quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Jornalismo ilegível...

Considero que a propalada crise do jornalismo não é real. Como pode estar em crise algo que não existe? Hum? É como dizer: “ – Olha, aquele dinossauro está co’ a gripe.”
O jornalismo não existe quando o jornalista d-existe. O jornalismo não existe quando o jornalista não r-existe. De quê e a quem? Do aturado esforço e ao fedelho economês que o patrão nomeou director, por exemplo. Hoje em dia, parasitam as redacções os servis sicários que mataram as notícias para parir os conteúdos. É a praga das sinergias, a maleita dos empreiteiros/merceeiros donos de jornais. Por todo o lado, são analfabetos funcionais a mandar em quem escreve. Gagos mentais a editar o que se diz. Cegos voluntários a dar que ver. Com isto, jornais, rádios e televisões involuíram para monturos de lixo auto-reciclável que, todo o santo dia, esvaziam de qualquer préstimo todo o amanhã que, hoje, tresanda a ontem.
Ter sido ou não ter sido penalty esmaga ou não esmaga, em presença & relevo, o desemprego real? Esmaga. A última do presidente-da-bola é ou não é mais premente do que o esvaziamento curricular do ensino? É. O sufoco fiscal de trabalhadores & empresas vale alguma coisa face aos debates quadrangulares da recente jornada da Liga? Vale nada.
Reitero: a crise do jornalismo não é real porque o jornalismo é irreal e porque a crise é decalcada da financeira de 2008. O cavador deixa de ser jornaleiro no dia em que for tão dono da enxada como do chão em que a crava. Jornalistas, hoje em dia? Bah, jornaleiros! Acomodados a soldo de caciques (nacionais como multinacionais, de Lisboa como regionais – note-se bem), o escrevente verga o espinhaço gelatinoso ao frete – conseguindo do autarca parlapatão a publicidadezinha nojenta capaz de pagar a água do autoclismo. E aí vai ele de cuspinhar em Microsoft Word o marketing da promoção pessoalizada do fabricante de torneiras local. É vê-lo de microfone a louvaminhar por todo o lado “aqueles que se amamentam da Pátria”, meu bom Jacques Prévert.
Foi felizmente breve a minha incursão pelo jornalismo remunerado. Todavia, não foi por ignorância minha que (re)conheci pouquíssimos jornalistas – foi porque eram e continuam a ser poucos os que merecem esse título profissional. Lisboa era um nojo: campeavam os génios esquecidos, as luminárias do croquete, os amásios da fonte-inventada; grassava a cáfila dos romancistas embrionários tipo Nobel-para-a-semana, dos poetas desiquilibristas, dos guionistas de têvênovela. Coimbra? Jesus Senhor, Coimbra! Mais doutores por metro (como eles) quadrado do que honestas pulgas em cão solto. O Porto? Não sei, passei por lá a caminho de Braga mas retornei de barco até à Figueira da Foz. Aveiro & Viseu? Mas isso existe? Leiria? Não queirais que Vos fale de Leiria. Invoco razões higiénicas. Onde o jornalismo sério for embondeiro, Leiria é logradouro de erva rala. Daninha, naturalmente.
Não, não reconheço nem crise nem jornalismo. O que por aí se faz – é lama da digestão. Restos-zero à esquerda & à direita. Sabujices de obra-nada. Coisas de meter em saco plástico a caminho do contentor mais perto de si. Rácio de dez opinadores bêbedos por cada jornalista sóbrio. Terraplenadores da democracia, papagaios da cotação-em-bolsa que estão para os mercados como os freudianos para as mamas da própria mãe.
Ná! Crise nenhuma, jornalismo quase nenhum. Que me resta? Resta-me O RIBATEJO. Resta-me O RIBATEJO porque aqui a enxada é minha. A enxada é minha e o chão é nosso. Sim, o mesmo chão por onde ontem o dinossauro e hoje a gripe.

MAS QUAL CRISE DE QUAL JORNALISMO QUAL QUÊ, um a crónica de Daniel Abrunheiro, que "precisaria de um lençol para dizer o que pensa & sinte acerca deste assunto. Mas o que está, fica. Quem, da leitura desta crónica, concluir que a dita nasceu da frustração e/ou do falhanço, conclui mal. Se nela, todavia, topar certa amargura - não topará mal."

Socialista?..

O Francisco Assis, continua a  detestar tanto esta solução à esquerda, como detesta o Renault Clio... 
E está no seu direito.
Mas, "não deverias repensar a tua posição ideológica no partido e, com os teus seguidores, engrossar a direita, mantendo-te lá por muitos anos à procura da maioria"

Figueira, a cidade dos castelos no ar?..

Foto Gilberto Vasco
Há imagens da Figueira, que parecem tiradas numa cidade que só existiu num conto de fadas. 
Esta serenidade, estes paralelipípedos, a calma das pessoas, a quietude geral, a luz coada, o pequeno espelho de água harmonioso e perfeito e o toque final de foto antiga, fazem desta imagem da Figueira, presumo que cerca dos anos 60, uma cidade que aconchegava e confortava o espírito.
Algo que nos  poderia levar a pensar que estamos perante uma realidade que só terá existido em sonhos...
Mas esta foto testemunha uma realidade que existiu e que eu vivi ainda.
Depois, veio a construção de castelos no ar, apenas castelos no ar, que os elementos acabarão por destruir. 
E chegamos a 2017. Deixou de haver lugar ao sonho.  E continua a construção de castelos no ar...
Será que apenas sobrou a construção de castelos no ar?

Desertificação do interior, terá consequências nefastas para todos...

Recuemos a Janeiro de 2014.
"Eucaliptos dominam pedidos ao abrigo da nova lei de arborização"...
Querem saber o que isto quer significar?.. Continuem a ler...
“As chamas vão continuar a consumir hectares de floresta; o combate às chamas vai continuar a sair do bolso dos contribuintes, para gáudio dos combatentes privados e luto dos combatentes públicos; o combate à desertificação do território, num futuro próximo, também vai sair do bolso do suspeito do costume – o contribuinte; as vidas humanas e a miséria do dia seguinte ficam a cargo dos mesmos de sempre – os que já pagam o combate às chamas e vão pagar a guerra contra a desertificação do território; a biodiversidade fica por conta dos contribuintes das gerações futuras [onde é que eu já ouvi isto?]; as televisões vão ganhar shares de audiência, assim que mudarmos para a hora de Verão, com directos do local do crime e bate-papos da treta com especialistas da tanga; o lucro, esse, já se sabe para quem fica, porque o crime compensa e está consagrado em papel de Lei e tudo. É toda uma indústria à roda do património natural, comum a milhões para benefício de algumas dezenas.”

Avancemos 3 anos. Janeiro de 2017.
"O Governo vai disponibilizar mais de 18 milhões de euros para melhorar a produtividade na plantação de eucalipto", afirmou o primeiro-ministro, António Costa.
“O grande desafio que temos pela frente é a melhoria da produtividade na plantação do eucalipto. A produtividade média que temos por hectare é baixíssima e temos condições de a melhorar significativamente”, afirmou António Costa, na Figueira da Foz, durante a sessão de assinatura de contratos de investimento de 125 milhões de euros com o grupo Altri.  


O loby do eucalipto vai percorrendo o seu caminho
Tudo tem de ser repensado. A sociedade do desperdício não tem sustentabilidade. Criam-se necessidades de forma artificial, a fim de se conseguirem escoar produtos que já tiveram mais procura. Tudo poderia mudar se reparássemos com um pouquinho de olhar crítico para este sistema que não serve a esmagadora maioria da humanidade. 

A superioridade imoral do Capitalismo

Quando a fortuna acumulada de 8 (OITO) marmanjos, equivale à miséria detida pela metade mais pobre da população mundial, 3,6 mil milhões de pessoas (TRÊS VÍRGULA SEIS MIL MILHÕES), somos obrigados a concluir que o Capitalismo é um sucesso, pelo menos para oito terráqueos.

Queria mesmo acreditar em coisas que já não acredito. Pelo menos hoje...

Ricardo Salgado foi, esta quarta-feira, constituído arguido na Operação Marquês e o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, determinou que o antigo líder do BES não poderá sair do país nem entrar em contacto com os restantes arguidos do caso, incluindo José Sócrates.
À saída do tribunal, Ricardo Salgado disse estar surpreendido por ter sido chamado e que está disponível para colaborar com a justiça. "Não deixei de ser surpreendido, mas é claro que é assim. A justiça tem o direito de investigar tudo e nós cá estamos para corresponder", disse o banqueiro.

Via DN

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Vão ao Teatro...

"A história do João Sete Vidas que a Sociedade de Instrução Tavaredense leva à cena no âmbito do seu 113º aniversário constitui um misto de drama e de divertida opereta, original da própria coletividade, resultado de laboriosa pesquisa levada a cabo no vasto acervo da coletividade e nos arquivos municipais por membros do próprio corpo cénico e dos órgãos sociais.

Nela se cruzam as vidas miseráveis dos cavadores e sua relação reverencial com a grandeza dos senhores da época, a inocência do labor divertido das vindimas e a apologia dos laranjais e da Fonte de Tavarede e a análise circunspecta da guerra pelos entendidos e informados. Uma verdadeira lição de história local."

Daniel Santos

Vila Robim

Reparem no que acontece com qualquer equipamento que seja votado ao abandono durante anos.
Aí  têm a prova...

Complexo Piscina Mar: o que vale é que não faltam investidores interessados!..

Será desta que o complexo da piscina-mar da Figueira da Foz vai ser remodelado e concessionado? - pergunta o jornalista.
João Ataíde, presidente da câmara, e a “sua” vereadora Ana Carvalho afiançaram, na última reunião de câmara, que não faltam investidores interessados.

Recuemos ano e meio e recordemos o que escreveu Rui Curado da Silva, na sua crónica de 25 de junho de 2015, no jornal AS BEIRAS.
"Desde 2010, a piscina deu cerca de 130 mil euros de prejuízo à câmara. Tal como outras instituições figueirenses, a piscina mar abandonou a filosofia para a qual foi pensada e projectada pelo seu arquitecto e foi lançada à voracidade de investimentos efémeros que assombraram a Figueira nos anos 90, com gestões erráticas, irresponsáveis e duvidosas. Dá a sensação que algumas das gestões destes espaços até se esforçaram para os levar à falência. É o capitalismo dos tempos modernos, que continua bem presente na Figueira.” 

Por essa altura, a Câmara Municipal da Figueira da Foz, tinha em mãos, um autêntico imbróglio para resolver.
A história, resumidamente, conta-se assim. A documentação pode ser consultada no seguinte link https://www.docdroid.net/npczeBX/ponto-2144-resoluo-contrato-piscina-mar.pdf.html
Uma empresa do Arq. Figueiredo foi a penúltima concessionária da piscina. Quando entregou as chaves da piscina, ao fim de mais de um ano, tinha quase todas as rendas por pagar. Mais: não só não pagou as rendas, como exigiu da Câmara Municipal uma indemnização pelos investimentos ali realizados, alegando a realização de benfeitorias e colocação de equipamento.
Face a isto, a Câmara Municipal procedeu a uma avaliação desse alegado investimento e quantificou-o num montante que o arquitecto não concordou. Veio ele próprio, depois,  dizer à Câmara Municipal quanto é que era o valor: cerca de 200/300 mil euros, determinados por mote próprio.
Como forma de se ver indemnizado, foi o próprio Arquitecto,  que através da troca dos e-maisl (que constam do processo da piscina) que indicou como deveria ser indemnizado: através dum contrato de ajuste directo para elaboração do projecto de remodelação da piscina, já que, segundo ele, só ele, é que estava em condições de o fazer por possuir os projectos originais do Arquitecto Isaías Cardoso!..
O certo é que o ajuste directo foi negociado, como forma de compensar o arquitecto.
De registar, para quem consultar a documentação, fica a ligeireza com que foi efectuada a troca de e-mails e a forma como tudo foi concluído, ao sabor e de acordo com a vontade do Arquitecto. 
Vendo as coisas pelo prisma do Arquitecto, é fácil perceber que tentou defender o melhor possível os seus interesses. 
O que é de estranhar, foi a  condescendência da Câmara Municipal e do seu presidente.
Por saber, fica  em que ponto se encontra o projecto de remodelação e se o arquitecto já foi pago. Mas, a troca daqueles e-mails, onde se nota a imposição da vontade dum particular sobre a Câmara Municipal, dá que pensar...

Mas, não pensem muito. Não há mais problemas.
Não faltam investidores interessados, afiançou o presidente Ataíde. 
Como dá para ver, o problema não é que existam problemas.
O problema é esperar outras coisas e pensar que ter problemas é um problema.
E, já agora, a Piscina Mar, se não servir para mais nada, sempre há-de servir para "gratificar os trabalhadores camarários"...

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Passos tirou um coelho da cartola...

Passos, para sobreviver, sabe que necessita, como nunca, de se robustecer.
2017, vai ser um ano decisivo para a sua liderança.
A oposição que tem feito à "geringonça", tem sido fraquinha e pouco assertiva – tirando, em parte, a sua acção no processo da CGD. 
Ao ir contra o que defendeu no passado, Passos, como político, desperdiça  um dos activos que qualquer candidato a 1º. primeiro-ministro não pode perder - a responsabilidade.
Contudo, para quem seguiu o debate com António Costa, esta tarde, deu conta que, por outro lado, conseguiu causar danos na "geringonça".
Eu, por exemplo, dei conta que Passos  tornou visíveis as debilidades que a solução encontrada por António Costa para governar tem. 
Se isso é suficiente para o relegitimar dentro do partido, não sei, mas não me custa admitir que possa ter recuperado terreno e ganho alguns pontos. 
Talvez por isso tenha incomodado alguns sociais-democratas - nomeadamente o actual guru do comentário político "independente", de seu nome Marques Mendes - que se mostraram violentamente indignados com a atitude do líder.
Julgavam-no pronto para crematótio, mas Passos mostrou-lhes que está vivo. 
Com isso estragou o arranjinho a Marcelo, que segundo consta está furioso, pois Passos baralhou a estabilidade de que tanto  precisa.
Por outro lado, Costa percebeu que pode ficar isolado... O seu governo, que parecia coeso e estável,  mostra ser  um governo de minoria.

Intervale-se, para uma notícia verdadeiramente importante...

"O Governo vai disponibilizar mais de 18 milhões de euros para melhorar a produtividade na plantação de eucalipto", afirmou ontem o primeiro-ministro, António Costa.
“O grande desafio que temos pela frente é a melhoria da produtividade na plantação do eucalipto. A produtividade média que temos por hectare é baixíssima e temos condições de a melhorar significativamente”, afirmou António Costa, na Figueira da Foz, durante a sessão de assinatura de contratos de investimento de 125 milhões de euros com o grupo Altri.
António Costa, ele próprio acusado de ser “um eucalipto”,  pois “seca” toda a oposição que lhe aparece, sabe o que está fazer.
Recorde-se o que aconteceu a Helena Roseta e José Sá Fernandes, que começaram por ser vereadores da oposição na Câmara de Lisboa, liderada por António Costa, e que acabaram por fazer acordo com o presidente...
Advinhe-se o que poderá acontecer ao BE, ao PC e aos Verdes, depois do Governo da Geringonça?..
Entretanto, o loby do eucalipto vai percorrendo o seu caminho.

"Altri ameaça travar investimentos se Portugal «demonizar» o eucalipto".
A Altri não é a primeira empresa a ameaçar travar investimentos. A Navigator também já disse que os seus investimentos dependem dos termos da nova lei para o eucalipto. A empresa, antiga Portucel, quer conhecer os termos da nova lei para as plantações de eucalipto para decidir se avança ou cancela os projectos que tem para Cacia e Figueira da Foz, no valor de mais de 200 milhões de euros. Esta posição, foi assumida em Novembro, quando a empresa apresentou os resultados do terceiro trimestre.

NOTA DE RODAPÉ.
Haverá alguma vez dados relativos ao emprego criado pelo investimento dos milhões de euros por parte das empresas de celulose? 
Haverá alguma vez  dados sobre qual a percentagem da riqueza criada por esse investimento de milhões de euros que será aplicada novamente na economia?
Haverá alguma vez  dados  sobre qual a percentagem que será distribuída pelos accionistas?

Farturinha...

A campanha de agitação e propaganda ao regime, continua de vento e popa. 
Quer dizer, está a correr melhor que o desempenho do executivo camarário figueirense! 
Também não é difícil...

Bike eléctrica...

Lá vai ele, sem capacete, o famoso boy da JS, eng. electrotécnico... 
Deve andar a ver a que horas ligam as luzes!..
Sabe bem um passeiozinho de bicicleta eléctrica, sobretudo neste tempo... 
E quando se apanha uma descidinha, é a cereja em cima do bolo! 
É bom sentir o ar a bater na cara e o exercício (sobretudo, o das descidas...) faz muito bem!..

Eis um bom, bonito e belo exemplo do desleixo dos poderes públicos figueirenses...

"Autarquia quer resolver dossiê Naval 1.º de Maio" é o título da notícia hoje publicada no jornal AS BEIRAS, assinada por J.A. Passo a citar.

"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas. O que está em causa é o incumprimento do pagamento, por parte dos navalistas, pela utilização dos campos de relva sintética do complexo do Estádio Municipal José Bento Pessoa. A dívida ronda os 14 mil euros. 
O edil revelou que a Naval não paga porque o saldo é negativo. João Ataíde também se mostrou preocupado com o estado de degradação do relvado natural do campo principal, afirmando que a autarquia não tem, neste momento, capacidade financeira para realizar obras no estádio. Por outro lado, devido à situação financeira e ao processo de insolvência, lembrou o edil, a Naval está impedida de receber apoios públicos. Assim sendo, também não tem acesso aos subsídios da autarquia, ao contrário dos restantes clubes que utilizam os campos sintéticos, ressalvou o autarca. Por isso, rejeitou a “dualidade de critérios” invocada pelo vereador do PSD Miguel Almeida, ontem, na reunião de câmara, onde o presidente se pronunciou sobre o assunto. 
Foi, aliás, João Ataíde quem teve a iniciativa de lançar o tema para o debate político, na sequência da tomada de posição pública do Ginásio Clube Figueirense. “Parece que se quer passar a ideia que só protegemos a Naval. Que fique claro que, em sete anos, demos zero à Naval!”, disse o presidente.“Se a Naval pudesse receber apoios públicos, teria verbas para pagar”, defendeu, acrescentando: “Dentro de um quadro aceitável, estamos disponíveis para encontrarmos uma solução que não ponha em causa os campeonatos em curso”
“Estranho que só agora tenha acordado para este problema. A câmara tem de encontrar uma solução para a Naval. Os problemas são antigos. Podia ter-se evitado a degradação do estádio”, defendeu, por seu turno, Miguel Almeida. E acrescentou: “Este processo é muito nubloso, porque não se percebe bem por que motivo, durante este tempo todo, esta situação não teve desenvolvimentos, por responsabilidade da Naval e da câmara, por não ter tentado estancar a situação mais cedo”
O vereador da oposição advogou que o clube deve levar as contas à câmara antes da reunião anunciada por João Ataíde. "

Nota de rodapé.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas"!..
O mesmo presidente Ataíde  revela "que a Naval não paga porque o saldo é negativo"!..
E que tal começar por saldar este tabu?..

Aldeia do Mar...

"Não querendo ser saudosista...há imagens que nos fazem saudades de uma verdadeira Aldeia do Mar..." - Luís Pena.
A simples visão de uma imagem pode levar-nos a belas recordações que emocionam.
Sorrimos, quando deparamos com imagens que nos lembram a forma simples como vivíamos. 
Não precisávamos de muito, porque também não tínhamos onde o ir buscar. 
Mas,  aproveitávamos bem o pouco que a que podíamos chegar.

A distinção, seria uma das formas de nos afirmarmos e de mantermos uma identidade que tanto nos é necessária.
Nada disso aconteceu. Na Figueira, nem uma Aldeia foi preservada.
Os eleitores figueirenses são mais facilmente seduzidos por sonhos do que por mensagens baseadas em promessas exequíveis ou em obra feita.
É claro que há políticas com mérito, que são mal explicadas, ou cuja “explicação”, ou a falta dela, acaba por ser o seu principal óbice. Contudo, não são tantas como isso, são mais a excepção do que a regra. 
O seu reverso é igualmente verdadeiro, há políticas erradas que uma boa comunicação torna “boas”.
Mas, isso não é sustentável durante muito tempo...

Não se esqueçam, portanto, de olhar para os mais de  7 anos de gestão autárquica do presidente Ataíde e da sua equipa...
O saldo espectacular, que apurariam se se dessem a esse trabalho,  assenta numa fórmula mágica. 
Já testada por outros políticos, é uma fórmula com riscos mínimos. Funciona quase sempre  e pode ser aprendida em pouco tempo de poder...
A separação de águas, que se verifica - e é visível - no seio do poder político, na Figueira, entre o PS local, e quem manda na câmara, foi feita à custa da exclusão do partido.
É típica de políticos da "escola" tipo eucalipto.

Ao PS figueirense ficou entregue a  agenda menor, ligada à partilha do pequeno poder pessoal e à dádiva de um ou outro tacho partidário  - a entrada, neste segundo executivo liderado por Ataíde, do jotinha Portugal à frente de António Tavares, explica-se por ter tido tudo a ver com isso...
Daí, a  gestão da câmara ter perdido dimensão e condução política,  neste segundo mandato de João Ataíde.
Mas, isto, pelos vistos, não interessa para nada...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A natureza é pródiga, mas não abusem...

"Está dada licença para construir no litoral alentejano", lê-se no jornal Público.
"Com a abertura dada por uma revisão da lei em 2008, as autarquias estão a reduzir as áreas dos seus concelhos que até agora estavam a salvo da construção devido à sua sensibilidade ambiental — ora porque protegiam linhas de água, ora porque defendiam a costa da erosão, para dar alguns exemplos. É a Reserva Ecológica Nacional (REN), que muitos autarcas vêem como um espartilho do desenvolvimento dos seus concelhos. No Alentejo litoral, já começou a drástica redução destas zonas. Espera-se que a mesma onda varra o país. A oposição à REN fez o seu caminho e está a impôr-se..."

A história e a memória deveriam ser abrangentes...

Na opinião de Teotónio Cavaco, "Mário Soares foi um dos principais construtores do Portugal contemporâneo." E, citando João Miguel Tavares, na sua habitual crónica das segundas no jornal AS BEIRAS, "pergunta por que foi tão pouca gente ao seu funeral, apesar das honras, do luto, dos altos dignitários, da cerimónia; e da overdose informativa e da conjugação político-partidária que nos governa, quer a nível nacional quer a nível local, acrescentarei eu. E quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado «decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal»..."
Já que Teotónio Cavaco referiu os funerais de Eusébio e Amália, aproveito para recuar ao dia 13 de Junho de 2004, altura em que desapareceu um mito do século XX português: Álvaro Cunhal.
Afastado da liderança do PCP desde 1992 – 12 anos antes – o choque perante a sua morte não foi exclusivo dos comunistas. 
Uma multidão oriunda de todo o país – militantes do partido e simpatizantes, gente sem filiação partidária, membros de outras forças políticas, operários, empregados, estudantes, intelectuais – participou naquela que foi a maior cerimónia fúnebre alguma vez realizada em Portugal. Na altura, o “Diário de Notícias” falou em mais de 250 mil pessoas presentes. 
Eu posso garantir que foi impressionante, pois estive lá a prestar a minha homenagem anónima e a agradecer o papel de Cunhal na resistência antifascista pela liberdade e a democracia, antes do 25 de Abril d e 1974, e nas transformações revolucionárias de Abril e em sua defesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, a sociedade socialista
E, no entanto, Cunhal era tudo menos uma personagem consensual – os anos de 1975 e o domínio do PCP sobre várias áreas da sociedade tinham causado choques sociais – mas, ao contrário do que o PCP pediu na altura - a melhor homenagem que poderia ser prestada ao antigo secretário-geral era “prosseguir a luta que travou até aos últimos dias de vida pelos interesses e direitos dos trabalhadores” -, o povo quis sair à rua e o seu funeral foi uma das manifestações de luto mais impressionantes da memória recente. A maior a que assisti.
Woody Allen achava que «parecia que o mundo se divide entre pessoas boas e pessoas más. As boas dormem melhor. As más gozam muito mais durante as horas em que estão acordadas.»
Voltando a Teotónio Cavaco: "quando ainda temos na memória os funerais de Eusébio e de Amália, e o feriado “decretado” pelo Éder quando os campeões europeus chegaram a Portugal... É verdade que a nossa democracia é incapaz de produzir os seus próprios heróis políticos? Acredito que tal tem a ver, sobretudo, primeiro com um deficit de ensino da História, em geral, e da de Portugal, em particular – a grande maioria dos jovens em idade escolar deixa de ter a disciplina de História no 9.º ano (aos 14 anos!). Depois, e em resultado daquela, a absoluta ignorância, sobranceria, desfaçatez e impunidade com que se (des)trata (nas redes sociais e não só) as pessoas, só por que tiveram a ousadia e a coragem de se apresentarem ao sufrágio (nacional e local), afastando-se assim muitas vezes os mais capazes mas que não querem/não conseguem resistir a tal martírio pessoal e familiar. Temos heróis? Temos! Conheçamo-los e reconheçamo-los, pela História."
Contudo, a meu ver, a História e a memória também não deveriam ser selectivas... Mas isso tem a ver com o sectarismo. Que existe, na sociedade portuguesa - à esquerda e à direita.