quarta-feira, 18 de setembro de 2024

PORTUGAL EM CHAMAS

A TVI acaba de informar que, neste momento, estão em actividade o dobro dos fogos que havia há 24 horas
Via Correio da Manhã
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Com fogo a mais, este País cede nas florestas e nas zonas urbanas. 
Com água a mais, este País cede nas inundações dos muitos hectares de betão construídos em leitos de cheia. 
Com uns reclusos mais ardilosos, este País cede na segurança das cadeias. 
Com uns ladrões mais audaciosos, este País cede nos paióis de papel onde guarda as armas. 
Com urgências fechadas, as mulheres deste País são deixadas à sorte dos bombeiros/parteiros em beiras de estradas. 
Com escolas sem professores, vai cedendo o elevador social. Com tribunais a cair aos bocados e processos que se eternizam, nos recursos e impedimentos filhos de arreigada impunidade, cede a Justiça. 
Um pouco por todo o lado multiplicam-se os sinais de um País frágil, sem planeamento, previsibilidade e segurança de procedimentos. Perdura a imagem da ponte que cede e entrega meia centena de excursionistas nos braços da morte. Também a dos verões de um País que arde, expondo incompetências diversas, mas sem explicação mais objetiva do que um encolher de ombros. 
A inevitável degradação das condições meteorológicas. 
50 anos depois do 25 de Abril é pouco. Há muito a exigir a partidos cada vez mais centrados em si próprios, capturados por bolhas de influência e interesses opacos, onde não avulta a responsabilidade política e a coragem de dar a cara."

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