domingo, 8 de agosto de 2021

Jornais e blogues


Desde muito jovem que leio jornais. Continuo a ler.
Desde há quase 20 anos que leio blogues. Vou continuar a ler.
Há jornais onde se escreve muito bem. E há jornais onde se escreve muito mal.
Há blogues onde se escreve muito bem. E há blogues onde se escreve muito mal.
Uma coisa descobri nos blogues: há quem escreva muito melhor do que eu pensava. 
Gente que nunca apareceria nos jornais e que escreve coisas que valem a pena ser lidas.
Há escritos nos blogues que nunca teria possibilidade de ler nos jornais.
Aprecio a coragem. Gosto do pluralismo. A variedade fascina-me. A inteligência atrai-me. 
Vou continuar a ler jornais. E vou continuar a ler blogues.
E a escrever o blogue.
Ter um blogue, que vai no décimo sexto ano de existência, não é uma preocupação,  um dever ou um facto condicionante para o seu autor. 
Em qualquer fase da sua vida, foi, é e será, uma liberdade. 
De escrita. E de silêncios. 
Sempre escrito e publicado com gosto.

sábado, 7 de agosto de 2021

Autárquicas 2021: ao que isto chegou!...

"Candidato do Chega a Caminha entregou listas eleitorais no sítio errado"!..

Porque tive de criar o OUTRA MARGEM, há mais de 15 anos...


Nas fotos, eu e o eng. António Albuquerque numa amena e salutar conversa, quando no Cabedelo existia espaço para o convívio e para o diálogo inteligente e esclaredor.

Andam por aí candidatos a políticos, que vivem no mundo da fantasia da pequena política figueirense, que me acham com caparacidade para, perversamente, criar um "universo paralelo".
Isto, no mínimo, é rídiculo.

Deveria sentir-me honrado com a importância que me dão e que, de todo, não mereço.
Presumo, porém, que explicção para este eqívoco é simples de dar e de entender: o "concelho real" adora esses políticos; o tal "universo paralelo", criado por mim,  não tem por eles a mesma imoderada estima.
 
Já estou habituado. São muitos anos a "virar frangos". Não há candidato a político que, tarde ou cedo, não venha com isto. Não há candidato a político que entre a adulação da gente que o rodeia e o exercício da crítica, não prefira que o "concelho real" seja o da adulação. 

De resto, costuma acontecer que à medida que a distância aumenta entre o "concelho real" e o "universo paralelo", mais "real", para o político, se torna o "concelho real" e mais "paralelo" o "universo paralelo"

Não admira que estes candidatos a políticos se convençam que a sua corte de apaguinuados acríticos, são a única e autêntica realidade e que o mundo cá de fora não passa de uma fantasia, fabricada por um  inimigo (eu...) que tem «ódios de estimaçã».

Esta gente, na sua infinita capacidade de auto-ilusão, leva a coisa mais longe. A existência do "universo paralelo" é a prova que vivemos numa "semidemocracia"
Por exemplo, se eu não publico o que era seu desejo, simplesmente porque tenho opinião própria, "estou a fazer campanha ao lado" de certos partidos. Por outras palavras, não "faço campanha" ao lado deles. 

Este facciosismo nunca me pareceu aceitável. Por isso, se tenho opinião livre, o que me permite introduzir o "país real" no "universo paralelo" e remover o "semi" da semidemocracia, tive de criar o OUTRA MARGEM há mais de 15 anos.
Que, pelos vistos, ao contrário do que era minha intenção, vai ter de continuar...

PSD e PS a contribuirem para aquilo que Santana tanto gosta: explorar à exaustão o "fait-divers"...

 Via Jornal de Notícias

“Seria lamentável as pessoas deixarem de adoptar a bicicleta” por medo...

Via Jornal de Notícias 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Quem consegue ressitir a tanto charme?..


HAJA PACIÊNCIA E ESPERANÇA...

 Via Diário as Beiras

Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".

Imagem via Diário as Beiras

Muitas vezes ouvimos desabafar: "que fiz eu para merecer isto?"
Mais do que uma queixa, um lamento, uma surpresa, é um protesto.
Quando algo desagradável nos toca a nós, todos achamos que não merecemos. 
Estamos formatados e vivemos para as coisas boas - numa palavra para a felicidade. 
Achamos que Deus  nos deve uma vida feliz, onde só têm de acontecer coisas positivas. Contudo, algum de nós se lhe tocasse o euromilhões (é para isso que jogamos...) se questionaria de onde tinha vindo tanta sorte?
Na prática, uma queixa, um lamento serve para nos consolarmos e para salvar, no meio da desgraça, a nossa imagem. 
O corpo já teve melhores dias, rebentou um cano em casa, avariou o motor do portão electrico da garagem, a arca frigorífica deu o berro, tivemos furos seguidos na bicicleta, demos um toque na parede ao estacionar o carro, apanhámos uma diarreia (não a mental, que essa é crónica...), temos um novo Cabedelo piroso e soturno: "que fizemos para merecer isto?".
Logo nós, que não merecíamos. Logo nós, sempre tão bons rapazes e raparigas...

Parábola das sandálias (ou a importância da oposição)


"Quando o meu filho faz birra porque quer ir para a praia com meias e sapatilhas em vez de levar as sandálias do Homem-Aranha que seriam muito mais fáceis de calçar e descalçar num mundo de areia assaltam-me dois sentimentos contraditórios: uma ira imensa, porque até foi ele que escolheu as sandálias na loja; e um orgulho desmedido, por ver que segue as minhas pisadas e defende o uso de meias e sapatilhas nas idas à praia, ao contrário da maioria absoluta dos veraneantes.
E quem diz que a maioria tem sempre razão? 
Esse é, aliás, o calcanhar de Aquiles da democracia. Mesmo quando a maioria está errada, os poucos que a contestam têm de submeter-se à sua vontade. E tão importantes são as minorias para acautelar os desmandos das maiorias, que por mais absolutas que sejam não têm o monopólio da razão. Com as autárquicas à porta, é natural que a preocupação primordial dos eleitores seja a escolha de um presidente de Câmara. Mas não menos importante será a oposição com que os vencedores terão de conviver e trabalhar durante o mandato. Uma oposição forte faz um executivo forte. Torna-o mais atento, menos displicente, obriga-o a preparar melhor os dossiês. 
A tese de que só com uma maioria absoluta é possível ter a estabilidade necessária para levar por diante as políticas sufragadas pelos eleitores convence pouco. 
Boa parte das decisões nos executivos até são tomadas por unanimidade ou sem sobressaltos de maior. É nos grandes projetos, nas matérias com mais impacto na vida dos cidadãos, que muitas vezes surge a discórdia. 
Um problema? Não creio. Porque é precisamente nestes casos que a discussão mais faz sentido. Um executivo de maioria absoluta, não raras vezes, envereda por um simulacro de debate, ciente de que, no final, a sua vontade prevalecerá, por muito benévolos que sejam os contributos da oposição. 
É por isso que desconfio das maiorias absolutas e discordo da teoria dos executivos monocolores que alguns defendem em nome da alegada estabilidade. No entanto, é evidente que numa câmara de maioria relativa, para que não se atinja o caos, exige-se uma oposição adulta, com noção de que o seu contributo é essencial, mas que continua a estar em minoria. 
Em suma, não podemos ter uma oposição birrenta, a fazer barulho só porque sim. Na maioria das vezes, será mesmo preciso usar as sandálias e esquecer as meias e as sapatilhas. Mas haverá com certeza ocasiões para calçar as sapatilhas e outras até em que a melhor solução será juntar meias e sandálias. O importante é que os munícipes estejam bem calçados."

Quase metade da "bazuca" já está atribuída...

"António Costa atrasa férias para lançar ‘bazuca’: 43% das verbas já têm destino".

Uma entrevista esclarecedora: “o cargo fez-se para o Homem”!..

Via Diário as Beiras

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Joaquim de Sousa em entrevista ao Campeão das Províncias...

"O turismo é um excelente complemento para a vida económica da cidade mas resume-se a pouco mais de um mês. 

PS, PSD e Figueira A Primeira, querem ser canibais nas autárquicas 2021, na Figueira. Vamos permitir isso?...

A questão, à direita é esta: se o CDS, neste processo autárquico, tivesse posições iguais às do PSD, para que serviria? Qual seria a sua utilidade?
Uma coligação entre dois partidos só faz sentido se os dois tiverem uma base comum de entendimento, mas diferenças de opinião relativamente a vários temas.
Se um dos partidos renuncia às suas opiniões, a coligação deixa de ter sentido.
Não se pode falar de coligação mas de «deglutição».
Isto é: se tivesse havido uma coligação à direita, o PSD estaria a engolir o pouco que sobra do CDS na Figueira.
Sendo ainda mais claros: como Mattos Chaves não iria conseguir meter Machado no bolso, teria alguma vantagem em ser ele a ir meter-se no bolso de Machado?

O que se coloca à direita em relação ao PSD e ao CDS, coloca-se à esquerda com PS, CDU e BE.
Uma putativa coligação à esquerda na Figueira, só serviria os interesses deste PS municipalista.
CDS, CDU e BE, com as suas diferenças, são importantes opções no espectro político figueirense, pois alargam o leque das escolhas. 
Em Democracia, isto é fundamental.
Desenho de António Jorge Gonçalves, com a devida vénia

Em 2021, na Figueira, PS, PSD e Figueira A Primeira, quais canibais autárquicos, têm um objectivo claro e importante para a sua estratégia eleitoral: tentar subalternizar no concelho da Figueira as 4 restantes candidaturas para condicionar o sentido do voto dos figueirenses, reduzindo as opções a 3 forças políticas, quando no boletim de voto vão aparecer 7 opções paar escolha do futuro presidente e vereadores.
Essa, neste momento, é uma ameaça emergente e perigosa para a livre escolha do eleitorado figueirense. 

Isso não é inocente, nem acontece por acaso. A grande e maior ameaça aos figueirenses é o passado dos últimos 30 anos: PS e PSD, canibalizaram o poder local. Antes, até à década de 80, CDU e CDS chegaram a eleger vereadores, que tiveram pelouros distribuídos e fizeram um bom trabalho.
Se olharmos atentamente para os últimos 30 anos de poder local na Figueira, podemos verificar que, afinal, não houve grandes diferenças entre a gestaão do PS primeiro, do PSD, depois, e estes 12 últimos anos novamente do PS. Houve alternância, não houve alternativa. Os resultados falam por cima.
A Figueira é um concelho que tem vindo a definhar. Os números dos censos falam por si. A verdade é que somos poucos, cada vez menos,  pobres, os ordenados roçam o mínimo nacional,  e moramos longe de tudo (onde está a rede de transportes públicos?). 

Não há nenhum ângulo em que a demografia não tenha um papel decisivo, nem vale a pena tentar nomeá-los a todos (economia, emprego, Segurança Social, território). 
De forma resumida, tomemos a economia e o emprego, o motor de tudo o resto, como exemplo. É com emprego desqualificado, miseralvelmente pago e precário que queremos fixar jovens no concelho da Figueira da Foz?
Onde é que está a qualidade de vida e o futuro para a Figueira?
Os figueirenses que forem votar a 26 de Setembro têm de estar atentos: a escolha não está reduzida a 3 opções de escolha para a eleição do futuro executivo Figueirenses. Existem 7 escolhas, SETE.

CIM-RC lança ciclovia para ligar Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, por sete milhões com ponte incluída

Via Diário as Beiras
«A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) assinou, ontem, o auto de consignação da empreitada do troço da via ciclável europeia Eurovelo 1 que atravessará os concelhos de Cantanhede, Mira e Figueira da Foz, junto ao Atlântico, com 84 quilómetros de extensão, que ligará os distritos de Coimbra e Leiria. 
A obra custa 2,3 milhões de euros (com IVA incluído) e tem um prazo de execução de 18 meses. Este valor não inclui os 4,5 milhões de euros que custará a ponte entre Vila Verde e Alqueidão. A ligação entre Vila Verde e Alqueidão, freguesias da Figueira da Foz – ponte mista (bicicletas e viaturas) sobre o Mondego – não deverá ficar concluída ao mesmo tempo da via ciclável Eurovelo 1.
O concurso será lançado este mês, tendo um prazo de execução de 18 meses, enquanto a construção da ciclovia arranca brevemente. Esta obra é da responsabilidade da autarquia figueirense, mas sem a qual a Eurovelo 1 não avançará para a margem sul do concelho, até à Marinha das Ondas, onde ligará, no concelho de Pombal, à ciclovia do Atlântico. 
A Câmara Municipal da Figueira da Foz candidatou os 4,5 milhões que a obra custa a fundos europeus e ao Turismo de Portugal.
Entretanto, a concelhia do PSD e a candidatura de Pedro Machado, cabeça de lista do partido à Câmara da Figueira da Foz, consideram, através de nota de imprensa, que o auto de consignação da via ciclável Eurovelo 1  foi uma cerimónia de “Carnaval político ilegal e pura campanha eleitoral”Os social-democratas destacaram, ainda, a participação de um membro do Governo.
Carlos Monteiro, em declarações aos jornalistas, feitas à margem da referida cerimónia, lamentou “esse tipo de linguagem para desvalorizar um evento que é da maior importância para a região e para o concelho em particular”
Por outro lado, frisou que, no dia anterior, “realizou-se em Coimbra uma cerimónia semelhante e nenhuma força política se manifestou contra”
O Município de Cantanhede (PSD) não participou na cerimónia realizada ontem. O de Mira, no entanto, liderado pelo mesmo partido, fez-se representar pelo presidente, Raul Almeida. Segundo Carlos Monteiro, Cantanhede, “provavelmente, tomou a decisão de não ter estas cerimónia neste período [pré-eleitoral]”

Temos a classe política que merecemos?

Com o actual método de escolha das lideranças, sim, temos. 
O sistema de selecção das lideranças é disfuncional, feito em função de critérios que acabam sempre por levar à escolha de pessoas que não são as mais adequadas para a governação de um país ou de uma cidade.
Via Diário de Notícias

"Algumas portas de casas na Ajuda, que ficaram numa posição estranha depois de rebaixada a calçada por causa das obras no palácio, motivaram mais um ataque de Rui Rio a Fernando Medina – ataque a que este respondeu com ironia, enquadrando as palavras do líder do PSD na silly season. 
O que aconteceu com as portas foi que ficaram “penduradas” a 1,5 metros do chão, perdendo-se assim o acesso à rua. Rio usou o Twitter para dizer que a gestão autárquica da cidade é de “terceiro mundo”. Na mesma plataforma, Medina respondeu esclarecendo que as casas são da GNR, ninguém lá vive, e têm portas do lado oposto, viradas para o pátio do quartel onde se encontram. “Pode agora retomar as suas férias e prosseguir com a silly season”, ironizou ainda o autarca, recandidato à Câmara de Lisboa liderando uma coligação do PS com o Livre."

2023, ano mágico para a Figueira da Foz?..

"Figueira da Foz: Requalificação da linha do Oeste pode estar concluída em 2023 
A linha tem 215 quilómetros, liga Sintra à Figueira da Foz e depois a Coimbra. 
De acordo com a SIC Notícias, as obras para a requalificação da linha do Oeste já arrancaram. Contudo, só daqui a dois anos é que os tempos e as condições de viagens devem melhorar. 
Desde a inauguração, há 134 anos, que esta linha não via uma requalificação de fundo."

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Querem mais do mesmo, nas próximas autárquicas? Bom proveito...

O tempo que passa na Figueira está a ser maçador e deprimente.
Sente-se no clima crispado que anda no ar. 
Muito boa gente anda com os nervos em franja, o que não é saudável para ninguém.
Quanto menos tempo falta para o dia 26 de Setembro, maior vai ser o sacrifício, menor vai ser o debate e maior vai ser a desilusão e a vergonha. 
A campanha de Santana Lopes perdeu gás e está sem interesse. 
Esvaziou-se: o que não constitui surpresa, pois resume-se a ele. Sem ele não há mais nada na candidaura que encabeça para a Câmara Municipal. Santana, porém, está desgastado e já não tem segredos.  
A personagem que vestiu durante décadas resume-se em muito pouco: a história da ambição falhada.
Santana passou por quase tudo: pelos partidos, pelo governo, pelas autarquias, pelos jornais, pela televisão, pelo futebol e pela "noite de Lisboa"
Para vir a acabar na Figueira!.. Por amor, ao que diz. Santana, pelos vistos, tem muito a ver comigo: também é lírico.
A mim, o lirismo já me acabou com muita coisa. A ele pode comprometer-lhe as expectaivas que ainda tenha para o futuro da carreira política.

Como habitualmente, os partidos do regime, PS e PSD mostram-se incapazes de apresentar propostas novas, exequíveis e concretas.
O PS, incapaz de apresentar uma liderança credível e confiável, poderia disfarçar com uma equipa forte que camuflasse as debilidades do líder.
Neste momento, este PS municipalista local só está a tentar segurar o poder, custe o que custar, pois se assim não acontecer será uma calamidade para o PS Figueira. Melhor: para muita gente habituada a comer da manjedoura municipal há mais de um dezena de anos. 

O PSD, que tinha expecativas altas, fruto da campanha eleitoral que estava a realizar, espalhou-se ao comprido onde costuma ser habitual: na feitura das listas.
Ficou patente que na escolha de nomes para as autárquicas, há muito mais  coisas em jogo: nomeadamente, há quem esteja já a pensar em 2023, ano de legislativas.
Nada de novo. 

Contudo, se os figueirenses assim o quisesssem estaria tudo em aberto. 
Além das três candidaturas já abordadas, os figueirenses têm outras opções: CDS, CDU e Bloco. 
Passam os anos e as décadas e os partidos do arco do poder na Figueira não evoluem nada. Aquilo que realmente interessa aos figueirenses, não é o que interessa aos protaganonistas principais.
Infelizmente, esse estado de coisas não vai acabar a 26 de Setembro próximo. 
Vai prolongar-se e, possivelmente,  aumentar.

A  incapacidade  em discutir Política vai continuar. Não é que não haja ideologias:  há-as, mas dá muito trabalho fazer os trabalhos de casa para haver discussão séria. Interessa é que a política figueirense continue asséptica, inodora e incolor. 
Isso é fundamental, para a sobrevivência dos interesses tribais e individuais, que passsam pelos resultados eleitorais, sem interessar, por isso é omitido, que estes, muitas vezes, são indissociáveis dos processos, por vezes pouco edificantes, como  foram alcançados. 
A política é substituída pela técnica e pelos golpes baixos, os políticos pelas estrelas, as ideias pela competência, que se passa a medir apenas pelo sucesso e pelos resultados eleitorais conseguidos. 
A constituição das listas, conhecida recentemente, fala por si.

É óbvio e indesmentível, que precisamos de gente tecnicamente competente. 

Contudo, nestes dias de profunda agitação, quase  vendaval, que se estão a viver na Figueira, lembro: numa autarquia, toda e qualquer decisão técnica é, também, política. A Política, não se resume apenas a resultados eleitorais. A Política passa por desígnios, objectivos de longo prazo, ideias e projectos. 

A Figueira está a ser muita mal gerida. E vai continuar. Os tiques autoritários continuam todos. As pessoas, basta-lhes o cheiro do poder para ficarem diferentes. Para mim, entre os três que são apontados como venecedores, passsou-me a ser indeferente quem perde ou quem ganha.
 
É verdade que a Figueira, com esta equipa actualmente no poder autárquico, está muito mal gerida. Porém, não tenho de pactuar com a falta de ideias, o vazio gerador de falsos consensos, num concelho que anda a fugir, há décadas, ao verdadeiro debate.
Tem sido isso mesmo, que tem permitido a governaça dos partidos do bloco central - PS e PSD - ao longo de mais de 4 décadas, com os resultados de todos conhecidos.
Querem mais do mesmo? Bom proveito vos faça...

"Nem o patrão vem, nem a gente almoça"...

"Desde o prolongamento  em 400 metros do molhe  norte do porto comercial,  um investimento de 14,6  milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas  praias a sul acentuou-se,  com destruição da duna  de proteção costeira em  vários locais, com especial  ênfase na praia da Cova..."
Diário as Beiras, edição de 4 de Agosto de 2021.

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade

Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência, a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... Foi o que aconteceu, neste caso.
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de ais de 15 anos, prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
E não o fazemos, nem nunca o faremos, por haver campanhas eleitorais. Sejam elas presidenciais, legislativas ou autárquicas. 

Infelizmente, a realidade está à vista. Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...