«Defender a vida das pessoas. Deve ser essa a prioridade, quando o fogo é impossível de controlar, como tem acontecido em tantos lugares por estes dias. Não é preciso ser um especialista para perceber que, por maior que seja a capacidade tecnológica e logística à nossa disposição, a natureza terá sempre mais poder. Isto não é sinónimo de deixar arder. Significa apenas que os meios materiais e humanos devem ser orientados, em primeiro lugar, para salvar vidas. E só depois para o património. Isso inclui salvar as vidas dos bombeiros, que não são carne para canhão. Vai ser preciso esperar para detalhar o que aconteceu aos três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua) que morreram por causa de um veículo avariado. Como será preciso esperar para saber porque foi considerado mais importante resgatar uma máquina do que assegurar a vida de um trabalhador florestal em Albergaria-a-Velha. Não se pode tirar conclusões de forma precipitada, mas não chega reconhecer o heroísmo e apresentar condolências. Se houve negligência ou cobiça, se os meios não eram adequados, se alguém deu uma ordem errada, é preciso apurar, corrigir e castigar.»
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
João Portugal vai ser candidato único à distrital de Coimbra
Via Diário as Beiras
O actual presidente da distrital do PS de Coimbra, João Portugal, recandidata-se à liderança da federação, assumindo como um dos objetivos recuperar nas próximas autárquicas a câmara da capital de distrito, que os socialistas perderam em 2021.
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
Deputados investigam provedores e tutela da Santa Casa desde Santana Lopes
Segunda TERTÚLIA Figueira Champions / Casino Figueira
Teve ainda uma surpresa: a presença do figueirense Luís Filipe Santos, ciclista amador da Figueira da Foz, primeiro atleta português a completar as 24 de Le Mans, em França, numa bicicleta.
PORTUGAL EM CHAMAS
Com uns reclusos mais ardilosos, este País cede na segurança das cadeias.
Com uns ladrões mais audaciosos, este País cede nos paióis de papel onde guarda as armas.
Com urgências fechadas, as mulheres deste País são deixadas à sorte dos bombeiros/parteiros em beiras de estradas.
Com escolas sem professores, vai cedendo o elevador social. Com tribunais a cair aos bocados e processos que se eternizam, nos recursos e impedimentos filhos de arreigada impunidade, cede a Justiça.
Um pouco por todo o lado multiplicam-se os sinais de um País frágil, sem planeamento, previsibilidade e segurança de procedimentos. Perdura a imagem da ponte que cede e entrega meia centena de excursionistas nos braços da morte. Também a dos verões de um País que arde, expondo incompetências diversas, mas sem explicação mais objetiva do que um encolher de ombros.
A inevitável degradação das condições meteorológicas.
50 anos depois do 25 de Abril é pouco. Há muito a exigir a partidos cada vez mais centrados em si próprios, capturados por bolhas de influência e interesses opacos, onde não avulta a responsabilidade política e a coragem de dar a cara."
Mosteiro de Santa Maria de Seiça com novo horário de abertura e entrada paga
Entra hoje em vigor o horário de inverno para visitas ao Mosteiro de Santa Maria de Seiça. O monumento nacional passa a ser visitado de quarta-feira a domingo, das 14H00 às 18H00.
De acordo com a deliberação da reunião de Câmara da Figueira da Foz do dia 6 deste mês, a entrada passa a ser paga. O bilhete normal custa três euros, as famílias com pelo menos dois elementos - um adulto e um menor - terão 50% desconto, e os maiores de 65 anos pagam 1,50 euros. Por seu turno, a entrada para grupos organizados (de 15 a 20 elementos) custa custo de 20 euros/ grupo. Estão isentos grupos com comprovada carência económica, escolas do concelho, visitantes até 12 anos, portadores de Cartão Jovem, do Cartão de Estudante e do cartão de bolsa de voluntariado emitidos pelo município e trabalhadores da Câmara da Figueira da Foz.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
Num País a arder em chamas, as televisões não escapam....
Nos últimos dois dias, a transmissão de imagens de incêndios nas televisões e noticiários tem sido um massacre.
Para indivíduos que têm fascínio pelo fogo, horas e horas de fogo em directo nas televisões, com casas, florestas e campos de cultivo a arder, pode aumentar a probabilidade do fascínio.
Por isso, impunha-se minimizar a exposição dos fogos na televisão.
Pelos vistos, a piromania não é exclusiva de indivíduos com o desejo mórbido e incontrolável de provocar incêndios, queimar ou atear fogo às coisas ou pessoas. Neste vale tudo, que é a sociedade de consumo ilimitado em que vivemos, anda por aí à solta muito transtorno psicológico...
As mangueiras de sempre
«Um homem chora. Uma mulher conduz um tractor. Há quem derrube portões. Há também quem regue o milho acabado de apanhar. Há quem desespere porque não tem água. Há quem dê pontapés nos baldes que se romperam. Há quem se sente na soleira da porta a olhar. Há torres de lenha para o Inverno. Há terras abandonadas transformadas em silvados. Há botijas de gás, relva sintética, palmeiras, casas devolutas, carros e charruas, santos e altares. Há anos de vidas construídas a pulso e a suor. Parece que tudo vai acabar.
Em cada telha, em cada janela, em cada tacho, em cada colchão, em cada livro, em cada crucifixo, em cada jóia, em cada árvore destruída pelas chamas, em cada vida, em todos nós, estão anos de políticas erradas. De "bazucas" e propagandas.
No fundo da rua, ouvem-se gritos. Uma criança grita:
– Bruno, a casa da avó está a arder!
Somos o país que construímos. Somos o país que queremos.»
O PSD só não terá Orçamento do Estado se não quiser
"O PSD está numa posição negocial vantajosa. A vantagem seria maior, se as coisas tivessem corrido melhor até aqui.
A direcção do PS está numa situação particularmente difícil. Se viabilizar a proposta de OE do Governo, será acusada pelos partidos à sua esquerda de convivência com a governação da AD, perdendo também apoio junto de muitos militantes e simpatizantes que apostaram numa viragem do partido à esquerda (o que quer que isso signifique na prática). Se não viabilizar o OE, será acusada pelos partidos de direita, a generalidade dos comentadores e os sectores mais centristas do PS (incluindo muitos autarcas socialistas que vão eleições em 2025) de irresponsabilidade política e de prejudicar o país. Mesmo que conseguisse combater esta narrativa num cenário de eleições antecipadas (o que não seria fácil), regressar agora ao poder com uma maioria parlamentar de direita seria inconsequente.
A situação do Chega é um pouco menos difícil, mas não muito. Grande parte do seu eleitorado parece disponível para aceitar todas as cambalhotas, mentiras e contradições do líder, o que reduz os danos de qualquer opção. Ainda assim, enquanto partido que se alimenta da indignação, não quer ser visto como conivente com o poder de turno, aprovando o OE a troco de nada. Mas se, ao invés, inviabilizar uma governação “não-socialista” poderá perder apoio de uma parte do seu eleitorado (e de quem financia o partido)."
Da série, a pesada herança de 12 anos de gestão socialista (continuação...)
Para ler melhor clicar na imagem |
"Parece o inferno"...
Uma casa a arder
"Pensávamos que o Verão seria relativamente sossegado, que a época dos fogos florestais não teria o impacto dramático de outros anos, de triste memória, e eis que, num abrir e fechar de olhos, a esperança é reduzida a cinza e o país volta a arder.
Vidas destruídas.
Hectares ardidos.
Danos irreparáveis.
Outra vez.
O problema de Portugal é o de sempre: pensamos a curto prazo, o horizonte governativo continua a ser a eleição seguinte, não temos estratégia, ou meios adequados, e não olhamos para este flagelo como problema existencial de uma nação que tem na floresta uma das suas maiores riquezas.
Será por falta de dinheiro?
Não pode ser. Se escolhemos investir milhões em jornadas mundiais, em torneios de futebol onde somos meros figurantes ou em borlas fiscais para jovens que não precisam delas, o problema não pode ser dinheiro.
O problema é que o fogo florestal não ameaça a capital, não ameaça a Invicta, não ameaça as elites da Comporta ou a primeira linha do Algarve. Não ameaça as elites. Pelo contrário, chega a ser-lhes bastante rentável.
E, sobretudo, o problema é não aprendermos nada com as desgraças recentes.
Portugal é uma casa a arder, pseudo-gerida por um batalhão de mulheres e homens-tacho que não conhece o país real para lá dos limites da sua própria arrogância ignorante. Uma elite parola, parida em viveiros de facada nas costas e hermeticamente fechada na sua bolha, que não percebe de onde vêm os fascistas, quando eles são o produto acabado da sua própria incompetência e inutilidade.
Estarmos aqui é um milagre. Até quando durará não sabemos."
João Mendes
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
A Figueira só tem uma opção nas eleições autárquicas de 2025: escolher os melhores candidatos disponíveis
Como é natural, dada a sua importância, precisam de ser preparadas com tempo, se queremos ter bons candidatos e boas eleições.
Na Figueira, a um ano do acontecimento, o que já não é muito tempo, a maior preocupação é com outras eleições - as presidenciais de Janeiro de 2026.
Porém, a meu ver, se o objetivo dos figueirenses é a escolha de políticos capazes e competentes para a gestão do concelho, o foco deve ser a escolha dos candidatos para os órgãos autárquicos do concelho. A saber: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia.
Certamente que nos bastidores dos partidos, as coisas já estão a ser pensadas, isto é, os mesmo do costume já estão a pensar na estratégia para se manterem à tona de água.
A fase da escolha aproxima-se. Mas os cidadãos em geral vão passar ao lado desse processo, pois isso passa por aqueles que dominam os aparelhos partidários, que muitas vezes estão longe de ser aqueles que o concelho, as freguesias e os habitantes precisam.
Creio que é escusado referir a pobreza de quadros políticos nos partidos, mesmo os principais, a nível local. Por outro lado, as candidaturas de verdadeiros independentes exige muito trabalho: a lei, feita por quem não tem interesse nessas candidaturas, coloca imensas dificuldades.
Diga-se, por ser verdade, que a escolha de candidatos, dentro ou fora dos partidos não é fácil. Os mais capazes e qualificados raramente estão dispostos a aceitar os convites que lhes são feitos. Por conseguinte, o campo de recrutamento é limitado. Praticamente fora da função pública e de certas profissões liberais, poucos estão dispostos a aceitar cargos que exigem exercício a tempo inteiro ou meio tempo.
Não é fácil deixar uma profissão, para ocupar lugares poucos aliciantes em termos remuneratórios e sujeitos a uma exposição pública que ultrapassa muitas vezes o razoável.
Num contexto em que o campo de recrutamento é limitado, oxalá que os candidatos disponíveis na Figueira em Setembro de 2025, sejam os que melhor sirvam a polis nos quatro anos que se seguem.
Cantigas de embalar
(Volksvargas) |
"Assinalando o 45º aniversário do Serviço Nacional de Saúde, Luís Montenegro envereda pela habitual conversa da direita, destinada a criar uma cortina de fumo que disfarce os objetivos de sempre: privatizar o SNS e promover o mercado da doença. Na lógica de um sistema de saúde - e não de um serviço público - que integra e financia os privados, o Primeiro-Ministro diz que «a saúde não se gere com preconceitos ideológicos», como se a sua visão de negócio para o setor, contrária aos princípios da provisão pública, não fosse por demais ideológica.
Nada mudou, portanto, num partido que - ao lado do CDS - votou contra a criação do SNS em 1979, e que, vinte anos depois, substituiu a consagração, na Constituição, do direito «universal, geral e gratuito» à saúde, por um acesso «tendencialmente gratuito». E que, na proposta de revisão constitucional de 2021 pretendia, num quadro de garantia minimalista, que o acesso a cuidados não pudesse «ser recusado por falta de meios económicos». Ou seja, começando a abrir a porta ao pagamento pelo utilizador, nos restantes casos.
É este o mesmo PSD que agora - no governo com o CDS - tem em curso um plano dito de emergência, mas que é, na verdade, de transformação da saúde, com uma abertura sem precedentes ao setor privado e que desinveste no SNS e nos seus profissionais. Plano em que a AD se prepara, por exemplo, para financiar com dinheiros públicos centros de saúde de gestão privada, concedendo-lhes um grau de autonomia que nega às unidades do serviço público. «Preconceitos ideológicos»? Sem tudo aquilo a que Montenegro chama de preconceitos ideológicos, o SNS e as suas conquistas nunca teriam visto a luz do dia."
domingo, 15 de setembro de 2024
Contra a corrente
"O voto em Trump não é em Trump: é contra a corrente. Pode não ser contra o progresso em si, mas é contra a velocidade do progresso. O voto em Trump traduz o medo de ser desapossado pela aliança entre a elite de sempre e as classes desprivilegiadas que usa para avançar. É esta aliança — entre os mais ricos e poderosos e os mais pobres e fracos — que faz medo aos eleitores de Trump. O medo é que substituam a classe trabalhadora tradicional — branca, cristã, conservadora e cortês — por uma nova classe multirracial, que é imprevisível, anárquica, zangada e ateia. Concluo assim que os eleitores de Trump são, acima de tudo, negativos. Têm medo, sentem-se inseguros, acham que os EUA estão a ir por mau caminho. Trump é apenas uma oportunidade para mostrar isso."