Foto Isabel Maria Coimbra |
Ao longo dos anos, os seus dirigentes têm feito cidadania, intervindo quer através da proposta de reflexão sobre assuntos e dossiês mais ou menos estruturantes, quer pela intervenção pública, em ações ora de rua ora junto das mais variadas instâncias de poder.
Na 4.ª feira, propuseram que se discutisse, da série “Figueira em Debate”, o tema “Pensar na Cidade: o presente e o futuro da Figueira da Foz”, do qual retirei duas principais notas:
1. ausência do Presidente da Câmara, de qualquer dos Vereadores ou Presidentes de Junta e da grande maioria dos deputados Municipais (honrosa exceção do Presidente da AM e de 4 deputados), ausência de representantes do poder económico, cultural ou religioso – todos estes acham que não vale a pena? É que nem era dia do Benfica jogar…;
2. quase unanimidade na constatação de que à Figueira falta um desígnio, e portanto uma estratégia, e um poder político capaz de congregar e motivar as forças necessárias ao cumprimento daquele. Isabel Cardoso e Matos Rodrigues desafiaram, e Miguel Figueira, a propósito do by pass, arrebatou: “Se for preciso mudar o Mundo para ganhar a Cidade, «bora lá!»."
Nota de rodapé.
Esta crónica, "Figueira… Viva!", de Teotónio Cavaco, publicada no jornal AS BEIRAS, fez-me lembrar tempos em que era tudo menos convencional e mais rebelde.
O tempo em que, gajos como eu, pensavam que podiam mudar a sua vida, a sua rua, a sua Aldeia, o seu concelho, o seu País e, até, o mundo...
Entretanto, o tempo passou e não mudei nada: nem a mim!..
E sabem uma coisa?
Continuo convencido que, nesse tempo, em que acreditava, tinha razão!
Hoje, penso que a minha geração podia (e devia...) ter mudado tudo, até o mundo, mas desistimos cedo demais.
Agora, resta dar conta do nosso fracasso aos nossos filhos.
Se pudermos, dar-lhes a força para fazerem o que era nosso dever termos feito...
Essa, é uma das razões de andar por aqui...
Enquanto há força...
Dificuldades?
Sempre existiram...
Mas, isso, não é o mais importante.
O importante é a atitude e a revolta.
É por aí que passa a nossa capacidade de resistir e ganhar forças para inverter o rumo do que nos querem impor!
É a consciência da injustiça que pode mudar a minha rua, a minha Aldeia, o meu concelho, o meu País e, até, o mundo...
E, essa consciência, só colectivamente pode obter resultados.
Continua, pois, a minha esperança.
A única certeza que tenho é que, eu, não vou conseguir mudar-me a mim próprio.