quarta-feira, 19 de julho de 2017

Recordando Aristides de Sousa Mendes

Passam hoje 132 anos, nascia em Cabanas do Viriato, distrito de Viseu, Aristides de Sousa Mendes.
Todos sabemos a sua história de vida, o seu exemplo de humanismo e o importante papel que desempenhou durante a II Guerra Mundial, no auxílio a milhares de refugiados.  
Desobedeceu ao Estado, foi proscrito, mas salvou da morte muitos milhares de refugiados.
Um exemplo raro de  defesa dos direitos humanos.
Largas dezenas de anos decorridos, não aprendemos nada com portugueses dignos, como Aristides de Sousa Mendes, que nos deviam servir de guia e exemplo.
Pelo contrário. A realidade mostra que a alma de certos portugueses facilmente se deixa inebriar pelo discurso xenófobo, populista e racista.
Todos sabemos, "que há centenas de portugueses que sentem prazer a atear fogos florestais, como sucedeu na Madeira, onde morreram pessoas."
Todos sabemos, "que há polícias graduados de boas famílias,  que parecem ser cidadãos exemplares, que agridem brutalmente um pacato cidadão à frente do filho e depois falsificam os autos, para que o cidadão agredido ainda tenha de responder por crimes que não cometeu."
Todos sabemos, "que há portugueses branquinhos como a cal da parede, que são donos de restaurantes e não se importam de servir refeições feitas com produtos sem condições."
Todos sabemos, "que há muitas dezenas de milhares de portugueses que todos os dias roubam, recebem o IVA que os seus clientes lhe entregam ao seu cuidado e, em vez de o entregarem ao Estado, ficam com ele, o dinheiro que deveria ser investido em cuidados de saúde ou com outros fins onde os recursos são escassos, serve para comprar mais um carro ou para as férias."
Todos sabemos, "que há esquadras inteiras que fazem orgias de torturas e agressões, no fim a graduada lava o chão bem lavadinho, chama a ambulância e tudo cai no esquecimento."
Todos sabemos, "que há centenas de milhares de portugueses que não descontaram nada para a Segurança Social e recebem uma pensão de sobrevivência de montante equivalente ou superior ao famoso rendimento mínimo."
Todos sabemos, "que há portugueses que para ganharem mais uns tostões plantam eucaliptos até à beira do alcatrão das estradas, não se importando com as mortes que daí possam resultar."
Todos sabemos, "que há também os que matam o vizinho por causa de um poço ou de uma oliveira".
Todos sabemos, "que há portugueses que, em pleno Verão, fazem queimadas de forma irresponsável."
Todos sabemos, "que andam por aí muitos portugueses perigosos, gente que não se importa com a lei ou com a vida do seu concidadão".
Nem vale a pena falar dos comentadores desportivos, "que enchem os bolsos atiçando o ódio entre adeptos, gente contra a qual o André Ventura poderia fazer um dos seus discursos xenófobos, pois são todos bem branquinhos e portugueses de gema."
Todos sabemos que há portugueses perigosos...

Para os que dizem que não acredito, eu acredito, só que ninguém jamais saberá em quê, incluindo eu...



Acredito na utopia, por exemplo, que nos pode trazer coisas boas, como por exemplo a descoberta. 
Mas, o que é a utopia?..

Acredito na felicidade, por exemplo, que pode ser apenas uma utopia...

Mas, o que é a felicidade?..

A felicidade da utopia, porque inacessível, pode leva-nos muitas vezes à desistência. 

Quantas vezes já não abandonámos projectos, para  nos conformarmos com a realidade estupidamente verdadeira...
  
Por aqui o sonho continua... Evidentemente, com um pé bem assente na terra! 
Pequenas "lanças em África",  são sempre pequenas vitórias, melhores que a estagnação que nos rodeia e que nos desespera.

Não vão por aí...

Podem ameaçar com núvens negras ou a vinda de dilúvios,
que não há problema, pois sabemos nadar.
Podem ameaçar com processos de intenções ou apertos,
que não problema, pois não nos vão conseguir prender.
Podem tentar comprar o silêncio ou ameaçar com a mordaça,
que não há problema, pois não nos vão conseguir calar.
Podem ameaçar com a força bruta,
que não há problema: pelo medo não nos silenciam, nem nos hão-de conseguir vencer.
Como escreveu Pablo Neruda, esse sim Poeta:
Morre lentamente quem evita uma paixão.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Noções básicas de propaganda para perpetuar a exploração da água na Figueira

Imagem sacada daqui
Criticar a Câmara pode-se.
As pessoas associam a Câmara ao Estado.
Em última instância, ao Governo do partido que administra o Estado. 
O mesmo Estado que tem vindo a ser desmantelado em beneficio de interesses privados, para depois,  e a pretexto do estado  a que isto chegou, se continuar com o processo de desmantelamento do Estado.

Criticar e, principalmente, nomear a empresa que gere a água na Figueira, não se pode.
A Câmara não deve, nem pode, fazer reparos a uma empresa privada, ainda que a mesma seja generosamente paga com o dinheiro dos contribuintes, ou mesmo que essa empresa seja uma das beneficiárias do estado a que isto chegou na Figueira.

Conclusão e moral da "estória" (se é que há moral nesta "estória").
Os figueirenses pagam a água ao preço do champanhe... 
Senhores candidatos a edis na Figueira: onde está a vontade e a coragem política para defender os cidadãos figueirenses, contra outros interesses?..

Há noites que, simplesmente, pedem música...

terça-feira, 18 de julho de 2017

Saíu-me um duque...

Um homem isolado é um alvo fácil. 
No meio da multidão passa entre o intervalo dos pingos. 
O peixe no cardume tem mais facilidade de iludir o predador. 
No fundo, é a força imensa do fraco perante o forte: a sua união!
Nunca contamos que nos saia o duque. Essa é sempre uma carta reservada aos outros. Porém, entre as 52 cartas do baralho, há quatro duques que têm que sair a alguém. 
As desgraças, tal como os elogios, acontecem sempre aos outros, até ao dia em que nos acontecem a nós!
"Gosto mesmo do Antonio Agostinho é verdadeiramente um homem empenhado na comunidade onde vive desde sempre. As suas ideias são simples mas excelentes. A sua maior arma é a sua Intuição e como ele proprio diz " raramente falha". Neste momento é a consciência desta civilidade larvar, em que o servilismo, o clientelismo e o individualismo imperam! Ah e diz Verdades sem temer, sem temor! 
Leiam-no, mas devagar, com calma, como se degustassem uma refeição de superior qualidade. Cada ingrediente deve ser vigorosamente sentido. Porque se não o fizerem "enchem a barriga" e voltam "a ter fome" e não perceberam patavina! 
Sarabá poeta amigo!"

Porque é que o "monossilábico" Ataíde, há-de ter tantos votos?.. O "tenrinho" também merece...

Caros militantes figueirense do PS:
Por favor não votem no João Ataíde! 
Se querem que eu algum dia vote no PS, o que não será fácil, não ponham mais uma vez o Senhor no poleiro da Figueira! 
Ouçam e leiam o seu discurso e percebam porque vos dou o conselho acima. 
A única coisa que dá para perceber, é que o Senhor está a transformar esta pré-campanha, numa coisa sem interesse e sem ideias, com o mero objectivo de chegar ao poder, utilizando apenas consultores de imagem. 
Lembrem-se, sobretudo, de uma coisa: vocês querem votar num Senhor que poderia ter sido candidato do PSD?..
Para isso têm o "tenrinho", que assina por baixo!..

Só me dá vontade de sorrir. Na Figueira, continua a ser sempre carnaval...

Os pormenores interessam-me. São eles que poderiam fazer a diferença, quando olho para este conjunto de fotos. Mas, ao tentar notar aquilo que pode passar despercebido aos demais, para elaboração de hipóteses, decisão e rumo, para a Figueira, para depois de outubro próximo, começo a encontrar cada vez menos diferença!  No fundo, é mais do mesmo: estes três políticos são todos iguais. Apenas têm caras diferentes para que se possam distinguir uns dos outros.
O vereador Miguel Almeida, ontem, na reunião de câmara, desafiou João Ataíde a assinar já a renovação do contrato do RFM SOMNI – O Maior Sunset de Sempre por mais quatro anos, antes de 1 de outubro próximo, data da realização  das eleições autárquicas 2017.
"O evento é para continuar?", questionou o autarca da oposição. 
“O “Sunset” continua na Figueira. É esse no nosso propósito e o propósito da promotora”, respondeu o presidente. 
Contudo, ressalvou João Ataíde, “o protocolo terminou este ano e não fazia sentido” estar a renová-lo antes das eleições autárquicas. 
“Da nossa parte, não temos nada a opor. Se quiser assiná-lo antes das eleições, pode assiná-lo”, garantiu Miguel Almeida. Até porque, defendeu o vereador do PSD: “Não podemos correr o risco do “Sunset” sair da Figueira”.
Esse risco não existe, garantiu o presidente do executivo camarário socialista. E concluiu: “Com essa abertura, vamos a isso!”
Contactado pelo Diário As Beiras, Carlos Tenreiro, candidato do PSD à câmara, assina por baixo a proposta de Miguel Almeida.
Com a posição assumida pelo PSD, tudo indica que o assunto vai ficar resolvido antes dos figueirenses serem chamados a eleger os seus representantes autárquicos, em outubro de 2017.

Nota de rodapé.
Cito o que escrevi aqui, um dia destes.
A minha azia política é fácil de explicar: já não suporto o estado a que o concelho chegou.
Os lugares políticos na Figueira, tirando algumas honrosas excpções, foram assaltados por gente sem as qualificações humanas mínimas para poderem ser chamados servidores públicos.
Perante este triste cenário, era fundamental que tivesse aparecido uma candidatura diferente!
Uma candidatura e um candidato, para quem a Figueira e o seu concelho, fossem realmente o importante.
Ainda não foi desta vez, porém, que essa candidatura verdadeiramente independente das políticas que têm vindo, há décadas, a arruinar a Figueira e o concelho, foi possível.
No panorama político já definido para ir a votos em outubro 2017, não estou a ver uma candidatura verdadeiramente determinda e com possibilidades de combater o rumo de declínio concelhio, marcado pela obra vergonhosa de PS e  PSD ao longo de 43 anos. 
É pena, pois a Figueira precisava de uma candidatura apostada na exigência inadiável de uma ruptura que levasse a uma verdadeira mudança, que apostasse, não nos remendos possíveis a esta política, mas, sim, numa viragem que nos fizesse navegar com outros ventos e marés na busca de outro rumo.
E, então, o que resta a nós, pobres mortais, fazer?
Pois... 
Continuar a fazer "qualquer coisa de louco e heróico", como escreveu Manuel da Fonseca.

Floresta concelhia: Câmara tem planos “actualizados” de defesa da floresta, mas "a limpeza será feita em breve, pois o concurso público ficou deserto"...

Esta casa, que tem uma longa história (apaixonado pela Figueira da Foz, Joaquim Namorado residiu aqui nesta modesta casa, sita na vertente Sul da Serra da Boa Viagem, durante bastante tempo, sobretudo em fins-de-semana e nas férias...) está em perigo. Foto António Agostinho
O SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente) efectuou este ano no concelho da Figueira 462 notificações a proprietários de terrenos e matas, para a respectiva limpeza.
Segundo o Diário de Coimbra «houve um cumprimento de 97%»
A informação foi avançada ontem em reunião de Câmara, depois do vereador do PSD, Miguel Almeida, ter levantado várias questões em relação a esta matéria para «descansar as pessoas». Recordan­do a tragédia de Pedrógão Grande, o autarca quis saber «que grau de prevenção e prontidão» existe no município, apesar de salvaguardar que quanto ao combate a incêndios não sente «tanta preocupação, pela qualidade dos dois corpos de bombeiros».
Entretanto, é conhecido que há munícipes que reclamam a limpeza de matas e florestas próximas das habitações, exigindo que se cumpra a lei
Miguel Almeida, vereador do PSD, na reunião de câmara de ontem colocou na ordem dia o debate sobre a prevenção de incêndios no concelho. Nomeadamente, indagou o executivo camarário se foi feito um levantamento das zonas de risco e quantos proprietários procederam à limpeza dos terrenos
João Ataíde, o presidente, afirmou que o levantamento foi feito, com a colaboração da GNR, que emitiu 462 notificações, registando uma taxa de cumprimento de cerca de 97 por cento, em todas as freguesias
Contudo, para o presidente da câmara, o minifúndio existente dificulta uma solução mais célere e eficiente – só em Quiaios, a meio do levantamento, estavam contabilizadas 17 mil parcelas - , propondo o “emparcelamento proactivo e coercivo”
Miguel Almeida quis saber se os pinhais do município estão limpos. A resposta foi a de que o concurso público ficou deserto e que a limpeza será feita em breve, com a garantia que nenhuma das suas áreas florestais se encontra a menos de 50 metros de zonas habitadas
O autarca da oposição defendeu que a câmara deve ter os seus pinhais limpos, para dar o exemplo...

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Se houver um incêndio, como é?..

 Esta tarde, a convite da minha amiga Teresa Namorado, tive oportunidade de ver esta paisagem magnífica.
É a encosta sul da Serra da Boa Viagem na sua inteira beleza!
A imagem que temos a certa altitude torna a paisagem totalmente diferente...
Podemos olhá-la linda... 
Quero vê-la sempre linda! 
Que é o que ela é, uma paisagem vestida com a simplicidade linda de quem sabe que os adereços lhe estariam a mais.
Mas é uma paisagem perigosa.
A calma presente nesta visão faz bem. É um silêncio que nos faz sentir a sós (não isolados) e que nos irmana de uma forma forte com a paisagem. 
Não há ruído a perturbar o entendimento e a interacção que nestes momentos são tão necessários.
Mas há perigo, muito perigo. Se repararem bem, esta casa, que tem uma longa história (apaixonado pela Figueira da Foz, Joaquim Namorado aqui residiu nesta modesta casa, sita na vertente Sul da Serra da Boa Viagem, durante bastante tempo, sobretudo em fins-de-semana e nas férias...) está em perigo.
Em terrenos de que não se sabe bem de quem é a propriedade, as silvas e o mato entram pela propriedade que, agora, é da minha amiga Teresa Namorado.
Ao que sei, Teresa Namorado já reclamou.
Mas, ninguém resolve nada...

A associação de ideias que me ocorreu ao ver esta imagem!.. Tiveram a mesma percepção?

Bom dia...Mexam-se...

Quem vive uma vida interior muito desgastante, de sentimentos muito intensos e sempre atrás de grandes desafios, perde  muita energia no caminho. 
A alternativa, é  apoiar-se mais no corpo, no mundo das sensações - no olfacto, na visão, no tacto, etc. - para deixar a alma descansar um pouco. 
Um longo passeio pela praia, por exemplo, resolve o assunto. 
Para quem anda sempre de má cara, com os olhos avermelhados de tanto cansaço e para quem se olha ao espelho e quase nem se reconhece,  faça um favor  a si próprio: mexa-se.

Actualização: 
"Foto espetacular. Bem merecia este título: Eu,o paraíso e as gaivotas." (comentário de um anónimo)
Resta acrescentar que a foto é da minha Amiga Clara Gil.

Calendário eleitoral para as autárquicas 2017

Segundo o mapa-calendário divulgado pela  Comissão Nacional de Eleições para o acto eleitoral de 1 de outubro, todas as candidaturas terão de ser entregues no tribunal até ao dia 7 de agosto (segunda-feira)
Antes, porém, até 28 de julho, as coligações de partidos devem ser comunicadas ao Tribunal Constitucional, bem como publicar esse acordo em “jornais diários de maior difusão na área da autarquia”
O sorteio da ordem do boletim de voto ocorre no dia 8 de agosto, devendo o resultado ser “imediatamente afixado à porta do edifício do tribunal”
Até 14 de agosto, o juiz deverá verificar “a regularidade do processo, a autenticidade dos documentos que o integram e a elegibilidade dos candidatos”.

O Colóquio "Florestas, prevenção, limpeza e ordenamento: Que futuro para a Serra da Boa Viagem?", realizou-se ontem na UIR...

Foto Rui Torres
A sala encheu-se, o que demonstra que as pessoas estão atentas e comparecem, quando os temas em debate são apelativos e a discussão tem a ver com o seu dia a dia.
Os oradores convidados, eng. José Carlos Morgado e Dr. Ricardo Oliveira, procuraram ser explícitos nas suas intervenções, apesar da complexidade das matérias, o que prendeu a atenção das dezenas de pessoas que estiveram presentes.
A moderação de João Saltão,  membro do Fórum Cívico Figueira 2017, que em boa hora organizou este evento, foi eficiente, se tirarmos o pequeno pormenor da sua intrevenção na abertura dos trabalhos, ter sido desnecessariamente algo longa e pormenorizada. 
De lamentar, que na discussão e debate público de matérias tão importantes como o planeamento e gestão da prevenção de fogos florestais, em geral, e da Serra da Boa Viagem, em particular, as entidades oficiais, nomeadamente a CMFF  e juntas de freguesia, assim como a comunicação social figueirense, tivessem primado pela ausência.

domingo, 16 de julho de 2017

Arte de viver...

Ser livre, não é ser sempre bom...
Mas, ser livre é  ser...
E, isso, é bom.
A ideia de utopia só existe quando ao sonho se opõe a descrença.
Se, em nós o sonho é possível, não é utopia: é projecto.

Já basta de traições...

A minha azia política é fácil de explicar: já não suporto o estado a que o concelho chegou.
Os lugares políticos na Figueira, tirando algumas honrosas excpções, foram assaltados por gente sem as qualificações humanas mínimas para poderem ser chamados servidores públicos.
Perante este triste cenário, era fundamental que tivesse aparecido uma candidatura diferente!
Uma candidatura e um candidato, para quem a Figueira e o seu concelho, fossem realmente o importante.
Ainda não foi desta vez, porém, que essa candidatura verdadeiramente independente das políticas que têm vindo, há décadas, a arruinar a Figueira e o concelho, foi possível.
No panorama político já definido para ir a votos em outubro 2017, não estou a ver uma candidatura verdadeiramente determinda e com possibilidades de combater o rumo de declínio concelhio, marcado pela obra vergonhosa de PS e  PSD ao longo de 43 anos. 
É pena, pois a Figueira precisava de uma candidatura apostada na exigência inadiável de uma ruptura que levasse a uma verdadeira mudança, que apostasse, não nos remendos possíveis a esta política, mas, sim, numa viragem que nos fizesse navegar com outros ventos e marés na busca de outro rumo.
E, então, o que resta a nós, pobres mortais, fazer?
Pois... 
Continuar a fazer "qualquer coisa de louco e heróico"como escreveu Manuel da Fonseca.

"É assim que se fazem obras na Figueira da Foz."

Nova rotunda, Piscina Ginásio.
Já não se transplatam árvores...
Destroem-se!..

Com a devida vénia, via José Campos

As tensões da vidinha... Quando não se consegue, recorre-se às pastilhinhas milagrosas cheias de contra indicações. É a vidinha! Ai, a vidinha...

"Menos de um mês depois de ter deixado de ser chefe de gabinete do ministro da Agricultura, Gonçalo Alves criou uma empresa de consultoria e certificação florestal, com mais três sócios. A empresa, constituída em fevereiro deste ano, celebrou em junho um contrato por ajuste direto com o Fundo Ambiental, sob alçada do Ministério do Ambiente, para prestação de serviços na área das alterações climáticas.

O contrato de € 66 mil para serviços de assessoria e acompanhamento de projectos, disponível no portal Base, foi celebrado a 26 de junho de 2017. O Ministério do Ambiente lembra que a lei permite ajustes directos até € 75 mil e, por isso, não obriga a que haja concurso público. E assegura que “não era do conhecimento” do ministério que um dos sócios da empresa fosse ex-chefe de gabinete do ministro da Agricultura. Para a prestação deste serviço, explicam, foram consultadas três empresas. “A escolha acabou por recair sobre a Smart Forest — Consultoria e Certificação Florestal porque, tendo apresentado proposta, possui, entre os seus recursos técnicos, especialistas na área das alterações climáticas, designadamente no âmbito do comércio de direitos de carbono, especialidade requerida nas áreas de intervenção do Fundo Ambiental.”

Contactado pelo Expresso, Gonçalo Alves, que tem 25% da empresa constituída a 13 de fevereiro, confirma que o contrato foi celebrado através de um dos seus sócios. “A solução que se encontrou foi o contrato ser feito através da Smart Forest, mas poderia ter sido feito individualmente por ele.” O engenheiro florestal, que esteve no gabinete de Capoulas Santos entre 29 de janeiro de 2016 e 23 de janeiro de 2017, explica que a empresa recém-criada visa montar um fundo de investimento florestal. “Também faz alguns trabalhos de consultoria, mas não faz exploração florestal, porque não somos proprietários, nem temos áreas florestais.”

O ano em que Gonçalo Alves esteve no gabinete coincide com o período em que o Governo preparou 12 diplomas para a reforma da floresta. Um deles, da responsabilidade da Agricultura, criou o regime de reconhecimento das Entidades de Gestão Florestal (EGF). Um dos critérios para que as entidades sejam reconhecidas como tal — e venham a ter benefícios e incentivos fiscais, ainda em discussão no Parlamento — é a obrigatoriedade de terem certificação florestal. Questionado sobre o papel de Gonçalo Alves na produção legislativa, o gabinete de Capoulas esclarece que “as funções de chefe de gabinete não incluíram (nem incluem) qualquer intervenção na produção do ponto de vista legislativo”. E afirmam que o engenheiro “retomou a sua actividade profissional” após a saída, situação que “não configura qualquer conflito ético ou legal”.

O ex-chefe de gabinete esclarece que a sua empresa não é apta para ser reconhecida como uma EGF. “Não sendo a Smart Forest um proprietário ou arrendatário de áreas florestais, nunca pode constituir em si mesmo uma entidade. Quem poderá ser no futuro é o próprio fundo como proprietário de áreas florestais.” Sobre o facto de ser uma empresa ligada à gestão e certificação florestal, criada pouco depois de ter saído do gabinete do ministro que tutela essa matéria, Gonçalo Alves lembra que esse é o sector em que sempre trabalhou. “Não fui trabalhar para nenhuma grande multinacional que possa beneficiar dos meus conhecimentos. Abracei um projecto numa área de onde já vinha.”

Actualmente, a lei apenas define limites para o que os políticos podem fazer depois de cessar funções, não alargando o âmbito aos membros dos gabinetes. O regime de incompatibilidades e impedimentos obriga a que durante três anos os visados não possam exercer cargos em empresas privadas no sector que tutelaram e que tenham sido objeto de privatização ou beneficiado de incentivos financeiros ou benefícios fiscais.

Antes de ter chegado ao gabinete de Capoulas, Gonçalo Alves passou por uma sociedade gestora de fundos de investimento mobiliário com consultor na área florestal e foi diretor florestal grupo Investwood (madeiras), após ter passado pela Autoridade Florestal Nacional e pela Proteção Civil."
Via Expresso