Foto sacada daqui
O Carnaval foi cancelado. O confinamento
impede saídas para festejar, mas a câmara municipal da Figueira da Foz “leva” a festa à casa
dos figueirenses, através
da página do municípiono Facebook. O programa
alternativo consiste na publicação de vídeos de desfiles realizados no “sambódromo” chamado avenida
do Brasil e depoimentos, a
partir do fim semana e até
terça-feira.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Na Figueira é sempre carnaval: mesmo quando é cancelado, a câmara "leva" a festa à casa dos figueirenses...
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Está aprovado para 2021 o maior orçamento municipal de sempre na Figueira
Há muitíssimo a concretizar. Desde logo, definir o que é “qualidade de vida”, para nós e para as gerações futuras. Esse, mais do que um desafio, é nossa responsabilidade geracional - passa por balizar o que estamos dispostos a fazer para melhorar a qualidade do ar que respiramos, a água que bebemos, a comida que ingerimos e a paisagem que queremos preservar.
Um concenlho moderno, democrático e gerido com responsabilidade discute-se, interroga-se, renova-se e define objetivos que visem abranger a população. Só assim seria possível progredir rumo a patamares mais elevados de bem estar, felicidade e justiça social e ambiental. Isso, no fundo, resume-se numa palavra: palavra “desenvolvimento”.
O orçamento municipal para 2021 tem isso em conta?
Não o conheço em profundidade. Mas, pelo que tive oportunidade de assitir no decorrer da sessão camária de ontem, parece-me ser mais do mesmo e desfasado da realidade que é o concelho da Figueira da Foz.
Temos a intenção do aumento do desperdício de milhões de euros, replicando más práticas de um passado recente.
Fica um desejo, fácil de concretizar, para 2021: que haja honestidade intelectual na governança da Figueira.
O pior que nos podia acontecer, face aos desafios fáceis de advinhar que temos pela frente, era termos políticos que dizem uma coisa e depois fazem outra.
Quem é que acredita que isto vai ser realidade, ou, pelo menos, ter avanços significativos em 2021?domingo, 25 de outubro de 2020
Figueira: foi uma vez...
Figueira, um concelho a empobrecer.
Essa é que essa, como escreveria o Eça...
Não a empobrecer por causa da pandemia, que apenas agravou e tornou indisfarçável esse empobrecimento, mas de antes, de mais de 4 décadas sem rumo.
Sem emprego para os jovens e a morrer de envelhecimento.
Fechou-se a maternidade, que vinha do tempo da «outra senhora». Ter filhos, na Figueira, ou na maternidade da A14, passou a constituir um misto de loucura e coragem.
Figueira, que foi uma vez uma terra de liberdade.
É claro, que não perdeu liberdade em termos formais. Neste concelho, em matéria de liberdade, sempre se publicitou muito mais do que aquilo que se concretizou.
Mas a perder liberdade de facto. Famílias com menos oportunidade de escolha na educação a dar aos seus filhos. Casais com menos rendimento e maiores encargos, com menos infraestruturas públicas que impostos, sem horários nem apoios, impossibilitados de terem filhos. Trabalhadores sem expectativas de promoção. Empresários sem incentivo para promoverem. Jovens qualificados, sem saídas profissionais.
Figueira, que foi uma vez, terra de esperança, que desistiu de si e do futuro.
Figueira, um concelho que continua agarrado à grandiloquência do passado. Mas, um concelho sem qualquer visão de futuro. Um concelho onde é sempre carnaval: demasiadamente ocupado em gastar no dia-a-dia o dinheiro que existe, sem querer investir solidamente num futuro sustentável e sem qualquer aposta na sua emancipação.
Um concelho em que os jovens qualificados só “fora” podem esperar oportunidades.
Um concelho ao longo de décadas domesticado pelos partidos políticos, com avenças e lugarzinhos para distribuir pelos indefectíveis, sem que a competência seja - vagamente sequer - critério.
Um concelho de jovens sem expectativa de futuro, presos ao presente em casa dos pais.
Um concelho sem esperança, onde para pagar uma dívida que deveria estar mais do que prevista em termos de orçamento, em vez de tentar um acorde de pagamento recorre a mais um empréstimo, empurrando com a barriga para a frente, para ter mais dinheiro disponível, para continuar a fazer disparates urbanísticos.
Figueira, uma terra de políticos incompetentes.
Neste concelho, manda o executivo camarário mais incompetente de que há memória, suportado numa maioria absolutíssima e mais acéfala que se poderia imaginar.
Uma oposição, em grande parte conivente e folclórica, também impreparada, compõe o ramalhete.
Dois terços do principal partido da oposição, comporta-se como uma espécie de Dupont do Dupont que está no executivo.
Estes dois terços da oposição, ávido e faminto de umas migalhas que lhe caiam da mesa, vai fazendo o seu papel de dividir o que sobra da oposição.
Chega, CDS e os dois terços da oposição que têm sido a muleta da situação, não estão a dormir para acabar com o resto...
A Figueira ainda não morreu definitivamente
Mas, por este caminho, já não falta muito.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Na Figueira é sempre carnaval: iluminações, fogo-de-artifício, pista de gelo gigante, Natal pelas freguesias e, etc.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
A Estátua do Pescador era para estar no centro da rotunda desde 15 de Junho passado, mas só agora a Câmara vai lançar o concurso!..
"Numa terra de pescadores, na conferência de imprensa, lançou-se a rede sobre as obras da frente marítima de Buarcos. Carlos Monteiro adiantou que a estátua do pescador regressará ao centro da rotunda que lhe dá nome até 15 de junho. O autarca ressalvou, contudo, que há concurso de obras públicas que ficam desertos e que continua a faltar mão de obra."
O figueirense comum, como é o meu caso, normalmente distraído, até pensa que a estátua do pescador já tinha regressado ao centro da rotunda, que é onde está, só que da rotunda que existia naquele local, antes desta infeliz intervenção em curso.
Distraído como sou, tinha a ideia que as obras na Figueira estão a decorrer em bom ritmo! Porém, olhando com alguma atenção (não é preciso muita), damos conta que, na realidade, tal não acontece, nem nesta nem em nenhuma obra actualmente em curso no concelho da Figueira da Foz.
No fundo, acabou por não garantir quando vai haver estátua do pescador no centro da rotunda.
Na Figueira é sempre carnaval...
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Na Figueira é sempre carnaval (também em 2021): decisão será tomada depois do verão....
Via Diário as Beiras.
A Câmara da Figueira da Foz e a organização do Carnaval, a cargo da Associação do Carnaval de Buarcos/ Figueira da Foz ainda, ainda não decidiram se vai ou não haver desfiles em 2021. Tanto a autarquia como os organizadores vão adiar a decisão até ao limite, dada a incerteza que, neste momento, existe em relação à evolução da pandemia e às medidas sanitárias que, entretanto, possam ser adotadas.
segunda-feira, 11 de maio de 2020
quarta-feira, 6 de maio de 2020
A Figueira e "o fututro"...
O problema é que apostar no desenvolvimento, isso quereria dizer que se apostava a longo prazo.
Uma boa parte dos autarcas deste país, porém, gasta o seu tempo, a sua argúcia e a sua imaginação em busca de projectos para encher o olho ao povinho eleitor.
A lógica é a de fazer obra.
Esta lógica política conduz a estratégias aberrantes que comprometem o futuro.
Quando se gastam fortunas para trazer reis do carnaval, patrocinar sunset´s, realizar grandes festas de fim-de-ano, fica para trás, por exemplo, a cultura, a educação e o desporto.
Quando se aposta no espectáculo estagna-se o desenvolvimento.
Ainda bem que na Figueira não é assim, como o texto publicado no Diário as Beiras, assinado pelo presidente Carlos Monteiro, amplamente demonstra.
Para ler, clicar aqui.
Nada como pensar o futuro com pessoas de futuro.
Mudar já, é necessário.
Isso, implica pensar e mobilizar gente. Gente capaz de manter o poder.
Os votos (alguns de oportunistas...) não hão-de faltar, assim como certamente não há-de faltar dinheiro para uma campanha eleitoral abonada...
terça-feira, 31 de março de 2020
"Talqualmente", como diria Odorico Paraguaçu, “a sem-vergonhice” é isto...
Mário Martins. Não podia estar mais de acordo. Mas, isto não acontece por acaso. Eu também ando a dizer isto há anos, mas de outra maneira: é sempre carnaval.
Nisto há interesse. "Os pecadores dão para aliviar os seus pecados; os políticos para angariarem os votos dos eleitores.”
Contudo, e isso merece relevo, tudo começa e acaba no povo.
No povo, sim, essa mole amorfa e quase sempre inerte, que na sua acção diária exerce já suficientemente a sua capacidade de destruição.
De 4 em 4 anos, tem-se acentuado a propensão ao colapso das composições sociais, no sentido em que, ao massificar o voto, se potenciou e estendeu o poder popular e ecológico de destruição.
Na Figueira, que é o caso que conheço melhor, pretensa e maioritariamente, o povo tem a mania que é de esquerda.
E, pensa, que vota na esquerda!.. Porém, o nosso concelho foi sempre governado à direita: imperaram, sempre, os interesses do betão. Veja-se o que fizeram à marginal entre a Figueira e Buarcos. E a obra continua em curso...
Foi sempre assim em Portugal. E também na Figueira: o eleitorado, de vez quando, cansado das promessas socialistas, que fazem tábua rasa do que apregoam em campanha, 4 anos depois, costuma votar à direita.
Assim aconteceu aqui em 1997.
A seguir queixou-se!.. E tornou a votar no PS. Assim aconteceu em 2009.
Só um povo esclarecido me convenceria que, afinal, os figueirenses, tal como os outros portugueses, estão certos...
Em última instância, entenda-se, o povo é uma arma de destruição em massa.
E os oportunistas, sempre rindo-se dos idealistas!
Não quero ser fatalista, até porque este tempo de isolamento social não ajuda, mas este povo é uma desgraça.
Longe vão os tempos em que as palavras de Abraham Lincoln, "a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo", tinham algum significado!
Hoje, para quem está no poder executivo na Figueira, se as conhecerem, não passam de uma frase bonita para que olham com indiferença...
Na Figueira, o povo gosta de circo e carnaval. Portanto, se o povo quer circo e carnaval, o Imperador, os imperadores, deram - e vão continuar a dar - circo e carnaval ao povo!
Citando Eça.
“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. O povo está na miséria. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. O tédio invadiu as almas. A ruína económica cresce. O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. O Estado tem que ser considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo”.
segunda-feira, 16 de março de 2020
Da série, numa cidade de grandes manifestações culturais, a começar pelos grandiosos carnavais, é necessário alienar as pessoas com propaganda sobre "teatro municipal"?
"Algumas dos meus colegas cronistas têm tendência para dizer que “sim” a toda e qualquer construção de nova infraestrutura. Contudo, o paraíso económico, a prosperidade ilimitada, recursos infinitos, o Estado que investe sem “rei nem roque” é obviamente uma falácia. Não existe tal possibilidade orçamental, não podemos ter tudo, piscina municipal, piscina de marés, museu do mar, teatro municipal, etc. Isto num país altamente endividado e num concelho ainda a pagar as dívidas contraídas no final dos anos 90, início deste século. Portanto, dizer que “sim a tudo” é querer ficar bem na fotografia, “enganando” os leitores quanto à viabilidade a curto prazo de tanto investimento em infraestruturas. Um Teatro Municipal na Figueira da Foz? Não faz muito sentido, temos o CAE, dezenas de coletividades e alguns espaços municipais onde é possível fazer teatro. O “Teatro Municipal” já existe, situa-se onde há grupos a representar. Uma parte fica no Sítio das Artes, onde o Páteo das Galinhas dinamizou nos últimos anos dezenas de peças e milhares de horas de atividade teatral. Deve-se este fulgor à iniciativa de um grupo de pessoas que amam o teatro, com particular destaque para a “Bé” Cardoso (recentemente falecida) – uma mulher comprometida com as artes e que deu um grande impulso ao teatro amador na Figueira da Foz. Para estes amadores não é necessário muito apoio institucional, muito menos um edifício pomposo a dizer “Teatro Municipal”. Precisam sim de um “Sítio das Artes”, polos de criação artística com capazes de criar sinergias entre pessoas, albergando diferentes grupos com interesses diversos. Termino este artigo com uma referência oportuna ao grupo cénico da Sociedade Boa União Alhadense. Um outro bom exemplo de “Teatro Municipal”. Fazem teatro sem esperar que haja grandes apoios, dando vida aos vetustos edifícios de várias coletividades mostrando aí a sua arte."
Via Diário as Beiras
Nota OUTRA MARGEM.
Importante era conseguir que o verão passasse a ser em Fevereiro. Até na Figueira, o frio esfria. Problema - e grande -, pois o evento é ao ar livre, é o facto das temperaturas baixas incomodarem os seres humanos, na altura do desfile do carnaval... Como a nossa temperatura corporal é cerca de 37 graus, sentimo-nos mais confortáveis em temperaturas amenas. Para mais num descampado frente ao mar! Na Figueira, o desfile do carnaval, costuma acontecer em demoníaca trindade de chuva, vento e frio. No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e, às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno está frio e chove – muitas e muitas vezes. Importante, era conseguir que o o Verão passasse a ser em Fevereiro na Figueira!..
O limite, na Figueira, não é o céu.
O limite, pode ser o simples facto de, na Figueira, ser sempre carnaval.
Na Figueira, esse sonho tem sido possível...
Portanto, nada mais natural, que este executivo camarário se sinta na obrigação de mantê-lo e assegurar o engenho e arte de o ir tornando realizável. A ele, ao carnaval... Não ao desnecessário teatro municipal.
E ainda bem que assim pensa quem de direito.
A vida são dois dias, o carnaval são três e a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom!
E enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Que continue o Carnaval. Viva o carnaval!
quarta-feira, 11 de março de 2020
segunda-feira, 2 de março de 2020
Da série, na Figueira é sempre carnaval...
«Segundo adianta a Associação do Carnaval de Buarcos Figueira da Foz, “após uma reanálise aos resultados do concurso das escolas de samba, foram detectadas incorrecções com influência na classificação final”.
Em comunicado lê-se que “a ACBFF de imediato reuniu com os presidentes de direcção das três escolas, para esclarecimento dos factos e apresentação dos resultados corrigidos, tendo recebido total compreensão das três instituições, que desde já muito agradece”.
A ACBFF “assume total responsabilidade pelo erro ocorrido, repondo a verdade dos factos”.
Classificações do júri das Escolas de Samba (actualizado):
1º Classificado: Escola de Samba Novo Império - "Beija-Flor, do Herói da Floresta à Deusa da Passarela"
2º Classificado: Escola de Samba A Rainha: "Brumas de Avalon, A Rainha da Eterna Juventude"
3º Classificado: Escola de Samba Unidos do Mato Grosso - "À Descoberta do Reino de Poseidon"»
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
O Dr. João Ataíde vai estar presente na Assembleia Municipal que se realiza amanhã
Na vida pública, que foi onde o conheci, pois nunca fui seu amigo pessoal, nunca o vi expressar um estado de alma.
Um conservador nunca se permitiria descer o nível e perder a compostura.
Contudo, a nível institucional, como político, na vida pública, o Dr. João Ataíde foi um senhor.
Infelizmente, nesse campo, com a sua saída em Abril do ano passado, a Figueira ficou a perder.
No entanto, o mesmo Dr. João Ataíde, a meu ver, um conservador de direita, foi presidente de câmara, eleito numa lista PS, foi secretário de estado do ambiente, escolhido por um governo PS, e foi deputado por Coimbra eleito por uma lista PS.
Ser de direita e conservador, apesar de não ser irrelevante para o seu perfil político, intelectual e cultural, em nada beliscava as suas qualidades pessoais, segundo me dizem pessoas que o conheceram bem.
Como não sou hipócrita, continuo a considerar o Dr. João Atáide, um dos piores presidentes de câmara que a Figueira teve.
Jamais irei esquecer que no dia 24 de Outubro de 2013, pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente o Dr. João Ataíde, realizou uma reunião de Câmara vedada à presença de público e da comunicação social. Para que conste e por ser verdade a “coisa” para ser aprovada teve o voto a favor de João Portugal, Carlos Monteiro, João Ataíde, Ana Carvalho e António Tavares, as abstenções de Azenha Gomes e João Armando Gonçalves e um único voto contra, o de Miguel Almeida...
Recordemos as autárquicas de 2009: João Ataíde das Neves, que vinha da magistratura, quando tomou posse como presidente da Câmara, politicamente, era um neófito que conquistou a autarquia da Figueira da Foz para o PS, mas em minoria.
O PS teve quatro eleitos, mas a oposição elegeu cinco. O PSD, que tinha o poder desde 1998, teve três vereadores e o movimento de cidadãos "Figueira 100 por cento", encabeçado por Daniel Santos, antigo vice-presidente "laranja", conseguiu eleger dois membros para o executivo.
Foi neste cenário, que um inexperiente, politicamente falando, executivo minoritário teve de "encontrar consensos" para governar o município. Foi o mandato mais positivo do Dr. Ataíde. Para isso, contou com a ajuda preciosa dos "100 por cento".
Cerca de dez anos depois de ter iniciado funções, em Abril de 2019, na Figueira, ninguém sabia bem - presumo que nem o presidente da câmara - o que João Ataíde pensava sobre o futuro do concelho que dirigiu.
Contudo, não foi por isso que João Ataíde deixou de ser um político e autarca genial.
Aliás, a genialidade de João Ataíde é fácil de explicar: teve um percurso político de 10 anos como presidente da edilidade figueirense apostando tudo na imagem e nada no conteúdo.
Todavia, sejamos objectivos. João Ataíde, o autarca, foi escrutinado três vezes. Melhorou sempre os resultados eleitorais: da maioria relativa de 2009, passou à maioria absoluta em 2013 e chegou à maioria absolutíssima em 2017.
Amanhã, a partir das 15 horas, realiza-se uma Sessão da Assembleia Municipal. É a primeira reunião deste órgão a seguir ao falecimento do Dr. João Ataíde.
Creio, aliás, tenho a certeza, que vai haver um momento para lembrar e homenagear o Dr. João Ataíde.
Não há nada tão revelador do que são os políticos figueirenses, como a maneira como publicamente falam dos políticos mortos.
A hipocrisia, revela as fragilidades dos políticos no espaço público.
A morte dos políticos é a maior parte das vezes um momento de vergonha para os outros políticos. Tivemos oportunidade de ler, nos jornais do dia seguinte, o que foi dito sobre o político Dr. João Ataíde: ninguém conseguiu defender a sua obra como presidente da câmara da Figueira da Foz.
Sempre fui educado e cresci a ter respeito pelos mortos. Como assegurou o poeta Ruy Belo, a morte, para todos nós, “é a única saída”.
Vivemos num concelho onde tudo acontece. Em Julho de 2019, as Festas de Santa Eulália, na freguesia de Ferreira-a-Nova, foram canceladas devido ao óbito do sogro da presidente da junta, Susana Monteiro.
E não estava declarado Luto Municipal. Na morte do Dr. João Ataíde, todos sabemos o que se passou. Houve Luto Municipal e Carnaval, nos mesmos dias!
Numa questão tão melindrosa e delicada como a morte, não desejo abrir uma polémica. Teria sido positivo e desejável que, em tempo oportuno, tivesse havido reflexão a sério. Porém, os actos estão consumados. Ponto final.
Neste momento, o falecido Dr. João Ataíde está indefeso. Merece respeito.
Após a morte, todos somos boas pessoas.
Da Assembleia Municipal espero que faça o óbvio e reconheça: morreu um dos nossos. Por respeito, ao ser humano, espero, sinceramente, que ninguém tente tirar proveito político do anterior presidente da câmara da Figueira da Foz.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
Da série, na Figueiira faça chuva ou faça sol, é sempre carnaval... (mesmo em dia de funeral, ninguém leva a mal)
Texto via Diário de Coimbra. Foto via Pedro Agostinho Cruz.
A tarefa impossível da Comissão de Carnaval de Buarcos/Fig. Foz
É que, na Figueira, é carnaval o ano inteiro... Ou seja: na Figueira é sempre carnaval!..
Ainda bem: uma cidade que não soubesse mostrar e rir da sua ignorância, seria uma Aldeia imensamente infeliz...
Imagem sacada daqui. Para ver melhor, clicar na imagem. |
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
Da série, na Figueira é sempre carnaval, até na terça-feira...
Hoje, de manhã, peguei na minha bicicleta e fui, logo cedo, até ao Cabedelo. Na vinda, apanhei uma molha. Desde cerca das 10 que cai uma morrinha, aquela chuva tipo "molha tolos"...
Chego a casa, ligo o computador e deparo-me com isto na página do Município:
Eu sei que sou um eterno insatisfeito...
Resta-me, aguentar e cara alegre. O que não tem remédio, remediado está!
Há muitos anos que percebi que rir é o melhor remédio.
Mas, se porventura, os prezados leitores notarem que vos estou a contagiar com esta doença, aconselho-vos a consultar um especialista.
Boa terça-feira de carnaval. E bom desfile...
Da série, top figueirense (feijoada de búzios e piscinas)... (2)
"Um dos sinais do atraso de uma região é a sua incapacidade de definir um desígnio, logo, por extensão, de não conseguir estabelecer uma estratégia, e portanto não fazer a mínima ideia de como gerir os recursos existentes internamente, muito menos de perceber como alocar os disponíveis à sua volta.
Não é preciso grande atenção para perceber que na Figueira dos últimos anos as ideias são apresentadas por impulso - sobretudo de calendário partidário e pessoal (e não obedecendo a uma lógica, muito menos pensando em sustentabilidade) – e têm sempre um travo amargo de cópia provinciana, de deja vu… são uns passadiços e um GeoParque no Cabo Mondego “como os de Arouca/do Paiva”, um Museu do Mar “como o de Ílhavo”, uma piscina de marés “como a de Matosinhos”…
A freguesia de Buarcos e São Julião tem uma piscina coberta? Não, só existe a do Ginásio Club Figueirense, mas enquanto se vão trocando acusações vai valendo umas inaugurações de supermercados.
A piscina de mar da Figueira, edifício projetado por Isaías Cardoso e inaugurado em 1953, considerado, em 2002, património de interesse público pela sua arquitetura, está abandonado e sem que a Câmara pareça interessar-se em encontrar uma solução? Sim, mas o que é que isso interessa?
Mais uma vez, foi atirada há alguns dias a ideia da construção de uma piscina de marés, sem que se tenha realizado qualquer estudo geológico, de impacto (ambiental, económico, social), ou que alguém tenha apresentado um valor dos recursos exigidos para a concretização do projecto ou sequer da localização exata da construção, a qual teria necessariamente de evidenciar a ação do Homem sobre a natureza sem a ofuscar nem beliscar.
Ora, uma vez que esta construção visaria dotar a Figueira de mais um produto turístico (entendido enquanto resultado dos recursos naturais e culturais e os serviços disponibilizados num espaço geográfico delimitado) na época “alta”, não seria mais avisado investir em produtos que tragam turistas na época “baixa” (dez longos meses…) e que proporcionem melhores condições de vida a quem cá reside e/ou trabalha todo o ano?"
Via Diário as Beiras
Nota OUTRA MARGEM:
"na Figueira dos últimos anos as ideias são apresentadas por impulso - sobretudo de calendário partidário e pessoal (e não obedecendo a uma lógica, muito menos pensando em sustentabilidade) – e têm sempre um travo amargo de cópia provinciana, de deja vu… são uns passadiços e um GeoParque no Cabo Mondego “como os de Arouca/do Paiva”, um Museu do Mar “como o de Ílhavo”, uma piscina de marés “como a de Matosinhos”…
FIGUEIRA, CAPITAL DO PLÁGIO? E NINGUÉM INVESTIGA?
As vozes dissonantes e desalinhadas, portanto, incómodas, são cada vez mais tidas em conta.
Daí, o exercício da Cidadania preocupar tanto poderes que utilizam sistemas de governar falidos.
Na Figueira é sempre carnaval. Até no passado sábado e domingo...
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
Da série, na Figueira é sempre carnaval: «Carnaval de Buarcos com “uma das maiores afluências de sempre”»...
via Figueira na Hora
«Segundo adianta a Associação do Carnaval de Buarcos/Figueira da Foz: “registamos uma das maiores afluências de sempre, com uma avenida que atingiu claramente a sua lotação máxima”.
“Apesar de alguns contratempos logísticos, foi um dos melhores desfiles da história da ACBFF, em número de foliões, número de visitantes, volume de patrocinadores e de empresas que se associaram ao evento”, salienta Liliana Pimentel.»
The show must go on...
Ainda bem que fomos "discretos" e evitámos "especulações" sobre o assunto.
Não nos podem acusar de termos prejudicado o turismo e a facturação...
Amanhã há mais carnaval.