segunda-feira, 15 de julho de 2019

O jornalismo é o espelho da sociedade

Segundo a edição de hoje do Diário as Beiras, "o  vereador Miguel Babo (eleito pelo PSD, com a confiança política retirada pelo partido) defendeu, numa reunião de câmara realizada à porta fechada, a criação de um provedor municipal para a comunicação social."
Continuando a citar o mesmo jornal, "terá, ainda, posto em causa a selecção das notícias publicadas sobre as reuniões públicas do executivo camarário".
Miguel Babo admitiu que tomou a iniciativa de abordar aquele tema para estimular uma reflexão. “A qualquer provedor cabe, por meios informais, defender os direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos do cidadão”, defendeu. O vereador ressalvou que lançou o tema quando falava sobre a falta de condições de trabalho – falta de assessorias, por exemplo – com que se depara a oposição para melhor poder exercer e comunicar a sua actividade autárquica.
Miguel Babo defende a existência de um provedor municipal para a comunicação social.
O vereador (e presidente da Concelhia do PSD) Ricardo Silva tem uma posição contrária:  “o PSD nunca foi, nem será, favorável a medidas que condicionem a liberdade de imprensa”.
O Sindicato dos Jornalistas, por seu turno, através da dirigente Paula Sofia Luz, considera “ilegítima a sugestão do vereador em causa”. Por outro lado, acrescentou, “lamenta que, 45 anos em liberdade, não tenham  bastado  ainda  para que Miguel Babo perceba que os jornalistas devem apenas obediência ao seu Código Deontológico e Estatuto do Jornalista, devidamente acompanhadas por órgãos como a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista e pelo Conselho Deontológico dos Jornalistas”.
“O vereador Miguel Babo lamentou o facto da comunicação social não veicular (na sua óptica) alguns assuntos de grande importância que são  tratados  naquelas  reuniões".  Porém, “tratou-se, tão-somente, duma opinião de ensaio, merecedora  de  todo  o  meu respeito democrático.  Assim como, da minha parte e do vereador Miguel Babo, é merecedor de todo o nosso respeito democrático o critério editorial dos media na selecção dos assuntos que publicam”, disse ainda Carlos Tenreiro.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o gabinete da presidência  da  câmara  (de  maioria  socialista)  afirmou: “Ouvimos a sugestão, mas, para nós, não faz sentido”.

Notas OUTRA MARGEM.
1. Partindo do pressuposto que existe o problema apontado por Miguel Babo na comunicação social figueirense, a solução não passa pela criação de um provedor municipal, pois isso,a meu ver,  não é possível, por ser ilegítimo.
2. Continuando a admitir que o problema existe, isso corresponde a um espelho da sociedade figueirense: o que importa é sobreviver, de preferência bem, onde a qualidade não é fundamental para o brio profissional de muitos. Isto é tolerado pela maioria. No tempo que passa,  com a mania dos políticos e outros propagandistas fazerem notas de imprensa,  o jornalista apenas a copia como notícia. Isso é preocupante: piorou não só a qualidade do texto e da informação, mas inclusive a sua credibilidade.
3. Percebemos que a degradação do jornalismo atingiu níveis alarmantes quando verificamos falta de exigência profissional, esvaziamento das bases culturais, a perda de referências históricas, a incapacidade de formular raciocínios e exprimir ideias que ultrapassem o patamar das conversas de café. Este - não tenhamos ilusões - é um dos principais motivos do crescente divórcio entre jornais e leitores. Se enquanto consumidor regular da Internet posso ter mais e melhor leitura, sem gastar dinheiro e sem sair de casa, por que motivo me darei ao trabalho de adquirir um jornal que ainda por cima me trata como se eu fosse intelectualmente inferior?
4. O que levou a isto? Certamente falta de muita coisa: falta de exigência, falta de cultura, falta de rigor, falta de brio, falta de memória, falta de investimento nas redacções.
5. Vivemos numa época em que o jornalismo de qualidade ainda existe, mas é residual.  O que é preocupante: um  jornalismo de qualidade residual, numa sociedade em que  os valores também parecem ser residuais, contribui para aquilo que, a meu ver, é verdadeiramente preocupante:  estarmos condenados a viver num cidade onde a democracia também acaba por ser residual. O que, a meu ver, deveria  constituir motivo de preocupação e reflexão para todos nós, pois esse é o verdadeiro problema.

domingo, 14 de julho de 2019

«Para Além da Memória» - um filme de Miguel Babo...


Uma antestreia nacional que contará com a presença de grande parte do elenco. Dia 20 de julho, às 22h00, no Centro de Artes e Espectáculos.
Para Além da Memória, é um filme que evoca as presenças e ausências de uma doente de Alzheimer.
Argumento e Realização: Miguel Babo
Montagem - Talentilicious - Miguel Babo e Timelapse-media - João Traveira, Luís Pereira
Direção de Fotografia e Imagem - Timelapse-media João Traveira & Luís Pereira
Participação especial: Soprano: Carla Bernardino, Piano: Cláudio Vaz
Elenco: Lídia Franco, Gabriela Moreyra, Teresa Côrte-Real, Miguel Babo, Álvaro Faria, Ângelo Torres, João Damasceno, Joaquim Guerreiro, Carolina Pascoal.

Da série, sobre esse tema tinha tanta coisa que contar...

José Augusto Marques: você é bruxo?..

... é um estranho estado de direito, este que se vive na Figueira, que se entorta conforme a malta gosta, ou não gosta do chefe... Ou, queria ou não,  fazer-lhe uns "bicos"...
Eu, cá por mim, que até nem gosto de chefes, acho todo este carnaval porreirinho... 

Como sabemos isto não é novo: tem sido sido assim ... 
Desde tempos imemoriais...

Histórias do quotidiano da política profissional na Figueira...

A Figueira está cheia de exemplos de lambe-botas, normalmente gente medíocre, que arrasta para a lama as botas que lambem...

Nota OUTRA MARGEM:
Um texto de José Ribeiro Ferreira, A Democracia na Grécia Antiga, publicado pela Minerva, em Coimbra, em 1990. Pp. 161-162.


"(...) dificuldades económicas e (...) conflitos sociais; tanto no campo como na zona urbana, passa a existir uma população miserável mais interessada na procura do sustento quotidiano do que nos destinos da democracia.
Daí que o século IV se caracterize por demissão política do demos que perde interesse em participar na condução dos negócios da pólis - desinteresse que já começa a aparecer no decorrer da Guerra do Peloponeso. As sessões da Assembleia têm cada vez menos elementos e há dificuldade em perfazer o quórum. Ainda se tenta incentivar, como vimos, a participação com a distribuição de um salário aos presentes na Ecclesia - o misthos ecclesiasticos -, mas em grande resultado.
Se na primeira metade do século IV o demos ainda manifesta empenho, quando se tratava de decidir sobre uma guerra que a seus olhos possa ser frutuosa, na segunda metade já nem isso desperta o seu interesse. Essa apatia está bem visível na luta contra Filipe da Macedónia e nos apelos angustiados de Demóstenes.
A pólis grega caminhava para o fim.
Como resultado da demissão do demos, aparece com uma insistência cada vez maior a profissionalização e a especialização de funções.
Homens saídos da classe endinheirada - banqueiros, industriais, comerciantes - que não precisam dedicar-se a uma actividade manual e recebem consideráveis rendimentos dos seus negócios, tornam-se verdadeiros profissionais da «política». Com meios de fortuna, adquirem junto de «professores» de retórica a arte de falar e de convencer que lhes permite atrair a multidão e manobrar a Assembleia."

Na Figueira, não foi só uma...

Da série "os figueirenses gostam de ser gozados?.. (continuação)

 Na Figueira começa a ser difícil ser original...

Via Daniel Santos: "Conforme publicação anexa, já em 1940 o Presidente da Câmara da Figueira anunciava uma piscina. Aguardemos pois!.."

Depois do "lixo", uma "benção" para os ouvidos (continuação...)



sábado, 13 de julho de 2019

A importância de ser da Aldeia...

foto via Isabel Maria Coimbra
Sou da Aldeia. Tenho uma história, um nome cheio de memórias e de valores. E este orgulho de ser da Aldeia e ainda conseguir lembrar.
Dá para  perceber porque gostava tanto deste local. E, perante esta foto,  por um momento, só por um momento, fechei os olhos para reter em mim toda aquela beleza invulgar e saborear  a magia daquelas cores e consegui mesmo sentir o vento a acariciar-me o cabelo.
Bastava-me aquilo.
Agora, tornaram aquilo num sítio que é quase nada.
Gostava de poder acreditar que ainda é possível e que ainda há tempo...

Deixem-me ser "velho do Restelo".

No concelho de marinheiros a navegar nas águas insonsas da subserviência partidária interessada, interesseira e resignada...

Continua a campanha "os figueirenses gostam de ser gozados e de continuar a comer sonhos"?..
Para os figueirenses, a câmara e a assembleia municipal não são lugares onde se vejam representados. 
Serão lugares onde se vêem elevados?
Aqueles não são lugares do povo, que não é sequer digno de aspirar a tanto, mas dos eleitos, os que passaram em todos os testes e preencheram todos os requisitos. 

Ali, estão os melhores, os mais perfeitos dentre todos nós, os sortudos a mamar do nosso dinheiro, quase todos  de volta do tacho. No fundo, são dignos de reconhecimento: são todos aqueles  que foram mais espertos do que nós. Porque para nós, figueirenses, a política é coisa só para os políticos, só para quem está à altura.
Não é para nós. Será uma sorte se formos votar -  nós que temos sempre tanta coisa mais importante para fazer.
Para Isabel Tavares, deputada municipal, nesta altura de campanha eleitoral, é altura e é normal descer  ao nível do povo e, como militante socialista, ignorando o seu papel imaculado e iluminado de política interessada, usar palavras encomiásticas, entusiásticas e simpáticas para o presidente Carlos Monteiro e extrapolar para comparações negativas ao papel de quem ousa criticar.

Toda a gente sabe e percebe que os políticos só podem ser do povo quando estamos em campanha eleitoral.
Que é o que está a acontecer...  Portanto: tudo bem Isabel Tavares. Com toda a consideração fica uma música de que gosto muito.

Bairro Novo

A noite passada houve música até às 7 da matina...
 Assim, os bares podem trabalhar com portas e janelas abertas, que “é algo que os empresários dos bares sempre pediram”.
Quanto aos moradores: quem está mal muda-se...
É por estas e por outras, que continuo a  acreditar no Empreendedorismo, na Bondade, na Paz, no Amor e na Liberdade...
Isto só podia acabar bem!

Depois do "lixo", uma "benção" para os ouvidos



Durante o verão e a título experimental, aqueles espaços de diversão nocturna poderão funcionar com portas e janelas abertas, quando o número de clientes o justificar


Via Diário as Beiras

A autarquia da Figueira da Foz e os empresários dos bares do Bairro Novo chegaram a um acordo. Segundo a vice-presidente da câmara, Ana Carvalho, disse ao DIÁRIO AS BEIRAS, durante o verão e a título experimental, aqueles espaços de diversão nocturna poderão funcionar com portas e janelas abertas, quando o número de clientes o justificar.
“Compreendemos os argumentos [dos empresários dos bares]”, afirmou Ana Carvalho, acrescentando que “o acordo é uma forma de garantir um entendimento entre todos”.
No entanto, afiançou a autarca, “o objectivo final é reduzir o ruído da música, mas também queremos que os bares possam trabalhar”. Trabalhar com portas e janelas abertas, ressalvou ainda, “é algo que os empresários dos bares sempre pediram”.

Nota OUTRA MARGEM
Temos o conceito de Figueira.
Temos o acordo da Figueira sobre ruído, cujo conceito e objectivo final é baixar o nível.
Melhor: temos o modelo da Figueira para baixar o nível do ruído nos espaços de diversão nocturna, que poderão funcionar com portas e janelas abertas, quando o número de clientes o justificar.
No meio de tudo isto, resta-me uma dúvida: quem vai controlar o número de clientes que justifique que os espaços de diversão nocturna possam funcionar com portas e janelas abertas?
 

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Dedicado a todos os que sonham com o OUTRA MARGEM e têm pesadelos: os que pensam que são poderosos...


"Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto, é realidade." 

Escrever é ficar. Se escrevo, é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. Só tem valor o que não se pode comprar. 
Hoje disseram-me, olhos nos olhos: "o meu trabalho de sonho é fazer o que você faz".

Os melhores projectos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos projectos que vale a pena prosseguir, são os que não nos deixam dormir. 
É o caso do OUTRA MARGEM. Apesar de já terem passado mais de 13 anos.

Basta tão pouco e é tão tanto. Às vezes parece-me que isto do blogue é mais sério do que penso. 
Não sei se me assusto, se me espanto, se me regozijo, se sonho. Às vezes acho que não mereço chamar-lhe "seguidor". Gosto mais de "leitor". E, porém, sei que continua por cá, a surpreender-me - sobretudo, a ler... 
Alguns de vocês conseguem  saber de mim o que eu ainda estou a tentar descobrir. Obrigada por me lerem. "Obrigada" é  uma palavra muito feliz.
Tal como Martin Luther King "não tenho um plano: tenho um sonho."

Recorde-se as crónicas da farsa da apresentação pública do projecto da requalificação da frente de mar em Buarcos, no âmbito do PEDU, em junjo de 2017...

A propósito da crónica por mim assinada hoje no Diário as Beiras, recordo duas postagens que publiquei no OUTRA MARGEM, que podem ler clicando nas palavras a azul.
Recorde-se que este número teatral, foi levado à cena no Grupo Caras Direitas, onde só  faltaram as pipocas e as bebidas da terra do tio Sam (mas isso é mais no cinema do Jumbo. A vereadora Ana Carvalho, mais uma vez,  que desculpe a referência, pois sabemos que a senhora vereadora já não pode ouvir falar neste nome há muito tempo...).

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Crónica da farsa da apresentação pública do projecto da requalificação da frente de mar em Buarcos, no âmbito do PEDU, ontem levada à cena no Grupo Caras Direitas, com o altíssimo patrocínio da Nossa Senhora das Eleições Autárquicas/2017...

sábado, 10 de junho de 2017

Crónica da farsa da apresentação pública do projecto da requalificação da frente de mar em Buarcos, no âmbito do PEDU, ontem levada à cena no Grupo Caras Direitas, com o altíssimo patrocínio da Nossa Senhora das Eleições Autárquicas/2017... (II)

Agradecidos, venerandos e obrigados....

Em memória de outros tempos? Antes do 25 de Abril, claro...

Agradecer o que é uma obrigação da Câmara Municipal da Figueira da Foz!..

Sarau cultural no Largo da Praia da Cova

Da série: não mandem piriscas para o chão. Ok?.. Agora um assunto importante: como vai a Liberdade na Figueira?..

Via CDU Montemor-o-Velho
"Após a denuncia da CDU sobre a viagem a Moçambique por parte dos quadros e do executivo da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho que originou uma queixa na DGAL, foi endereçado à CDU um convite para integrar um quadro politico de opiniões sobre o tema na rádio Foz do Mondego.
Após todas as entrevistas de PSD e CDS seria agora a vez da CDU, força denunciante, tecer a sua opinião sobre os acontecimentos e a sua denúncia.
No entanto esta entrevista foi por duas vezes adiada, e por fim proibida, segundo as palavras do responsável do programa de rádio, por ordens superiores, e que levou ao cancelamento e ao final do mesmo.
A CDU repudia o constante silenciamento do seu trabalho em vários meios de comunicação regional e neste caso concreto a posição da Rádio Foz do Mondego ao ceder a pressões externas para não difundir opiniões dessa força política.
A CDU deixa também votos de agradecimento a todos os que resistem, a nível nacional mas principalmente a nível local, promovendo uma informação democrática, plural e sem interesses partidários."

Nota OUTRA MARGEM.
Para ver melhor, clicar em cima da imagem.

A seguir à série, depois do "lixo", uma "bênção" para os ouvidos, continua a música...