quarta-feira, 24 de maio de 2023
«Sozinho, completamente sozinho, o dr. Cavaco Silva conseguiu arruinar a Presidência da República. A Presidência da República não tem hoje autoridade, influência ou prestígio.»
A Festa da Sardinha é do concelho: a outra margem também é Figueira...
Portanto, é com toda a normalidade que, em 2023, se aceita que a Festa da Sardinha seja realizada no Portinha da Gala, aliás um local excelente para o efeito, na freguesia de São Pedro.
Afinal, qual é o espanto?
Pedro Santana Lopes, presidiu ao batismo do barco elétrico Carlos Simão
Nota de rodapé, ao cuidado do Senhor Presidente Santana Lopes e do Senhor Vereador Manuel Domingues.
Se não existirem impedimentos inultrapassáveis, penso que é uma situação a rever e uma solicitação a ter em conta.
Da série, verdadeiros artistas locais...
Passado este tempo, depois de Setembro de 2021, citando o Diário as Beiras de hoje.
"Por sua vez, o único vereador do PSD, Ricardo Silva, chegou cerca de uma hora depois do início da sessão."
«Antes do início da reunião, Susana Pereira, transmitindo a posição do partido, disse a Santana Lopes que se este insistisse em manter na ordem de trabalhos a proposta sobre a delegação de competências da Câmara da Figueira da Foz no presidente os vereadores socialistas, ausentar-se-iam da sessão, deixando-a sem quórum, durante a respetiva votação. O executivo camarário está em minoria e o presidente acabou por ceder. “Foi uma ameaça e eu passei por cima dela, pela situação em que o país está, porque achei que não devia fazer mais um espetáculo triste, iguais aos que já acontecem no país”, disse Santana Lopes.»
Um dos problemas de Portugal e do nosso concelho, é a enxúndia de quadros políticos que, vindos das bases partidárias, se contentam com as migalhas do poder e a possiblidade de poderem distribuir tachos.
Outro, porventura mais grave, é o das elites: o modo como se formam, ascendem politicamente e tomam as rédeas do poder.
Atenção ao perigo: pare, escute e olhe....
«Montenegro ameaça bloquear revisão constitucional
Líder do PSD garante que se não forem retiradas as "amarras ideológicas" da Constituição e se não se mudar o que é "importante" o PSD vai inviabilizar o processo de revisão constitucional. Montenegro acusa Costa de estar a levar o país para um "pântano". E o PSD? "Vamos estar no sítio certo, no momento certo para mudar Portugal, para ganhar as eleições e governar Portugal".
As palavras, mais duras, e muitas vezes já usadas por dirigentes socialistas noutras alturas, repetem-se a cada discurso. E desta vez naquele que é o "último reduto do PSD" depois da "grande adversidade nas últimas legislativas", Luís Montenegro, num discurso de meia hora, no encerramento das jornadas parlamentares social-democratas na Madeira, subiu o tom e a combatividade e ameaçou bloquear a revisão constitucional.»
Fim de citação
Politicamente falando, mesmo um nabo, como eu, não pode deixar de reparar no que Montenegro pretende: um "golpe de estado constitucional".
Vamos à realidade. Cavaco Silva e Passos Coelho, os mentores de Montenegro, foram - e continuam a ser - bastante odiados. A simples menção dos seus nomes provoca irritação em franjas substanciais do eleitorado português.
Eu também não gosto deles. Por razões que não devem interessar a quem me está a ler, pois têm a ver com a minha vida.
Cavaco, em finais de 1993, mudou a minha vida e a minha profissão com a forma como tratou (melhor: destratou) os ajudantes de despachantes oficiais. Ainda por cima, lembram-se, foi o autor duma frase que detesto: "eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas."
Cavaco, recorde-se, enquanto PM teve a maior injecção de fundos comunitários da história e apostou pessimamente: AE, investimento em betão e alcatrão, pouca (para não dizer nenhuma) fiscalização de dinheiro que vinha da CEE.
Como PR, na minha opinião, foi péssimo. E a explicação é fácil e simples: a imagem dele esgotou-se, risco que Marcelo também começa a correr.
Depois, além da imagem que passava de um presidente amorfo, sem sensibilidade e sem se preocupar com a neutralidade presidencial, teve alguns episódios infelizes: tentou vetar o Prémio Nobel ao Saramago, por ser um livro que, na sua perspectiva, atenta a contra Deus. O episódio da reforma insuficiente, pouco depois de o governo ter cortado nas reformas...
Aliás, a sua dificuldade de empatia com a população, explica a popularidade do ar novo trazido por Marcelo.
Sinceramente, penso que custa (pelo menos a mim) a compreender esta insistência em querer ter uma permanência na política, alguém que apesar de ter estado décadas na política activa, não se considerava um político mas apenas um economista.
A não neutralidade, que não teve como PR, continua após sair do cargo, com comentários de como deveria ser feito o papel do governo.
Podemos registar que teve o azar de ser o presidente durante uma grande crise, com as maiores manifestações e os maiores casos de corrupção no tribunal. Mas, Cavaco tem um problema que afectou outros, como por exemplo Mário Soares: não soube quando e como sair da Política. Com uma agravante, no seu caso: senão me engano, foi o PR que terminou como o mais impopular de sempre no cargo. Ficou recordado, como o político que recusou uma pensão por serviços excepcionais a Salgueiro Maia e concedeu o mesmo tipo de pensão a 2 agentes da pide, da destruição da via férrea para iniciar a política do alcatrão, do desmantelamento da frota pesqueira, do buzinão da ponte 25 de Abril, após aumentar as portagens em 50%, com uma carga policial que resultou em vários feridos, ficando um paraplégico.
Passos Coelho, por seu lado, continua a ser uma sombra a perseguir Luís Montenegro, pois há quem considere que tem uma obra por acabar na política.
Vamos ver o que isto vai dar. Mas dele não tenho, também, boas recordações polóticas nem pessoais. Lixou-me a reforma...
Porém, até agora, tem sabido gerir as expectativas com o silêncio. Passos certamente não ignora, que quando ex-governantes se queixam do estado actual do nosso sistema democrático ou económico, podem ser confrontados com o que fizeram quando governaram.
A pergunta, a meu ver, seria inúti e de resposta fácil e rápida: fizeram o que puderam ou souberam.
Sem querer ser pessimista nem eliminar a esperança num futuro melhor, se os que estiveram não souberam ou puderam, depois de já não terem hipóteses de estar, como diabo vão poder?
Nem os que estão agora podem e, muito menos, sabem...
terça-feira, 23 de maio de 2023
𝗩𝗲𝗿𝗲𝗮𝗱𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗣𝗦 - 𝗚𝗹𝗼́𝗿𝗶𝗮 𝗣𝗶𝗻𝘁𝗼
Da série, É esta a riqueza da Figueira: estamos absorvidos e deslumbrados por alguma coisa (neste caso a "mercearia") e só termos olhos para ela. O demais não interessa... (continuação)
"Mercadona abre na Figueira da Foz no dia 20 de junho".
Fica a sugestão. A "mercearia" figueirense pode continuar a crescer... Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia: depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar. "Já existem supermercados flutuantes"...
Da série, "verdadeiros artistas"...
Via Correio da Manhã
Cavaquismo
Por João Rodrigues
"Já perdi a conta ao número de pessoas que insultam Cavaco à boleia da sua provecta idade, uma prática verdadeiramente lamentável. Já perdi a conta ao número de pessoas que criticam Cavaco pela sua suposta incultura, uma prática verdadeiramente elitista e equivocada (publicou mais de uma dezena de livros...). Já perdi a conta ao número de pessoas que continuam a subestimar aquele que é, desgraçadamente, o mais bem-sucedido político da democracia portuguesa. Assim, não vamos lá. Precisamos de cabeça fria e de coração quente.
É claro que são mais os que denunciam, e bem, as contradições de Cavaco, o seu azedume e ressabiamento, as formas de economia política que favoreceu, os padrões desiguais, plutocráticos e dependentes a que os seus governos e influência deram origem. Valha-nos isso. Em algumas páginas de O Neoliberalismo não é um Slogan, adotei o método de levar a sério o intelectual público consequente, economista resolutamente político, apesar dos disfarces ideológicos, com uma escrita clara e depurada. Dois parágrafos (com referências omitidas):
Em 1997, um professor catedrático da FEUNL [Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa] e também da UCP [Universidade Católica Portuguesa], Aníbal Cavaco Silva, publicava um livro intitulado Portugal e a Moeda Única, com um prefácio de um entusiasmado Jacques Delors. Se Margaret Thatcher reconheceu no Reino Unido que Tony Blair tinha sido o seu maior triunfo, Cavaco Silva, a sua versão portuguesa, fez ali o mesmo, nos termos de uma cultura de economia política que ia para lá do keynesianismo da síntese que expôs nos seus manuais de política orçamental: «A mudança de Governo, em Novembro de 1995, não perturbou a paridade do Escudo, pois a preferência pela estabilidade nominal tinha sido já assumida pelo partido vencedor [PS] e a perspectiva de continuidade da política económica nas suas linhas fundamentais já tinha sido antecipada pelo mercado». A política económica era agora assumidamente antikeynesiana, dados os constrangimentos monetários supranacionais em construção.
Para Cavaco Silva não havia alternativa às Reformas da Década, título de outro livro, publicado dois anos antes e relevante para a compreensão das «13 grandes reformas» realizadas pelos seus governos, em contraste com «os excessos e desvarios do período revolucionário». Vistas de forma explicitamente articulada «pela sua incidência sobre as relações de fundo da economia e da sociedade portuguesas», estas reformas «constituíram um projecto coerente e global de modernização». Este projeto neoliberal, embutido numa narrativa de modernização, tinha, como sempre, uma dimensão negativa — com as reformas, «o colectivismo e a estatização instalados em 1975 começaram a ser destruídos», da reforma agrária, desadequada face à realidade da Política Agrícola Comum, às privatizações na indústria e nos serviços — e outra positiva: criar um «clima de confiança» e de «racionalidade económica», alinhando a economia política portuguesa com «o quadro da economia aberta e concorrencial que caracteriza a Europa comunitária». Isto implicava, entre muitas outras dimensões, alterar os direitos e as obrigações na relação social de fundo da economia, a laboral, aumentando de forma explícita a liberdade patronal e correlativamente atenuando «o proteccionismo exacerbado em prol do trabalhador por conta de outrem». Não por acaso, e como confessaria nas suas memórias, esta foi a questão que mais dores de cabeça lhe deu.
Faz realmente falta uma biografia intelectual e política de Cavaco e dos tempos neoliberais que são os seus. António Araújo, nas direitas, seria sem dúvida a melhor pessoa, pela sua proximidade e pelo que já nos deu a ver em alguns apontamentos ricos. Nas esquerdas, conheço várias, claro.
Cavaco faz parte da história deste presente em que insiste intervir. É nosso dever compreendê-lo, até para melhor o combater (e aos seus discípulos)."
Concelhia do PSD Figueira acusa PS de "desrespeitar os Figueirenses"
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Então, é isso...
Via WITH BUBBLES
"O modelo neo-liberal está destruindo a inovação na ciência. Nas últimas décadas, os cientistas têm feito cada vez menos avanços inovadores. A culpa é do modelo acadêmico cada vez mais competitivo e baseado em métricas, que desencoraja a criatividade e a tomada de riscos."
Contabilistas em guerra com o Governo por causa do novo estatuto
Sapadores da Figueira da Foz avançam com greve ao trabalho extraordinário
Via Diário as Beiras
“Os bombeiros só vão trabalhar 35 horas semanais, de acordo com a Lei, ficando as restantes horas no quartel em prevenção para cumprir com os serviços mínimos”, explicou à agência Lusa o presidente do sindicato, no final do plenário da manhã de hoje.
Segundo Sérgio Carvalho, esta modalidade de greve permite, “se a Câmara estiver de boa-fé, remunerar o excesso de carga horária aos bombeiros, porque estão a garantir os serviços mínimos”.
O líder sindical salientou que o regime de horários estabelecido no município da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, “é superior às 35 horas e, em muitos casos, é de 48 horas semanais”, mas os bombeiros não são remunerados pelo excesso de horas.
Desde janeiro deste ano que a Câmara da Figueira da Foz não paga o trabalho extraordinário, com base num parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o que se traduz numa diminuição de 250 euros mensais, em média, na remuneração de cada sapador."