Em finais de Junho de 2023, mais ou menos a meio do mandato desta segunda passagem de Santana Lopes como presidente de câmara, o concelho precisa que lhe mostrem a realidade tal qual ela é, sem máscaras e sem disfarce.
Os figueirenses têm de perceber, uma vez por todas, as causas do definhamento da sua cidade e do seu concelho. E têm de entender que na construção do futuro, não existem milagres: há planeamento, trabalho, competência, capacidade de concretização e visão na definição do desenvolvimento do nosso concelho.
O passado não pode, nem deve, ser esquecido, mas o importante é o futuro.
Venha a "valorização do porto", a "duplicação da via férrea entre Coimbra e a Figueira da Foz". Mas, não se esqueçam da Linha do Oeste, antes que lhe aconteça o que sabemos que se passou com a Linha da Beira Alta.
24 de Junho, como sempre acontece na Figueira, foi dia de reflexão e discursos bem intencionados. Todavia, é preciso mais. Como diz o Povo, "de boas intenções e de boas palavras está o inferno cheio."
Ainda bem que, pelo menos uma vez no ano, nos interrogamos como foi possível a Figueira chegar ao que chegou.
A explicação não é difícil e muito menos complexa: chegou aqui com políticas de uma inimaginável estupidez, conduzidas por políticos que ignoravam militantemente a história e a realidade do concelho e se limitaram a imitar o que se fazia noutros lados.
Olhem para Buarcos e para o Cabedelo.
Os responsáveis são conhecidos.
Nestes últimos anos, a Figueira viu uma geração desbaratar milhões a implementar e a pôr em prática políticas urbanísticas, que nem para modernizar uma cidade que ainda vive à sombra dos mitos passados, serviram.
Neste momento, a pouco mais de 2 anos de novas eleições - autárquicas e presidenciais - vislumbra-se já que a Figueira e Santana vão ter um enorme desafio em 2025.
Sem querer adiantar muito, a "pitonisa" prevê que em 2025, "o que pode ser o melhor para Santana, pode ser um problema para a Figueira".
Para memória futura, via Diário as Beiras, fica algo do que ficou dito em 24 de Junho de 2023 na Figueira.
O presidente da
Câmara da Figueira da
Foz, Santana Lopes, na
sessão solene do Dia da
Cidade, que se celebra a
24 de junho, fez um discurso apontando com o
dedo para o desenvolvimento do concelho, defendendo a definição do
caminho a seguir, envolvendo diversas vontades,
mas sem ilusões.
“Temos falado sobre o
quão decisivo é para a
Figueira da Foz [e para
a região] as opções que
venham ser tomadas
nestas matérias. O desenvolvimento da Linha
do Norte ou da Linha da
Beira Alta… Há um pedido que temos de fazer
todos, aos outros e nós
próprios, é que façamos
bem o esclarecimento,
não criemos ilusões,
para não sermos enganados no meio de
confusões”.
Santana Lopes defendeu
que “não há nada pior
para decisões estratégicas do que a nebulosa nos
seus pressupostos, e também nos seus objetivos”.
De seguida, acrescentou:
“A Figueira da Foz prefere
saber com o que conta, o
que partilha, aquilo que
poderá encontrar no futuro, mas ter a certeza de
qual é a estrada do seu
desenvolvimento, que foi
trilhada antes por quem
me antecedeu e será
trilhada por outros, no
futuro”. Por isso, defendeu: “[É preciso] saber-se, por parte do poder
central, do regional e
do local, qual é a estrada que temos de seguir,
independentemente das
mudanças nas escolhas
do eleitorado”.
O autarca figueirense falou a
seguir ao presidente da
Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra
(CIM-RC), Emílio Torrão.
O convidado afiançou
que a estrutura que lidera está empenhada
em “valorizar o Porto
da Figueira da Foz”, que
“é tão importante para
o concelho como para
todo o território, sendo
o único acesso a exportações e importações via
marítima da Região de
Coimbra, e fundamental
para o país”.
Emílio Torrão afirmou,
ainda, que a CIM-RC
também está empenha
na “duplicação da ferrovia entre Coimbra e a
Figueira da Foz, e posterior ligação a Espanha”.
O mesmo empenhamento manifestou em
relação à “mitigação
dos efeitos da erosão
costeira” e para afirmar a Figueira da Foz como
o “centro da economia
azul que em breve florescerá e que tornará toda
esta costa num ainda
maior ativo”.