domingo, 9 de maio de 2021

“Existe uma clara falta de liderança e de peso político na Figueira da Foz”

Pedro Machado, na "Primeira Pessoa", via Jornal Económico

Património como imagem

Especialmente em África, o património apresenta-se, hoje, como um dos bens mais importantes — financeiro, social e politicamente — para muitas sociedades...
Neste blogue, poucos dias após ter nascido, foi escrito o seguinte: “Numa Terra jovem como a nossa, onde o Património artístico e monumental é praticamente inexistente, terá de cuidar-se da preservação dos raros vestígios do passado.
Estou a referir-me concretamente às Alminhas, uma pequena edificação de 1917.”

Ao longo dos anos fomos alertando para a situação vergonhosa em que se encontra o monumento mais antigo da Aldeia da Cova-Gala.
Registo também este alerta do blogue COVA GALA...entre o rio e o mar, publicado no dia 16 de 2010: “Capelinha das Alminhas, a servir os crentes deste povo da Cova Gala na sua fé religiosa cristã desde 1917.
Um marco histórico de grande importância desta terra, que se deve sempre preservar...”

Com a desculpa da modernidade, muita asneira se faz...
Sem mais comentários, ficam duas fotos: 
Alminhas em 2008


Alminhas em 2021 depois de uma intervenção da JFSP e da Câmara Municipal

Domingo de chuva

Foto: Gabriela Amado

«Não sei um dia mas alguma coisa me doía

Ou talvez não doesse mas havia fosse o que fosse

Era isso sentia a grande falta de uma árvore»

Ruy Belo

sábado, 8 de maio de 2021

Para acabar de vez com a chatice...

A Figueira estava a tornar-se uma cidade chata, chata, mesmo chata...
Aliás, penso que já estava mesmo mais além. Já era mais do que chata, era chatíssima. 
Chateava e achava que não. Então, em dias como o de hoje, chateava mesmo.
E não sabia que era  chata, essa é que é essa. 
E isso é, provavelmente, a maior chatice.
Só que as coisas estão a mudar: o campo de futbeachgolf de nove buracos, situado junto à pista de atletismo do areal urbano, foi inaugurado este sábado, pelas 11H00.
E amanhã, se tudo correr normalmente, há-de haver outro e grande momento de diversão para acabar de vez com a chatice.
Já é tempo de uma chata, chata, mesmo chata, como a chatíssima Figueira, deixar de chatear, o que era uma enorme e grande chatice...
Viva a diversão que vem por aí...
Na foto, sacada daqui, fica o registo de um momento da inauguração do campo de futbeachgolf

Que gostaria de ver instalado no edificado do Cabo Mondego? (4)

 Via Diário as Beiras

Recomenda-se que ninguém pegue na ideia, porque senão a Figueira fica mais conhecida que as Caldas...

 Via jornal Público


A mudança...

Quando é que os figueirenses vão perceber que o essencial é discutir ideias e projectos políticos em vez de passarem o tempo a conspirar sobre putativos cenários, partindo de perfis pessoais?

Da série, em Outubro temos eleições autárquicas...

Imagem: Revista Foz, edição do mês de Maio de 2021
A
 Liberdade provoca desconforto nos instalados, por se sentirem ameaçados pelo exercício da Cidadania e pelo funcionamento da Democracia.
Os políticos querem ser venerados. Isso, porém, depende deles: sejam eficazes e honestos, na luta que dizem travar  contra a corrupção, o compadrio e o tráfico de influências. 
Assumam-se: governem para o Povo, que deveria ser o interesse nacional, em vez de cortejarem as oligarquias. 
Sejam radicais, mas no desmantelamento da desigualdade, do subdesenvolvimento, da miséria e da injustiça. 
Querem acabar com o populismo?
Governem para o povo, com o povo e pelo povo. Executem obras tendo em conta o bem comum, em vez de se preocuparem em colocar em funcionamento no terreno, máquinas para fazer propaganda e espalhar demagogia para tentar enganar o Povo e caçar o voto para mais 4 anos de mais do mesmo.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Meu caro Pedro: na Figueira nada se discute. Portanto, é "normal" que se ignore a importância do exercício da Cidadania, da prática da Liberdade e da ineixistência de uma verdadeira Democracia!

"A Revista Foz falou com autor do Blog Outra Margem. Um desafio que lancei ao meu tio. Um espaço que nasceu entre umas caminhadas/ conversas matinais entre casa e o "velho" Cabedelo. Nasceu também de uma relação especial entre tio e sobrinho.
O Outra Margem nasceu por acaso no dia 25 de Abril de 2006. Foi um dos últimos blogues a surgir no panorama da Blogosfera Figueirense. Hoje é o blog!
O Outra Margem sempre teve rosto. Sempre assumiu as suas opiniões. O anonimato nunca teve e não terá espaço neste blog.
O Outra Margem não é nenhum super herói de cuecas da Internet/ redes sociais. É sim um espaço único na cidade que fala de forma livre, independente e responsável sobre qualquer assunto.
Como a cidade ao contrário do que se pensa é castradora no pensamento e na liberdade de opinião, e depois de algumas "ameaças" o meu tio por gostar de mim convidou-me a abandonar o barco. Na altura fiquei triste! Ele sabe disso! Mas, explicou-me que tinha chegado o momento (por vários motivos, alguns até já referi).
Hoje, o Outra Margem é inteiramente da responsabilidade do meu tio. Se concordo com tudo? Não! Se admiro a sua coragem, verticalidade, independência ? Muito!
Obrigado tio! Talvez por seres um péssimo fotógrafo... hoje tenho a possibilidade de viver um dos meus sonhos (esta viagem no mundo da fotografia/fotojornalismo).
Não acredito que vá ser "pior" do que tu como dizes. Mas, o tempo dirá!..
Por agora, e para sempre. obrigado!"

O desafio, para a imprensa tradicional, da multiplicação das vozes no espaço público

Jornalismo livre. Liberdade de imprensa e de expressão. 
Estão aqui dois pilares onde tem de assentar uma sociedade livre, democrática e moderna. 

Porém, existe um problema. Entre os jornalistas e os poderes - nomeadamente o político. Mas, não só. As ameaças à liberdade têm origem em diferentes tipos de poder. O poder económico-financeiro tem o seu peso e a sua influência. Uma das formas de condicionar a liberdade é tornar inútil o jornalismo. Isso, consegue-se através da parcialidade, do enviesamento, do silêncio, da diversão, da coscuvilhice - para não falar da falta de investigação e de confirmação dos factos. Nuns casos as pressões vêm do exterior. Noutros têm origem no interior do próprio sector jornalístico. 

Hoje, existem outros desafios que advêm da multiplicação das vozes no espaço público. Nomeadamente, daqueles que partilham, comentam, observam, criticam e aplaudem. 
Isso colocou um novo desafio: que relações é possível manter entre estas novas vozes e aqueles a quem cabia, tradicionalmente, o privilégio do acesso à palavra pública e o papel da mediação dos diferentes campos sociais? 
Houve - e continua a haver - dificuldades de relacionamento. Houve, dentro da classe jornalistica, quem não conseguindo compreender e aceitar esta realidade que existe, tivesse optado pelo ataque. 
Contudo, esta nova realidade veio para ficar. Portanto, tentar desvalorizar e desqualificar as novas formas de participação cidadã, não resolve nada. 
O desanuviamento não passa por aí. Quem publica no espaço público tem de respeitar muitas das normas deontológicas que eram apanágio dos jornalistas, em tempos idos. 
A realidade no meio jornalístico, embora existam jornalistas probos e sérios, também mudou algo. 
Um democrata sabe a importância da Liberdade de Imprensa para a construção de uma sociedade moderna e progressista. Não para se sobrepor ou para usurpar a liberdade, mas para lhe dar um novo horizonte e um sentido partilhado e alargado.

Revista Foz: edição de Maio

Via Revista Foz...

"Já está nas bancas a edição de Maio da revista Foz, pronta para ir consigo para todo o lado, até para a piscina praia...


A entrevista ao Blogger mais controverso da Figueira da Foz, António Agostinho; as propostas do candidato do CDS-PP às autárquicas deste ano; a nova sede da ADB; o podcast "Figueira da Voz" e um mural que deslumbra ao pôr do sol no Cabo Mondego (ufa), são alguns dos outros temas que vai encontrar na revista deste mês.

Revista Foz, a revista que faz mais pela informação local."

Finalmente, o salvador!

Imgem via OBSERVADOR
Tudo indica que o salvador se vai apresentar. Depois de andar por aí, tudo parece indicar que está de regresso.
Atenção sebastianistas: o homem parece ter chegado. Aliás, apesar de ter sido tão requisitado por tanta gente, e em tanto lado, já anda por aqui há meses. Já realizou uns curtos passeios pela marginal, na Figueira, já colocou o pé na areia no quinto molhe, em S. Pedro, e na Murtinheira, em Quiaios, andou de galochas pelo palácio, em Maiorca, e tomou café na Emanha, junto ao Galante e de frente para o oásis...
O objectivo é simples: apanhar boleia para os paços do munícipio, na Saraiva de Carvalho. 
Está tudo preparado e a postos: a começar pelos os fazedores de campanhas, os inventores de passados políticos competentes e impolutos, os oportunistas do costume. E, alguns novos abutres, também...
O homem, já teve melhores dias, mas ainda sabe jogar. Deixou que um qualquer Doutor se esturricasse em 2017, quando era impossível fazer melhor contra Ataíde, e surge agora como cavaleiro andante portador da esperança. 
É certo que, até aqui, o discurso - e tudo o resto -  tem sido pobre. Contudo, para o que o querem, serve.
Perante este cenário, começo a pensar que tudo se inverteu. 
Vamos ao teste: que passa por confirmar se o eleitorado figueirense é o menos lúcido de Portugal... 

"PS reafirma total e inequívoca confiança e solidariedade com José Duarte"

Em resposta ao comunicado do PSD sobre o incidente da Assembleia Municipal, no qual o líder da bancada deste partido da oposição, Teotónio Cavaco, foi alvo de um “ataque pessoal” do presidente da mesa, o socialista José Duarte, a Concelhia do PS afirma, em comunicado, que, “mais uma vez, o PSD vem vitimizar-se de uma situação provocada por si próprio”
E, acrescenta, “o deputado do PSD vitimizou-se e saiu da sala, arrastando consigo alguns deputados do seu partido”
A concluir, “o PS reafirma a sua total e inequívoca confiança e a sua solidariedade com José Duarte, e vê nele o exemplo de um homem de caráter impoluto, cordato e fino trato pessoal e de um abnegado defensor do interesse público municipal”.

Finalmente, uma excelente notícia...

Pedro Simas:
"«Continuar a vacinar a bom ritmo, por faixas etárias», ter «todas as pessoas com mais de 60 anos vacinadas até final de Maio» e, finalmente, «vacinar a população com idades entre os 40 e os 59 anos»
É este o caminho que, segundo Pedro Simas, temos de percorrer até nos libertarmos das máscaras e das restrições sociais a que a pandemia de Covid-19 nos abrigou no último ano e meio."

"ODEMIRA: VIAGEM AO MUNDO DOS EMIGRANTES EXPLORADOS E INVISÍVEIS"

«“Também fui uma vítima. Depois, entrei no negócio, mas não quero voltar a essa vida. Os trabalhadores eram enganados e roubados... E não pode valer tudo só por dinheiro. Eu acredito na Humanidade.” 
A confissão de Vijay Kandel, 31 anos, surge, inesperadamente, durante uma conversa que acontece num velho banco de madeira do Largo Gomes Freire, também conhecido como “quintalão”, o local mais central de São Teotónio. Esta é uma das duas freguesias do concelho de Odemira enclausurada por uma cerca sanitária desde a passada sexta-feira, 30, devido ao elevado número de contágios de Covid-19 registados na região. A outra é Longueira/Almograve, a pouco mais de 20 quilómetros de distância. 

As quintas que contratam prestadores de serviços chegam a oferecer €9 por hora de trabalho, que pagam ao intermediário e não diretamente ao trabalhador, o qual recebe à volta de €3,70, depois de descontadas as margens dos angariadores, que só costumam garantir o transporte, já que as rendas são pagas à parte. 

Vijay Kandel não tem dúvidas de que a principal raiz do problema é a habitação. “Há poucas casas e muitas pessoas.” E os intermediários aproveitam-se disso, já que são eles quem, habitualmente, aluga as casas aos senhorios para depois as subalugar aos trabalhadores. “Quando são os prestadores de serviços a garantir o alojamento, vive muito mais gente na mesma casa porque eles só pensam em ganhar mais dinheiro com os funcionários”, diz. Um exemplo ilustrativo: numa habitação com quatro assoalhadas, e uma renda mensal de €500, podem viver cinco pessoas em cada divisão. Cada uma delas paga à volta de €125 ao angariador, que recebe €2 500, mais 400% do que a renda real. “É um bom negócio, não é?”, interroga, sabendo a resposta. 

Quanto aos líderes destas redes, Vijay Kandel é evasivo. “São imigrantes e portugueses porque é um bom negócio para todos.” Excepto para os trabalhadores. 

A Associação Solidariedade Imigrante tem vindo a denunciar casos de trabalhadores que veem os seus documentos retidos pelos patrões ou perdem o acesso online ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), essencial para solicitarem autorização de residência. Actualmente, o SEF tem 32 inquéritos-crime a decorrer em várias comarcas do Alentejo pelos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão de obra ilegal. E o Ministério Público está a investigar 11 casos de auxílio à imigração ilegal só em Odemira. O modus operandi dos criminosos é semelhante. Os trabalhadores ficam totalmente vulneráveis aos angariadores, que lhes alugam as casas, garantem o transporte e, até, a alimentação. Muitas vezes, também exigem avultadas quantias em troca de documentos legais, como contratos de trabalho, número de contribuinte ou de utente da Segurança Social (SS). Alguns cobram os descontos à SS, por exemplo, mas não os entregam ao Estado.»

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Erosão a sul do quinto molhe: de promessa em promessa até à desilusão final?..

6 de Janeiro de 2021: Erosão costeira a sul do Mondego: bypass móvel, para já, mais uma promessa...

"Para Carlos Monteiro, a utilização do bypass móvel naquela zona poderá assegurar a proteção das dunas artificiais, através da cobertura permanente com areia.

Contudo, aquele sistema de projeção de areias para as praias não impede a APA de poder vir a optar por outras soluções propostas pelo estudo que está a ser realizado na Figueira da Foz sobre a erosão costeira. Em causa está a transposição de três milhões de metros cúbicos de inertes da zona a norte do molhe norte para as praias do sul do concelho. Os resultados deverão começar a ser divulgados no primeiro trimestre deste ano".

"A transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, de norte para sul do Mondego, na Figueira da Foz, só deverá começar em 2023, quatro anos depois do anúncio do Governo, situação que a autarquia considera lamentável.

Em declarações hoje à agência Lusa, Carlos Monteiro, presidente da autarquia da Figueira da Foz lamentou o “atraso” da administração central numa obra “urgente” que visa combater a erosão nas praias a sul.

“Lamento este atraso. Embora parte dos prazos possam ser explicados pela pandemia, o período é demasiado grande para poder ser todo este atraso explicado pela pandemia. Os serviços centrais demoram muito tempo a fazer coisas urgentes”, argumentou Carlos Monteiro.

Concretamente, segundo Carlos Monteiro, a pandemia de covid-19 “não explica” o facto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter apresentado uma candidatura a fundos europeus para financiar a obra, mas também o projecto de execução e estudo de impacte ambiental – aprovada em Novembro de 2019 – e só ter lançado o concurso público, para a “elaboração do projecto de execução, estudo de impacte ambiental e relação custo/benefício”, no valor de 700 mil euros e prazo de execução de 12 meses, mais de um ano depois, a 18 de Janeiro último.

“Temos assumido grande parte da transferência de competências (da administração central). Mas é por isto que defendo a descentralização ou a regionalização”, frisou o autarca.

De acordo com Carlos Monteiro, que citou informação que lhe foi transmitida pela APA, o concurso para elaboração do projecto e estudo de impacte ambiental “ainda está para adjudicação”. Tendo um prazo de 12 meses para ser elaborado, só estará concluído em meados de 2022, a que acrescem os procedimentos de eventual aprovação, lançamento do concurso da obra propriamente dita e adjudicação dos trabalhos, que, se tudo correr bem, só deverão começar em 2023.

Por outro lado, a candidatura da APA aprovada pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), no valor de cerca de 14,5 milhões de euros (financiada a 75%, cerca de 10,9 milhões, por fundos europeus) aponta o fim da operação (a conclusão da obra) para Setembro de 2022, o que não deverá acontecer e pode por em causa os próprios fundos europeus.

“Não sei se vão pedir um adiamento (dos prazos) mas desnecessário. Às vezes, não se fazem obras por falta de dinheiro. Aqui é por falta de agilidade administrativa”, notou o presidente da Câmara.

À Lusa, fonte do POSEUR esclareceu que “podem acontecer várias situações” com candidaturas aprovadas, uma das quais o beneficiário (neste caso a APA) “informa que há um atraso e é feito um processo formal de recuperação temporal daquela operação e prolonga-se o prazo de execução da candidatura”.

No entanto, também existem situações de candidaturas aprovadas em que os fundos europeus podem ser perdidos: “Posso garantir que não atribuímos fundos se não forem apresentadas facturas para pagar a intervenção que está a ser feita. Temos candidaturas apresentadas há algum tempo e que a execução ainda é baixa, por exemplo apresentaram os projectos, mas ainda não entrou em obra, depende muito das situações. Só pagamos mediante a execução da operação na íntegra, não será pago sem ser feito o que é previsto fazer”, avisou.

“E também só vamos estar até 31 de Dezembro de 2023, porque a partir daí, acabou o POSEUR. Mas há casos muito excecionais, em fim de Quadro (comunitário de apoio), em que o beneficiário garante a operacionalidade da operação (neste caso depois de 2023)”, explicou.

A agência Lusa contactou a APA, na semana passada, pedindo informações sobre este processo, nomeadamente os prazos e quando será feita a adjudicação do estudo de impacte ambiental, mas não obteve resposta.

Em Junho de 2019, na vigência do anterior Governo, a então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, anunciaram na Figueira da Foz um investimento de 19,4 milhões de euros para melhorar as condições de segurança e operação na entrada do porto da Figueira da Foz e, simultaneamente, combater a erosão costeira a sul.

Na altura, Ana Paula Vitorino esclareceu que a intervenção permitiria “a remoção de três milhões de metros cúbicos de dragados da zona a norte do molhe norte do porto”, areia que iria “alimentar os troços costeiros na zona sul”.

Três milhões de metros cúbicos (m3) de areia representam um valor entre os cinco e os sete milhões de toneladas (a densidade da areia molhada situa-se entre os 1700 e os 2300 quilos por m3), o que equivale a uma fila compacta de camiões com cerca de 1.500 quilómetros.

O lançamento do concurso para a elaboração do projecto e estudo de impacto ambiental (EIA) estava agendado para o mesmo ano de 2019 e os trabalhos começariam em 2020, foi então anunciado, no âmbito de uma parceria entre a APA, administração portuária local e Câmara da Figueira da Foz."

Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, acabou por ser um teste ao funcionamento da democracia na Figueira...

Todos sabemos o que se passou em Quiaios. 
Assistimos ao funcionamento da justiça, embora lento. Foram os tribunais, no fundo o sistema de justiça, que apeou a presidente de junta Fernanda Lorigo do poder. O PS Figueira, a seguir, transformou um caso de Justiça num caso de política. 
"Os últimos desenvolvimentos – a Secretaria de Estado ao decidir-se pela constituição de uma Comissão Administrativa na freguesia de Quiaios - peca por extemporânea. O assunto deveria ter sido resolvido de raiz e sem delongas, logo que foi conhecida a sentença do Tribunal. O que se passou a seguir, com o PS a estrebuchar fazendo os possíveis e os impossíveis por esgotar os prazos, numa lógica de manter o poder pelo poder, nomeadamente levando à inviabilização da realização de eleições intercalares, como prevê a Lei em casos desta natureza, é do conhecimento geral e fica à apreciação dos eleitores.
Fica provado, se é que para alguns ainda não estava, que a CDU teve razão em todo o processo, desde o seu início, com a denúncia das ilegalidades cometidas e posteriormente sancionadas exemplarmente pelo poder judicial, e depois nas suas tomadas de posição sobre este lamentável assunto.
Faltam uns curtos meses para as Eleições Autárquicas 2021. A voz será dada de novo à população, esperando-se desta uma reflexão acurada sobre o que foi este mandato em Quiaios, eivado de ilegalidades e de incompreensíveis decisões, que resultaram em claro prejuízo para a população da freguesia. Ninguém mais é responsável pelos prejuízos, apenas o Partido Socialista ao mais alto nível no concelho ao apoiar solidária e publicamente, mesmo após a pronúncia do Tribunal, os réus entretanto condenados, sendo por esta via também o Executivo da Câmara Municipal responsável pelo arrastar da situação. Por mais que se esforcem em passar uma diferente mensagem, sacudindo despudoradamente “a água do capote”, esta é a verdade incontornável, nua e crua."

Aprovação pela CMFF das alterações ao edifício da Piscina Praia e Estalagem: em carta aberta, José Luís Cardoso ainda está "esperançado numa eventual reversão deste processo"..


"Caro Dr. Carlos Monteiro 
Foi com espanto e tristeza que tive conhecimento da aprovação pela CMFF das alterações ao edifício da Piscina Praia e Estalagem, tendo em vista a sua rentabilização como unidade hoteleira. 

Como figueirense orgulhoso da obra desenhada pelo meu pai, Arquiteto José Isaías Cardoso, não posso deixar de lhe transmitir o meu desgosto pelo destino, que antevejo inevitável, de banalização arquitetónica de um edifício classificado em fevereiro de 2002 como imóvel de interesse público. 

Não questiono a legalidade ou legitimidade do processo, que sei ter obtido o aval de entidades públicas supostamente responsáveis pela preservação do património classificado. Mas contesto a opção, que a CMFF promoveu e aceitou, de alteração substancial do desenho original de um edifício considerado pelos especialistas como exemplar marcante da arquitetura modernista da década de 1950, uma peça arquitetónica que é também exemplo raro de equipamento balnear público no contexto português da época. 

A pretexto da degradação efetiva a que o edifício foi sujeito nos últimos 25 anos – de que é exemplo marcante a remoção da icónica prancha de saltos e a redução do comprimento do tanque – a CMFF optou pelo mal menor de aceitar um projeto de alterações que reabilita o edifício à custa da degradação das razões que justificaram a sua classificação como imóvel de interesse público. 

Teria sido possível outra opção? Certamente que sim, se fosse mais elevado o nível de exigência camarária, se prioridade fosse dada à valorização de um bem arquitetónico público com utilização ajustada a novas formas de lazer, contrariando a inevitabilidade de uma concessão hoteleira de longa duração. 

O município da Figueira não dispõe de um património imóvel classificado tão vasto que lhe permita dar-se ao luxo de prescindir de um dos edifícios da cidade que mereceram a menção de interesse público. É essa marca única, que o edifício da Piscina Praia e Estalagem representa, que poderia ter sido valorizada como ativo patrimonial e cultural inestimável, que tantas gerações de figueirenses e veraneantes gostariam de ver perpetuado no futuro. Não como memória de um passado balnear que já não existe. Mas como símbolo perene e instrumento mobilizador de novos públicos, que sabem apreciar o valor de objetos arquitetónicos singulares, e por isso classificados. 

Estou certo que compreenderá a motivação, também familiar, da carta aberta que lhe dirijo. Esperançado numa eventual reversão deste processo, ficarei atento às soluções de conservação e valorização que a CMFF venha a encontrar e que o conjunto arquitetónico da Piscina Praia e Estalagem merece, dado o seu estatuto de imóvel classificado de interesse público. 

Com toda a estima, José Luís Cardoso"