sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Terá sido apenas para atirar barro à parede?

«O aumento do imposto sobre os automóveis com matrícula anterior a 2007 deixou a bancada do PS agitada, pelas consequências que pode ter para os mais desfavorecidos. E já querem que Costa e Medina aceitem mudanças – pelo menos deixando claro que teto ao aumento progressivo do imposto se mantenha no futuro. Costa e Medina parecem irredutíveis.»
A ARTE DE BEM AUMENTAR OS IMPOSTOS
"O aumento do IUC das viaturas mais antigas quase não se falou aquando da apresentação do orçamento, mas dias depois quase fez esquecer a tão falada redução do IRS. Não tanto pelos montantes que estão em causa, mas por se tratar de uma medida que atinge em cheio os mais pobres, porque é de pobres que falamos quando se aumentam os impostos sobre os carros velhos.
Está claro que a medida até é apresentada com uma boa intenção ambientalista, aliás este tem sido um argumento muito usado desde há alguns anos para aumentar alguns impostos. Nunca é a intenção de aumentar as receitas fiscais, é sempre a boa intenção de proteger a saúde, de proteger o ambiente ou proteger qualquer coisa.
É por isso que este aumento de impostos é uma medida fiscal cínica, pensada por gente que gosta se apresentar como muito bem intencionada, preocupada com as pessoas e o com o ambiente e que para isso não encontrar melhor solução do que penalizar precisamente as pessoas com menos recursos, que são os que compram carros velhos ou não conseguem substituir o seu carro a cair aos bocados por um novo ou mesmo por um menos velho." 

Zona industrial do Pinhal da Gandra vai ser um investimento pesado

Hoje, sexta-feira, dia 20 de outubro, pelas 17h00, no Salão Nobre dos Paços do Município, realiza-se a segunda reunião de Câmara ordinária do mês de outubro.

A ordem de trabalhos pode ser consultada clicando aqui.
Via Diário as Beiras, fica informação destacada sobre um dos pontos da agenda para a reunião de hoje: criação da zona industrial do Pinhal da Gandra.
Além desta proposta, o executivo vai votar ainda a abertura de um concurso público para o fornecimento de combustíveis rodoviários em postos de abastecimento de fornecimento contínuo, a alteração do regulamento geral das zonas de estacionamento taxado e de duração limitada e o apoio financeiro às juntas de freguesia para a iluminação de natal.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

"Epistemologia do logro"?..

Foto Fernando Negreira
Em política há sempre coisas básicas para aprender.
Nomeadamente, as diferenças substanciais, que existem, entre os aparelhos partidários e as bases.
E entre as bases e o eleitorado em geral.

Dois exemplos.
Comecemos pelo mais presente na memória, especialmente, dos figueirenses.
Em 2021, Carlos Monteiro controlava o aparelho e as bases do PS/Figueira.
Todavia, como a realidade comprovou, não conseguiu perceber a tempo a importância do relacionamento entre a base do PS local e o eleitorado figueirense, em geral.
O PS ganhou 11 freguesias em 14. Tem a maioria na Assembleia Municipal.
Todavia, perdeu a eleição para a presidências da câmara municipal.
Porquê?
A resposta é óbvia: Carlos Monteiro, aparentemente, porque tinha poder político, controlova o aparelho do PS/Figueira e as bases.
Contudo, o mesmo já não acontecia, a meu ver por culpa própria e dos mais próximos, com o eleitorado figueirense em geral.
Como tal o PS/Figueira, em 2021, ganhou. Carlos Monteiro foi derrotado.
E não venham com a explicação simplista do factor Santana Lopes.

Segundo exemplo.
Este aconteceu já há alguns e com outro partido.
O aparelho do PSD teve a peregrina ideia de, em 1995, contra tudo e contra todos, no Congresso do Coliseu, eleger Nogueira em detrimento de Barroso, então à revelia do sentimento generalizado nas bases e no País.
Em 1995, os resultados foram uma catástrofe para o PSD.
Mas, Cavaco ajudou...
Como recordou Ângela Silva, em 2015, no Expresso. 
"Fernando Nogueira jogou a cartada “uma maioria, um Presidente” e Cavaco tirou-lhe o tapete. Com Guterres à perna, Nogueira sonhou com o efeito dupla para subir nas sondagens. Mas Cavaco Silva desmentiu-o: ''Não tomei nenhuma decisão''. Em menos de um mês, Cavaco anunciaria que era mesmo candidato. 
Quanto a Nogueira, perdeu as legislativas e deixou a política."
Fernando Nogueira acreditava que o sonho de “uma maioria, um Presidente” lhe podia dar o élan decisivo na reta final da campanha para vencer Guterres.
A 1 de outubro, António Guterres ganhou as legislativas e o PSD apenas conseguia roubar-lhe a maioria absoluta. 
Durão Barroso, inimigo de estimação de Nogueira desde os tempos do cavaquismo, entra na sede do partido, onde a noite eleitoral parece um velório, e faz um apelo a Cavaco para que se candidate a Belém. 
O PSD estava deprimido e precisava de uma vitória.
Depois de derrotado em 1999, em 2002, Durão chegou finalmente a primeiro-ministro.
Porém, rapidamente zarpou para Bruxelas. Em 2004, Durão Barroso deixava o cargo de Primeiro-Ministro para se tornar Presidente da Comissão Europeia.
Seria substituído no cargo por Santana Lopes.

Santana Lopes, em 2021, voltou a ganhar a CâmaraMunicipal da Figueira da Foz.
Conforme vários vários órgãos de comunicação hoje noticiam Santana, afasta-se da corrida a Belém para 2026.
Em política há sempre coisas básicas para aprender.
As diferenças substanciais que existem  entre os aparelhos partidários e as bases.
E entre as bases dos aparelhos partidários e o eleitorado em geral.

Todos os distritos em aviso laranja

Segundo o site da Marinha Portuguesa, "a Barra da Figueira da Foz está hoje fechada a toda a navegação devido à agitação marítima".

Esta decisão surge após o Instituo Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter colocado toda a costa portuguesa sob aviso laranja devido à agitação do mar entre as 09H00 e as 21H00, prevendo-se ondas de noroeste com cinco a sete metros de altura significativa, podendo atingir 14 metros de altura máxima.

Todos os distritos de Portugal continental estão desde as 06:00 desta quinta-feira sob aviso laranja devido à chuva, vento e agitação marítima fortes. 

 Pico do mau tempo a partir do meio da manhã. 

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil registou entre as 00:00 e as 07:30 desta quinta-feira 99 ocorrências relacionadas com o mau tempo, a maioria na Área Metropolitana do Porto, que não causaram vítimas nem danos avultados.

Santana afasta-se da corrida a Belém: "Nunca disse que era candidato"

Via Diário de Notícias

"Depois de Marques Mendes mencionar Coimbra como referência à localização da Figueira da Foz, Santana Lopes critica "dito ordinário" e rejeita ser candidato a suceder a Marcelo.

O presidente da Câmara da Figueira da Foz e antigo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, admitiu ontem não querer participar na corrida à Presidência da República e exigiu "respeito total pela Figueira da Foz" ao comentador político e membro do Conselho de Estado Luís Marques Mendes (um dos nomes mais falados no campo do PSD para concorrer ao Palácio de Belém). "Não vou responder com a mesma moeda e cometer a ordinarice de falar da terra dele", escreveu o autarca na sua página do Facebook.

Na origem da contenda está o comentário que Marques Mendes fez na SIC, no passado domingo, depois das suas notas habituais, referindo-se à Figueira da Foz como ficando "ali ao lado de Coimbra". Como reação, Santana Lopes publicou um texto que intitulou como "ordinarice" e que surgiu como crítica. "O nome é Luís Marques Mendes. Que incomodado e nervoso está! Não devia. Até deu um salto grande nas sondagens manipuladas... Mas ele sabe que é falso, por isso a agitação que o leva a um dito ordinário como este. Está com raiva, meta-se com quem o incomoda", escreveu o autarca na sua página da rede social, acrescentando ainda "que as supostas sondagens [sobre a corrida a Belém], que não o são, nada significam sobre o que se irá passar logo que deixem de ser considerados António Guterres, Passos Coelho, António Costa (se for confirmado que não querem concorrer)".

"Eu não fui incorreto com ninguém nem provoquei ninguém. Foi o dito comentador que se referiu à Figueira da Foz em termos que não aceitamos. Exige-se um pedido de desculpas. A Figueira da Foz é tão perto de Coimbra quanto Coimbra é perto da Figueira da Foz. Repito: não ponham no "mesmo prato da balança". Foi uma desconsideração a uma terra que todos sabem qual é", concluiu o autarca.

Corrida a Belém

Algumas horas depois do primeiro comentário, Santana Lopes reforçaria a crítica com outro texto no Facebook, desta vez centrado nos potenciais sucessores de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. Garantindo que a sua publicação anterior "nada teve que ver com qualquer disputa pré-eleitoral", Santana Lopes retirou-se da lista de possíveis candidatos. "Cada vez mais sei e sinto, no estado em que está o Mundo, que não quero participar nessa corrida. E estou também convencido de que o comentador da SIC em questão não chegará a ser candidato. Para evitar especulações, é pela evolução política que prevejo que tenho esse entendimento", considerou Santana Lopes.

"Mas eu nunca assumi que era" candidato a Presidente da República, disse, depois, o antigo primeiro-ministro ao DN, quando questionado sobre se as suas reações na rede social, ao afastar uma corrida a Belém, estavam relacionadas com o comentário de Marques Mendes. "Disse que tenho o melhor currículo - no plano interno", para assumir o cargo, confirmou o autarca. Admitindo também que "nunca se diz nunca", Santana Lopes realçou que o seu compromisso é para com a Figueira da Foz.

"É pouco provável", anteviu o politólogo António Costa Pinto ao DN, sobre uma possível candidatura de Pedro Santana Lopes a Belém, ainda antes de estalar a tinta entre o antigo primeiro-ministro e Marques Mendes. "O problema de Santana Lopes é que será difícil ter o apoio do PSD perante outros candidatos", considerou o também investigador de ciência política no ISCTE.

Um pedido de desculpa

Como desfecho da contenda, algumas horas depois de ter publicado o segundo texto, Santana Lopes confirmou no Facebook que Marques Mendes lhe endereçou um pedido de desculpa. "Teve a gentileza de me ligar, há minutos, e de dizer as palavras que esperava de uma pessoa com a educação que, para lá de muitas diferenças e divergências, sempre lhe conheci. Não vou falar do mais que poderá fazer, ele saberá. Por mim, recebi as suas palavras com satisfação", assumiu Santana Lopes."

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

𝗔𝘃𝗶𝘀𝗼 𝗮̀ 𝗣𝗼𝗽𝘂𝗹𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 | 𝗣𝗥𝗘𝗖𝗜𝗣𝗜𝗧𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 𝗜𝗡𝗧𝗘𝗡𝗦𝗔, 𝗩𝗘𝗡𝗧𝗢 𝗘 𝗔𝗚𝗜𝗧𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 𝗠𝗔𝗥𝗜́𝗧𝗜𝗠𝗔 𝗙𝗢𝗥𝗧𝗘

 "O Município da Figueira da Foz informa que, de acordo com previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), está previsto para as próximas 36 horas:

𝗣𝗿𝗲𝗰𝗶𝗽𝗶𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗳𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗲 𝗽𝗲𝗿𝘀𝗶𝘀𝘁𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗿 𝗱𝗮 𝘁𝗮𝗿𝗱𝗲 𝗱𝗲 𝗵𝗼𝗷𝗲 (𝟭𝟴 𝗢𝗨𝗧),com possibilidade de exceder 40 mm numa hora e 60 mm em 6 horas, podendo acumular 60 a 90 mm em 24 horas na região Centro e 40 a 60 mm em 24 horas em grande parte do restante território;
🚨🌬💨 𝗩𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗳𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗰𝗼𝗺 𝗿𝗮𝗷𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗮𝘁𝗲́ 𝟭𝟮𝟬 𝗸𝗺/𝗵 𝗻𝗮𝘀 𝗿𝗲𝗴𝗶𝗼̃𝗲𝘀 𝗖𝗲𝗻𝘁𝗿𝗼 e Sul;
🚨 🌊🌊𝗔𝗴𝗶𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗺𝗮𝗿𝗶́𝘁𝗶𝗺𝗮 𝗳𝗼𝗿𝘁𝗲, 𝗰𝗼𝗺 𝗼𝗻𝗱𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝟱 𝗮 𝟳 𝗺𝗲𝘁𝗿𝗼𝘀.
Mais se informa que, de acordo com informação da Agência Portuguesa do Ambiente, a devido à previsão de forte precipitação, 𝗽𝗼𝗱𝗲𝗿𝗮̃𝗼 𝗼𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿 𝗶𝗻𝘂𝗻𝗱𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝘂𝗿𝗯𝗮𝗻𝗮𝘀 𝗻𝗮 𝗕𝗮𝗰𝗶𝗮 𝗵𝗶𝗱𝗿𝗼𝗴𝗿𝗮́𝗳𝗶𝗰𝗮 𝗱𝗼 𝗠𝗼𝗻𝗱𝗲𝗴𝗼.
O Município recomenda a adoção de medidas preventivas:
🛎 Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
🛎Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
🛎Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
🛎Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas
historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando a circulação e
permanência nestes locais;
🛎Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva,
desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
🛎 Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias;
🛎 Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
🌐ℹ️Acompanhe a informação meteorológica em www.ipma.pt e hidrológica em www.apambiente.pt

A «estória» do hospital metido dentro de um parque de estacionamento tem 10 anos...

"...aquilo que, há 10 anos, era um "acordo que visava satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tinha fins lucrativos, pelo contrário”, tornou-se num chorudo negócio. Segundo o  Diário as Beiras: "anúncio de procedimento n.º 17099/2023, do passado dia 13 de outubro, a concessão terá um prazo contratual de 10 anos, estando também prevista no contrato a renovação por mais cinco anos. No mesmo anúncio está esclarecido que nesta concessão do serviço público o contrato terá um preço base de um milhão e 765 mil euros, não havendo fase de negociação."

Já lá vão quase 10 anos. No dia 18 de Novembro de 2013, compreendi melhor a trama em torno do caso do estacionamento pago no parque do Hospital da Figueira. Pelo que tive oportunidade de ouvir, na altura, até o então presidente da autarquia  já estava farto deste caso. E a procissão ainda ia no adro. Recordo palavras do falecido Dr. João Ataíde: "Não me agrada nada taxar ali o estacionamento". Mas taxou. E, assim, concretizou uma proeza, penso que única: COLOCAR UM HOSPITAL DENTRO DE UM PARQUE DE ESTACIONAMENTO

Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento, num investimento que rondou os 50 a 70 mil euros, custeados pela Figueira Parques.“O meu acordo visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.

Pelo caminho o intrincado processo teve vários problemas (“Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”). Contudo,  o estacionamento no Hospital Distrital da Figueira da Foz, passou a ser pago a partir 4 de Novembro de 2013!.. 
O grande argumento, "foi de que os banhistas ocupavam os lugares dos utentes do hospital."
Nesta ordem de ideias, o argumento poderia também ter sido "o de que no verão os utentes do hospital ocupavam os lugares dos banhistas, indispensáveis à economia da Figueira. 
Assim, naturalmente, passaram a pagar todos: os utentes do hospital e os banhistas."
Resumindo: no verão e no inverno sempre dinheiro em caixa.
Finalmente (depois de ter estado previsto para entrar em vigor em 1 de Setembro de 2013, quiçá por motivos eleitorais, foi adiado), a Figueira tinha algo de inédito a nível mundial: meteram um Hospital dentro de um parque de estacionamento!

Como, na altura escreveu o Eng. Daniel Santos, na  crónica semanal que então publicava no jornal AS BEIRAS
“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”

Chegámos a 2023. A colocação de uma unidade hospitalar dentro de um parque de estacionamento, para muitos figueirenses, não deixou de ser polémica.
A exploração do estacionamento foi entregue à empresa municipal Figueira Parques em 4 de Novembro de 2013
Em Dezembro de 2018, foi vendida a posição da autarquia (70 por cento) na empresa Figueira Parques ao parceiro privado. A alienação, "sem concurso público", na opinião do PSD, "iria condicionar as opções estratégicas urbanísticas e os interesses dos habitantes, comércio e indústria nos próximos tempos", pelo que "a opção de privatizar a gestão do estacionamento afigura-se totalmente despropositada na actualidade", na opinião dos  socialdemocratas figueirenses. 
Mais: na altura disseram que "a única intenção foi arrecadar os 840 mil euros para fazer face a despesas em obras discutíveis, mesmo que, com isso, se hipoteque o futuro da soberania do município nesta matéria".
Recorde-se: a venda foi aprovada pelo PS, com os votos contra dos social-democratas.

Estamos em Outubro de 2023.
Recorde-se: a colocação do Hospital Distrital da Figueira da Foz dentro de um parque de estacionamento resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento.
Entretanto, a Figueira Parques tornou-se numa empresa privada.
A PARTIR DE 4 DE NOVEMBRO DE 2013, OS UTENTES PASSARAM A PAGAR ESTACIONAMENTO NO HOSPITAL DA FIGUEIRA DA FOZ...
Consequentemente, o acesso à saúde, na nossa cidade, com a colaboração do executivo camarário de maioria absoluta do Partido Socialista, ficou com mais difícil acesso e mais caro.
Aquilo que era um bem para todos - o espaço público - ficou ao serviço de privados. E, pelos vistos, é para continuar.
Só que, agora, aquilo que, há 10 anos, era um "acordo que visava satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tinha fins lucrativos, pelo contrário”, tornou-se num chorudo negócio.
Segundo o  Diário as Beiras: "anúncio de procedimento n.º 17099/2023, do passado dia 13 de outubro, a concessão terá um prazo contratual de 10 anos, estando também prevista no contrato a renovação por mais cinco anos. No mesmo anúncio está esclarecido que nesta concessão do serviço público o contrato terá um preço base de um milhão e 765 mil euros, não havendo fase de negociação
Pelo facto dos valores envolvidos no contrato serem elevados, foi também publicado o anúncio no jornal oficial da União Europeia."  
Nota: imagem via Diário as Beiras.

Marques Mendes: ui, ui, ui, ui, ui...

Embora as presidências, se tudo correr com a normalidade desejada, só ocorram em 2026, há melodrama no ar.
Via Santana Lopes.
Por acaso, tal como o Dr. Santana Lopes, também não aprecio Marques Mendes.
Mas, por razões diferentes.
Como, na passada segunda-feira, disse aqui.
"Focar-se no essencial? Que maçada, a malta "curte" é "fait divers"... 
Ontem, na sua habitual "missa" dominical na SIC, Marques Mendes a propósito do destaque que deu a uma iniciativa importante e absolutamente meritória da Câmara Municipal da Figueira Foz e dos Bombeiros Voluntários, deixou escapar a seguinte frase: "A Figueira da Foz que fica ali ao lado de Coimbra"
Logo se "alevantaram" algumas vozes "poderosas" em defesa da honra da Figueira da Foz. 
Não é que eu aprecie Marques Mendes... 
Mas, por isto?: "A Figueira da Foz que fica ali ao lado de Coimbra"
Se querem um bom motivo para detestar Marques Mendes aqui vai. 
Luís Marques Mendes, comentador da SIC, mostrou-se em tempos já recuados chocado com o escândalo do Panama Papers. Disse que defendia, já há muito tempo, a extinção mundial dos paraísos fiscais contra os quais era e é. Vejam bem: o mesmo Luís Marques Mendes "consultor" (seja lá isso o que for...) da Abreu Advogados, por onde, alegadamente, segundo a Revista Sábado, passaram muitos papers rumo ao Panamá..." 

 

A produtora Millwood Digital Studios esteve a filmar na Figueira da Foz para uma nova produção da Netflix

"Depois de uma produção de Bollywood e várias produções nacionais, a Figueira da Foz recebeu as gravações para uma futura produção da Netflix!"

Democracia representativa?.. Tem dias...

"... quando interessa ao PSD"

"Quando o PS ficou em segundo lugar nas Legislativas de 2015 e, ainda assim, conseguiu maioria parlamentar para governar, parte muito significativa da direita portuguesa traduziu “democracia representativa” para “golpe de Estado”. O PSD esteve na linha da frente da narrativa.

Anos mais tarde, quando o PSD ficou em segundo lugar nos Açores e construiu a sua própria geringonça, a narrativa do golpe de Estado desapareceu e foi substituída pelo som de grilos a cantar numa noite de Verão.

Mais recentemente, quando o PSOE ultrapassou o PP na aritmética parlamentar, apesar do segundo lugar nas Legislativas espanholas, regressou a lenga-lenga do golpe de Estado e da usurpação.

E aqui estamos, dois dias após as eleições na Polónia, a ver destacados militantes e opinion makers próximos do PSD celebrar a vitória dos seus homólogos do KO, liderado por Donald Tusk, pese embora tenham ficado em segundo lugar e precisem de uma geringonça de 11 partidos para governar. Nada de golpes de Estado, nada de usurpações, nada de “quem fica em primeiro lugar tem o direito de governar”.

Só grilos e hipócritas.

P.S: Celebrei com alegria o resultado de Domingo na Polónia. Qualquer alternativa à extrema-direita é uma boa alternativa. E, ironia das ironias, o PSD lá do sítio terá que se entender com uma coligação de esquerda com uma amplitude tal que, traduzido para português, vai mais ou menos do PS até ao BE."

João Mendes

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Hediondo: ataque a hospital em Gaza terá feito 500 mortos

"Um ataque de Israel atingiu um hospital no centro da cidade de Gaza, provocando centenas de mortos. O Ministério da Saúde local estima que 500 pessoas terão morrido, enquanto Israel diz estar a verificar as alegações. A Autoridade Palestiniana declarou três dias de luto. O ataque israelista, que atingiu o Hospital Al-Ahli Arab, foi realizado sem qualquer aviso, de acordo com a Al Jazeera. Segundo a cadeia de televisão, muitos dos feridos são mulheres e crianças que procuravam refúgio dos contínuos bombardeamentos. O hospital está localizado numa área residencial. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo Hamas, diz que "centenas de vítimas" estão de baixo dos escombros depois do ataque ao pátio da infraestrutura de saúde. As autoridades israelitas dizem estar a verificar o ataque.

Segundo a Associated Press, se o número de vítimas for confirmado, este ataque passaria a ser o mais mortífero nas cinco guerras travadas desde 2008."

Via Diário de Notícias

No dia em que se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

"Mais de um terço das famílias portuguesas não tem como pagar despesas inesperadas."

Santos Manuel foi recordado na Figueira

Imagens via PALCO UM e DIÁRIO DE COIMBRA
S
antos Manuel foi um actor de excepção. 
Conheci pessoalmente Santos Manuel em Janeiro de 1983, no decorrer da homenagem prestada a Joaquim Namorado.
No sábado passado foi lembrado no CAE. 
Nascido na Figueira da Foz a 14 de Outubro de 1933, morreu em 30 de Julho de 2012, no Hospital de Cascais, onde estava internado com uma pneumonia. 
Tinha 79 nos de idade.
Foi um actor importante no panorama teatral português. Juntamente com Zita Duarte, Manuel Cavaco, Maria do Céu Guerra, António Rama, Ricardo Fragoso, Carmen Gonzalez, Carlos Paredes, Luís Pinto Coelho, Carlos Avilez e João Vasco, foi um dos fundadores do TEC em 1965
O seu enorme talento deu origem a grandes interpretações não só no Teatro Experimental de Cascais, encenado por Carlos Avilez, assim como na Barraca dirigido por Hélder Costa, no Teatro Aberto dirigido por João Lourenço, e também no Teatro Nacional D. Maria II.
Deixou a sua marca de grande intérprete no cinema, em especial no filme "Cerro Maior", baseado no texto de Manuel da Fonseca realizado por Luís Filipe Rocha.
O teatro televisivo foi também marcado pelo seu talento.
No TEC a sua interpretação em Dom Quixote de Yves Jamiaque, obteve em Espanha o Prémio do Melhor Actor no Ciclo de Teatro Latino. Na companhia de Ruy de Matos, no inesquecível Sancho Pança, constituíram cenas incríveis de dimensão humana.
Na noite do passado sábado, foi lembrado no Cae. E com toda a justiça.

"A maioria socialista na Assembleia Municipal da Figueira da Foz reprovou, no dia 29 de setembro, a proposta do executivo liderado por Pedro Santana Lopes para a devolução da variável do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)"

 Via Diário as Beiras

Dr. Joaquim de Sousa, vai “penhorar o ministro das Finanças”

Antigo deputado, membro do governo e presidente da câmara da Figuiera da Foz, espera reembolso de 14 mil euros que foi obrigado a pagar há 10 anos.

"Um antigo deputado e membro do Governo vai requerer a penhora do carro oficial do ministro das Finanças para conseguir receber cerca de 14 mil euros que foi obrigado a pagar indevidamente ao estado, há 10 anos.

O contribuinte da Figueira da Foz contestou e o tribunal mandou fazer a devolução, mas o dinheiro continua por aparecer."

As "geringonças" e a coerência de Paulo Rangel

Em Novembro de 2021, a vitória de Rui Rio sobre Rangel foi uma colossal derrota do aparelho do PSD perante os militantes do partido.
"Surpresa, desânimo, estupefação", foi o que tiveram de digerir os seus apoiantes, muitos deles notáveis ou dirigentes distritais e concelhios.
Com a derrota, Rangel voltou para Bruxelas para acabar o mandato.

"Deputado Euro-endinheirado do PSD", é especialista em "geringonças".

Em outubro de 2020 o eurodeputado social-democrata desdramatizou a influência do Chega na formação de maiorias nos Açores.

Agora, o Notícias ao Minuto noticiou que « Paulo Rangel comentou na rede social X (antigo Twitter) as "grandes notícias" que vieram da Polónia, este domingo, com o resultado das eleições.

Para o deputado europeu, o resultado dá uma "grande esperança" à Europa, uma vez que a Plataforma Cívica de Donald Tusk e os seus parceiros obtiveram "uma maioria confortável" que pode vir a por fora do poder os conservadores populistas do Lei e Justiça (PiS).

"Uma viragem fundamental para a União Europeia e para a democracia liberal", salientou o vice-presidente do PSD.

As palavras de Rangel foram, contudo, criticadas por José Gusmão, deputado europeu do Bloco de Esquerda (BE) que recordou que o PSD, que agora vê com bons olhos uma "geringonça polaca", viu como um "golpe" a geringonça formada pelo PS, PCP e BE, em Portugal, em 2015.

"Para quem não tenha reparado, a Plataforma Cívica não foi o partido mais votado, mas vai haver um acordo maioritário de várias forças, incluindo de Esquerda. Em 2015, o PSD chamava a isto um golpe. É bom ver a derrota da extrema-direita e também esta evolução do PSD", escreveu também na rede social X o bloquista.

Rangel não deixou o colega do Parlamento Europeu sem resposta e garantiu que, pelo menos ele, nunca viu a geringonça portuguesa como um golpe, "bem ao contrário".

"Caro José: a mim nunca me ouviu falar em golpe a esse propósito. Bem ao contrário. Sempre defendi no meu ensino, disse-o em 2015 e mantenho: legitimidade constitucional e política de maiorias formadas no parlamento (mesmo que não lideradas pelo partido vencedor)", recordou, defendendo, contudo, que a situação na Polónia é bem diferente, uma vez que os eleitores deste país sabiam que existia essa possibilidade.

"O problema politicamente pode ser outro e foi em 2015: poderiam os eleitores, ao votar, ter a expectativa desse entendimento? Nas eleições polacas de 2023, sabiam bem disso. Em 2015, em Portugal, votaram na total ignorância dessa possibilidade", concluiu.»

A memória é curta e desde 2015 já passaram 8 anos.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Há fatalidades assim, como diria o outro: ... fatais como o destino.

Via Expresso
«O presidente do PSD considerou que o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) é "pipi, bem apresentadinho e muito betinho que parece que faz, mas não faz" porque tem "impostos máximos e serviços mínimos". "É assim uma espécie, mais uma vez, de um orçamento pipi, de um orçamento que aparece bem vestidinho, muito apresentadinho, mas que é só aparência, é assim muito betinho, parece que faz, mas não faz, apresenta objetivos, apresenta ideias, mas depois não concretiza nada", afirmou Luís Montenegro, na intervenção de abertura do Conselho Nacional do PSD, que decorre na Maia, no distrito do Porto.»

Perante a escassez de qualidade, é fácil perceber a actual indiferença do eleitorado em torno do Partido Social Democrata.
Nunca votei no PSD. 
Porém, a indiferença deveria preocupar os seus responsáveis.
É que não faz muito sentido que os analistas aumentem o tom de crítica e a impaciência em relação aos tiques autoritários do Governo de António Costa e, depois, mostrem indiferença perante a falta de alternativa.

Uma democracia saudável necessita de projectos alternativos, sob pena de chegarmos àquilo em que estamos precisamente a cair — numa nova ditadura da maioria, agora cor-de-rosa, 36 anos depois da ditadura laranja
Leia-se: maioria absoluta de Cavaco. Há 36 anos, precisamente a 9 de julho de 1987, Aníbal Cavaco Silva lucrava com o regresso às urnas, conquistando mais de metade da votação. Logo nessa noite, o líder social-democrata justificou o resultado com o reconhecimento do seu trabalho e a necessidade de estabilidade. 

Soa familiar? 
Três décadas e meia depois, os papéis dos partidos no poder e na oposição inverteram-se, mas as circunstâncias que deram a António Costa a sua primeira maioria absoluta tiveram contornos semelhantes.
Olhando para a alternativa a Costa, Montenegro fica abaixo da dimensão de outros líderes do PSD.
Há, aliás, quem pense que no actual PSD existem soluções melhores.

Contudo, esse, é outro problema e tem a ver com o modo como se faz política em Portugal, sobretudo, nos chamados partido do "arco do poder": não se reconhece, nem valoriza, quem vai a jogo, quem arrisca, quem dá a cara em momentos menos oportunos e difíceis.
Em vez disso, o passatempo é teorizar sobre putativas soluções salvíficas que passam por figuras que nunca se mostraram disponíveis em arriscar parte do seu crédito político e profissional, quando as coisas não estão de feição para o seu partido, eleitoralmente falando.

Portanto, adiante. A política é «o momento, o homem e a as suas circunstâncias»
Deixemos em paz os D. Sebastiões que se recusam a sair do nevoeiro.
Paremos, pois, de imaginar soluções milagrosas. 
O mundo real é o que temos.
O Povo português terá que continuar a escolher o seu caminho. 
Temos o que temos desde 1978, porque o Povo português escolheu.