Hoje, pensava eu, ninguém se atreve a aplaudir o unanimismo.
A vida é constituída
exactamente de diversidade que se deve manifestar em todos os domínios.
A troca de ideias e a discussão civilizada não nos devem
perturbar, antes devem ser a regra a seguir como a atitude insubstituível.
Hoje, como sempre costumo fazer sempre que posso, fui
assistir à sessão da Assembleia Municipal da Figueira da Foz e vim de lá
completamente descansado.
Nada mais normal, portanto, que
num órgão que não consegue discutir, com
profundidade e esclarecimento qualquer questão relevante ou algo de útil para
o nosso concelho, em várias horas de discussão estéril, aprovar por maioria uma saudação ao 25 de
Novembro.
Nada mais natural também que, um órgão que não consegue,
com profundidade e esclarecimento, discutir qualquer questão relevante ou algo de útil para o nosso concelho, em
várias horas de discussão estéril, reprove um voto de pesar pelo falecimento de um
ex-Presidente de uma República com que temos óptimas relações comerciais – no caso
Fidel Castro.
Esta sessão da Assembleia
Municipal da Figueira da Foz, realizada no dia 15 de Dezembro de 2016, para
mim foi uma sessão completa.
Completa, em termos
de completa mesmo, isto é, encheu-me as medidas; e em termos de agrado completo, isto é, nesse
campo também me encheu as medidas.
Como dá para ver, o pluralismo está assegurado na Figueira.
Ter a consciência limpa é um sério sintoma de péssima
memória.
E os políticos figueirenses, hoje, na Assembleia Municipal da
Figueira da Foz, na sua esmagadora maioria, lá estiveram para mo confirmar.
A terminar: gostei
muito – e consegui entender – a intervenção do presidente Ataíde sobre o voto
de pesar pela morte de Fidel Castro, que não foi aprovado pela Assembleia.
Sobretudo, demonstrou sentido de Estado.