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quarta-feira, 21 de junho de 2017

É assim tão difícil compreender o porquê das coisas?..

Extracto de uma crónica de Teotónio Cavaco.
"Um dos principais assuntos que deveria afligir os que receberam o mandato popular para cuidar da polis figueirense continua, inexplicável e indefinidamente, adiado, quem sabe à espera de uma catástrofe ou da clemência divina. Falo da erosão costeira, o movimento de avanço do mar sobre terra, o qual se mede em termos de taxa de recuo médio desta ao longo de um período suficientemente longo."

Enquanto não se tomam tomam medidas de fundo, resta ir avivando a memória sobre o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial: a erosão costeira.
A fotografia acabada de tirar, logo a seguir ao quinto molhe (sim, esse famoso e desprezado quinto molhe da Figueira, dos cartazes do "primo"!..), fala por si...
Recordo o que escrevi, no OUTRA MARGEM, numa segunda-feira, dia 11 de dezembro de 2006.!..
A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Não terá isto interesse para a zona sul do estuário do Mondego (5º. molhe da Cova, Costa de Lavos e Leirosa)?..

Via Notícias de Aveiro

Erosão costeira: Estudos em curso para instalar quebra mar na Vagueira

"Concretizou-se “mais uma etapa” do estudo que está a ser realizado para mitigação do fenómeno da erosão costeira, através da implementação de um quebra-mar destacado na praia da Vagueira, em Vagos.

Foram realizados naquela zona balnear trabalhos de medição ‘in situ’ por elementos das equipas da Universidade de Aveiro, Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e Instituto Hidrográfico, informou a Câmara local. O estudo contratado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com prazo de dois anos, incluirá a monitorização da evolução dos fundos da praia e da zona marítima adjacente. “Os trabalhos de campo irão continuar com a recolha de dados batimétricos, topográficos, sedimentológicos e hidrodinâmicos (ondas e correntes) na frente marítima”, acrescenta o município vaguense. Vagueira, Furadouro e Cortegaça, estas duas em Ovar, estão na lista das praias para receberem barreiras artificiais de forma a proteger a costa das investidas do mar.Os quebra-mares devem ter uma extensão de 250 metros de comprimento cada, envolvendo investimentos de 20 milhões de euros.Além dos quebra-mares, a estratégia de protecção desta zona costeira envolve também a alimentação artificial das praias com “shots” de areia."

terça-feira, 30 de março de 2021

A erosão costeira no Quinto Molhe continua "impressionante"...

 Foto Pedro Agostinho Cruz, hoje por volta das 17 horas

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão mais de 14 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da freguesia de S. Pedro, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade. 
Continua a ser... 
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo está à beira da falência - tudo nos está a ser levado...
Era de esperar que, ao menos, perante a realidade, fosse compreendido o porquê das coisas...
Nem isso, até agora, aconteceu. Nem, pelo andar da carruagem, vai acontecer.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.

A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
Como escrevemos em 11 de dezembro de 2006,  o processo de erosão costeira, a nosso ver, era uma prioridade.
Nessa época, já lá vão mais de 9 anos, estava este blogue a dar os primeiros passos e o processo de erosão costeira assumia aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral da freguesia de S. Pedro - e, também, na duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Sofremos ataques e calúnias de personagens que passaram pelo poder local figueirense.
Infelizmente, a realidade é a que está presente nas fotos do jornalista Pedro Agostinho Cruz, obtidas esta manhã.
A duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada...
Ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdeu-se a oportunidade de resolver o essencial... 


quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SOS Cabedelo (e outros) anda há muito a alertar para os problemas da erosão a sul do Mondego


Conforme provam as imagens - e muitos exemplos podem ser conferidos aqui -  as preocupações do SOS Cabedelo, assim como as de mais alguns, com a problemática da erosão a sul do estuário do Mondego, já vêm de muito longe e os alertas e avisos aconteceram antes das obras.
Portanto, essa conversa de "treinadores de bancada" pode servir para tudo, menos neste caso em concreto. A cidadania, arrostando até com ameaças, cumpriu o seu papel. Se, quem de direito, ignorou o contributo dos cidadãos, isso não é culpa de quem tentou evitar este atentado ambiental. 
Continuando a cumprir o seu papel, mais uma vez, "o movimento cívico SOS Cabedelo, da Figueira da Foz, alertou para o risco em que se encontram as praias da costa sul do concelho na madrugada face à previsão de forte agitação marítima para hoje, conjugada com a maré alta que foi às 02H36 da madrugada e volta a registar-se às14H57."
Citando a edição de hoje do Diário as Beiras.
"Estão previstas ondas de seis a 11 metros, disse ontem, na reunião da câmara, o presidente Pedro Santana Lopes, que foi ontem ao terreno de forma preventiva, tendo contactado, ontem, Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), juntas de freguesia daquela área e a proteção civil. 
Em declarações à agência Lusa, Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, deu conta de que as previsões para o estado do mar indiciam uma situação preocupante, que vai afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos. Miguel Figueira lamentou que as praias da costa sul da Figueira da Foz estejam “vulneráveis e desprotegidas” para resistir a fenómenos normais do mar.
Uma política que “vê o mar como inimigo” 
“Estamos fartos desta política costeira, que vê o mar como inimigo e se apronta a atirar-lhes com pedra. A única maneira que temos de fazer proteção costeira é perceber como o mar funciona e trabalhar com ele”, sublinhou. No caso do Cabedelo, cuja intervenção o movimento SOS contesta desde a sua execução, Miguel Figueira defendeu que os galgamentos vão continuar a existir enquanto não for colocada areia à frente da duna primária. 
Críticas também dirigidas à APA
 “A APA deu cobertura a uma intervenção nunca vista em lado nenhum, ao meter areia atrás da duna, que não faz nada, pois tem de ser colocada na praia à frente da duna”, explicou. O SOS Cabedelo tem defendido a construção de um bypass, que faça transferências contínuas de areia, “para que a praia esteja bem nutrida e a dissipação de energias (do mar) se faça muito antes do mar atacar a duna primária”
Outro dos pontos críticos apontados por Miguel Figueira é a praia da Cova- -Gala, que sofreu “intervenções erradas há muitos anos” e que devia receber alimentações de areia no fim do verão, que já não são efetuadas desde 2019. 
O problema da erosão costeira tem sido uma temática bastante discutida na Figueira da Foz, tendo-se realizado no dia 15 uma sessão de esclarecimento com a APA sobre as intervenções previstas para o concelho. Na reunião, o presidente da câmara exigiu celeridade nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou com formas de luta se os processos não avançarem."

Tudo foi dito e escrito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar... Resta-nos a promessa dos paquetes de passageiros e os números das toneladas dos cargueiros...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

sábado, 6 de junho de 2015

ALERTA COSTEIRO 14/15 É NOTÍCIA EM ORGÃOS DE COMUNICAÇÃO NACIONAL

O fotojornalista Pedro Cruz "transformou" uma exposição com fotografias da sua autoria sobre a erosão costeira nas praias a sul da Figueira da Foz num jornal de 16 páginas, que vai ser distribuído gratuitamente a partir de segunda-feira.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Cruz, 27 anos, fotojornalista há quatro anos, disse que a ideia de fazer a exposição em formato de jornal resultou de querer chegar "a mais pessoas" do que os eventuais visitantes de uma mostra estática.

"Vão ser 500 jornais distribuídos gratuitamente em quiosques e cafés. E junto deles vai estar uma caixa para donativos, porque a ideia é a de que os 500 jornais possam resultar em 500 árvores para reflorestar a duna que está a ser reconstruída", afirmou Pedro Cruz.

"Com o jornal, tenho a certeza que 500 pessoas vão ver o trabalho, porque é o tema [da erosão costeira] que me interessa. Não sei se 500 pessoas iriam a uma exposição", acrescentou.

A exposição Alerta Costeiro 14/15 chegou a estar agendada, em janeiro, para a freguesia de São Pedro, Figueira da Foz, de onde o fotojornalista é natural, mas foi cancelada depois de o presidente da junta se ter oposto a uma fotografia que mostrava diversos políticos, entre os quais o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, o presidente da Câmara local, João Ataíde, e o anterior autarca local que se demitiu na sequência de irregularidades detectadas na sua gestão.

A foto em causa ocupa as páginas centrais da publicação a que a agência Lusa teve acesso e junta-se a outras 22, todas a preto e branco, captadas por Pedro Cruz nos invernos de 2014 e 2015.

As fotografias, que retratam "a realidade costeira da freguesia de São Pedro nos últimos dois anos" são acompanhadas por frases como "Alerta Costeiro 14/15 é mais uma sensibilização a quem de direito" ou uma outra que lembra a exposição cancelada, depois de o fotojornalista "não ter cedido ao pedido do presidente da junta (...) para retirar uma fotografia da sua narrativa fotográfica".

Na última página, o autor apela à "missão" de reflorestar a zona afectada - que está a ser alvo de obras de recuperação promovidas pelo Ministério do Ambiente - pedindo o "contributo" dos leitores e alertando os mais jovens para a erosão costeira, "um problema actual que, dada a sua natureza, corre o risco de ser o mesmo no futuro".

O jornal Alerta Costeiro 14/15 vai ser apresentado publicamente na segunda-feira, às 11:00, na Casa dos Pescadores da Costa de Lavos, a sul da Figueira da Foz.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Erosão costeira: a situação a sul do quinto molhe está perigosa como nunca esteve...

Vamos ser directos.
O mar, a sul do quinto molhe, está a abrir caminho em direcção à Cova.
Mais palavras para quê? Enquanto não se tomam medidas de fundo, resta ir avivando a memória sobre o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial: a erosão costeira a sul do Mondego.
Como andamos a alertar, desde Dezembro de 2006, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... 
Infelizmente, também neste caso, foi o que aconteceu.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Erosão costeira a sul do quinto molhe: estamos em Agosto de 2017, ano de eleições autárquicas, sempre aquele tempo de esperança acrescida...

Foto Márcia Cruz
"Isto estava assim no inverno. Neste momento não existe sequer a passadeira e o mar avançou a destruição da duna à vontade uns 10 metros... Há mais de 5 anos que o Município tem conhecimento. E o que fizeram?"
Márcia Cruz

Nota de rodapé.
Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase 11 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da freguesia de S. Pedro, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade. 
Continua a ser... 
Até porque, entretanto, pouco se fez.
Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. 
Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Ao longo destes longos 11 anos anos, nunca nos cansámos de alertar para aquele que, do nosso ponto de vista, é o maior problema da Cova e Gala: a situação a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro, continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito.
A preocupação do autor deste blogue, tem a ver com o facto deste local, por si só,  passar despercebido aos meios de comunicação local, regional e nacional, dado o facto do avanço das águas do mar não encontrar pela frente aglomerados populacionais, um apoio de praia ou uma barraca de surf... 
Aparentemente, no imediato, não é uma ameaça à vida das pessoas e à segurança dos seus bens... 
Isso pareceu-me sempre o mais preocupante e perigoso, pois 500 metros, a norte, e 2 ou 3 quilómetros, a sul, lá estão as pessoas e os bens,  à mercê da fúria do mar, por incúria e ganância do homem. 
Mais uma vez estamos em Agosto, sempre um mês de esperança acrescida, sempre aquele mês descontraído por natureza, onde o tempo parece ter mais tempo para a esperança! 
Se todos temos que acreditar em algo, acreditemos no que foi publicado no Diário de Coimbra de 10 de agosto de 2016.
Todos concordamos com o actual presidente da junta e candidato a novo mandato: "se o inverno for «rigoroso», a área «vai ser de novo pólo de uma grande preocupação".

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Alô, alô, New Bedford

Para ler melhor, clicar em cima da imagem
Os blogues são mesmo assim: vai-se fotografando e escrevendo e o que se escreveu e fotografou vai ficando lá para baixo - esquecido.
Claro que grande parte das postagens é o que merece. Contudo, há outras que deviam estar sempre à vista. Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver se a gente não se esquece delas, são as que focam a erosão costeira a sul do quinto molhe da Praia da Cova.
Não é por nada de especial, mas por uma simples razão: a situação a sul do quinto molhe na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito...
Mas os blogues são mesmo assim, os textos vão-se sucedendo, as ideias vão-se misturando e, aos poucos, a realidade vai sendo esquecida: o mar está a invadir a freguesia de S. Pedro.

Por cá, a protecção da Orla Costeira Portuguesa continua a ser uma necessidade de primeira ordem... 
Por isso tem de continuar a olhar-se, ao estado a que chegou a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. 
Por vezes, como tenho vindo a alertar desde 2006, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, vai-se perdendo a oportunidade de resolver o essencial para a vida quotidiana dos covagalenses...

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Erosão costeira: quem foi avisando ao longo dos anos, não era "velho do restelo", é amigo...

Foto Márcia Cruz
A erosão costeira a sul, logo a seguir ao quinto molhe (sim, esse famoso e desprezado quinto molhe da Figueira, dos cartazes do "primo"!..), fala por si...
Manuel Luís Pata avisou, em devido tempo, mas ninguém o ouviu...
Entre os muitos atempados e avisados avisos que foi deixando ao longo do tempo, foi este Senhor que no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, escreveu. 
"Foram estes «Molhes» que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… 
Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!... 
É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."
Ah, pois é: ninguém o ouviu e agora temos as consequências...
Enquanto não se tomam tomam medidas de fundo, resta continuar a  ir avivando a memória de quem de direito, sobre o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial:  a erosão costeira.

sábado, 21 de dezembro de 2013

É cada vez mais preocupante a erosão costeira a sul da Figueira da Foz

A erosão costeira ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de deposição. Inúmeros são os fatores que causam este desequilíbrio entre “o que chega” e “o que sai”.
Aqui, a sul do 5º. Molhe, na praia da Cova-Gala, a situação é cada vez mais perigosa e preocupante desde que foi realizada a obra de prolongamento do molhe norte da barra da Figueira da Foz.
Andamos a alertar há vários anos neste espaço para o problema. Temos andado a pregar no deserto, mas a realidade, infelizmente, está a dar-nos razão.
Para poupar tempo e trabalho, destacamos apenas algumas postagens que temos feito ao longo dos anos de existência deste espaço, sobre o tema da erosão costeira na Figueira, para tentar alertar os diversos  "quens" de direito.
Por exemplo, estaestaestaesta, estaesta.
Mas há mais. Basta escrever no canto superior esquerdo a palavra erosão e clicar.

Mais fotos aqui.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Erosão costeira e desassoreamento da barra...

Via Município da Figueira da Foz

"Promovida pelo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, decorreu no dia 21 de março, nos Paços do Concelho, uma reunião envolvendo a Presidente da Administração do Porto, Dra. Fátima Alves, e o Vice-Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Eng. Pimenta Machado, ambos acompanhados das respetivas delegações de membros do Conselho de Administração e de técnicos. Participaram também técnicos do Município. O assunto em debate: a erosão costeira e o desassoreamento da barra.
Sobre a erosão costeira, a APA apresentou um estudo com soluções a curto, médio e longo prazo. A curto prazo, a intervenção emergente de transposição de 100 mil m3 de areia através de geotubos instalados na praia para reforço do cordão dunar, com um custo de 600/700 mil euros ao ano. A médio prazo, a solução passa pelo shot de 3.2 milhões de m3 na praia a sul na Cova-Gala e dentro do mar, com um custo estimado de 18 milhões de euros ao ano. A longo prazo o investimento será de cerca de 78 milhões de euros e movimentará 1 milhão m3 por ano. Afere-se assim que a solução mais eficaz, remete para o recurso a dragas para transposição anual de sedimentos, como suficiente para remediar o processo erosivo e nesse sentido, a APA apresentou um estudo de viabilidade para uma solução a longo prazo, feito por Concurso Público, obedecendo a todo um conjunto de matrizes teve como objetivo avaliar as componentes técnica, económica e de custo-benefício do sistema de transposição de sedimentos, de modo a fornecer os elementos que contribuam para uma tomada de decisão sobre a implementação de um sistema de transposição sedimentar costeiro.

Analisadas todas as hipóteses apresentadas em estudo, a solução do Bypass apresenta-se como viável e economicamente sustentável, com custos justificados pelos benefícios.
A questão do início da implementação do projeto, apenas previsto para 2024, mereceu análise dos presentes, dada a emergente necessidade de atuação perante as já conhecidas condições de erosão e o facto de estarem vidas humanas e atividades como a piscatória e a comercial em iminente risco, como sublinhou Pedro Santana Lopes.
Pese o elevado investimento financeiro subjacente à concretização da solução entendida como viável, é importante, junto do Governo, encetar todos os esforços possíveis, capazes de diminuir o eixo temporal de atuação previsto para 2024, uma vez que a congregação de esforços e vontades entre todos os intervenientes no processo é transversal como ficou estabelecido entre todas as partes envolvidas."

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Erosão a sul do quinto molhe: de promessa em promessa até à desilusão final?..

6 de Janeiro de 2021: Erosão costeira a sul do Mondego: bypass móvel, para já, mais uma promessa...

"Para Carlos Monteiro, a utilização do bypass móvel naquela zona poderá assegurar a proteção das dunas artificiais, através da cobertura permanente com areia.

Contudo, aquele sistema de projeção de areias para as praias não impede a APA de poder vir a optar por outras soluções propostas pelo estudo que está a ser realizado na Figueira da Foz sobre a erosão costeira. Em causa está a transposição de três milhões de metros cúbicos de inertes da zona a norte do molhe norte para as praias do sul do concelho. Os resultados deverão começar a ser divulgados no primeiro trimestre deste ano".

"A transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, de norte para sul do Mondego, na Figueira da Foz, só deverá começar em 2023, quatro anos depois do anúncio do Governo, situação que a autarquia considera lamentável.

Em declarações hoje à agência Lusa, Carlos Monteiro, presidente da autarquia da Figueira da Foz lamentou o “atraso” da administração central numa obra “urgente” que visa combater a erosão nas praias a sul.

“Lamento este atraso. Embora parte dos prazos possam ser explicados pela pandemia, o período é demasiado grande para poder ser todo este atraso explicado pela pandemia. Os serviços centrais demoram muito tempo a fazer coisas urgentes”, argumentou Carlos Monteiro.

Concretamente, segundo Carlos Monteiro, a pandemia de covid-19 “não explica” o facto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter apresentado uma candidatura a fundos europeus para financiar a obra, mas também o projecto de execução e estudo de impacte ambiental – aprovada em Novembro de 2019 – e só ter lançado o concurso público, para a “elaboração do projecto de execução, estudo de impacte ambiental e relação custo/benefício”, no valor de 700 mil euros e prazo de execução de 12 meses, mais de um ano depois, a 18 de Janeiro último.

“Temos assumido grande parte da transferência de competências (da administração central). Mas é por isto que defendo a descentralização ou a regionalização”, frisou o autarca.

De acordo com Carlos Monteiro, que citou informação que lhe foi transmitida pela APA, o concurso para elaboração do projecto e estudo de impacte ambiental “ainda está para adjudicação”. Tendo um prazo de 12 meses para ser elaborado, só estará concluído em meados de 2022, a que acrescem os procedimentos de eventual aprovação, lançamento do concurso da obra propriamente dita e adjudicação dos trabalhos, que, se tudo correr bem, só deverão começar em 2023.

Por outro lado, a candidatura da APA aprovada pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), no valor de cerca de 14,5 milhões de euros (financiada a 75%, cerca de 10,9 milhões, por fundos europeus) aponta o fim da operação (a conclusão da obra) para Setembro de 2022, o que não deverá acontecer e pode por em causa os próprios fundos europeus.

“Não sei se vão pedir um adiamento (dos prazos) mas desnecessário. Às vezes, não se fazem obras por falta de dinheiro. Aqui é por falta de agilidade administrativa”, notou o presidente da Câmara.

À Lusa, fonte do POSEUR esclareceu que “podem acontecer várias situações” com candidaturas aprovadas, uma das quais o beneficiário (neste caso a APA) “informa que há um atraso e é feito um processo formal de recuperação temporal daquela operação e prolonga-se o prazo de execução da candidatura”.

No entanto, também existem situações de candidaturas aprovadas em que os fundos europeus podem ser perdidos: “Posso garantir que não atribuímos fundos se não forem apresentadas facturas para pagar a intervenção que está a ser feita. Temos candidaturas apresentadas há algum tempo e que a execução ainda é baixa, por exemplo apresentaram os projectos, mas ainda não entrou em obra, depende muito das situações. Só pagamos mediante a execução da operação na íntegra, não será pago sem ser feito o que é previsto fazer”, avisou.

“E também só vamos estar até 31 de Dezembro de 2023, porque a partir daí, acabou o POSEUR. Mas há casos muito excecionais, em fim de Quadro (comunitário de apoio), em que o beneficiário garante a operacionalidade da operação (neste caso depois de 2023)”, explicou.

A agência Lusa contactou a APA, na semana passada, pedindo informações sobre este processo, nomeadamente os prazos e quando será feita a adjudicação do estudo de impacte ambiental, mas não obteve resposta.

Em Junho de 2019, na vigência do anterior Governo, a então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, anunciaram na Figueira da Foz um investimento de 19,4 milhões de euros para melhorar as condições de segurança e operação na entrada do porto da Figueira da Foz e, simultaneamente, combater a erosão costeira a sul.

Na altura, Ana Paula Vitorino esclareceu que a intervenção permitiria “a remoção de três milhões de metros cúbicos de dragados da zona a norte do molhe norte do porto”, areia que iria “alimentar os troços costeiros na zona sul”.

Três milhões de metros cúbicos (m3) de areia representam um valor entre os cinco e os sete milhões de toneladas (a densidade da areia molhada situa-se entre os 1700 e os 2300 quilos por m3), o que equivale a uma fila compacta de camiões com cerca de 1.500 quilómetros.

O lançamento do concurso para a elaboração do projecto e estudo de impacto ambiental (EIA) estava agendado para o mesmo ano de 2019 e os trabalhos começariam em 2020, foi então anunciado, no âmbito de uma parceria entre a APA, administração portuária local e Câmara da Figueira da Foz."

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O mar está a invadir a freguesia de S. Pedro. (IV)

para ler melhor, clicar na imagem

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006,  o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... Até porque, entretanto, nada se fez.

Nessa época, já lá vão mais de 9 anos, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada...
Ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdeu-se a oportunidade de resolver o essencial... 

Agora, antes que seja demasiado tarde, é preciso reparar aquilo que o desleixo e a incompetência, ao longo de largas dezenas de anos, de muita gente  que deveria ser responsável, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
Podem contar com este espaço para continuar a fazer aquilo que está ao nosso alcance: continuar a tentar sensibilizar quem de direito a tomar as decisões que já tardam.
Ontem, esteve cá o Correio da Manhã e a CMTV que levaram as nossas preocupações a todo o País.
Ficámos a saber que a Protecção Civil, apesar de não considerar o caso preocupante, tem "um plano de emergência preparado para activar""se a bomba relógio que temos à cabeceira um dia rebentar"...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Erosão costeira a sul do quinto molhe: estamos em Agosto, sempre aquele mês de esperança acrescida...

Desde 11 de Dezembro de 2006, que andamos a alertar para o problema
Escrevemos nessa altura que "a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Foto António Agostinho. Mais fotos aqui.
Ao longo destes longos 10 anos anos, nunca nos cansámos de alertar para aquele que, do nosso ponto de vista, é o maior problema da Cova e Gala: a situação a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro, estava a ser branqueada e mal avaliada por quem de direito.
A preocupação do autor deste blogue, tinha a ver com o facto deste local, por si só,  passar despercebido aos meios de comunicação local, regional e nacional, dado o facto do avanço das águas do mar não encontrar pela frente aglomerados populacionais, um apoio de praia ou uma barraca de surf... 
Aparentemente, no imediato, não  era uma ameaça à vida das pessoas e à segurança dos seus bens... 
Isso pareceu-me sempre o mais preocupante e perigoso, pois 500 metros, a norte, e 2 ou 3 quilómetros, a sul, lá estão as pessoas e os bens,  à mercê da fúria do mar, por incúria e ganância do homem. 

Agora, segundo o que li ontem no Diário de Coimbra, parece que existe a esperança que o problema vai ser atacado.
Passo a citar:
"A zona do 5º. molhe deverá ser alvo de uma candidatura a apresentar pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente).
Segundo o presidente da junta de S. Pedro, num ofício, a APA informou-o que, devido à erosão naquela zona, a candidatura vai no sentido de «se colocar geo-cilindros (entre a Praia da Cova e a Costa de Lavos), repor a duna, reflorestar para criar sustentação e colocar paliçadas»."

Eu sei que estamos em Agosto, sempre um mês de esperança acrescida, sempre aquele mês descontraído por natureza, onde o tempo parece ter mais tempo para a esperança! 
Se todos temos que acreditar em algo, acreditemos no que foi ontem publicado no Diário de Coimbra.
Todos concordamos com o presidente da junta: "se o inverno for «rigoroso», a área «vai ser de novo pólo de uma grande preocupação".

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Erosão costeira na Figueira?..

Praia a sul do quinto molhe


"Em alguns sítios não temos outra solução a médio prazo que não seja deslocar populações". Segundo o jornal Público, é o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território que o admite, referindo-se ao crescente problema da erosão costeira em várias zonas do país e à progressiva elevação do nível do mar motivada pelas alterações climáticas.

Erosão costeira na Figueira?...  Para já,  existem outras preocupações prioritárias:  a onda, o surf, o negócio…

Tenhamos esperança: um dia ainda hão-de ser as pessoas.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Entre o aprofundanto do rio e a invasão há muito anunciada do mar

Ao que parece, mesmo em fim de linha, o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba deixou uma grande notícia aos figueirenses: "o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano."

“É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”, sublinhou ontem no decorrer de uma reunião de câmara o presidente de câmara da Figueira da Foz, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.

Aos jornalistas, o autarca lembrou que se trata de uma obra “com dinheiro desde o período anterior à pandemia da covid-19” e que tinha sido retirado. 

“É dinheiro que volta à Figueira da Foz”, sublinhou.

O aprofundamento do canal de navegação vai permitir a atracagem de navios de maior calado no porto, que nos primeiros nove meses deste ano movimentou 1.535.500 toneladas, menos 9,1% relativamente ao período homólogo de 2022.

A intervenção prevista vai permitir a entrada de navios até 140 metros de comprimento e oito metros de calado, quando actualmente só permite a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 metros de calado.


No mesmo concelho da Figueira da Foz, uns 4 ou 5 quilómetros para sul, existe um enorme desastre ambiental, que faz andar com o "coração nas mãos", há muitos anos, os moradores da zona.

Sim estou a referir-me ao "Quinto Molhe" que, até Março, vai ser local de peregrinação dos políticos que certamente irão a andar por aí em campanha eleitoral.

Todos sabemos, que a ocupação desordenada do litoral contribuiu para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.

Foi o que aconteceu,  a sul do porto da Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros, onde nos últimos anos se agravaram os efeitos erosivos.

A obra, considerada fundamental pelas cabeças pensadoras da tutela e da comunidade portuária, visava a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz.

Porém, isso não aconteceu. Os acidentes entretanto ocorridos à entrada da barra, depois de 2011, provam isso. A agravar, desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com destruição da duna de proteção costeira em vários locais, com especial ênfase na praia da Cova, alvo de duas intervenções de emergência nos últimos anos.


O prolongamento do molhe norte e a erosão a sul tem sido um brutal sorvedouro de dinheiros públicos. Com o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial da barra, que deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano, lá irão mais uns milhões.

Entretanto, ao que parece, a panaceia para atenuar sustentavelmente a erosão a sul existe, já foi estudada e alvo de consenso: chama-se bypass.

Sabe-se, porque foi estudado, que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz, com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.

“Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, veio dizer aos figueirenses o então ministro João Pedro Matos Fernandes, em meados do mês de Agosto de 2021, curiosamente a mês de umas eleições autárquicas que se advinhavam difíceis para o PS, o que acabou por se concretizar.

Carlos Monteiro foi derrotado por Santana Lopes.


De palpável, passados mais de dois anos, tirando o estudo que situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros, nada mais aconteceu.

“Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, disse o ministro em Agosto de 2021.

E assim ficámos: o sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz continua a ser uma miragem.

E assim vai continuar. A prova disso é que, há poucos dias, O Livre viu “chumbada” a proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento do Estado de 2024. 

Penso que presumem quem evitou isso: os votos contra da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. O PAN absteve-se e os restantes grupos parlamentares votaram a favor.

Passadores de moeda falsa... "São a favor do Bypass mas votam contra a sua implementação..."
Imagem via Sos Cabedelo

Se o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”, quando é que isso poderá acontecer?


Como parece que ninguém se importa com o assunto, como morador a sul do Mondego, resta-me a tristeza de constatar que a merda grossa, merda da boa, a bela cagada obrada pelos cagões da Figueira e de Lisboa, não vai ser limpa.

A enorme borrada (que a foto mostra) vai continuar a poder ser vista. 

É triste presumir que, maioritariamente,  ao votar em Março próximo, os eleitores do sul, com o seu voto, como tem acontecido, vão continuar a comprometer um bocado a possibilidade de resolução do problema, que o mesmo é dizer, vão perpetuar a enorme cagada que torna este País difícil de habitar, tal é o cheiro.

Apesar deste texto terminar um tanto ou quanto brejeiro e brincalhão, o assunto é sério.

E, sobretudo, inquietante.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O sul da barra do Mondego

foto António Agostinho

A ocupação desordenada do litoral contribui para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.
É o que aconteceu  a sul do porto da Figueira da Foz,  depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros,  onde se agravaram os efeitos erosivos.
Recorde-se: ontem, demos conta da situação estável que se vive a norte da barra da Figueira da Foz, Praia de Quiaios, onde, felizmente, existe uma duna bem conservada e sem erosão costeira o que vem a provar que o desaparecimento das dunas primárias, invulgarmente rápido e anormal, verificado entre a Foz do do Mondego e a Praia do Pedrógão se deve, na sua maior parte, ao erro do prolongamento do molhe norte na Figueira da Foz. 
Cova, Gala, Costa de Lavos e Leirosa são apenas algumas localidades na lista negra, a que se juntam Vieira de Leiria, São Pedro de Moel e Pedrógão.
Hoje, já não se consegue esconder aquilo que está à frente dos olhos de toda a gente. A  intervenção humana tem vindo a acelerar a erosão costeira, como a foto desta manhã mostra: a duna, a sul do 5º. Molhe entre o 5º. Molhe e a Costa de Lavos está a desaparecer assustadoramente.
Pese embora o esforço deste blogue, este local, por si só,  tem passado despercebido nos meios de comunicação local, regional e nacional, dado o facto do avanço das águas do mar não encontrar pela frente aglomerados populacionais, um apoio de praia ou uma barraca de surf...
Aparentemente, no imediato, não  é uma ameaça à vida das pessoas e à segurança dos seus bens...
Todavia, isso pareceu-me sempre o mais preocupante, pois 500 metros, a norte, e 2 ou 3 quilómetros, a sul, lá estão as pessoas e os bens,  à mercê da fúria do mar, por incúria e ganância do homem.