O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
"Tomando como ponto de referência os dados coligidos pelo meu bom amigo e geógrafo José Nunes André, provavelmente a referência a partir da qual podemos tecer qualquer opinião, uma vez que aqueles se baseiam na monitorização sistemática das alterações da linha de costa entre a Figueira da Foz e São Pedro de Moel, a cada dez anos acumulam-se em média um milhão e 285 mil metros cúbicos de areias nos primeiros 1250 metros de comprimento, a norte do molhe norte, podendo muito brevemente o areal urbano chegar aos 800 metros de largura, distância entre a marginal oceânica e o mar. Assim, ao ritmo de um aumento médio, mas constante, de entre oito e doze metros anuais, o areal urbano da Figueira é uma realidade para a qual podemos equacionar três respostas possíveis:- utilizá-lo como prolongamento natural da cidade, entendendo-o como espaço a conquistar, através da edificação de equipamentos e espaços diversos;- promover a sua diminuição, através da transposição sedimentar (com a instalação de um sistema contínuo – bypass – ou através de dragagens);- não fazer nada de concreto, “empurrar o problema com a barriga”, e preferir o refúgio em manobras de diversão.Embora a maior parte dos figueirenses venha sistematicamente preferindo e votando na última opção, aparentemente cómoda, mas profundamente lesiva de um futuro sustentável, sou dos que defende inequivocamente a segunda, dado que:- pela negativa, o investimento no prolongamento da cidade via areal seria monumental e de retorno muito incerto, para além de perigoso porque o mar normalmente vem buscar o que lhe foram roubar...;- pela positiva, porque a transposição sedimentar resolve quatro problemas: atenua o excesso de areia a norte, possibilita o seu depósito a sul, preserva a onda e regulariza a entrada da barra.Resta, assim, a opção entre a transposição sedimentar através da instalação de um sistema contínuo – bypass – ou de dragagens permanentes. Embora já se tenha perdido demasiado tempo, acredito que o estudo sobre os custos e os benefícios do bypass que a Agência Portuguesa do Ambiente irá fazer deve, definitiva e rapidamente, levar a uma decisão."
Via Diário as Beiras.
Nota via OUTRA MARGEM: O aumento da praia da Figueira "O bypass proposto pelo
movimento SOS Cabedelo, poderia ajudar a atenuar as sucessivas
dragagens que o porto tem vindo a efectuar e, ao mesmo tempo,
atenuar os efeitos da erosão a sul."
"Não há uma data concreta para o inicio da requalificação da EN 109!! Mas a Propaganda continua... O PSD aguarda há 6 meses! Por uma resposta ao requerimento, onde solicitou toda a troca de correspondência entre o Município, o Ministério da tutela e, as Infraestruturas de Portugal. Todo este atraso é fruto da falta de influência política, de quem Governa a Câmara Municipal e o receio de enfrentar o Governo Socialista! Foram perdidos 10 anos, dez!" "Uma estrada onde continuam a ocorrer acidentes nos cruzamentos da Costa de Lavos e Marinha das Ondas, onde faleceram vários concidadãos, um atentado à segurança rodoviária, é vergonhoso ter-se deixado chegar ao ponto em que se encontra! Em 2016, a Câmara Municipal anunciou em Reunião da Vereação e, até emitiu um comunicado que a empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) anunciava o investimento de 3,25 milhões de euros para as obras da sua requalificação, valor que seria distribuído em dois anos, sendo 1,2 milhões em 2016 e 2,05 milhões em 2017. Passaram dois anos, nada foi feito..."
IC1/109, uma «estória» que já vem de longe. Como tudo de importante que tem a ver com a Figueira e o seu concelho, contada aqui no OUTRA MARGEM. E ainda não estou farto de escrever, pois esta «estória» ainda está longe de conhecer o final feliz que todos desejamos. Como recordou ontem o PSD/Figueira, é uma «estória» "onde continuam a ocorrer acidentes nos cruzamentos da Costa de Lavos e Marinha das Ondas, onde faleceram vários concidadãos, um atentado à segurança rodoviária, é vergonhoso ter-se deixado chegar ao ponto em que se encontra!"
E, ainda e depois, temos as respostas a que temos direito, do presidente Carlos (Moto Serra) Monteiro, via Diário as Beiras.
"Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, Carlos Monteiro considerou “um mau princípio de conversa alguém que tem responsabilidades políticas afirmar que estas situações se resolvem com influências”. O presidente da autarquia acrescentou que “os governos e as câmaras não funcionam por influências, funcionam porque as obras são necessárias”. Assim sendo, conclui: “O Governo entende que a obra é necessária, mas ainda não conseguiu realizá-la devido à situação calamitosa do país deixa-da pelo Governo do PSD”. Carlos Monteiro garantiu, por outro lado, que os documentos solicitados por Ricardo Silva serão entregues “rapidamente”. "O poder funciona porque as obras são necessárias"! Brutal, não acham esta resposta "breve" do presidente substituto?...
"A vida é filha da puta, a puta é filha da vida, nunca vi tanto filho da puta, na puta da minha vida! Por mais, que queiramos lutar, por mais intensa, que seja a luta, nunca havemos de lá chegar, da cepa torta, não vamos passar, a vida é filha da puta! Vende o corpo, para sobreviver, porque já não tem outra saída, mas o que vai a puta fazer, para aos filhos dar de comer, a puta é filha da vida! Andam, por aí chorudos ordenados, mas o povo, é quem mais labuta e estamos sempre lixados, todos os dias somos roubados e nunca vi tanto filho da puta! Esta vida, é uma miragem, a esperança está perdida, só se vê, é vil bandidagem, nunca vi tanta ladroagem, nesta puta da minha vida!" Manuel Maria Barbosa du Bocage
"Uma das histórias judiciais que ficaram célebres, na primeira metade do século XX, teve a ver com a defesa de um arguido acusado de chamar "filho da puta" ao ofendido, dito que, na altura, era considerado altamente ofensivo. Nas suas alegações, o escritor e advogado Ramada Curto começou por chamar a atenção do juiz para o facto de muitas vezes se utilizar esta expressão em termos elogiosos: «Grande filho da puta, és o melhor de todos!», ou carinhosos: «Dá cá um abraço, meu grande filho da puta!», tendo concluído da seguinte forma: «E até aposto que, neste momento, V.Exa. está a pensar o seguinte: "Olhem lá do que este filho da puta não se havia de ter lembrado só para safar o seu cliente!"...» Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o réu e diz : «O senhor está absolvido, mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado!»" E, depois, segundo Alberto Pimenta, ainda temos "os pequenos filhos da puta"!..
Pequeno excerto, com o essencial da tese de Alfredo Pinheiro Marques, condensado numa só frase (“O Rei Dom João II foi Duque de Coimbra”)... [sic]
"No debate, muito interessante, que se seguiu a esta intervenção de 25.01.2020 de Alfredo Pinheiro Marques, houve ocasião de trocar ideias, acerca da História Local, do património e das heranças marítimas locais e regionais, e do seu peso e significado na História geral de Portugal e dos “Descobrimentos Portugueses”, em diálogo com a assistência, nomeadamente a proveniente de locais como Ílhavo e Aveiro, Tomar, Ovar e Vila Nova de Gaia. Infelizmente, parece que não se terá encontrado na assistência (ou, pelo menos, não se manifestou como tal) uma só pessoa da cidade da Figueira da Foz, em que este Encontro se realizou (e onde vão continuar a realizar-se os próximos), e por isso não houve ocasião de neste debate se aprofundar mais matérias respeitantes à herança marítima da região da Figueira da Foz, e à sua importância nos séculos passados (escandalosamente, até hoje, silenciada, sobretudo na Figueira da Foz), nomeadamente na chamada “Época dos Descobrimentos”.
Alfredo Pinheiro Marques reiterou a sua tese -- a tese que “mudou para sempre a História dos Descobrimentos e a História de Portugal”-- de que existiu aqui, na Beira Litoral, uma “continuidade da Casa de Coimbra, decisiva nas origens dos descobrimentos e da modernidade em Portugal, desde o Infante Dom Pedro assassinado em Alfarrobeira até ao seu neto, e herdeiro (de sangue), e vingador, o “Príncipe Perfeito” Rei Dom João II, o qual foi também Duque de Coimbra (Senhor da Casa e Ducado de Coimbra, tal como o avô assassinado)”. E, para além disso, agora, em 25.01.2020, uma vez mais (e cada vez com mais impaciência perante a inércia, ignorância e imobilismo que se perpetuam ao longo dos anos) o director do CEMAR, Alfredo Pinheiro Marques, apontou a gravidade, verdadeiramente anedótica, da situação em que se encontram, perante a História de Portugal, desde há mais de duas décadas, os responsáveis de grande parte dos círculos decisores, políticos, autárquicos, institucionais e escolares desta região da Beira Litoral (o antigo Ducado de Coimbra), por insistirem em silenciar, ignorar, omitir e esconder o seu próprio contributo regional e local para o momento mais emblemático, decisivo e célebre dessa mesma História de Portugal (!) -- o momento dos celebérrimos “Descobrimentos Portugueses” (!).. --. ao mesmo tempo que continuam a aceitar, acefalamente, e a trombetear, infantilmente, todas as lenga-lengas da versão oficial e salazarista desses tais “Descobrimentos” (o Algarve, e Lisboa, e as “escolas de Sagres” em Sagres e em Lagos, e as “Grandezas Manuelinas” em Lisboa, e o persistente confusionismo, salazarista e colonialista, de identificar, como se fossem a mesma coisa, duas coisas tão distintas como são os Descobrimentos Geográficos, iniciais [século XV], e a Expansão Colonial, posterior [séculos XVI, etc.]).
Silenciar, ignorar, omitir e esconder (!) a sua própria História local e a sua própria identidade, nestas regiões de Coimbra, de Montemor-o-Velho e da Foz do Mondego. É, de facto, simplesmente, ridículo.
Não se imagina que algo assim possa acontecer em qualquer outra região; onde, naturalmente, sempre existe uma identidade local e uma auto-estima, um bairrismo e um amor à sua própria terra, que levam a que não seja concebível que alguém queira, e consiga, localmente, censurar e silenciar as suas próprias glórias e os seus próprios contributos locais para as maiores glórias nacionais (as glórias como tal, nacionalmente, consideradas).
Mas, de facto, aqui, nestes arredores de Coimbra (entre Coimbra e o mar), isso acontece desde há muito, e continua.
E a razão desse facto é, na verdade, muito fácil de explicar, e Alfredo Pinheiro Marques desde há anos tem deixado explicado o seu porquê (e, agora, em 25.01.2020, nestes Encontros do Mar 20202, uma vez mais, explicou-o), quando explanou as circunstâncias em que em 1537 a Universidade de Lisboa (a fundada nessa cidade em 1290, e que, desde então, por lá e por outros locais ia sobrevivendo mediocremente) foi instalada em Coimbra pelo segundo Rei da Dinastia de Beja-Viseu, Dom João III, ao mesmo tempo da criação, que fez, da Inquisição portuguesa, precisamente para asfixiar Coimbra (e asfixiar a sua região inteira, do Ducado de Coimbra, Montemor e Buarcos, até ao mar), e para impedir a recomposição da unidade política que antes havia sido o antigo Ducado de Coimbra, do Infante Dom Pedro, e do seu neto Dom João II, e do então ainda vivo Senhor Dom Jorge de Lancastre (filho do “Príncipe Perfeito” Dom João II, e bisneto de Dom Pedro).
E esse objectivo de destruição e de asfixia foi conseguido, ao longo do tempo, por essa Universidade vinda de Lisboa que desde então passou a auto-designar-se como “Universidade de Coimbra” (ao mesmo tempo que foi feita desaparecer a verdadeira universidade criada em Coimbra, a Universidade de Coimbra criada em 1443 pelo Infante Dom Pedro). E, para além dessa destruição económica e social, é óbvio que essa universidade vinda de Lisboa para Coimbra juntamente com a Inquisição, e que desde então passou a chamar-se “Universidade de Coimbra”, no aspecto da destruição cultural e identitária, passou a ser também para futuro a principal agente do silenciamento e da “maldição da memória” da Casa e Ducado de Coimbra e dos seus contributos antigos para a História de Portugal e dos “Descobrimentos Portugueses”.
Compreende-se portanto que, nos arredores, onde chega a sombra, verdadeiramente feudal, das torres dessa Universidade trazida de Lisboa e que passou a intitular-se “de Coimbra” (nos seus arredores rústicos), possa existir uma subserviência de tal maneira acéfala que leve a que os respectivos círculos dirigentes desses arredores, e os respectivos habitantes (os indígenas que, pelos académicos, são chamados “futricas”, etc.), se abstenham de rezar outra qualquer cartilha e de recitar outra qualquer ”sebenta” que não aquelas que sempre lhes foram rezadas, e lidas, pelos seus lentes, “doutores”, conimbricences. E é óbvio que essa cartilha e essa “sebenta” incluem, e sempre incluíram, sobretudo, o silenciamento e a maldição da memória do Infante Dom Pedro, da sua Casa e Ducado de Coimbra, e da sua continuidade no “Príncipe Perfeito” Dom João II.
Mas, desde a sua criação (em 1995), o Centro de Estudos do Mar (CEMAR), estudando e defendendo o Património Cultural e Histórico Local (como compete a qualquer entidade cultural isenta e honesta nestas regiões), dedicou-se especialmente à figura histórica do Duque de Coimbra, Senhor de Montemor-o-Velho, de Aveiro e Ílhavo, de Buarcos (Foz do Mondego), de Mira, de Penela, etc.., o autor da “Virtuosa Benfeitoria” que foi o Regente da Coroa de Portugal na “Época dos Descobrimentos". A figura fascinante e decisiva da História de Portugal cujo resgate da “maldição da memória” continua por fazer, nessa mesma História, com o devido alcance e com a devida dimensão, que não podem ser menos do que monumentais, pois não pode haver dúvida de que, nacional e localmente, foi a mais simbólica, exemplar e injustiçada figura histórica portuguesa (e, nestas regiões de Coimbra, Montemor, Foz do Mondego, Mira, etc., foi, sem dúvida, a mais importante figura histórica de dimensão nacional de todos os tempos).
Alfredo Pinheiro Marques, e o CEMAR por si fundado (e, desde então, dirigido), sabem-no, desde o princípio, em 1995 (e uma Jornalista da dimensão de Leonete Botelho, embora então ainda muito jovem, compreendeu-o, também, logo desde o primeiro momento [vide jornal “Público” de 29 de Janeiro de 1995]). Sabem-no, e continuam a afirmá-lo, sonora e inequivocamente, agora, vinte e cinco anos depois, em 2020."
Via PCP "Comemoram-se hoje 75 anos da libertação, pelo Exército Soviético, do campo de concentração nazi de Auschwitz, onde foram sistematicamente assassinados – nas câmaras de gás, pela fome e a doença, nos fuzilamentos e sob a tortura – mais de um milhão e cem mil seres humanos. Nos campos de concentração nazis foram exterminados milhões de seres humanos, na sua maioria prisioneiros de guerra e civis soviéticos, judeus, eslavos, entre outros. Mas os campos de concentração nazis foram também campos de trabalho escravo ao serviço dos grandes monopólios alemães que desempenharam um papel decisivo na ascensão de Hitler e do nazismo ao poder. Campos onde a exploração do trabalho humano era levada ao extremo – até à morte – e onde os considerados inaptos para o trabalho eram cruelmente eliminados. Num tempo em que a Humanidade enfrenta de novo a ameaça do fascismo e da guerra, o PCP, levantando a bandeira da paz e da verdade, do combate contra a mentira e a falsificação histórica, contra o fascismo e a guerra, apela à consciência e mobilização dos democratas e anti-fascistas para que nunca mais se repitam Auschwitz, os horrores do nazi-fascismo e da guerra."
«A Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) aprovou, este sábado, uma moção onde se manifesta a favor da abertura da Base Aérea de Monte Real (BA5) à aviação civil, "devendo afirmar-se esta infra-estrutura como o aeroporto da região Centro".» O documento foi aprovado durante o XVII Congresso da ANAFRE, que decorreu durante o fim-de-semana, em Portimão.
"A maior consumidora de água com origem no domínio público hídrico do Mondego é a papeleira Navigator, que tem um consumo anual que ultrapassa os 28,3 milhões de metros cúbicos (m3), o que totaliza mais de 28 mil milhões de litros de água utilizados, referem dados adiantados à agência Lusa pelo ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC). De acordo com a mesma fonte, a Celbi, do grupo Altri, recebe de água fornecida pelo canal adutor do Mondego cerca de 10,1 milhões de m3 de água (mais de 10 mil milhões de litros por ano), mas paga, por este nível de consumo quase três vezes inferior ao da Navigator, mais do que a sua congénere e vizinha da margem sul do Mondego."
«De acordo com a nota do PAN, a decisão da APA confirma que “não existe em Portugal uma entidade verdadeiramente independente capaz de assegurar a salvaguarda dos valores ambientais”, acrescentando que esta agência é uma “lavandaria da imagem dos sucessivos governos” e “uma ‘debulhadora’ dos ecossistemas”.»
João Ataíde: “não é uma questão de fé, é uma questão de razoabilidade e de dados objectivos”. “O estudo que agora foi apresentado conclui e demonstra, de forma sustentável, que este projeto é exequível com um investimento de 20 milhões de euros”. Se tudo correr bem, “com os números de hoje, que até pecam por defeito, a médio prazo”, ou seja, daqui a 10 anos, a Base Aérea de Monte Real estará pronta para ser utilizada pela aviação civil.
Areal «A praia da Figueira é única na Europa. Não se conhece um exemplo de crescimento do areal como aqui. O molhe susteve as areias, o seu prolongamento há cerca de 10 anos engordou ainda mais a praia. Nos últimos anos cresce mais em altura do que em largura. Já quase não se vê o mar nalgumas zonas do calçadão e da avenida marginal. Retirar a areia para o outro lado é uma ideia racional, com pernas para andar, defendida pelo SOS Cabedelo e por vá-rias pessoas ligadas ao mar. Falta vontade política, técnicos qualificados e parte do dinheiro disponível (fundos comunitários) tem sido esbanjado em futilidades. Esmiuçando a questão, notamos que um assunto deste calibre deveria ter uma comissão permanente de acompanhamento, envolvendo a ciência, o laboratório MARE, o porto, os cidadãos ligados ao mar e à cidade. Mas a questão está remetida a esforços ocasionais, sem que o município apresente uma visão estratégia clara. Mesmo retirando a areia para o outro lado do rio (margem sul), haverá areia durante largos anos, logo devemos pensar como melhorar este espaço, atendendo à mitigação das alterações climáticas que trazem ondulação mais forte e o nível médio do mar a subir. No primeiro mandato de João Ataíde (PS), 2009 - 2013, o Concurso de Ideias para a Requalificação e Renovação da Praia e Orla de Figueira da Foz e Buarcos permitiu que surgissem ideias arrojadas para o areal. Compartilho algumas delas, merecedoras de investimento público, por me identificar com os seus princípios. Arborizar vários espaços, suster a flora autóctone da praia e ao mesmo tempo criar uma forte vertente lúdica, protegida do vento! Há uma tese de mestrado do arquiteto João Negrão (Universidade de Coimbra, 2016) que reflete sobre a “Frente de mar da Figueira da Foz” e que nos dá que pensar: “Dicotomia irónica, entre a cidade de Las Vegas que cresceu em torno de uma estrada de deserto e o “deserto” que cresceu em frente à “estrada” marginal da Figueira da Foz”.» CRÓNICA VIA Diário as Beiras.
Nota via OUTRA MARGEM: O aumento da praia da Figueira Já em 1958, antes do início das obras dos molhes, o LNEC antevia o que posteriormente se veio a comprovar: o enorme aumento da praia da Figueira da Foz devido à construção do molhe norte, uma vez que funciona como uma barreira ao forte transporte de areias que se faz sentir ao longo da costa de norte para sul. O excessivo crescimento da praia de banhos da Figueira, em todas as soluções ensaiadas, tornou-se altamente prejudicial à manutenção de boas profundidades no canal da barra, referindo-se que “no caso da Figueira da Foz, qualquer canal que venha a ser dragado, e de que resulte uma secção molhada muito superior à que actualmente existe, não se manterá logo que as areias comecem a contornar o molhe norte". Este fenómeno de assoreamento do estuário é facilmente compreendido através da análise da passagem de areias que ocorre da praia a norte para a praia a sul do rio Mondego e pela explicação de como se forma o banco da barra (banco de areia que se forma em frente à Foz do rio Mondego, altamente prejudicial para a navegabilidade do porto).
«Duas edições depois na rua da República, a Feira de Coleccionismo, Antiguidades e Velharias da Figueira da Foz volta a mudar de sítio. Organizado pelo Núcleo Figueirense de Coleccionadores (NUFICOL), o evento mensal – no primeiro sábado do mês – já se realizou em diversas zonas da cidade. Nos últimos tempos, tinha-se fixado no jardim municipal, mas o recinto vai entrar em obras e a nova configuração não permitirá voltar àquele local. A feira sai da rua da República porque alguns comerciantes ali instalados se manifestaram contra, argumentando que, com a interdição de trânsito automóvel e sem estacionamento, o negócio estava a ser prejudicado. Entretanto, ainda não se sabe onde será realizada a próxima edição, podendo ser na zona daquela artéria entre a rua 10 de Agosto e a praça 8 de Maio ou na marginal ribeirinha, onde já se realizou. A vice-presidente da câmara, Ana Carvalho, frisou ao DIÁRIO AS BEIRAS que “os comerciantes [da rua da República] não estão a aproveitar a oportunidade”.»