segunda-feira, 8 de junho de 2020

O combate político na Figueira está em curso

Neste momento, quando falta pouco mais de um ano para as próximas autárquicas, o combate trava-se nos bastidores do profundo. É aí, nos gabinetes e nos escritórios,  longe dos olhares dos figueirenses,  que a batalha se trava. 
No PS e no PSD. Com a "interferência" do PS no PSD e do PSD no PS.

Aviso a "alguma" e determinada navegação...

«Vigilância», tem uma objectiva conotação penal: sob vigilância estão arguidos, criminosos  condenados, delinquentes ou facínoras. 
Vigilância é o que faz uma polícia política a pessoas insuspeitas de qualquer crime, excepto o de lesa-majestade...

"Bandeiras definidas, desde terras do Tio Sam, pela agenda mediática das grandes corporações de media"...

Assim se vê, a capacidade de organização do PCP...

domingo, 7 de junho de 2020

Finalmente uma novidade: Pinto da Costa reeleito, avança Porto Canal...

“Com a pandemia, Costa passou a ser mais amado do que o rei D. Marcelo I”

Atrofia...

É possível: «Não há machado que corte A raiz ao pensamento.»

O problema não se resolve com a escolha desta ou daquela personalidade. 
Não é uma questão de personalidades, nem de pessoas: é uma questão de sistema. E uma questão de tempo, até que a democracia directa prevaleça. Os sistema corruptos e autoritários não aguentam grande fluxo de informação e de comunicação. 
Porém, o tempo que vivemos é o nosso tempo. Não é o tempo deles, o tempo dos outros. É nosso. 
Temos de resgatar a cidadania. A amargura tem de ser convertida em mudança. E a mudança carece de meios. Porque gente e ideias existem.
Para a mudança do sistema político não bastam os blogues, nem a indignação lúdica das redes sociais. É imprescindível o exercício da cidadania.
                    Carlos Oliveira (1969). Livre.

Sosseguem: pressões aqui não colhem...

Foto Luis Fidalgo
Os figueirenses, fruto dos discursos  oportunistas e convenientes  dos responsáveis autárquicos, têm a ideia de que temos a obrigação de estar venerandos e obrigados a quem cria emprego. 
Essa gratidão pode ser demonstrada de diversas maneiras. Por exemplo, pode  traduzir-se na falta de isenção na aplicação da lei, que deveria ser igual para todos. 
Sejamos claros: criar emprego não é um um favor, nem um acto benemérito de tal grandeza humanitária, que justifique que os criadores sejam promovidos a cidadãos acima de todas as regras exigidas à restante população do concelho.
Todos sabemos, mas é conveniente ter sempre presente, que nenhuma empresa foi criada para criar emprego, mas sim para gerar riqueza e lucro. 
Devemos elogiar os empresários bem sucedidos e reconhecê-los,  publicamente,  quando são competentes, geram riqueza e são bons empregadores no sentido de que cumprem todas as leis. 
Mas, daí a que um dia destes aceitemos que alguém se lembre  de transforamar um monumento classificado num negócio de retalho, vai uma grande distância.
Em resposta aos recados que recebemos, aqui vai a resposta: OUTRA MARGEM, defende a competência autárquica, a isenção do Estado e a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, ricos ou pobres, trabalhadores ou empresários. 
As pressões aqui não funcionam. Se a comunicação social não cumpre a sua função, o problema não é do OUTRA MARGEM.

Nota.
Casimiro Terêncio, remeteu o assunto para a Direção Geral do Património Cultura em 07/05/2020.

Quem cuida do passado e da História da Figueira da Foz?

O cansaço que, confesso, cheguei a experimentar com a presença de tantos turistas na "minha" Figueira, agora, virou saudade... 
Mas disso ninguém fala. Sobretudo, da  disponibilidade para a observação, análise e reflexão. Sobretudo, para a conversa. Percebem que estou a falar dos turistas.
Porém, por, vezes somos surpreendidos!..
Texto e fotos via Luís Fidalgo:



"Forte de Santa Catarina. Sempre ouvi dizer que nos espaços envolventes não se podia construir nada mas parece que não é bem assim . Todo e qualquer imóvel de interesse nacional ou público ou municipal tem uma envolvente de 50 metros de protecção. Foi mesmo o ténis club que fez estes campos ? Já tem dois da parte de cima. Aqui anda gato ."


Via Isabel Maria Coimbra:
"Gostaria que os meus amigos sensíveis à História e passado observassem o que é permitido na Figueira da Foz.
Um monumento classificado vendido a retalho?
Estas construções nada têm a ver com o ténis clube. São artigos separados e não cumprem a Lei.
Muito me espanta, por aquilo que conheci do clube durante décadas que o frequentei, fui sócia e participei em Assembleias Gerais, que nada tivesse sido feito para impedir estas aberrações.
O Forte de Santa Catarina deixou de ter interesse histórico?
A DGPC vai ter que enviar resposta com a autorização e parecer sobre este atentado.
Os cidadãos e os contribuintes têm direito a resposta, pois são organismos públicos.
Fica o registo."

sábado, 6 de junho de 2020

Relatório de gestão: município da Figueira da Foz...

O que está em causa é o dinheiro de todos nós...

"Nos últimos anos as “Provisões para Cobranças Duvidosas” têm vindo a subir o valor, só em 2019 teve um aumento de 610 mil euros, face a 2018!!
Os valores dos “Recebimentos em atraso” seguem o mesmo sentido e a 31 de dezembro de 2019 já totalizavam 1,9 milhões de euros!

Figueira Domus, empresa municipal dedicada à gestão de habitação municipal... (6)

"Permitam-me que faça uma pequena reflexão antes de abordar o tema em questão. Muitas vezes é importante estudar o passado, que não está assim tão longe, mas que, para a minha geração e as seguintes apenas se retrata nas palavras sábias daqueles que viveram “outros tempos”. A existência de bairros já vem do tempo do Estado Novo e na Figueira foram muitas as pessoas que cresceram nos chamados Bairros dos Pescadores. Aparentemente obra, de caracter político, de grande impacto social e sob o lema “para cada família um lar”. Na realidade uma forma de afastar os pescadores e suas famílias dos centros das cidades. Homens e mulheres de muito trabalho e muito sofridas, mas para o regime de então, quanto mais “afastados” melhor. Quem nasceu depois de 1974 não sentiu esta forma de vida. Os tempos transformaram-se, mas os bairros, de uma outra forma, não deixaram de existir. Mas continuaram a existir políticas camufladas de boas intenções e políticos habilidosos na arte da publicidade enganosa! A partir de 2000, começou uma nova era das chamadas, em outros tempos de “casas económicas”. Foi reinventada uma nova estratégia de habitação social na Figueira da Foz. Construção de habitações mais dignas com “aparente” inclusão na sociedade das famílias que viviam ou que iriam viver nos bairros existentes e foi também, nesta altura, que foi criada a Empresa Municipal Figueira Domus. Nos dias de hoje, tudo se coloca em causa, inclusivamente a Figueira Domus. Será que esta Empresa tem, efetivamente, cumprido a sua missão? Aparentemente, a empresa está com “boas contas”, mas se assim é, onde está o seu trabalho de integração social? Por que é que os Bairros estão cada vez mais degradados, sem qualquer manutenção há vários anos? Pelo menos tem sido um bom lugar para “reforço curricular” de vários políticos. Aliás, a Figueira Domus já formou vereadores e até mesmo Presidentes de Câmara. Perante a história já não faz sentido a sua existência. Agora o que faz sentido, principalmente para quem precisa, é que os agentes políticos que ocupam os lugares de decisão da Câmara Municipal façam o seu trabalho. Basta de publicidade... pelo menos aquela que só “enche o olho” e não passa disso!"
Via Diário as Beiras



"O direito à habitação está consagrado na Constituição da República Portuguesa. É um direito fundamental, a base de uma sociedade estável e coesa e o alicerce a partir do qual os cidadãos constroem as condições que lhes permitem aceder a outros direitos, como a educação, a saúde ou o emprego. E a falta de habitação decente e adequada limita as possibilidades de usufruir destes outros direitos sociais básicos!
Este direito abrange as famílias que vivem em condições precárias, inseguras, em habitações superlotadas, ou desajustadas e energeticamente carentes, como os que vivem em situação limite, devido aos custos excessivos da habitação (os custos residenciais não devem exceder 30% do rendimento familiar).
Por outro lado ainda, e no caso específico da Figueira da Foz, apesar de existirem 5000 edifícios devolutos, há uma oferta insuficiente no mercado de arrendamento, que tem cada vez maior procura, dada a necessária mobilidade habitacional atual. Pois, consoante a fase em que está a nossa vida, necessitamos de casas maiores ou mais pequenas, mais centrais ou mais rurais, mais perto das escolas ou mais perto do trabalho. Quando não temos esta flexibilidade, ficamos presos a situações desadequadas e muitas vezes insustentáveis. “Há pessoas sem casa e casas sem pessoas”.
Nos dias de hoje, a estratégia de habitação do Município tem de estar intimamente ligada à estratégia de reabilitação urbana, o que implica uma mudança na forma tradicional de conceber e de gerir estas políticas públicas, devendo recentrar-se o objetivo na garantia de que todos têm acesso à habitação. Aplicando estes desígnios a todos os níveis de necessidade, criando solução no mercado, garantindo o arrendamento acessível e a custos controlados, incentivando a reabilitação dos edifícios públicos e privados, a fixação de jovens e captando trabalhadores qualificados.
Assim sendo, concluo que, de maneira a implementar uma verdadeira estratégia municipal, há que gerir toda a política de acesso à habitação de maneira holística, sem discriminar a habitação social, que deverá ser encarada como a restante e não deixá-la atabafada numa empresa municipal. Pelo que defendo a internalização da Figueira Domus no Município."

Via Diário as Beiras

A vida a voltar à normalidade...

Acordos secretos entre Benfica e Desp. Aves

«Uma conta corrente entre os dois clubes da I Liga mostra que os avenses chegaram a dever dois milhões de euros. Contratos de transferência de jogadores, vantajosos para os “encarnados”, foram acordados à margem da lei. Juristas falam em empréstimos de futebolistas camuflados.»

José Sócrates torna-se consultor no privado e perde subvenção vitalícia

Correio da Manhã noticia que o ex-primeiro-ministro está desde março a trabalhar como consultor no privado e recebe salário muito superior à subvenção que recebia da Caixa Geral de Aposentações.

EXCESSO DE SÚBDITOS E ESCASSEZ DE CIDADÃOS

Olhem só quem escreve o que vem na seguir no Público?..

"A grande fragilidade da democracia portuguesa reside na pobreza do nosso espaço público. O problema é velho e revelho, tem origens diversas e manifesta os seus efeitos dolosos com especial acuidade nos momentos de crise. Nestas ocasiões notamos mais a falta que nos faz uma imprensa culta e exigente, um conjunto de vozes livres e inteligentes, uma opinião pública educada e capaz de exercer uma função crítica séria e fundamentada. É claro que tudo isto existe, só que a sua dimensão é demasiado exígua para corresponder às necessidades de uma democracia verdadeiramente amadurecida. Olha-se para um jornal de referência e constata-se demasiada reverência e insuficiente independência; os programas de entretenimento das televisões acolhem entusiasticamente governantes dispostos à exibição despudorada de intimidades diversas; nas redes sociais hordas de bárbaros incontinentes, devidamente arrebanhados, perseguem todo e qualquer espírito minimamente livre. Há momentos em que uma certa sensação de irrealidade parece pairar sobre o país".

A reportagem, "disciplina nobre e por excelência do jornalismo"

A reportagem, para o José Marins, meu Mestre,  era “a disciplina nobre e por excelência” do jornalismo. 
Esta disciplina do jornalismo,  permite abordar factos do momento, como é o caso deste trabalho de reportagem do  fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, que  «embarcou no “Atleta” para trazer do mar um cabaz de imagens que ilustram a pesca da sardinha». Esse traablho está publicado na edição de hoje do Diário as Beiras. 
Pedro Agostinho Cruz,  fotojornalista figueirense, ele próprio filho de um pescador,  partiu do porto de pesca às 02H00. Demorou cerca de duas horas e meia a chegar à zona de lançamento das redes e regressou ao ponto de partida cerca das 09H00. No decorrer dessas 7 horas, Pedro Agostinho Cruz “pescou” imagens que jamais esquecerá. “Nunca tinha acompanhado a faina da sardinha”, mas  gostou tanto da experiência, que “é para repetir”. Os 16 (bons) anfitriões do “Atleta” fizeram com que se sentisse um elemento da tripulação. 
A reportagem  necessita do talento, do estudo,  da investigação, do esforço, da dedicação e da entegra do jornalista. É uma narrtiva que tem a essência na história. Quanto mais o trabalho do jornalista emociona, analisa, interpreta, contextualiza, mostra personagens, lugares e desvenda processos de trabalhos, mais aprecio a reportagem e a sua importância como narrativa da realidade. 
Querem mais pormenores? Comprem a edição de hoje do Diário as Beiras.

Contra o pensamento que quer dominar a Figueira é cada vez mais importante intervir na política: mais do que um direito é um dever

(...) Se servistes à pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma. Mas que paga maior para um coração honrado que ter feito o que devia? Quando fizestes o que devíeis, então vos pagastes.»
Padre António Vieira (1669). Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma. Capela Real, Lisboa.

Notícia local que teve repercussão nacional.
O mundo está dominado pelo politicamente correto. 
A história tem provado, que é uma forma de pensamento que degenera no totalitarismo. 
Política pode definir-se como coisa pública, os assuntos da polis (cidade, estado), mantendo a interpretação de Aristóteles. O filósofo grego compara o político ao artesão: "o político dedicado, como o artesão, a aperfeiçoar a cidade e a conceber e aplicar as suas leis.
"A intervenção política da pessoa, homem e mulher, qualquer que seja a sua religião ou filosofia de vida, na sociedade em que vive é um direito e um dever. A sociedade é a sua família alargada, um prolongamento natural de si próprio.
A intervenção do homem na política é um dever. A intervenção do homem na sociedade é também um dever."

A dignidade humana exige o cumprimento do acordo entre eleitos e eleitores que esteve na origem da eleição. 
A eleição dos representantes é feita no compromisso, solene através do sufrágio, de realização das promessas que levaram ao voto dos eleitores. O povo vota para a realização daquilo que foi prometido na campanha eleitoral.
A violação do compromisso eleitoral de realização de decisões, não pode ser adiada e resolvida na próxima eleição, pois será tarde. Diz respeito ao mandato anterior.
A corrupção, não só da vontade dos eleitores desrespeitada após a eleição, com a comum desculpa da alteração das circunstâncias ou desconhecimento da situação real do poder, mas também do exercício do poder com o abuso do cargo para obtenção de vantagens particulares, constitui uma usurpação dos mandatos e deve ser resolvida de modo eficaz pelos eleitores nos próximos actos eleitorais. Tal, porém, não tem acontecido. E é, também por isso, que os políticos têm feito o que fazem, pois conhecem o terreno que pisam.

A democracia representativa não é a única forma de democracia possível. 
Na democracia representativa, os cidadãos consentem no exercício da representação da vontade popular, através de eleições. O problema é que a democracia representativa tem degenerado para um sistema corrupto em que os representantes não executam a vontade do povo que os elegeu. 
Mais: nem sequer seguem a sua própria consciência.
Portanto: é necessário reformar a democracia representativa com a adopção de aperfeiçoamentos de participação, escolha e escrutínio.
A dignidade humana requer uma forma de democracia que resolva os problemas da democracia representativa: a democracia directa, como o modelo de funcionamento do sistema político para a maior integração dos cidadãos na vida política e o escrutínio da representação dos eleitos e nomeados.

Propostas:
1. Eleições primárias para todos os cargos electivos do Estado e das autarquias e para todos os órgãos nacionais, distritais e locais, do Partido;
2. Separação efetiva dos poderes executivo, legislativo e judicial, autogoverno da magistratura judicial e do Ministério Público, através de conselhos superiores sem representantes de nomeação política e controlo legal dos serviços de informação do Governo;
3. Liberdade de apresentação de candidaturas independentes a todos os órgãos políticos nacionais e autárquicos;
4. Sistema eleitoral misto nas eleições para a Assembleia da República, circunscrições de eleição uninominal, compensado com um círculo eleitoral nacional para representação parlamentar de tendências minoritárias;
5. Escrutínio prévio obrigatório dos candidatos a nomeação através de audiência parlamentar pública e prestação de contas aos eleitores, responsabilização pessoal dos eleitos, convocação popular de eleitos (recall), suspensão do mandato para titulares de cargos políticos acusados de crimes de relevo e supressão da imunidade política por factos estranhos ao mandato;
6. Facilitação do direito de iniciativa popular de apresentação de propostas legislativas sobre quaisquer matérias e de apresentação de propostas ao nível autárquico, e o aproveitamento de actos eleitorais para consultas populares;
7. Financiamento partidário e eleitoral transparente;
8. Registo de interesses dos candidatos a cargos de nomeação política, partidários, altos cargos da administração pública e magistrados (nomeadamente, a sua pertença a organizações secretas ou discretas), além da declaração patrimonial e de rendimentos;
9. Liberalização do direito de expressão, informação e opinião, através da revisão do Código Penal e Código de Processo Penal, eliminação da ERC e atribuição das suas competências executivas aos tribunais, proibição de detenção do controlo, direto e indireto, pelo Estado de dos media e transformação da RTP num canal neutro de serviço público;
10. Transparência das contas e estatísticas do Estado e da administração regional e local, com responsabilização dos dirigentes e funcionários por falsificação e omissões.

O tempo mudou. Esta é uma geração (com as sempre existentes excepções) composta maioritariamente por  pessoas  emocionalmente muito frágeis e facilmente deprimidas, individualistas, ambiciosas e competitivas. Impõe-se, por cada vez mais necessário, o combate justo, baseado na livre e activa participação dos cidadãos, com as regras de jogo da democracia direta. 
«Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça…».
Importa analisar com a profundidade possível, para poder tomar decisões fundamentadas e, só depois, agir. 
Mesmo que seja no facebook.

Consultas: 
Aristóteles (séc. IV bC). Política.
Nietzsche, Cadernos (Verão de 1886-Outono de 1887). 
António Balbino Caldeira

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Figueira Domus, empresa municipal dedicada à gestão de habitação municipal... (5)

"As empresas municipais foram uma marca da governação autárquica portuguesa no final do passado século e no início deste milénio. Era aliciante para um autarca, possuir sobre a sua alçada, uma empresa que gozaria de grande parte dos benefícios e independência do sector privado com o apoio dos dinheiros públicos.
Foram tempos interessantes, aquilo que se fez com empresas municipais um pouco por todo o país, é digno de um olhar atento e interessado para perceber até onde podem ir os artifícios de alguns eleitos. Claro que a Figueira da Foz não passou ao lado desta “moda” e também teve as suas empresas municipais, com dívidas monumentais a acompanhar. Em 2011, o setor empresarial do município totalizava uma dívida que ascendia aos 30 milhões. Um valor que na última década tem vindo a ser integrado na dívida municipal com sucesso.
A forma positiva como a os executivos socialistas têm gerido a dívida da câmara municipal, demonstra que umas das razões pela qual a Figueira Domus ainda não ter sido internalizada é pelo facto de ainda não ter havido disponibilidade financeira para assimilar a maior dívida do setor empresarial do município.
Dado que a existência de empresas municipais, já não é tão positivo como outrora. No decorrer dos últimos 20 anos, fruto das más experiências, as empresas municipais começaram a ser regidas por uma legislação mais rigorosa e que procurava mitigar alguns dos “truques” do passado, assim, hoje uma empresa municipal já não é muito diferente dos serviços internos da câmara.
Considero, que a câmara deva avançar para internalização da empresa, contudo é fundamental estudar o nosso parque habitacional de uma forma extensiva, para perceber como é que a habitação com renda apoiada, deve ser gerida no momento de a integrar nos serviços camarários. É fundamental que o Parque Habitacional da Figueira Domus, sirva não só para controlar o preço da habitação na Figueira da Foz, como também se torne um veículo de integração social e não o contrário como alguns decisores daquela empresa procuraram fazer nos seus primórdios."
Via Diário as Beiras

A cultura figueirense: de Joaquim Namorado a Mário Silva

Tocha vai ter Casa-Museu Mário Silva
Via Diário as Beiras

«A Câmara de Cantanhede já fez o projeto para a futura Casa-Museu Mário Silva, no antigo posto da GNR da Tocha. O artista plástico, um dos mais relevantes portugueses do século XX, nasceu em Coimbra e residiu na Figueira da Foz grande parte da sua vida, até morrer, em setembro de 2016. O espaço será preenchido com obras que estão à guarda da Junta da Tocha desde a tempestade “Leslie”, em outubro de 2018. “Tiveram a amabilidade de acolher as obras que estavam debaixo do palco do CAE, sem as melhores condições. Entretanto, propuseram a ideia da casamuseu e eu aceitei. Na altura, falei com os autarcas de Coimbra e da Figueira da Foz, mas não deram uma resposta [conclusiva]”, contou o filho e homónimo do pintor ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Na reunião de Câmara da Figueira da Foz, esta semana, o vereador Miguel Babo alertou para a o projeto da Tocha, defendendo que o espólio de Mário Silva devia ficar na cidade. O presidente da autarquia, desde abril de 2019, Carlos Monteiro, admitindo que desconhecia o assunto, sugeriu que parte da obra do artista plástico fosse exposta no Museu Etnográfico de Lavos, freguesia onde o pintor residia. “O espaço é pequeno, mal vai dar para acolher a etnografia de Lavos, quanto mais uma exposição permanente de um pintor consagrado como era o meu pai”, reagiu Mário Silva, filho. “A obra devia ser exposta num espaço condigno da Figueira da Foz ou de Coimbra”, defendeu.»

A Figueira é uma cidade sem sorte com os políticos que escolhe, há muitos anos.
Em 2014, era vereador da cultura na Figueira António Taveres aconteceu um caso semelhante.
Depois de ter estado, desde janeiro de 1987, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, o espólio do dr. Joaquim Namorado (cerca de 600 livros, entre obras de Joaquim Namorado e primeiras edições) rumou, em finais do mês de outubro de 2014, a um local onde foi  tratado com a dignidade que merece: o Museu do Neo Realismo, em Vila Franca de Xira.

Ainda sobre Joaquim Namorado, recorde-se que «chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro».
Na altura, destaquei a intenção de António Tavares e da comissão de toponímia, de pretender dar o nome de Joaquim Namorado à toponímia figueirense. Até porque o caso já se arrasta há 37 anos: desde 1983
Recordo que "Joaquim Namorado, tinha um estilo muito próprio, amiúde "provocador", por vezes (para alguns) insuportável, escondia um homem não só muito inteligente, como muito humano e sensível. E a sua gritada ortodoxia, que as mais das vezes era outra forma de provocação (numa entrevista ao Expresso, após o 25 de Abril, até se declarou "estalinista"...), não tinha correspondência com a realidade: era desalinhado e incómodo, tanto ou por vezes tão surpreendentemente que talvez por isso não tenha, que eu saiba, desempenhado ou sequer sido convidado para qualquer relevante cargo público ou partidário." 
Sacado daqui, com a devida e necessária vénia.