quarta-feira, 27 de maio de 2015

Rostos da Arte-Xávega/ Costa de Lavos, 2015

Estes rostos fotografados pelo fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, são um retrato com gente dentro, gente sofrida e resignada, mas que continua na luta e labuta da pesca, agora na Arte de Pesca de Arrasto para Terra, modernamente designada legalmente pelas instituições administrativas e fiscais do Estado português com o nome oficial de "Arte-Xávega".
Durante este tempo mais quente, antes da chegada do Inverno, em condições por vezes bastante difíceis, vão tentar amealhar alguns cobres que lhes melhorem a parca reforma que obtiveram depois de uma vida longa de trabalho e de sacrifícios noutras pescas e noutros mares.

Citando o Professor Alfredo Pinheiro Marques, um grande defensor e lutador desta causa,  “a  Arte de Pesca de Arrasto para Terra é um tipo de pesca muito específico, muito especializado e bastante diferente (pois, na sua aparente simplicidade, é muito mais heróico e muito mais difícil e perigoso do que julgam os que nada sabem de mar), e que por isso não pode ser comparado com qualquer outro tipo de pesca praticada em qualquer outro litoral oceânico do mundo inteiro. É mesmo muito diferente, e muito mais impressionante, em coragem e em esforço,  do que os próprios modelos originais mediterrânicos da “Xávega”, islâmica, andaluza e algarvia, que lhe estiveram na origem há muitos séculos atrás, mas que entretanto já se extinguiram (ao longo do século XX), e que já não existem hoje em dia (no século XXI).  A Arte de Pesca de Arrasto para Terra, característica dos litorais portugueses da Ria de Aveiro e da Beira Litoral (hoje, legalmente, dita “Arte-Xávega”), é uma arte que nos nossos dias ainda continua a ser praticada por muitas centenas de homens e mulheres, desde as praias de Espinho até à Praia da Vieira de Leiria, e actualmente com o coração na Praia de Mira (depois de, outrora, ter irradiado sobretudo a partir das praias do Furadouro, Torreira e Ílhavo), e é uma das realidades mais impressionantes, mais autênticas e mais simbólicas — e, por isso, mais importantes — daquilo que continua a ser, ainda hoje, Portugal: um país dividido entre o Passado e o Futuro, um país sempre adiado, e sempre sem conseguir descobrir o seu caminho, entre a tradição que não consegue manter e a modernidade que não consegue construir. Um país sempre mergulhado no seu subdesenvolvimento secular e na sua insustentabilidade económica. Mas que, nem por isso, pode ou deve sacrificar os mais autênticos e verdadeiros exemplos da sua identidade nacional e da sua cultura secular em nome de quaisquer cegas burocracias estatais normalizadoras, ou de quaisquer imbecis aculturações televisivas, ou de quaisquer bizantinismos “culturais” “modernizadores”, ignorantes das verdadeiras tradições e identidades locais.”

"... ainda bem que tivemos uma saída limpa e o país foi libertado da troika!.

A titular das Finanças, Maria Luís Albuquerque, "uma ministra que sabe o que quer".

Já se estava a sentir a falta de um grande filme…

Entretanto, o "grande filme" parece que vai tornar-se numa "grande novela"...
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos considerou esta quarta-feira que o relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) “não é isento, nem idóneo”, e reiterou o pedido de demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, precisamente Paulo Núncio!

Em tempo.
A minha paciência já não é a mesma e, por isso, não sei se vou conseguir acompanhar os próximos episódios.

O problema não é de linguagem, o problema é a falta de coerência na atitude...

“Alguém disse que “a única coisa constante na vida é a mudança”. Pena que muitos de nós só se dão conta desta realidade, às vezes muito tarde na vida. Muitas vezes, mesmo muito tarde. Laborar no passado é um erro que não conduz a lado nenhum. Dele deveremos aprender as lições que nos permitam no presente projectar o futuro. De uma forma dinâmica, isto é, mudando, mudando sempre… mas para melhor, como disse Winston Churchill. Ora, não é possível mudar a olhar para trás. Nem é possível dar cobertura a uma reivindicação justa com argumentos de retorno a um passado que passou. Vem isto a propósito da petição pública posta a circular acerca da limpeza do areal da praia da Figueira. Nada mais justo, como justo será exigir manter limpa toda a cidade e todas as praias e o resto do concelho. Mas não com argumentos de retorno ao passado. “Conferir aquela imagem que a mesma sempre apresentou” parece justo, mas qualificá-la com argumentos do passado é esquecer que, tal como nós, a praia também mudou. Já não é a mesma. Como a Figueira não é a mesma. E, das duas uma: ou estudamos a possibilidade de trazer “o mar à cidade”, e, concomitantemente a areia às praias do sul, ou aceitamos que, com limpeza ou sem ela, se mantenha o extenso areal. Com ou sem projecto. Sei que a questão é muito mais complexa. Por isso deve ser amplamente discutida. Será que alguém quer mudar para melhor?”

Depois de ler a crónica de hoje publicada pelo eng. Daniel Santos  no jornal AS BEIRAS, lembrei-me do seguinte:       
1. No fim de semana passado, como a foto sacada daqui mostra, o nacional de Enduro teve uma jornada na nossa cidade. Os pilotos estiveram  mesmo na praia da Claridade, onde foi  traçado o “Enduro Test” (6 Km).
2.No princípio deste mês de maio, no mesmo local, tivemos "um dákar de pacóvios".

Fica a pergunta:
Como é que o presidente da Câmara, João Ataíde, pode garantir  que a autarquia continua a preservar a vegetação da praia, alegando que esta opção está tecnicamente sustentada, se não se opõe à realização de iniciativas como as acima citadas num local que está em processo de renaturalização?
O problema não é a linguagem, o problema é a atitude.
Qualquer dia acordamos todos com a cara enterrada no matagal da praia da Calamidade...

A equipa de design do homem sabe mesmo o que anda a fazer?..

Olho e vejo também o amarelo no sorriso...

terça-feira, 26 de maio de 2015

Coincidência, era eu ser faquir e andar a vender pensos rápidos!..

Hoje, ao passar dei conta que uma máquina, esta manhã, começou a fazer alguma coisa...
Há muito por fazer, como as fotos que podem ver aqui demonstram.

Em tempo.
Fica o agradecimento a quem me avisa, de vez em quando, que, aqui e ali, coloco umas vírgulas fora do lugar e me ajuda a colocá-las no sítio...

A memória e o interesse

“Poucos anos depois da criação da ACIFF (1835), Henriques Seco, lente de Coimbra, inscreveu como factores do  progresso da Figueira da Foz a existência do porto, a fácil comunicação com o interior (através do rio), o génio dos seus habitantes, o afluxo de banhistas e o comércio do sal, do carvão, vinhos, cereais e frutas das beiras.
O que mudou desde então para hoje?”  - citei o vereador António Tavares.

Assim, de repente, olhando para o presente, apetece responder que mudou quase tudo…
E, na Figueira, para pior.
Porém, a memória é quase sempre um lugar escorregadio. 
O passado,  traz à memória poeiras sopradas pelos ventos. Podem ser simples constatações, ou verdades.
O tempo, essa coisa que estraga os corpos e as mentes, é inflexível para todos nós.
Eu sei que o consensual era isto: caminhar despreocupadamente a olhar para  o paraíso em  que este executivo transformou a Figueira em apenas quase 6 anos...
Contudo, a meu ver, o importante é respirar – sobretudo,  a saudade do futuro, apesar do passado recente e do presente que esburaca o meu optimismo.
Por isso, do que depender de mim, não vou permitir alienações que me roubem o  horizonte – que é o futuro.
E, pelo menos no meu  futuro não cabe este passado recente, protagonizado pelo vereador Tavares e a equipa de que faz parte.
Modéstia à parte, a minha memória está cada vez melhor. 
Ou é isso, ou ando-me a esquecer de me esquecer.

Em tempo.
Para aquelas pessoas que, porventura, achem que a minha memória não conta para nada, eu acho que elas é que deixaram de ter interesse...

Carlos Costa…

Cito o Económico.
 “O Governo já convidou o Governador do Banco de Portugal a manter-se para mais um mandato. Carlos Costa aceitou”.
Carlos Costa, o regulador preferido dos que deveriam ser  regulados, pois é o que menos regula

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Figueira, um concelho em processo de renaturalização?..

Esta foto de António Agostinho, dá conta do abandono a que está votado o Cabedelo. Mais fotos aqui
Por brincadeira, diz-se pela Figueira que já tivemos a carraça das Abadias, a pulga da praia (outrora da Claridade, agora da Calamidade) e, neste momento, temos, em pleno processo de evolução, o caruncho do Cabedelo.
Esta Câmara faz lembrar aqueles miúdos, com um cheirinho a atraso, mas que ainda não podem ser considerados deficientes. Contudo, tal como com aqueles miúdos, vê-se – mesmo  olhando de longe - que não está tudo bem por aqueles lados…
Antes de publicar esta postagem mostrei as fotos a  alguém… Arregalou os olhos até ao excesso e disse apenas:  “não percebo!”
Nem eu, confesso. Tanto mais,  que o gabinete de agitação e propaganda da nossa autarquia, reconhece que “do rico património natural existente é de realçar os 12 km de praias de “finas areias”, onde pode apreciar a inconstância do rebentar das ondas espumosas e salgadas do Atlântico. Na sua maioria, com águas de “qualidade ouro”, reconhecidas pela chancela europeia da “Bandeira Azul”, estas praias fazem do concelho um destino de praia por excelência e são um convite ao lazer, a longas caminhadas à beira de água, mas também ao repouso ao sol.”
Figueira,  um concelho em  processo de renaturalização, ou uma cidade que tem um poço de petróleo  – as suas praias – e o está a deixar arder por incompetência?...
Do alto da experiência dos meus mais de 60 anos,  já ouvi falar da velhice e da morte e dessas coisas todas…
No entanto,  no que me diz respeito, continuo a acreditar que tudo  não passa de rumores…
Espero que os políticos figueirenses tenham mais noção da realidade do que eu.

Farturinha pré-eleitoral…

“Ministro da Defesa anuncia 6.088 promoções nas Forças Armadas”

O meu problema com os políticos é sempre o mesmo: é aquela parte de acertar na maneira de como eu e eles olhamos para a realidade...

"O Porto da Figueira da Foz volta a bater recordes e é inegável a sua importância para o desenvolvimento da economia local e regional. O papel que o porto desempenha na movimentação de carga, facilitando o escoamento de bens produzidos no concelho e contribuindo para o valor das exportações concelhias deve ser cada vez mais realçado. A movimentação de mercadorias no primeiro trimestre deste ano aumentou 17,5% em relação ao período homologo, constituindo assim o melhor trimestre de sempre. Estes bons resultados são fruto de uma comunidade portuária cada vez mais empenhada no crescimento desta infraestrutura portuária e na afirmação, cada vez mais consolidada, do Porto da Figueira no panorama nacional. O porto figueirense é um dos poucos portos nacionais que tem uma balança comercial positiva, ou seja, em que o valor das exportações supera o das importações. Com efeito, cerca de 60% da carga transacionada no porto tem como destino o estrangeiro, valor muito significativo e animador. Estes números são o reflexo de um crescimento do principal cliente do porto, a fileira da pasta e do papel, mas também de um aumento das exportações de outras empresas da região, que utilizam o porto da foz do Mondego como porta de saída para o mundo. É por isso vital para o concelho saber utilizar esta enorme vantagem competitiva, para captar mais investimento. Apesar desta superação de objectivos o porto continua a lutar com dificuldades no que respeita às dragagens, que durante o ano passado constituiu uma enorme dificuldade para actividade portuária e um gigantesco risco para a frota pesqueira. Esperemos que a nova administração do porto, consiga ultrapassar essas dificuldades." 

Em tempo.
"Porto seguro", é o título desta crónica de Miguel Almeida.
Entretanto, pelo caminho, vão ficando as pessoas que vão morrendo nos acidentes marítimos à entrada da barra. Mas, isso, é só um pormenor que preocupa alguns patetas como eu. O importante são os números dos recordes das toneladas.
Enfim, estamos a viver um momento em que quase apetece arrumar as botas, que a razão já tem pouco a ver com o que se passa e vai continuar a passar nesta bela cidade da Figueira da Foz, em particular, e no país, em geral. 
Mas, tenhamos um restinho de esperança: um dia ainda hão-de ser de forma genuína as pessoas a contar.

Honestidade!..

Maria Luís Albuquerque: "é honesto dizer aos portugueses que vai ser preciso fazer alguma coisa sobre as pensões para garantir a sustentabilidade da Segurança Social. E essa alguma coisa pode passar, se for essa a opção, por alguma redução mesmo nos actuais pensionistas. Se isso for uma distribuição mais equilibrada e razoável do esforço que tem de ser distribuído entre todos, actuais pensionistas, futuros pensionistas, jovens a chegar ao mercado de trabalho, se essa for a solução que garante um melhor equilíbrio na distribuição desse esforço, é aí que nos devemos focar".

Em tempo.
E é honesto avisar os que dentro de cerca de 4 meses vão votar para escolher um governo e um primeiro-ministro para os próximos 4 anos, que quem optar pelo partido da senhora ministra, vai lixar, mais uma vez, os gajos e as gajas que trabalham, trabalharam ou venham a trabalhar em Portugal, e que não chegarem a ministros.
Será a esses, aos que trabalham, trabalharam ou venham a trabalhar em Portugal, e que não chegarem a ministros, que se cortarão ainda mais os salários, que se cortarão ainda mais as pensões, que se aumentarão ainda mais os impostos.
Por fim, por falta de dinheiro - a opção terá de ser feita, ainda mais, entre comer e os remédios para as maleitas... - tira-se-lhes o acesso aos medicamentos, na esperança de que morram rapidamente e assim aliviem os encargos sociais.
Não se esqueçam que a crise pode estar dentro das nossas cabeças...

Algo de novo: PDR coloca "Portugal à gargalhada"!..

Os ânimos exaltaram-se, Marinho Pinto mandou suspender as votações e falou de um "assalto" ao partido por uma "multidão de uma confissão religiosa".
“Vieram de autocarro, gente que não estava inscrita, roubaram fichas que estavam aqui espalhadas pelos balcões e puseram-se na fila para votar. Tínhamos molhadas de papéis em cima da mesa que desapareceram de repente”, explica, a olhar para todos os lados, e sem querer que o seu nome fosse citado.
“Foi a seguir ao almoço. Eram hordas da Igreja Maná”, continua, assertivo. Mas de repente cala-se. Um grupo de três pessoas que estava ali perto, chega-se ao balcão e pergunta: “Está tudo bem? Estão a olhar torto para nós? Pagamos impostos, temos os nossos direitos”, fala a rapariga loira, para logo desaparecer de vista.
“Está a ver? São estes. Todos brasileiros”, murmura o homem. E depois justifica a aparente falta de organização: “Somos um partido novo, estavam aqui as coisas todas à vista, as caixas, e olhe, agora está tudo cancelado”. Ri-se, meio nervoso, enquanto atende uma outra senhora que se dirige ao balcão: “Não é aqui que existe uma exposição de quadros?”
Não. Aqui, no Fórum Lisboa, decorre a primeira Assembleia de Filiados do Partido Democrático Republicano, que de manhã havia eleito, sem margem para dúvidas, Marinho Pinto como presidente. 494 votos a favor, 7 votos em branco, 3 nulos e zero votos contra.
Alexandre Almeida, antigo militante do MPT (Partido da Terra), que elegeu Marinho Pinto como deputado ao parlamento europeu, decidiu apresentar uma lista concorrente ao conselho nacional do partido. Pouco tempo antes de as votações se iniciarem, começaram a aparecer várias pessoas que se inscreveram e receberam uma credencial. Dirigiram-se então para as mesas de voto.

E esta é a segunda versão do que aconteceu, pela voz de Alexandre Almeida e Luciana Almeida, mulher do candidato. “Eu sou aqui o palhaço de serviço”, disse logo assim de rajada o antigo companheiro de partido de Marinho Pinto. “Apresentei uma lista ao conselho nacional, íamos ter uma excelente votação. Quando perceberam que a coisa não estava a correr bem…” Luciana interrompe. “Ele falou de uma cambada de brasileiros de uma determinada religião. Mas eu tenho de dizer qual é a minha religião para votar? Sou filiada desde 20 de Janeiro.” Luciana é brasileira e trouxe familiares e amigos que se inscreveram para votar.
Mas autocarros, não. “Eu vim de autocarro, mas de autocarro da Carris, que sou aqui de Lisboa”, diz Alexandre Almeida.
Perante a quantidade de pessoas que se juntava às filas para votar, e alegando a estranheza de tantas caras que nunca ninguém do partido tinha visto, Marinho Pinto foi avisado. Imediatamente saiu de dentro da sala do Fórum Lisboa. “Vieram avisar-me e eu vim ver. Fui ao serviço e disse «parem aqui a votação», dirigi-me à presidente da mesa e mandei suspender”, conta ao Observador.
Marinho Pinto é, a partir de ontem, o presidente do Partido Democrático Republicano. 
Um partido com um presidente, sem conselho nacional e com uma confusão de filiados.

domingo, 24 de maio de 2015

E que tal perguntar aos interessados?..

João Damasceno, o presidente da ACIFF, na oportunidade, perante  António Tavares, vice-presidente da câmara,  e o ministro Poiares Maduro, defendeu a necessidade que a Figueira Foz tem de se se preparar para responder aos desafios que a região, o país e a Europa lhe colocam. Um desses reptos tem a ver com os refugiados, advogando que a cidade se posicione para recebê-los, tal como fez durante a II Guerra Mundial.
Falta saber:  quando os refugiados souberem o que é Portugal e a Figueira, será que quererão vir para cá?..

Fatalismo?..

Ser inteligente é ser um desgraçado. O imbecil é feliz. 
Mas o animal também. 

Vergílio Ferreira

Em tempo:


Quem é (mesmo) Passos Coelho?

O país político - sobretudo certa comunicação social - passados quase 4 anos, parece continuar  deslumbrado com Pedro Passos Coelho.
As televisões, certos blogues, as rádios e os jornais continuam a tentar dar a parecer que o homem é um aluno bem comportado, muito asseado e com a lição desmesuradamente estudada.
Ele tenta colaborar: continua a falar sem mexer um músculo que seja. Porventura, continua a achar que a maioria dos portugueses esperam dele grandes feitos e obras!
Sem  ter feito os ditos feitos e obras de que tanto se gaba - tanta eficiência, tanta eficácia, tanto deslumbre!..  -  espero estar cá para ver  o que acham os portugueses,  em Outubro próximo, de Pedro Passos Coelho: um homem que não dá conselhos e  a quem  já não contam uma boa piada há mais de 20 anos!..
Por mim falo: não tenho expectativas deste governo, desta maioria e do maior partido da oposição.
O neoliberalismo vai continuar a  avançar por cima dos cadáveres consumidos pelo passar do tempo, pela mágoa da injustiça e com a  indiferença  do fútil social em que vivemos.
E tudo vai acontecer a uma velocidade tal, que os fracos de espírito,  ou os camaleões, não vão conseguir suportar. Vão acabar por desesperar e por morrer politicamente,  desconexos do meio, abandonados  na valeta do esquecimento.
Em Outubro iremos constatar o óbvio.

Pela boca morrem alguns peixes

A foto acima foi obtida pelo bloguista a partir da zona do farol do molhe sul, num dia de vento e ondas. 
Neste local, onde até os pensamentos têm cor, podemos encontrar a verdadeira e própria liberdade.
São os solitários, os poetas, os que precisam do mar, das ondas e do seu som, para que os seus pensamentos vão com elas e caminhem pela liberdade dos grandes e amplos espaços.
Quem, como eu, gosta de coisas simples e de borla, fazer uma caminhada pelo paredão do molhe sul do estuário do Mondego, é ir ao encontro de um mar limpo e fresco. Caminhando obrigatoriamente para poente, chega-se junto ao farol que sinaliza a ponta do molhe - aí, o mar já se esqueceu do rio e encontrou a sua vocação atlântica. 
Entretanto, mesmo por muito distraído que se seja, percorrendo aqueles cerca de 900 metros, contados a partir do Parque de Campismo do Cabedelo, damos conta que existem dezenas de pescadores desportivos. Dá também para observar facilmente que alguns - poucos - peixes morrem pela boca, no anzol das canas dos pescadores. 
Um dia destes, naquela muralha artificial, de cimento e pedras, que entra pelo mar dentro e que serve também para separar o rio do mar, e a que chamam molhe sul, um peixe em agonia, atirado para cima da superfície rugosa e imperfeita do piso do molhe por um pescador, quase que parecia que me queria atacar os pés. 
Ultrapassado o percalço, prossigo, determinado e firme, a caminhada pelo molhe em direcção a poente, rumo ao farol, no local onde as ondas embatem nas pedras com violência, como se dissessem ao paredão que, dado o barulho, as palavras aí são desnecessárias, por incompreensíveis. Contudo, ainda ouço alguém, que ficou para trás, dizer: “este é dos gordos…” 
No ar havia um cheiro intenso a maresia - lembrava um perfume tépido. O vento, era apenas uma miragem, como que uma bruma coberta de sonho. Do céu, limpo de nuvens, o sol enviava raios de calor. 
Assim somos todos nós. Num dia cheios de imaginação e vida, ligamos aos pormenores. 
No outro, já somos apenas uns restos, que a natureza se encarregará de desintegrar. Depois, seremos esquecidos pela maioria. Um dia, ninguém sequer saberá que um dia existimos. 
Tudo perfeito, portanto: um dia o incauto compreenderá o chão que pisa. 
Fica aqui partilhado este  meu primeiro olhar de hoje. 
Como, aliás, acontece em silêncio todos os dias, foi na direcção ao mar da minha Aldeia -  forte, imenso, límpido, azul e denso.
Talvez, quem sabe, apenas a sonhar com poesias feitas de mar. 
Bom domingo para todos.