quarta-feira, 17 de maio de 2023

Grandes eventos realizados na cidade, promovem mediaticamente a “marca” Figueira da Foz, cá dentro e no estrangeiro...

Via Diário as Beiras

Primeiro Curso ministrado no Campus da UC na Figueira da Foz terminou com Boot Camp


"O primeiro curso ministrado no Campus da Figueira da Foz da Universidade de Coimbra (CFFUC), Curso de Formação em Temas de Turismo Costeiro, não conferente de grau, terminou no passado sábado, dia 13 de maio, com a realização de um Boot Camp na Figueira da Foz."

Pescadores da Figueira da Foz

Filme datado de 1988. Faz parte do arquivo da RTP.
Via Cova d´oiro.

O pedido de desculpas de Luís Osório a Luís Montenegro

Gosto do que escreve Luís Osório. A partir de hoje a minha admiração pelo Homem que é Luís Osório aumentou. Este POSTAL DO DIA explica tudo: quantos teriam a sua coragem e a sua humildade?

"Peço as minhas mais sinceras desculpas a Luís Montenegro
1.
Escrevi na passada semana um postal sobre a casa de Luís Montenegro.
Um postal que tinha uma premissa clara e em que acredito: o poder do dinheiro e da ostentação é inconciliável com o poder político. Quando se juntam o caldo está entornado, um caldo de ganância e de aparência que torna impossível qualquer relação de confiança quando essa pessoa deseja ocupar o lugar de primeiro-ministro.
Escrevi sobre a casa de Luís Montenegro, líder da oposição e de um PSD à procura de ser alternativa.
Foi um postal duro e sem contemplações, uma pessoa assim não pode ser poupada pois um dia já será demasiado tarde.
Recordo que não escrevi sobre a legalidade do que se tem falado, isso é um outro tema, uma outra história.
Escrevi sim sobre a inquietação de termos um “candidato” a primeiro-ministro que resolve neste momento decisivo do seu percurso construir um palácio com dezenas de quartos.
2.
Tinha absoluta razão neste texto…
… se ele fosse completamente verdadeiro.
Mas na verdade tenho a obrigação, em nome da relação com quem me ouve e lê, de dizer que não eram verdadeiros alguns dos pressupostos do postal do dia.
A casa de Luís Montenegro tem quatro quartos e não dezenas.
Começou a construí-la em 2015 e vive nela há quatro anos.
E a praia é separada da casa pela piscina municipal de Espinho, o que retira a força de um palácio que tinha a praia mesmo aos seus pés – não estava assim dito no postal do dia, mas era implícito para quem o leu.
3.
Conversei com Luís Montenegro.
Uma conversa franca em que mostrou o seu incómodo pela injustiça do meu texto. E em que apontou as imprecisões e, no caso do número de quartos, uma imprecisão para ele dramática.
Depois da conversa com o presidente do PSD procurei confirmar o que me tinha dito. Não por dele duvidar – seria ainda mais grave se me tivesse mentido -, mas por estrito dever profissional.
Confirmei que era verdade o que me jurara.
Confirmei que baseara a minha opinião num pressuposto totalmente falso e em algumas meias-verdades.
Não é justo para Luís Montenegro.
E é minha estrita obrigação repor a verdade.
E pedir desculpa ao presidente do PSD.
4.
Neste tempo tão polarizado, de tanta agressividade e de tanta pulhice é necessário que a ética consiga, apesar de tudo, sobreviver.
O que escrevo, o que penso e o que faço é baseado no meu olhar sobre o mundo.
Nos meus conceitos e preconceitos ideológicos.
Acredito num modelo de sociedade.
E o que escrevo reflete o que penso.
Sou lido por muitas pessoas e pessoas muito diferentes.
Gente de direita e de esquerda.
Gente religiosa e ateia.
Gente com culturas diferentes, de gerações diferentes.
Gente que sabe perfeitamente quem sou, o que penso e defendo.
Mas acredito que me leem por uma relação de confiança, a de que escrevo sem ter nada na manga, a de que escrevo sem aproveitar o espaço que tenho para denegrir pessoas de quem não gosto ou para tirar vantagens políticas, materiais ou outras.
É por isso, e em nome disso, que tenho de pedir desculpa a Luís Montenegro. Com o mesmo espaço, enfase e sinceridade com que o critiquei tão agressivamente na passada semana.
Se não o fizesse não seria apenas injusto para Montenegro.
Seria injusto para quem me lê – mesmo para os que nunca votarão PSD.
E diria bastante sobre mim."

terça-feira, 16 de maio de 2023

Há quem tenha reparado: o único ajoelhado é negro...


 Selo do Vaticano para comemorar as JMJ

"A entrada da cidade merece esta atenção e investimento..."

 Via Diário as Beiras

É a vida...

«
O português António Vitorino retirou, esta segunda-feira, a recandidatura à liderança da Organização Internacional para as Migrações (OIM), após ter perdido a primeira votação para a norte-americana Amy Pope, que dirigirá a instituição, revelou à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Hoje, durante a primeira volta, o resultado apontou para um apoio maior para a candidata americana e o senhor António Vitorino tomou a decisão de retirar a sua candidatura", disse João Gomes Cravinho em declarações por telefone a partir de Genebra, onde se encontra a acompanhar a votação para a OIM.»

2023, o "super ano" dos bancos...

"Os lucros agregados dos cinco maiores bancos que operam em Portugal aumentaram 54% para 919,3 milhões de euros no primeiro trimestre, segundo contas da Lusa, um resultado beneficiado pelo aumento das taxas de juro nos créditos."
Foto via Diário de Notícias
O que é que estes milhões acrescentam ao bem estar do Povo? Se os bancos têm prejuízos, injetamosSe têm lucros, ficam com elesE como é que eles conseguem estes lucros? Há um ponto em comum: a subida das receitas com juros, que é o core do negócio da banca, e as comissões. 

Coitadinhos dos bancos! De tão atrapalhados que estão, já pedem que não os usem como os "maus da fita" para desviar atenções...

Em cerimónia promovida pela Junta de freguesia, Tavarede entregou distinções honoríficas a residentes que se destacaram em diversas áreas

"O Dia de Tavarede tem por finalidade promover o convívio entre os residentes da freguesia, que vai desde a cidade até à serra, com zona urbana e uma vasta área rural. Este ano, pela quinta vez, a Junta de Tavarede distinguiu diversas pessoas singulares e coletivas. A sessão solene realizou-se, à semelhança das quatro edições anteriores, na sala multiusos do Paço de Tavarede, que se revelou pequena para tanta gente. Foram concedidas seis distinções honoríficas, quatro individuais e duas coletivas. Foi, ainda, entregue uma bolsa de estudo, no valor de 500 euros, a um aluno residente na freguesia que frequenta o ensino superior."

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Dois figueirenses notáveis, de que poucos já se lembram...

A reportagem de José Martins, que tinha por título COMANDANTE MOTA: QUEM É VOCÊ?, causou na data em que saiu no Jornal Barca Nova - 12 de Maio de 1978 - enorme celeuma na esquerda mais radical figueirense.
Na altura, o sectarismo político estava bem vivo pr cá. Essa estirpe, aliás, ainda resiste na Figueira. Alguns, poucos, revolucionários folclóricos, que pensam que a verdadeira revolução, que passa pela mudança de mentalidades, se faz a dizer que "quando só houver um comunista em Portugal, esse comunista, é ele", zurziu forte na rapaziada que com enorme trabalho, dedicação e algum talento jornalístico, ousava confeccionar, todas as semanas, um jornaleco de província que tinha como lema ter a mania de querer ser democraítico e progressista.

Adiante. Isso pertence ao passado. Vamos ao que interessa. 
Em 28 de Fevereiro de 1974, o Comandante Mota e o Bombeiro Francisco Oliveira escreveram um das páginas mais gloriosas dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. (Para perceberem porquê, leiam as imagens.)
Na edição de 12 Maio de 1978, José Martins publicou a parte 2 de um grande trabalho sobre os Voluntários da Figueira, que ficou repartida por três edições do Jornal Barca Nova. Na segunda parte desse trabalho jornalístico, José Martins no seu estilo, único e inemitável, fez um entrevista ao Comandante Mota, onde recordou uma reportagem que havia feito uns anos antes para o Diário Popular.  
Esta recordação lembra dois Homens verdadeiramente fantásticos que tive o privilégio de conhecer na segunda metade do século XX: o Jornalista José Martins e o Bombeiro Comandante Hildebrando Mota.
Leiam o que está escrito nas imagens. Se quiserem, cliquem nas imagens pois poderão ler melhor.

O antigo Comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Hildebrando Mota, que liderou a corporação entre 1974 e 1993, faleceu em 22 de Janeiro de 2013"A Figueira da Foz perdeu fisicamente mais uma das suas referências." 

José Martins morreu uns anos antes: em 28 de Abril de 2000Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre. Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE. Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.Chegou a ser preso pela polícia política. Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto. Não a visível, mas a essencial.

"Está tudo bem assim e não podia ser doutra forma" *

Poluição ideológica

"Luís Marques Mendes é consultor da Abreu Advogados desde 2012, exercendo também o cargo de Presidente do Conselho Estratégico da sociedade e integrando o Grupo Angolan Desk. Antes de integrar a Abreu Advogados, exerceu advocacia durante os anos oitenta, atividade profissional que veio a interromper para exercer, durante duas décadas consecutivas, cargos de natureza política, parlamentar e governativa (...) Já depois de abandonar a vida política, e antes de integrar a Abreu Advogados, foi administrador em várias empresas ligadas ao setor da energia. Atualmente, fora da vida política ativa [risos], é membro do Conselho de Estado designado pelo Presidente da República e comentador de política nacional e internacional num grande canal de televisão português." 

Apresentação na Abreu Advogados.

"Paulo Portas é Vice-Presidente da Confederação de Comércio e Indústria de Portugal, para além de Presidente do Conselho Estratégico da Mota Engil para a América Latina. Desempenha também cargos de administração no board internacional de Petroleos de Mexico (Pemex) e faz ainda consultoria estratégica internacional de negócios, sendo para efeito founding partner da Vinciamo Consulting. Dá aulas de mestrado Geo Economics and International Relations na Universidade Nova e na Emirates Diplomatic Academy; dirige seminários sobre internacionalização e risco político para quadros de companhias multinacionais e é ainda presença frequente na televisão em comentários de política internacional e speaker da Thinking Heads em conferências. Foi ministro da Defesa, ministro dos Negócios Estrangeiros e Vice-Primeiro Ministro de Portugal."

Apresentação na Llorente&Cuenca, “a consultora líder na Gestão de Reputação, Comunicação e Assuntos Públicos em Portugal, Espanha e na América Latina” 


"Ao domingo à noite são emitidas quantidades particularmente elevadas de poluição ideológica televisiva, em sinal aberto, uma concessão pública, o que implica deveres. 

A economia política marxista mais simples explica este monopólio de facilitadores dos grandes negócios das direitas: as ideias dominantes são as da classe dominante, sem contraditório. 

A economia política neoclássica, para lá do mau manual, também pode ser mobilizada por analogia: se assumirmos a hipótese de que as preferências têm de ser (in)formadas, podemos estar perante externalidades negativas, em que a poluição ideológica incontida prejudica precisamente o tal processo de (in)formação. 

As prescrições são claras: regular e taxar, diria a economia política neoclássica; alterar as relações de propriedade, diria a economia política marxista. Dado o estado de demissão da ERC e do Governo, que chegou a subsidiar estes grupos, qual é a saída para este estado de coisas?"

* -

QUEM ME DERA EM ABRIL ESGOTOU AUDITÓRIO ALMEIDA GARRET NO PORTO

Via Diário as Beiras 

Quem tiver interesse em consultar o site com conteúdos de QUEM ME DERA EM ABRIL, clique aqui.

As coisas importantes (2)

 Via Jornal Público

"Espera-se o pior na produção de cereais e na pecuária. Os animais não têm alimento e os produtores pecuários já enfrentam a escassez de água. As searas estão perdidas. Nem a palha se aproveita."

Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz: Armindo Bertão é o novo comandante

"«Total confiança». É assim que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz recebe Armindo Bretão, o novo Comandante da corporação.
DB/Foto de Jot’Alves
Armindo Bertão vai desempenhar o cargo de comandante dos BVFF em regime de substituição, pelo menos, até às eleições para os órgãos sociais da associação humanitária, em dezembro próximo. O presidente da direção, Lídio Lopes, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que «já o convidou para ser comandante efetivo, caso vença as eleições. O dirigente está na liderança da direção há 25 anos».
Armindo Bertão entrou para os BVFF no ano 2000.

O ingresso de antigos comandantes no quadro de honra não é automático, é proposto pela entidade detentora do corpo de bombeiros e sujeito a despacho da ANEPC, que terá de atender ao cumprimento dos diversos requisitos legais, entre outros o tempo do exercido de funções de comando durante mais de 15 anos. Lídio Lopes avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS «que a direção dos BVFF vai, nos próximos tempos, analisar o caso de Jody Rato.»

No discurso de despedida, Jody Rato realçou as qualidades do sucessor e seu antigo segundo comandante. «Não tenho dúvidas que [Armindo Bertão] vai continuar a fazer muito bem e cada vez melhor», afirmou. 
Na despedida, Jody Rato deixou ainda palavras de apreço aos elementos que comandou e ao antecessor João Moreira.

«Sempre tentei desempenhar as funções de forma correta e com espírito de equipa», destacou Armindo Bertão na sua intervenção. De seguida, manifestou «gratidão» pela sua nomeação e garantiu que está na liderança operacional com «tolerância, exigência e rigor»
Bruno Curado mantém-se no cargo de adjunto do comando. 
O presidente da direção dos BVFF, Lídio Lopes, não poupou nos elogios ao antigo e ao actual comandantes. Não obstante, realçou que só há 10 dias soube que Jody Rato iria integrar os quadros da ANEPC. «Compreendemos [a decisão], mas este desfecho não é do nosso agrado», «cada vez que a ANEPC» contrata operacionais dos bombeiros, estes «ficam mais pobres» e aquela «fica mais rica, sem nada ter feito», sublinhou Lídio Lopes, a propósito da contratação de Jody Rato pela referida autoridade."

domingo, 14 de maio de 2023

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, OS SILÊNCIOS E OS BLOGUES

Estamos num País onde todos enchem a boca com a palavra democracia. Porém, a  democracia tem regras que, muitos, sempre que lhes dá jeito, optam por esquecer. Contudo, e apesar de tudo, como disse um dia Winston Churchill, "a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros".

Confesso ter alguma desconfianças com a esmagadora maioria dos titulares dos órgãos de soberania. Ter este blogue, que está a caminho dos 18 anos de existência, tem-me permitido desabafar e colocar à consideração dos outros perspectivas pessoais. Porém, nunca tive ilusões: isso, nada alterou a realidade que nos cerca. 

Contudo, viajar pela "blogosfera", nacional e estrangeira, deu-me a possiblidade de tomar conhecimento de informção que não conseguia encontrar na comunicação social portuguesa.

Um dos grandes problenas portugueses, talvez o maior, a meu ver, está na falta de cultura, educação e deficiências de formação e informação, que leva tantos portugueses a acreditar em sucessivos actos eleitorias nos mesmos que debitam ilusões e promessas que antecipadamente sabemm não vão poder cumprir. E a esmagadora maoiria dos portugueses continua acreditar neles. 

Quem maioritariamente domina a vida política e as instâncias do poder, são figuras pequenas, aliadas a escritórios e "donos" disto e daquilo, suportadas pelo erário publico. É triste ter de assistir a lutas pequeninas, alimentadas por facções partidárias, como se não houvesse outra dimensão para melhorar a nossa sociedade.

Lembram-se de António José Seguro? Anda desaparecido há vários anos. Desde que deixou de ser lider do Partido Socialista, o que aconteceu há quase 8 anos. 

António Costa ganhou a liderança e Seguro resolveu apagar-se. Não abandonou o palco como um eufemismo: o ex-secretário-geral do PS nunca mais falou, nunca mais apareceu, nunca mais quis influenciar, não alimentou cisões ou movimentos, não fez constar que poderia pensar isto ou aquilo, nada de nada. Que me lembre, publicou um livro em 2016. E falou recentemente: "quando olho para o país, fico perplexo". "Os portugueses merecem melhor”, afirmou o antigo secretário-geral do PS, que não exclui a possibilidade de regressar à actividade política.

Não sei se a maioria das pessoas ainda se lembra de António José Seguro, ou sequer, se valorizou a invisibilidade a que António José Seguro se condenou. Registo, porém, a postura diferente de Seguro, num tempo em que os políticos têm de dar provas de vida constantes, em que têm de aparecer com o pavor de deixarem de contar. Não é fácil ter feito o que ele fez. A política era um jogo que ele estava habituado a jogar e era a razão de ser da sua vida desde a juventude. Esteve em  silêncio até há quatro dias, quando à saída de um debate sobre a Europa foi duro para com o modo como o país tem sido governado.  

Muitos não gostaram. Acharam, talvez, que deveria continuar calado. António José Seguro, porém, é um homem livre: pode e deve falar.  

Não sei se, tal como os meus desabafos, os seus desabafos vão resolver alguma coisa. Os meus nada resolvem. Aliás, creio que até os os blogues de qualidade superior (o que não é de todo o caso do OUTRA MARGEM), pouco devem incomodar os poderes...

sábado, 13 de maio de 2023

Um texto para ler e reflectir...

 13 de Maio, por Diogo Martins

"Pobreza extrema.  Fome. Escassez de acesso a informação que não fosse o missal debitado em língua desconhecida para quem o ouvia (o latim). Crianças suscetíveis a uma crónica de eventos onde a aparição, o milagre, o pecado e a expiação são omnipresentes. Poderes conservadores assustados com o ateísmo republicano e sempre em busca do ensejo de contra ele virarem o povo que controlavam. Imprensa ultramontana e sensacionalista disposta a amplificar qualquer evento que se opusesse ao republicanismo. Total ausência de escrúpulos. Manipulação de massas pelo castigo e pela salvação divinas. 

Cada um crê no que quer. Mas, no caso de Fátima, o que se descreve acima está bem documentado em já extensa investigação histórica. Celebrar o 13 de Maio é glorificar o mais triste uso da religião por parte das elites. Primeiro nos anos finais da República e depois plenamente incorporado na doutrina oficial do Estado Novo com o advento do fascismo. 

Sempre usado para preservar o poder de minorias pela força, quando a democracia liberal se mostra incapaz de garantir uma ordem que não lhes ameace o poder, o fascismo precisa sempre de se socorrer de elementos que lhe permitam forjar a popularidade ou, pelo menos, a branda aceitação entre a maioria do povo cujos impulsos teme e  a cujos interesses se opõe. Como o fascismo descobriu durante o século XX (e os neo-fascismo continuam a explorar no século XXI) a religião é talvez um dos mais poderosos entre esses elementos. 

Expurgado da religiosidade usada por alguns para limitar o seu escrutínio histórico,  Fátima é somente um legado do obscurantismo herdado pelo Portugal democrático. 

Celebrá-lo com o fervor e ausência de espírito crítico a que todos os anos se assiste é o retrato do falhanço da trajetória emancipatória de um povo."

Muita gente na Figueira para assistir à super especial

A estreia de uma super especial na Figueira da Foz, foi a principal novidade da 56.ª edição do Rali de Portugal, quinta prova do Mundial, que está na estrada este fim de semana.

O bom tempo de ontem ao final da tarde, apesar do vento, contribuiu para a grande afluência de público à Figueira da Foz para esta superespecial do Rali de Portugal. O espanhol Dani Sordo (Hyundai i20) não deu hipóteses à concorrência: gastou  2’29,8’’, para percorrer os 2,28 quilómetros do percurso. Depois de Sordo ficaram o estónio Ott Tänak (Ford Puma), a 0,7 segundos, e Thierry Neuville (Hyundai i20), também a 0,7’. Refira-se que o piloto belga chegou à superespecial da Figueira da Foz na quinta posição, mas conseguiu subir duas posições na classificação, após bater o francês Pierre Loubet (Ford Puma) e o finlandês Esapekka Lappi (Hyundai i20). Os três pilotos estão separados por apenas 1,3 segundos.
Foto Pedro Agostinho Cruz

sexta-feira, 12 de maio de 2023

As coisas importantes

"Vamos explicar outra vez: não há água. E outra vez ainda: não há água. Portugal está sob ameaça iminente de ter de começar a racionar a água, já não só para a agricultura, mas para o próprio consumo humano. O mais de um milhão de turistas que todos os Verões triplicam a população residente do Algarve vão correr o risco, este ano, de, após servidos os 60 campos de golfe, os laranjais e olivais intensivos, as estufas de frutos vermelhos para os pequenos-almoços dos alemães e as cada vez maiores plantações de abacate (esse fruto exótico que precisa muito de humidade e que a Europa não dispensa), abrirem as torneiras e não verem água a correr. Talvez aí, finalmente, percebam do que estamos a falar. Entretanto não se preocupem, essa iluminada que ocupa o cargo de ministra da Agricultura já terá visto atingido o ponto de seca necessário para activar os mecanismos europeus que, não lhe inventando água, lhe darão dinheiro com o qual ela julga, pobre criatura, resolver, como de costume, os problemas estruturais da agricultura portuguesa. É isto que António Costa não entende, é isto de que Marcelo não se ocupa."

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