
É isto, senhores do governo e seus indefectíveis apoiantes, o vosso trofeu?
A contenção do défice dos Hospitais está a ser feita à custa dos doentes.
Agora, resta-me esperar pela oportunidade da Administração do Hospital dos Covões adquirir as ditas pinças, para depois ser certamente contactado e passar pelo mesmo suplício: três dias de trabalho para o galheiro, dois dias sem comer (só água e caldos de galinha, sem arroz), mais duas doses duma mistela intragável que faz revoltar as tripas a qualquer ser humano e mais um tempo extra a carregar um corpo estranho que esperamos seja “simpático”.
O défice, pelos vistos está controlado. Mas à custa de quê e de quem?
Eu, por experiência própria já sei: do sacrifício, meu, da minha saúde e do meu bem estar, fisico e psicológico.
Bardamerda para o controlo do défice e para quem o apoiar.
10 comentários:
Meu caro, você desta vez puxou da pena.
um bom post, a merecer parabéns, pese embora a delicadeza do tema.
Oxalá não seja nada de mau e se resolva com brevidade.
Não vai demorar muito a ser submetido a essa operaçãozita, já que agora as ditas pinças estão mais baratas.
Não sei se sabe, mas baixaram 1% ao IVA!
Suponho que no Hospital da Figueira tenham os meios para essa operação.
Será que não há entendimento entre Centro de Saúde e Hospital?
Parece-me mais um caso de má gestão do stock hospitalar. Convocam-no para uma cirurgia sabendo que não têm os instrumentos para a realizar ?
O défice do Estado tem que ser atacado , não podemos gastar mais do que temos...a questão será discutir as opções de investimento entre Auto Estradas e Hospitais, mais Estado ou menos Estado....etc
Amigo Guimarães:
claro que eu, morando a dois passos do Hospital da Figueira, coloquei a questão no Centro de Saúde, ao médico de família: o caso não poderia ser resolvido aqui?..
A resposta foi negativa por duas razões:
1- Esse serviço encerrou no Hospital da Figueira.
2- O Hospital dos Covões tem outros meios técnicos.
Foi o que me informaram os Serviços Competentes, pelos meios normais, que são os que costumo usar.
Amigo Agostinho ... penso que caiste no conto vigário! As pinças deveriam estar comtempladas no orçamento, tanto assim que ainda as vão comprar? E ainda só estamos no 1º trimestre. Eu creio que a pessoa que meteu água, se fosse ministro ou ministra já teriam pedido a sua demissão. No entanto, o teu fogo aponta no sentido contrário, embora compreenda.
José Vidal
Amigo Agostinho
A mim também já me aconteceu ir a uma consulta no Centro de Saúde, pedir que as análises fossem passadas para o hospital da Figueira, onde trabalhava, e responderem-me que, por ser beneficiário da ADSE, tinham de passar para os privados.
Coisas que ultrapassam o nosso entendimento!
Experimente entrar na nova porta, do lado dos contentores, e perguntar pela consulta de Gastrenterologia... Fica no último contentor, do lado das estufas.
Caro Agostinho: compreendo a tua indignação pelo mau funcionamento de um serviço hospitalar. Agora é sem dúvida abusivo fazeres a extrapolação do caso micro para a situação macro que eu comentava. Concerteza que ninguém pode aprovar o procedimento do Hospital, mas também ninguém aplaude a situação de quase insolvência do Serviço Nacional de Saúde que deve funcionar para acudir, prioritariamente os mais fragilizados.
Já agora, também já me retiraram um pólipo e está descansado que a coisa não custa nada! Boa sorte, para ti.
A minha inteira solidariedade nesta situação Agostinho. Embora não seja uma situação nada fácil e confortável na vida de um ser humano e que me desculpem os muitos leitores deste blogue, na realidade só poderemos mandar estes puliticuzinhos do controlo do déficit à merda. Eles pensam que somos parvos ou quê? Que não conseguimos ver os lucros da Banca. E que somos nós os contribuintes, os verdadeiros, que fomos obrigados a pagar o déficit. Devem andar a pensar que somos parvos. Só pode mesmo. Enorme Abraço para o meu Amigo Agostinho.
Qdo quiser entrar em contacto c o HDFF é só levar os dados q tem e ser-lhe-á logo agendada a polipectomia... desde Nov/07 q temos os meios p lhe assistir...
Qdo quiser entrar em contacto c a unidade de gastro do Hdff é só portador dos exames q tem, e ser-lhe-á agendada a polipectomia c brevidade já q é um serviço de q dispomos desde Nov/07... e com pinças!
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