sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

À atenção dos carreiristas políticos que gostam de dar graxa ao cágado

Caros políticos figueirenses (vereadores, deputados municipais e presidentes de junta de freguesia) com ambições a um lugar de maior realce e, se possível, mais brilhante na vossa sociedade: a graxa está out, a lisonja está in.
Dir-me-ão que as duas são mais ao menos a mesma coisa.
Embora substancialmente sejam iguais, a lisonja é mais eficaz porque joga com as inseguranças do artista a que ambicionam dar lustro.
Elogiem pois o raciocínio arguto do  chefe e o seu brilhantismo face aos, "por excelência, críticos!" 
Detectar a graxa é relativamente simples. A maioria das vezes óbvio. 

Já a lisonja pode ser direccionada ao elevado estatuto ético, ao desempenho político ou a resiliência à adversidade do visado.
É mais subtil e mais abrangente.
Tenho notado gente consideravelmente inteligente, a cair na esparrela cá pela Figueira.
O tempo em que a competência, a ética e o carácter eram determinantes num percurso político, ficou lá atrás: algures pelos idos de 90 do século passado.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A lavagem ao cérebro em Liberdade...

Liberdade, é um tema com que muitos enchem a boca.
Contudo, poucas vezes  param para pensar e reflectir sobre o que é a Liberdade.
Tal como acontece quando se fala de Democracia, valoriza-se sobretudo os aspectos formais. Não o efectivo acesso à Liberdade e à Democracia .
Quem fala de Liberdade e Democracia, pode falar de Justiça.
A desigualdade de meios é visível a olho nu. Por exemplo, num exercício meramente teórico, já imaginaram algum figueirense experimentar tentar processar o presidente da câmara!
imagem sacada daqui
Quando algum jornalista é colocado em causa, responde imediatamente: "ninguém me pressiona, escrevo o que quero"

É verdade. Só que, se ele tomasse posições contrárias ao status dominante, corria o risco de deixar de escrever...
Claro que esta regra não é absoluta: eu próprio, neste momento, tenho um coluna de opinião semanal num jornal.


Os Estados Unidos não são considerados um país totalitário. Contudo, cidadão que não satisfaça determinadas exigências não tem possibilidade de aceder aos media de referência...
Essa, é uma das grandes diferenças entre o sistema de propaganda dum Estado totalitário e a forma de proceder em sociedades democráticas. Exagerando um pouco, nos países totalitários o Estado decide sobre a linha a seguir, devendo toda a gente conformar-se com essa linha. As sociedades ditas democráticas fazem de outra maneira. A "linha" nunca é enunciada como tal: é algo que é tácito, que se entende, apesar de não estar expresso ou exposto. É algo que está na mente, mas não foi expresso de forma explícita...
De certa forma, procede-se, digamos assim, a uma "lavagem ao cérebro em liberdade".
O sistema de controlo nas sociedades democráticas é muito eficaz. Porém, raramente nos apercebemos disso. 

No fundo, este sistema é infinitamente mais eficaz do que os sistemas totalitários.

A crise da Figueira

A maioria dos figueirenses vivem em crise económica?
Na minha opinião, vivem.
Existe uma crise climatérica na Figueira?
Na minha opinião, existe.
Na Figueira existe uma crise de ética?
Na minha opinião, existe.
Muitos figueirenses vivem uma crise existencial?
Na minha opinião, vivem.
Muitos figueirenses vivem em crise de ansiedade?
Na minha opinião, vivem.
Muitos figueirenses vivem em crise de identidade?

Na minha opinião, vivem.
Muitos figueirenses vivem em crise de honestidade?
Na minha opinião, vivem.
Na Figueira existe uma crise de carácter?
Na minha opinião, existe. A Figueira é um belo exemplo do que é o mau carácter. Conheço alguns que, para subir, desceram... 

A falência da Figueira é fácil de explicar e de entender: chegámos aqui por falta de carácter...

O Pai Natal existe mesmo...

Foto sacada daqui
Sociedade Lusa de Espectáculos (co-organizador do sunset da RFM na Figueira da Foz), integrante do Braver Media Group, empresa especialista em organizar eventos para clientes especiais como a Câmara Municipal da Figueira da Foz, Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e a CIM: 
IMAGEM SACADA DAQUI. Mais pormenores aqui, aquiaqui,  aqui,  aqui.

Solidariedade

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Barbearia São Pedro by Luigi Amaro

Em setembro de 2014, o «meu» barbeiro foi entrevistado!..

Rui Pelejão, fez uma peça para o Drive in da Grande Turismo, de que recordo a seguinte passagem.
"Junto à estrada, a barbearia São Pedro excita a curiosidade – gosto de barbeiros, bons conversadores de ofício e normalmente bons “pisteiros” para a história e as histórias de cada terra.
Lá dentro, Olímpio Fernandes, homem de viçosos e pouco cansados 74 anos, recebe-nos com bonominia:
“Ah, jornalistas, eu sempre fui jornalista amador, coitadinho de mim.”
Coitadinhos de nós todos, caro Olímpio, amadores do jornalismo, mais valia a navalha e o pincel de barbear que é ofício mais certo no soldo e nas boas histórias que passam na cadeira onde se dão as melhores entrevistas – a cadeira do barbeiro.
Foi exactamente isso que fiz, sentei-me ali, na mesma almofada coçada onde os pescadores e os pecadores de São Pedro desfiam as suas glórias e misérias e recordam a bravura de um mar que também é morte:
“Aqui ouvi grandes histórias de homens que enfrentaram a morte no seu quotidiano. Isto é terra de pescadores e de gente rija, mas que aqui na cadeira do barbeiro faz o seu desabafo.” Mas desta vez, a história honra o barbeiro e não o cliente aventureiro. O barbeiro Olímpio Fernandes, antigo cabeleireiro de senhoras, jornalista amador, blogger, homem inquieto e por isso cidadão activo e figura das terras de São Pedro e além-mar."
Foto Pedro Agostinho Cruz

Durante muitos anos Olímpio Fernandes, além de barbeiro, foi - e continua a ser -  uma personagem relevante da minha Aldeia.
Foi meu barbeiro, creio que cerca de 30 anos.  Dia em que não passasse pelo seu estabelecimento comercial para lhe moer o juízo com o Benfica ou com a política, esse dia, para mim, não era a mesma coisa.
Entretanto, os anos foram passando. Como escreveu o Pedro Cruz:  "hoje, a Barbearia São Pedro é a Barbearia São Pedro by Luigi Amaro. O Olímpio Fernandes, finalmente, «ganhou juízo», decidiu «descansar» um pouco, pensar na família e dedicar tempo a si e aos seus. Dada a paixão, respeito e dedicação que que nutre pela profissão percebeu tardiamente que esta "droga" da paixão pelo trabalho já lhe estava a roubar coisas das quais o STOP é inquestionável - a saúde, o tempo de retribuir a ausência aos seus."
Olímpio, meu rapaz, já tens 78: dedica-te à rádio, agora o tempo dos cabelos é do Luigi Amaro.

2019... E mais do mesmo...


Para ver melhor, clicar na imagem sacada daqui
Na Figueira, em 2019, continua a ser assim.
Não concordar com as opções do executivo camarário é ser anti Figueira. 

A culpa da coisa não ser como a pintam é dos críticos. Dizê-lo publicamente é arranjar "problemas".
O "sistema" precisa de estabilidade e coisa tal. Porque só o executivo camarário defende o interesse público. 

Portanto, executivo é bom. Todos os outros - os críticos - são maus.
Onde é que já ouvimos isto?

A questão para mim é clara: não se deve limitar ao objectivo, mas à forma como ele é conseguido. 
Eu sei que é pregar no deserto... Calma: apenas estou a pensar alto. 
Até porque não tenho interesse em criticar o que quer que seja em concreto. Interessa-me apenas sentir-me satisfeito.

Uma opinião a não perder...

Pedro Silva... 
"Ano dois".
Via DIÁRIO AS BEIRAS.

Rescaldo da passagem...

Depois de tudo o que hoje se passou em 2018. Depois de tudo o que se disse. Depois de tudo... Sinto-me muito bem! 
Foi uma passagem de ano magnífica. Não houve surpresa: a noite esteve agradável. A hotelaria tinha a lotação esgotada. E o cartaz de espectáculos, era a cereja em cima do bolo.
Havia Coimbra e Mira. Pois havia, mas, nem isso atrapalhou a Figueira... 



Até o presidente Ataíde andou na rua que eu vi. 
Em declarações  prestadas aos jornalistas na noite da passagem de 2018 para 2019, falou do passado recente e projectou o futuro próximo. 
O ano de 2018 ficará para sempre marcado pela tempestade “Leslie”, acontecimento que o autarca destacou. 2019 será o ano da conclusão de obras e lançamento de novos projectos. 2019 será marcado pela execução de obras como a requalificação do Cabedelo, a baixa da cidade e frente marítima de Buarcos e pela apresentação de novas candidaturas a fundos europeus, para acções materiais e imateriais, afirmou João Ataíde.
O presidente da autarquia adiantou também duas promessas importante: "em 2019, o abandonado Edifício O Trabalho poderá, enfim, ter um projecto de recuperação, segundo a vontade manifestada pelo fundo de investimentos que adquiriu recentemente aquele imóvel do Bairro Novo." E, finalmente,  "será dado um novo impulso ao moroso processo de candidatura do concelho a geoparque da UNESCO, tendo o Cabo Mondego como âncora."
2019 é um ano de promessas...
Voltando à noite da passagem de ano: eu, que estive na Figueira e no centro da avalanche de visitantes - Avenida 25 de Abril e Praça do Forte - vi gente, muita gente mesmo, mas não consegui ver que a Figueira tenha  registado uma das maiores enchentes de sempre.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Mesmo não sendo fotógrafo, não posso deixar de ver a beleza de todo todo este conjunto


Pedro Agostinho Cruz

"A PRIMEIRA PUBLICAÇÃO DO ANO NÃO TEM FOTO.
SÃO AS PALAVRAS DA PESSOA QUE COMPROU A FOTOGRAFIA DA MAIOR ONDA DO MUNDO/LEILÃO SOLIDÁRIO. 

É UM TEXTO QUE ME COMOVEU. 
É UM TEXTO PARA TODOS OS PEDROS DA NOSSA CIDADE.
OBRIGADO"

Para ler o texto, clicar aqui.

Na Figueira 2019 começou assim...


2019

Pela tradicional magia das datas, acabámos de entrar num novo ano!
Porém, o ontem, que acabou há segundos atrás, continua a condicionar-nos.
O ontem não deixou de existir. O amanhã acontece sempre a cada novo acordar.
O ano novo é apenas uma construção dos homens.
Pelo menos que eu tenha conhecimento,  não existe nada que o suporte de uma forma efectiva.
A partir do dia que acabou de nascer, os dias deste 2019 vão continuar  a suceder-se indiferentes a estas construções humanas.
Entretanto, moderem-se...
365 dias bons para todos nós. 

Deixo-vos com música. Desfrutem. 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

No país em que se tornou normal o triunfo dos porcos, será que temos de assistir também ao triunfo da vara?..

"A associação Frente Cívica quer saber se a ordem de prisão de Armando Vara já foi pedida, tendo por isso pedido esse esclarecimento à Procuradoria-Geral da República. Numa carta enviada sexta-feira, dia 28, o presidente da associação, Paulo Morais - ex-vereador do PSD no Porto e ex-candidato à Presidência da República -, recorda que a sentença que condena Vara ao cumprimento de cinco anos de prisão transitou em julgado a 11 de Dezembro e que "se encontra já ultrapassado o prazo de cinco dias previsto" na lei.

A associação justifica ainda o pedido com a necessidade que diz existir de "serenar os ânimos de uma opinião pública indignada e também transmitir um sinal da forma como o Ministério Público actua nestes novos tempos".

Vara foi condenado em 2014 a cinco anos de prisão efectiva, no âmbito do processo 'Face Oculta', por três crimes de tráfico de influência. Desde então, foi tentando sucessivos recursos em tribunal, tendo o último possível sido negado em definitivo pelo Tribunal Constitucional em Novembro.

Neste processo, estava em causa a existência de uma rede de corrupção cuja finalidade seria o favorecimento do grupo do sucateiro Manuel Godinho em negócios com empresas privadas ou do Estado. Face à decisão do Tribunal Constitucional, Vara disse depois, em declarações à Lusa, estar a mentalizar-se para cumprir a pena."

Via Expresso

Bom 2019

Da FINDAGRIM farta e generosa à FINDAGRIM dos pobrezinhos...

Na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRAS pode ler-se o seguinte:
Imagem DIÁRIO AS BEIRAS

"A continuidade da feira de actividades económicas de Maiorca, FINDAGRIM, foi aprovada pela assembleia de freguesia com os votos a favor do PS e da CDU e com a abstenção do PSD e da autarca socialista Luísa Verdete. O executivo liderado por Rui Ferreira propôs acabar com o evento, ser criada uma comissão organizadora independente ou dar continuidade ao certame com custos reduzidos, tendo prevalecido a última proposta. Assim, a FINDAGRIM continuará a ser organizada pela Junta de Maiorca, mas numa versão mais barata. A edição de 2018 da feira registou o maior saldo negativo de sempre, ao somar um prejuízo de cerca de 39 mil euros, que aquela autarquia está pagar, tendo contabilizado 12 mil bilhetes pagos
“Queremos uma feira sustentável. Vamos fazer uma feira com um volume de contratação de artistas mais contido”, disse Rui Ferreira ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
A deliberação da assembleia de freguesia vai ser debatida com a Câmara da Figueira da Foz, fornecedores a quem a junta deve dinheiro da edição deste ano e empresas que costumam marcar presença na feira. “Vamos dizer-lhes que não podemos ter um evento com custos tão elevados. Vamos tentar reduzir em tudo o que for possível”, afirmou também ao mesmo jornal o presidente da junta de Maiorca,  garantindo que a organização da FINDAGRIM vai continuar a pautar-se pela “transparência”
A edição de 2018 foi a primeira desde que Rui Ferreira tomou posse.
“Contas foram sempre apresentadas”
 A propósito de transparência, Rui Ferreira (PS) tem reiterado que a anterior organização (a cargo de uma comissão liderada pela Junta de Maiorca que envolvia elementos das forças políticas com assento na assembleia de freguesia e representantes das colectividades locais) nunca apresentou contas. 
O antigo presidente da junta Filipe Dias (PSD), que liderou a FINDAGRIM durante os primeiros oito anos, porém, afirma o contrário. “As contas da FINDAGRIM foram sempre apresentadas ao presidente da câmara [João Ataíde] e à assembleia de freguesia”. O visado pelas declarações recentes de Rui Ferreira ao DIÁRIO AS BEIRAS acrescentou que o actual presidente da mesa da assembleia, José Carvão (PS), “votou sempre a favor das contas”.
Processo arquivado
O antigo autarca garantiu que “até houve um ano que o evento deu lucro”. E acrescentou: “Dos oitos anos que fiz a FINDAGRIM, todas as edições juntas não somaram uma dívida tão grande como a que ele [Rui Ferreira] fez em apenas um ano”. 
Entretanto, recentemente, a PJ investigou a contratação de artistas para o cartaz da feira de edições anteriores, mas arquivou o processo."

Nota.
Ao tempo que sabemos que, na Figueira, os números não mentem...
Contudo, também sabemos que, na Figueira, os mentirosos inventam números...
Desde o primeiro ano que o número de entradas da Feira Industrial, Comercial e Agrícola de Maiorca (FINDAGRIM) superava a edição anterior, tendo chegado a cerca de 50 mil. Pelo menos, era essa a informação veiculada pela organização, porque, segundo sustentou o actual presidente da Junta de Maiorca, Rui Ferreira, ao DIÁRIO AS BEIRAS, “as entradas eram inflacionadas”. “Se essas entradas existiram, nós não temos suporte documental desse registo. Pode existir, mas não está na posse da junta”, afirmou o autarca. Questionado sobre se estava a insinuar que os números foram inflacionados, Rui Ferreira afirmou: “Seguramente que foram. Há testemunhos de várias pessoas que desde sempre estiveram ligadas à organização que sustentam que os números foram sucessivamente inflacionados”. Qual era objectivo? “Foi uma tentativa de sobrevalorizar o evento para, provavelmente, irem buscar mais empresas e mais apoios institucionais”, respondeu o presidente da Junta de Maiorca.

A anedota distrital de 2018

NOTA
-  O jornal é de 30 de Junho de 2018. Há meio ano, portanto.

Via Mário Martins

Nota de rodapé. 
Via DIÁRIO AS BEIRAS
"O Senhor Ministro do Planeamento e Infraestruturas veio referir aquilo que já todos sabíamos. Se houver aeroporto civil internacional na Região Centro será em Monte Real e ponto final. A questão que desde logo se pode pôr é: porque é que, sendo isto tão evidente para toda a gente, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra decidiu fugir para a frente e “empenhar-se a fundo” numa solução perdedora, com um estudo que, à partida, não reunia nenhuma condição de credibilidade política, económica e mediática? Não interessa falar nisso, pelo menos por agora, deixemos a resposta a essa pergunta para uma maior distância histórica. O que interessa agora é aquilo que, em meu entender, deveria ter interessado há um ano e meio atrás, ou seja, que contrapartidas deverá a Região de Coimbra — a CIMRC, já que a Câmara demonstrou, uma vez mais, a sua total incapacidade para a negociar o que quer que seja neste âmbito — debater com o Governo, de modo a que uma infraestrutura com tamanho potencial de capitalidade não se afaste defiitivamente. Quais as condições que podem transformar Monte Real num verdadeiro aeroporto internacional para a região e, simultaneamente, elevar todo o seu potencial de atractividade económica, nacional e internacional? A meu ver, essas condições são de duas ordens, simbólica e infraestrutural, e não são muitas, nem muito irrealistas. 1. Comecemos pela primeira, de ordem simbólica — o nome. Coimbra ainda é, a par com Fátima mas num universo mais amplo, a marca mais significativa da região no plano internacional, pese embora tal não ser reconhecido pelo status quo nacional e apesar dos organismos regionais — CCDRC, Região de Turismo, etc. — quase nunca o  admitirem. Mas o nome civil do futuro aeroporto não deverá nunca ignorar essa circunstância, sob pena de esbanjar à cabeça algum do seu potencial de branding internacional. E a Região de Coimbra deverá obviamente pugnar pela sua imagem além-fronteiras. A referência a Coimbra no nome do novo aeroporto deverá ser clara, embora possa eventualmente não ser exclusiva, como em tantos aeroportos por essa Europa fora. De ordem infraestrutural há muitas, a começar por aquelas que são inerentes à própria cidade de Coimbra e que deveriam estar a ser cuidadas a nível municipal, mas adiante. Referirei apenas três, todas à escala regional e todas referentes a acessibilidades. 2. Desde logo, a acessibilidade ferroviária. A linha do Oeste deveria ser remodelada e actualizada, bem como o seu obsoleto material circulante, de modo a servir a ligação entre o futuro aeroporto e as cidades de Coimbra e Figueira com fi abilidade, conforto, frequência e rapidez, por esta ordem. É claro que a nova Estação de Coimbra —se alguma vez existir — deveria ter um balcão de check-in e recolha de bagagens, tal como em algumas cidades europeias, Lausanne para o Aeroporto de Genebra por exemplo, mas isso já seria pedir demais. 3. Depois, as acessibilidades rodoviárias. Deste ponto de vista, a Figueira está muito bem servida, mas a cidade de Coimbra não. Deveria ser continuada a via rápida de Taveiro, de modo a poder ligar à A17 a sul da Figueira. A “história” da impossibilidade por causa do Paul da Arzila não passa de um embuste, de uma enorme hipocrisia. É muito mais poluente e danosa para a Reserva Natural a actual estrada municipal, altamente sobrecarregada de tráfego rodoviário, a verter quantidades imensas de óleo queimado sobre o Paul, do que um atravessamento superior em viaduto, com sistema de recolha e tratamento desses mesmos óleos. 4. Por fim, mas não menos importante, o famoso IP3. Deixemo-nos de veleidades e exijamos ao mesmo governo, ao mesmo ministro que propõe com tanta certeza o aeroporto em Leiria, uma verdadeira ligação entre as duas maiores cidades de Região Centro, Viseu e Coimbra, que não os ridículos “85% de perfi l de auto-estrada” que outra coisa não significam senão deixar de fora a parte mais perigosa do IP3 — a estrada da morte — o qual, com essa “solução”, mais perigoso ainda se tornará. Claro que assim, com uma verdadeira auto-estrada, o tal aeroporto da região fi caria também acessível a mais algumas centenas de milhar de potenciais passageiros. São estas as condições que deveriam já estar a ser negociadas. Não são irrealistas nem danosas para nenhuma das “partes”, bem pelo contrário, são proveitosas para ambas e o negócio é bom quando é assim. É claro que a esperança que alguma delas se concretize é inversamente proporcional à convicção com que escrevo estas linhas. Mas, assim sendo e se tudo se mantiver na mesma, também começa a ser muito claro aquilo que eu, por diversas vezes ao longo dos anos, tenho vindo a referir. É de uma enorme irresponsabilidade histórica, da parte das individualidades político-institucionais da cidade e da região, assobiar para o lado, escamotear a perda total de influência de Coimbra na esfera decisória nacional. Mais, já não é só da perda de influência que se trata, é quase um caso de chacota generalizada, preconceituosa, contida e disfarçada, da qual nós, os que dela nos apercebemos, não podemos deixar de nos envergonhar. O que é verdade é que, a despeito de alguns sinais corajosos de heroica resistência — a Critical Software na Baixa e outros — a decadência e a depressão colectiva começam a tomar conta do nosso quotidiano. Nada dá certo. Mas será que, deste modo, há alguma coisa que possa dar certo?"

domingo, 30 de dezembro de 2018

A vida é isto: um show de humor... (IV)

O caso do presidente da junta que só pode ser representado pelo presidente da câmara!..


Ontem, fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo: desloquei-me ao edifício sede da junta de Freguesia de S. Pedro para a assistir a parte de uma sessão da AF.
Quantas vezes não somos traídos pelas nossas memórias quando fazemos uma revisitação!
O edifício sede da junta da minha Aldeia é exactamente um ícone que a minha memória guarda como uma preciosidade! Modéstia à parte, foi no mandato em que fiz parte da equipa do executivo (1986/1990) que foi planeado, projectado e construído. Para mim é sempre agradável ir lá.
 

Ainda bem que ontem estive cerca de uma hora num local onde fui muito feliz.
Fiquei a saber coisas interessantíssimas.
Por exemplo, que Sua Excelência o presidente da junta, quando não pode estar presente numa reunião, que tenha a ver com assuntos fulcrais para a Cova e Gala, se estiver Sua Excelência, o senhor presidente da câmara, "faz-se" representar pelo dr. Ataíde. Como estamos em "espírito natalício" fica o registo para a posteridade, para que conste e por ter sido dito em público: por impossibilidade pessoal, o presidente Salgueiro delega a representação de S. Pedro no dr. Ataíde! 

Sem colocar em dúvida a categoria, a dignidade e a competência do dr. Ataíde para representar o senhor Salgueiro, será que nos órgãos autárquicos da minha Aldeia não existe ninguém com categoria, dignidade e competência para representar o presidente da junta de S. Pedro?

Isto não é ficção, aconteceu mesmo: numa reunião sobre a erosão costeira a sul do quinto molhe, onde esteve o presidente da APA e o senhor presidente da câmara. Da autarquia da minha Aldeia ninguém esteve presente, pois o senhor presidente Salgueiro não podia. 

Pergunto: será que a junta de S. Pedro não tem secretário e tesoureiro e não existe um presidente da Assembleia de Freguesia?
Tal como a  internet não nos deixa idiotas, ser presidente de junta também não.
A internet e a presidência de uma junta só deixa a idiotice mais acessível aos outros.
C'est la vie...


Verdadeiramente importante é que  a  Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garanta que o estudo sobre o sistema de transposição de areias (bypass) de norte para sul da foz do Mondego seja realizado em 2019.
Já é mais do que tempo de realizar o  concurso para se aferir “a melhor solução técnica” para a erosão costeira a sul da barra da Figueira da Foz.

A mesma anedota de sempre....

Hoje, o domingo está para coisas leves e bem humoradas,  com loas ao sol e ao bom tempo, na boa, com piadas, levezinhas,  tipo laracha...
É o que se impõe com um dia destes... Raios... E  não me ocorre nada...
Bom, vendo melhor...


Crónica publicada no jornal AS BEIRAS
"No final de 1996, várias pessoas ilustres da terra reuniram-se na Assembleia Figueirense para discutir a Figueira. A iniciativa “Colóquios Alberto Pessoa – Figueira da Foz, ano 2000” teve como finalidade contribuir para a “inadiável discussão pública sobre o futuro do desenvolvimento da Figueira da Foz”. Hoje, passados mais de 20 anos, é útil revisitar este caderno que encontrei na Casa Rádio. Útil, porque percebemos o que pensavam na altura muitos dos decisores. Curiosamente, alguns dos autores vieram a assumir o poder local, mas não lograram concretizar as suas ideias. Por exemplo, um ex-vereador manifestava-se pela “Cidade das 10 mil árvores”, assumindo ainda a protecção das linhas de água e a interligação entre as pessoas e o meio natural. Pretendia, e bem, que as linhas de água não fossem entubadas e ainda que se “evitassem loteamentos de lucro fácil para a autarquia”. Apesar das boas intenções, sucedeu exactamente o oposto nos anos em que o ex-vereador esteve no poder. Surgiram outros actores políticos, mas persistem os mesmos desafios. O maior deles é conceber uma visão da cidade e do concelho que seja partilhada e assumida por vários detentores de interesse e actores locais, com um alcance intergeracional. Foi isso que conseguiram os arquitectos Ribeiro Teles e A. Pessoa, desenhar uma cidade que ainda hoje representa modernismo e bom relacionamento entre a natureza e a ocupação humana. Falta-nos visão, um arquitecto que seja arrojado, dedicado à Figueira, projectando acima dos interesses mesquinhos, pensando no ano 2050."