Via Jornal Público
terça-feira, 30 de abril de 2024
Museu do arroz deverá ser instalado na Quinta do Foja
«O presidente da
Câmara da Figueira da
Foz avançou ontem, em
declarações ao DIÁRIO AS
BEIRAS, que a Quinta do
Foja poderá vir a recebeu
o futuro museu do arroz.
“Ainda está pendente de
outra decisão. A Quintado Foja é a hipótese provável [para a instalação
do equipamento]”, avançou Santana Lopes. Entretanto, decorrem conversações entre o Município
da Figueira da Foz e a
administração daquela
sociedade agrícola.
A Quinta do Foja, é uma
extensa propriedade agrícola que se estende pelos
concelhos da Figueira da
Foz e Montemor-o-Velho,
tem instalações em Santana, na freguesia figueirense de Ferreira-a-Nova,
vizinha de Maiorca. Quando, no início do
mandato autárquico,
começou a falar da instalação de um museu do
arroz no concelho, Santana Lopes apontou como
possíveis localizações
Maiorca ou Alqueidão,
duas freguesias ligadas
à produção de arroz carolino. Além do espaço museológico, Santana Lopes
pretende ainda criar um
centro de estudos e valorização relacionado com
o arroz carolino do Baixo
Mondego. Este equipamento deverá ser instalado em Maiorca. O concelho da Figueira
da Foz produz mais de
metade do arroz carolino
cultivado no Baixo Mondego. A produção local
deste alimento, além dos
campos do Mondego,
abrange, também, o Vale
do Rio Pranto.»
Santana Lopes sócio honorário da Associação Portuguesa de Museologia
Foto: Município da Figueira da Foz. Texto Diário as Beiras
«A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) convidou Santana Lopes para aceitar ser sócio honorário, e o presidente da Câmara da Figueira da Foz aceitou. O convite partiu do líder da direção da associação, João Neto, “por tudo o que [o autarca e ex-secretário de Estado da Cultura] fez em Lisboa e na Figueira da Foz”. O momento aconteceu na sessãode abertura das comemorações do Dia Nacional doMuseólogo, ontem, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão.»“A prisão dos presos que não cometeram crimes”
Museu Nacional Resistência e Liberdade, de Peniche, abre portas em festa
«O sonho tornou-se realidade: foi inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade, a 27 de Abril de 2024, 50 anos depois da saída dos últimos presos políticos daquela fortaleza sobre o mar, onde o regime fascista encarcerava, para cumprir pena, os homens condenados por lutar por um mundo melhor.
No pátio da fortaleza encontra-se o memorial, inaugurado em 2019, que lembra o nome de 2 626 presos entre 1934 e 1974. É daí que começa a visita ao museu, que só existe porque a unidade dos democratas - ex-presos políticos, familiares, antifascistas em geral e organizações que lutam pela preservação da memória, entre as quais a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) - foi mais forte do que o Decreto-Lei nº 161/2019, do XXI Governo Constitucional.
“Quando não se desiste e se luta por causas justas como esta pode demorar tempo, mas a força da razão e da luta acabam por vencer”, diria o coordenador da URAP, José Pedro Soares, quando interveio no final da cerimónia.
O governo queria, designadamente, transformar uma das mais sinistras cadeia da ditadura, considerada como símbolo maior da resistência antifascista e da luta pela liberdade, numa pousada de luxo ao abrigo do Programa Revive.
Antes de entrarem no Forte, ao som do hino do MFA, milhares de pessoas vindas de todos os pontos do país encheram as ruas de Peniche num desfile encabeçado por ex-presos políticos e personalidades “erguendo de novo, os nossos cravos de Abril”, como diria o coordenador da URAP na sua intervenção.
“25 de Abril Sempre, Fascismo nunca mais”, lia-se na faixa da URAP. À subida para o forte a banda da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense toca Grândola, Vila Morena. A cerimónia no forte vai começar.
Guilherme Velez, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa leu a mensagem do ex-preso político António Borges Coelho. O historiador diz que os museus “guardam memórias que marcam o nosso quotidiano”, mas este “é um museu singular, um museu destinado a resgatar a memória daqueles que ousaram oferecer a sua vida para resgatar a liberdade roubada durante 48 anos de repressão e obscurantismo”.
Borges Coelho presta também homenagem ao povo de Peniche lembrando a mulher anónima que, em 1962, na frente dos guardas, lhe pediu um abraço junto à fortaleza quando saía de seis anos e meio de prisão.
Herculana Avilez, filha do ex-preso Joaquim Diogo Avilez, toma a palavra. Começa por dizer que “Fomos meninos e meninas. Não nascemos adultos, tonámo-nos adultos em tempo de ser criança”, para contar que, aos 3-4 anos, esteve na clandestinidade com os pais durante quatro anos até os pais serem presos.
A mãe sairia ao fim de um ano e o pai de nove. “Nove anos passados em função desta cadeia, ora a caminhar a fim de visitar o meu pai, ora assistindo às lutas travadas na entrada desta fortaleza pelas companheiras e mães, principalmente, mas também por outros familiares exigindo direitos como saber, por exemplo, porque determinado preso, ou um grupo de presos, não tinha direito a visitas”.
“Se eu tinha medo? Nunca chorei, nunca demonstrei medo, nunca falei. Eu não falava nem para dizer o nome!”, contou Herculana Avilez. “O que me trazia a esta cadeia era o regime fascista, era o governo da ditadura, era a falta de liberdade. A ditadura que alimentava a miséria e a ignorância. E a quem se lhe opunha torturava, prendia e matava. Se esta menina ficou marcada pela vida clandestina, pelos sacrifícios e a luta dos pais resistentes antifascistas, sem dúvida!”.
“Estou hoje aqui mas algumas crianças não puderam aqui chegar, (…) ficaram pelo caminho meninos e meninas quer pela fome ou falta de assistência médica, ficando nas nossas memórias. Presto-lhe a minha mais sentida homenagem”, bem como “a todos os homens e mulheres que abnegada e corajosamente se entregaram à luta contra o fascismo pagando com longos anos de prisão (…)”, disse Herculana Avilez.
“Quero deixar aqui também o meu agradecimento e homenagear o povo de Peniche que, vencendo o medo e ameaças da PIDE, prestou auxílio e uma enorme solidariedade às famílias dos presos políticos em condições económicas mais desfavorecidas, abrindo as portas das suas casas para que nelas pernoitássemos. Eu e a minha mãe ficamos em algumas dessas casas”, revelou.
Depois do secretário-geral da Federação Internacional de Resistentes (FIR), Ulrich Schneider, ter dito algumas palavras, entregou aos resistentes portugueses, na pessoa da directora do museu, Aida Rechena, livros editados pela FIR sobre a resistência antifascista.
A encerrar, José Pedro Soares, lembrou que “há precisamente 50 anos, nas primeiras horas do dia 27 de Abril de 1974, vencidas as resistências de Spínola que não queria a libertação de todos os presos políticos, em Peniche tal como em Caxias, a vontade do povo foi mais forte, as portas destas cadeias finalmente abriram-se para, entre aplausos e vivas à liberdade e ao 25 de Abril, saudar a libertação dos presos políticos do fascismo”.
“Passados 50 anos, aqui estamos, para celebrar a concretização desse apelo, a concretização do direito à memória, para evocar a resistência à opressão, à luta contra a guerra e o colonialismo, pela democracia, pela liberdade, por um mundo mais justo e liberto da exploração, porque foi esse o combate, foram essas as causas porque se bateram os que, entre 1934 e 1974, aqui estiveram encarcerados”.
Depois de relatar os difíceis passos que foram dados para que o museu se tornasse uma realidade, José Pedro Soares quis recordar muitos dos seus obreiros: “Lembramos a Dra. Paula Silva, da Direcção Geral do Património Cultural, sua Directora quando foi tomada a decisão, o Arquitecto João Barros Matos que concebeu o projecto e o plano das obras do museu, a Dra. Teresa Albino, técnica superior, que acompanhou o processo desde a primeira hora, e a Dra. Aida Rechena, directora do museu, cujo empenho, determinação e competência todos lhe reconhecem”.
“Não podendo enumerar todos os que contribuíram para o notável empreendimento, queremos, entretanto, deixar público agradecimento, ao camarada Domingos Abrantes e ao Professor Fernando Rosas, para ambos, o mais elevado apreço pela relevante contribuição no estudo e elaboração de conteúdos para a instalação do Museu Nacional Resistência e Liberdade”, disse a finalizar.
Das cerimónias, para além do descerramento de uma placa comemorativa, constou um concerto pelo grupo “Sopa de Pedra”, e a actuação de Sofia Lisboa que cantou o Fado de Peniche e o Hino de Caxias.»
Casa do Paço "Revolução dos Cravos "
"Revolução dos Cravos" - a passagem para a liberdade, o progresso e a democracia. Uma exposição fotográica de Jorge Dias. Casa do Paço.
segunda-feira, 29 de abril de 2024
Mais do que a aparência, importante é a essência
Carmo Afonso, no Público, explica: "Prestem atenção ao discurso de Montenegro. Está lá tudo".
Para ler melhor, clicar em cima da imagem |
Faleceu Sérgio Ribeiro, um lutador pela liberdade
Teve uma vida intensa.
Militante do PCP, ex-europedutado e antigo preso político, Sérgio Ribeiro faleceu, esta madrugada, no hospital de Leiria, onde se encontrava internado. Era natural do Zambujal, concelho de Ourem, e tinha 88 anos. Foi uma figura incontornável na luta pela liberdade e na oposição à ditadura.
Delegação da Figueira da Foz da Cruz Vermelha Portuguesa precisa que os figueirenses apoiem a sua ação social
«O presidente da
delegação da Figueira
da Foz da Cruz Vermelha
Portuguesa, Francisco
Leitão, em declarações ao
DIÁRIO AS BEIRAS, exortou os figueirenses a que
ajudem a instituição a suportar financeiramente
o número crescente de
pessoas que recorrem às
suas instalações em situação de emergência social.
“A maior parte das pessoas conhece-nos como
transportadores de doentes e ao nível do socorro.
Temos muito mais valências e precisamos de muito apoio, essencialmente
financeiro, para as ações
de assistência social”, frisou Francisco Leitão.
A instituição tem realizado evento para gerar
receitas, mas o número
de pessoas que lhe pedem apoio social não
pára de aumentar. “Ajudem-nos a ajudar a quem
precisa de ajuda”, apelou
o presidente.
Por outro lado, as despesas da manutenção do
parque de viaturas têm
um peso significativo nas
finanças desta delegação
da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). Para agravar
as contas, um acidente
ocorrido em outubro do
ano passado inutilizou
uma das suas ambulâncias.
Os acordos com a Segurança Social não asseguram as verbas necessárias
para a instituição poder
responder à procura de
apoio social.
Em 2022, os atendimentos relacionados com assistência social assegurados pela delegação foram
cerca de 300; em 2023, o
número disparou para
511.
Neste momento, a delegação da Figueira da Foz
da CVP tem 38 funcionários, número considerado insuficiente para o aumento exponencial dos
pedidos de apoio social,
que têm disparado, também, devido ao número
de imigrantes que pedem ajuda. “A estrutura
que temos precisa de ser
aumentada”, sustentou
Francisco Leitão.
Os voluntários, tanto
na estrutura operacional como na assistência
social, num total de 15,
também não são suficientes, afiançou a direção da
instituição.
Assistência diversificada
O atendimento social
daquela delegação da
CVP passa pela avaliação
técnica e pelo diagnóstico. Após esta fase, as
pessoas que recorrem à
instituição são encaminhadas para as respetivas
respostas sociais.
Os serviços sociais da
instituição incluem refeitório social, oferta de
roupa, balneário social
com lavandaria e apoio
alimentar de emergência. O apoio alimentar de
longa duração é prestado através do Cartão Dá,
para compra de bens de
primeira necessidade,
incluindo alimentos perecíveis, cujo valor está
associado ao número de
beneficiários que constituem o agregado familiar.
Neste momento, o Cartão Dá garante apoio a
130 famílias por mês, enquanto o apoio alimentar
direto chega a 24 famílias
por mês. Por sua vez, o
programa de apoio alimentar para carenciados,
gerido pela Câmara da Figueira da Foz, permite à
delegação da CVP apoiar
167 famílias por mês.
A delegação da Figueira da Foz presta ainda assistência de habitação a
refugiados e a vítimas de
violência doméstica. Para
este efeito, dispõe de duas
habitações. Entre outros
serviços que presta a pessoas em situação económica vulnerável.»
Dia Nacional do Museológico é comemorado hoje na Figueira
Evento tem lugar no edifício do Museu Municipal
No ano em que comemora 130 anos da sua fundação por António dos Santos Rocha, e poucos dias após a entrada para a Rede Portuguesa de Museus, o Museu Municipal Santos Rocha (MMSR) foi escolhido pela Associação Portuguesa de Museologia – APOM para a realização das comemorações do Dia do Museólogo, que se assinala a 29 de abril.
Este é o segundo ano que a APOM, primeira organização profissional ligada aos Museus a ser fundada em Portugal (1965), comemora esta data, tão importante para os profissionais e estudantes de museologia,
“A iniciativa pretende ser um momento de partilha de saberes e histórias e de reconhecimento e homenagem a diversas personalidades da área da museologia”.
Este é o segundo ano que a APOM, primeira organização profissional ligada aos Museus a ser fundada em Portugal (1965), comemora esta data, tão importante para os profissionais e estudantes de museologia,
“A iniciativa pretende ser um momento de partilha de saberes e histórias e de reconhecimento e homenagem a diversas personalidades da área da museologia”.
O programa das comemorações realiza-se no
Auditório Madalena Biscaia Perdigão (edifício
do museu e biblioteca) municipais). Tem início
às 10H30.
Meia hora depois, começam as intervenções
dos presidentes da Associação Portuguesa de Museologia e do presidente
da Câmara da Figueira da
Foz, João Neto e Santana
Lopes, respetivamente.
Após a alocução daqueles dois responsáveis, pelas 12H00, realiza-se uma
visita ao Museu Municipal Santos Rocha.
Os trabalhos serão retomados às 14H30, com a comunicação “O legado do museólogo António Augusto Gonçalves”, por Isabel Cruz Almeida. Por sua vez, Manuela Silva (chefe de Serviços do Museu e Núcleos da Câmara Municipal da Figueira da Foz) fala sobre Santos Rocha, na qualidade de fundador do museu municipal. Pelas 15H00, Maria Figueira, investigadora do mesmo museu, aborda o tema “Museólogo hoje - desafios e expectativas: a visão dos jovens”. Os trabalhos encerram com a entrega de diplomas aos homenageados, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Museológico.
Os trabalhos serão retomados às 14H30, com a comunicação “O legado do museólogo António Augusto Gonçalves”, por Isabel Cruz Almeida. Por sua vez, Manuela Silva (chefe de Serviços do Museu e Núcleos da Câmara Municipal da Figueira da Foz) fala sobre Santos Rocha, na qualidade de fundador do museu municipal. Pelas 15H00, Maria Figueira, investigadora do mesmo museu, aborda o tema “Museólogo hoje - desafios e expectativas: a visão dos jovens”. Os trabalhos encerram com a entrega de diplomas aos homenageados, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Museológico.
domingo, 28 de abril de 2024
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