Sou leitor de todos os dias do blogue Aventar, desde há vários anos.
Dos inúmeros autores do Aventar, João José Cardoso é dos preferidos.
Foi pelo Aventar que tomei conhecimento da sua morte.
Não o conhecia pessoalmente, mas pelo que li durante anos do que escreveu e pelo que li do que nas últimas horas escreveram dele, pertencia aos "gajos terríveis e com um feitiozinho de mula", mas escrevia com respeito pelo que pensava e pelo que sentia.
Tinha-o como um Homem de causas.
Lamentavelmente, o lado da barricada dos que ainda não desistiram de lutar por uma sociedade mais justa e respeitadora dos direitos humanos, ficou ainda mais pobre.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
domingo, 11 de outubro de 2015
Encontrado corpo do último pescador do naufrágio do Olívia Ribau
O corpo do Adriano Camboia apareceu na zona da marina da Figueira da Foz, cerca das 13 horas e 4 minutos.
Pescadores exigem socorro 24 horas por dia
Os pescadores estão com medo da barra da Figueira.
"Tememos pela vida. O medo de que possamos naufragar está sempre na nossa mente", disse ao Correio da Manhã José Santos, pescador da Figueira da Foz.
"Sentimo-nos abandonados e com medo de não sermos socorridos", afirmou ao mesmo jornal o pescador José Carriço, para quem os serviços do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) devem estar abertos "24 horas por dia" e com duas equipas em permanência.
É precisamente o encerramento deste serviço, às 18h00, que deixa revoltados os pescadores tendo em conta que é a partir daquela hora e até à meia-noite que se regista um grande movimento de entradas e saídas de barcos.
"Tememos pela vida. O medo de que possamos naufragar está sempre na nossa mente", disse ao Correio da Manhã José Santos, pescador da Figueira da Foz.
"Sentimo-nos abandonados e com medo de não sermos socorridos", afirmou ao mesmo jornal o pescador José Carriço, para quem os serviços do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) devem estar abertos "24 horas por dia" e com duas equipas em permanência.
É precisamente o encerramento deste serviço, às 18h00, que deixa revoltados os pescadores tendo em conta que é a partir daquela hora e até à meia-noite que se regista um grande movimento de entradas e saídas de barcos.
A segurança e o salvamento marítimo, um caso grave na barra da Figueira que acidente do Olívia Ribau pôs a nu...
Desde a passada quarta-feira que a Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima quer que seja aberto um inquérito à operação de socorro, desencadeada na sequência do naufrágio do dia anterior na Figueira da Foz.
"Este infeliz episódio deverá servir de alerta para as fragilidades do actual sistema de salvamento marítimo, sustentado no altruísmo dos profissionais da Polícia Marítima", frisa a ASPPM.
É tempo de "encarar a inoperância do sistema na busca e salvamento no mar com a frontalidade que a situação merece e responsabilizar as entidades competentes no salvamento marítimo, antes que se contem mais vítimas no seio da instituição policial", pode ler-se ainda no comunicado da ASPPM.
A associação sindical sublinha também que o "altruísmo que move os profissionais da Polícia Marítima não deve ser confundido como um dever especial de garante da vida humana no mar".
"As incontáveis vidas salvas por profissionais da Polícia Marítima não devem servir para ocultar a inoperância do actual sistema".
A realidade, segundo a ASPPM é que "os profissionais da Polícia Marítima não dispõem de competências para a busca e salvamento no mar, nem estão habilitados, treinados ou em prontidão para responder a ocorrências de naufrágio".
A Figueira tem um grave problema de segurança no salvamento a náufragos, que este acidente colocou a nu.
Um agente da Polícia Marítima, de folga, que por mero caso estava próximo da Figueira, e se muniu de uma mota de água e conseguiu salvar duas vidas, não pode servir para camuflar a realidade.
O Instituto de Socorro a Náufragos encerra às 18 horas numa barra que, a não ser que as condições do tempo não o permitam, permite entradas e saídas 24 horas por dia.
De sublinhar:
1. na passada terça-feira o Instituto de Socorros a Náufragos não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada;
2. o facto da Protecção Civil Municipal da nossa cidade não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18 horas!..
"Este infeliz episódio deverá servir de alerta para as fragilidades do actual sistema de salvamento marítimo, sustentado no altruísmo dos profissionais da Polícia Marítima", frisa a ASPPM.
É tempo de "encarar a inoperância do sistema na busca e salvamento no mar com a frontalidade que a situação merece e responsabilizar as entidades competentes no salvamento marítimo, antes que se contem mais vítimas no seio da instituição policial", pode ler-se ainda no comunicado da ASPPM.
A associação sindical sublinha também que o "altruísmo que move os profissionais da Polícia Marítima não deve ser confundido como um dever especial de garante da vida humana no mar".
"As incontáveis vidas salvas por profissionais da Polícia Marítima não devem servir para ocultar a inoperância do actual sistema".
A realidade, segundo a ASPPM é que "os profissionais da Polícia Marítima não dispõem de competências para a busca e salvamento no mar, nem estão habilitados, treinados ou em prontidão para responder a ocorrências de naufrágio".
A Figueira tem um grave problema de segurança no salvamento a náufragos, que este acidente colocou a nu.
Um agente da Polícia Marítima, de folga, que por mero caso estava próximo da Figueira, e se muniu de uma mota de água e conseguiu salvar duas vidas, não pode servir para camuflar a realidade.
O Instituto de Socorro a Náufragos encerra às 18 horas numa barra que, a não ser que as condições do tempo não o permitam, permite entradas e saídas 24 horas por dia.
De sublinhar:
1. na passada terça-feira o Instituto de Socorros a Náufragos não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada;
2. o facto da Protecção Civil Municipal da nossa cidade não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18 horas!..
Depois de tudo ter falhado no naufrágio do Olíva Ribau, espera-se que a justiça funcione.
sábado, 10 de outubro de 2015
Naufrágio do "Olívia Ribau": depois de tudo ter falhado espera-se que a justiça funcione
O Ministério Público está a investigar as circunstâncias em que ocorreu o naufrágio do "Olívia Ribau", na Figueira da Foz, nomeadamente se houve falhas na prestação de socorro.
Ontem, nas operações de resgate, foi encontrado o corpo de Américo Tarralheiro dentro do barco. Até agora estão confirmados quatro mortos e um pescador, Adriano Combóio, continua desaparecido. Apenas dois tripulantes foram resgatados com vida.
Fonte judicial confirmou ao Correio da Manhã que já foi instaurado um inquérito para apurar se terá havido ou não responsabilidade das instituições neste desfecho trágico.
A par da investigação do MP, os familiares de um dos pescadores também já anunciaram que vão recorrer aos tribunais. Vítor Gaspar, advogado que representa a família de Adriano Combóio, disse que vai apresentar queixa por eventual omissão de auxílio e mover uma acção administrativa para responsabilizar "a actuação das instituições". A actuação dos meios de socorro tem sido fortemente criticada.
Ontem, porém, a Autoridade Marítima reafirmava em comunicado que "as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os factores presentes".
O comunicado alerta para a necessidade de "implementação de uma cultura de segurança, que aumente as probabilidades de sucesso em emergências desta natureza", responsabilizando assim os próprios pescadores por não adoptarem as necessárias medidas. À cabeça da lista dos exemplos negativos da falta desta cultura está "a não utilização de coletes pelos tripulantes em momentos de risco elevado, que diminui as probabilidades de sobrevivência na água não dando tempo para que o resgate se efectue". Outro exemplo referido é a entrada numa barra condicionada com o material desarrumado e sem estar preso, provocando instabilidade e a sua libertação à volta do barco, o que impossibilita "a chegada do socorro por via marítima".
A BARRA
Nos últimos quatro anos registaram-se três acidentes graves, com vítimas mortais, à entrada da barra da Figueira da Foz. Os pescadores apontam o dedo às obras ali realizadas. "Aquela barra ficou mais perigosa depois do aumento do cais. Temos mais areia e a navegação é muito mais arriscada", refere José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
"Está na altura de questionar porque é que há tantos naufrágios", afirma, revoltado, Alexandre Carvalho, pescador na Figueira da Foz. "A barra transformou-se numa ratoeira para os pescadores", refere. Com o aumento do molhe em 400 metros, explica, "os barcos têm de entrar ou sair da barra atravessados, não há segurança".
Segundo José Festas, na altura em que foram realizadas as obras, a associação que representa alertou os responsáveis para o problema, mas sem sucesso: "Nós tentámos impedir que a barra fosse feita assim. Avisámos que ia matar muita gente".
O responsável por este blogue, dentro das suas modestas possibilidades, tem feito o que pode no alerta dos problemas da nossa barra - que, em abono da verdade, não são de hoje nem de ontem: na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra...
Vejamos o caso do prolongamento em 400 metros do molhe norte.
Manuel Luís Pata, outra voz que tem andado a pregar no deserto, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu... Recordo, mais uma vez, o já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata, no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra que então se perspectivava e, entretanto, concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto que era um alerta, que ninguém teve em conta.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
O SOCORRO
O Sindicato dos Trabalhadores das Administrações Portuárias revelou que há estações de salva-vidas "com um só elemento" quando deveriam ter seis. No País há 60 tripulantes dos salva-vidas, mas a lei prevê 130, diz o comunicado. Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, confirma que existem 60, mas recusa comentar o comunicado. Serafim Gomes, do Sindicato, diz que na Figueira da Foz só foi usada a moto de água porque não havia pessoal para tripular os salva-vidas.
Em declarações aos jornalistas, João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz, disse que a estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada, e criticou o facto da Protecção Civil Municipal não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18 horas.
Consciente do papel de destaque que se encontra reservado à protecção civil ao nível do bem estar da população figueirense, tendo em conta o cumprimento do estatuído no artigo 5º do Decreto-Lei nº 203/93, de 3 de Junho, que ao regulamentar a Lei nº 113/91, de 29 de Agosto (Lei de Bases da Protecção Civil), impôs aos municípios a promoção da criação dos seus serviço municipais de protecção civil, aos quais cabe desenvolver actividades de coordenação e execução tendentes a prevenir riscos colectivos inerentes à situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade de origem natural ou tecnológica, atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas e bens em perigo, quando aquelas situações ocorram das populações, deixo duas perguntas:
1ª. - para que serve a Protecção Civil Municipal da Figueira da Foz?
2ª. - quantas reuniões de coordenação existem por ano com todas as entidades envolvidas?
Recordo, para quem não se lembre, que o presidente da Câmara tem a seu cargo a direcção das actividades a desenvolver no âmbito da Protecção Civil, cabendo-lhe designadamente, "criar e dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil Concelhio, procurando garantir a existência dos meios necessários ao seu funcionamento".
Isso passa, entre muitas outras coisas, por "convocar e presidir às reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil", "promover a cooperação de cada organismo ou entidade interveniente, diligenciando assim, o melhor aproveitamento das suas capacidades", "coordenar a elaboração do Plano Municipal de Emergência e promover a preparação, condução e treino periódico dos respectivos intervenientes", "promover e contribuir para o cumprimento da legislação de segurança relativa aos vários riscos inventariados, oficiando para o efeito aos órgão competentes", "promover reuniões periódicas da Comissão Municipal de Protecção Civil, sempre que necessário e no mínimo duas vezes por ano".
Ontem, nas operações de resgate, foi encontrado o corpo de Américo Tarralheiro dentro do barco. Até agora estão confirmados quatro mortos e um pescador, Adriano Combóio, continua desaparecido. Apenas dois tripulantes foram resgatados com vida.
Fonte judicial confirmou ao Correio da Manhã que já foi instaurado um inquérito para apurar se terá havido ou não responsabilidade das instituições neste desfecho trágico.
crónica publicada hoje no jornal AS BEIRAS |
Ontem, porém, a Autoridade Marítima reafirmava em comunicado que "as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os factores presentes".
O comunicado alerta para a necessidade de "implementação de uma cultura de segurança, que aumente as probabilidades de sucesso em emergências desta natureza", responsabilizando assim os próprios pescadores por não adoptarem as necessárias medidas. À cabeça da lista dos exemplos negativos da falta desta cultura está "a não utilização de coletes pelos tripulantes em momentos de risco elevado, que diminui as probabilidades de sobrevivência na água não dando tempo para que o resgate se efectue". Outro exemplo referido é a entrada numa barra condicionada com o material desarrumado e sem estar preso, provocando instabilidade e a sua libertação à volta do barco, o que impossibilita "a chegada do socorro por via marítima".
A BARRA
Nos últimos quatro anos registaram-se três acidentes graves, com vítimas mortais, à entrada da barra da Figueira da Foz. Os pescadores apontam o dedo às obras ali realizadas. "Aquela barra ficou mais perigosa depois do aumento do cais. Temos mais areia e a navegação é muito mais arriscada", refere José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
"Está na altura de questionar porque é que há tantos naufrágios", afirma, revoltado, Alexandre Carvalho, pescador na Figueira da Foz. "A barra transformou-se numa ratoeira para os pescadores", refere. Com o aumento do molhe em 400 metros, explica, "os barcos têm de entrar ou sair da barra atravessados, não há segurança".
Segundo José Festas, na altura em que foram realizadas as obras, a associação que representa alertou os responsáveis para o problema, mas sem sucesso: "Nós tentámos impedir que a barra fosse feita assim. Avisámos que ia matar muita gente".
O responsável por este blogue, dentro das suas modestas possibilidades, tem feito o que pode no alerta dos problemas da nossa barra - que, em abono da verdade, não são de hoje nem de ontem: na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra...
Vejamos o caso do prolongamento em 400 metros do molhe norte.
Manuel Luís Pata, outra voz que tem andado a pregar no deserto, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu... Recordo, mais uma vez, o já longínquo ano de 1996. Manuel Luís Pata, no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra que então se perspectivava e, entretanto, concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto que era um alerta, que ninguém teve em conta.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
O SOCORRO
O Sindicato dos Trabalhadores das Administrações Portuárias revelou que há estações de salva-vidas "com um só elemento" quando deveriam ter seis. No País há 60 tripulantes dos salva-vidas, mas a lei prevê 130, diz o comunicado. Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, confirma que existem 60, mas recusa comentar o comunicado. Serafim Gomes, do Sindicato, diz que na Figueira da Foz só foi usada a moto de água porque não havia pessoal para tripular os salva-vidas.
Em declarações aos jornalistas, João Ataíde, presidente da câmara da Figueira da Foz, disse que a estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada, e criticou o facto da Protecção Civil Municipal não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18 horas.
Consciente do papel de destaque que se encontra reservado à protecção civil ao nível do bem estar da população figueirense, tendo em conta o cumprimento do estatuído no artigo 5º do Decreto-Lei nº 203/93, de 3 de Junho, que ao regulamentar a Lei nº 113/91, de 29 de Agosto (Lei de Bases da Protecção Civil), impôs aos municípios a promoção da criação dos seus serviço municipais de protecção civil, aos quais cabe desenvolver actividades de coordenação e execução tendentes a prevenir riscos colectivos inerentes à situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade de origem natural ou tecnológica, atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas e bens em perigo, quando aquelas situações ocorram das populações, deixo duas perguntas:
1ª. - para que serve a Protecção Civil Municipal da Figueira da Foz?
2ª. - quantas reuniões de coordenação existem por ano com todas as entidades envolvidas?
Recordo, para quem não se lembre, que o presidente da Câmara tem a seu cargo a direcção das actividades a desenvolver no âmbito da Protecção Civil, cabendo-lhe designadamente, "criar e dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil Concelhio, procurando garantir a existência dos meios necessários ao seu funcionamento".
Isso passa, entre muitas outras coisas, por "convocar e presidir às reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil", "promover a cooperação de cada organismo ou entidade interveniente, diligenciando assim, o melhor aproveitamento das suas capacidades", "coordenar a elaboração do Plano Municipal de Emergência e promover a preparação, condução e treino periódico dos respectivos intervenientes", "promover e contribuir para o cumprimento da legislação de segurança relativa aos vários riscos inventariados, oficiando para o efeito aos órgão competentes", "promover reuniões periódicas da Comissão Municipal de Protecção Civil, sempre que necessário e no mínimo duas vezes por ano".
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Apareceu o cadáver de mais uma vítima...
Foi encontrado mais um corpo dentro do Olívia Ribau...
Na terça-feira tinha sido resgatado um corpo e na quinta-feira mais dois. Falta aparecer um tripulante. Da tripulação constituída por sete elementos apenas se salvaram dois.
Na terça-feira tinha sido resgatado um corpo e na quinta-feira mais dois. Falta aparecer um tripulante. Da tripulação constituída por sete elementos apenas se salvaram dois.
Esclarecimento da Marinha e AMN - Naufrágio da embarcação Olívia Ribau
Na sequência das declarações vindas a público, criticando as operações de socorro após o naufrágio da embarcação de pesca Olívia Ribau, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) vem reafirmar que as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os factores presentes.
Permanece a duvida:
"Como é que os meios existem e foram adequados, e foi tudo um sucesso se quem salvou está de licença de paternidade e nem sequer trabalha na Figueira da Foz?????
Os dispositivos de segurança será que é assim que funcionam, por mero acaso????"
Permanece a duvida:
"Como é que os meios existem e foram adequados, e foi tudo um sucesso se quem salvou está de licença de paternidade e nem sequer trabalha na Figueira da Foz?????
Os dispositivos de segurança será que é assim que funcionam, por mero acaso????"
O Comandante Nuno Leitão acabou de responder ao Presidente da Câmara da Figueira da Foz em directo na CMTV
Começou por dizer que as críticas do senhor presidente da câmara da Figueira da Foz "foram críticas infelizes."
Depois, em tom manifestamente exaltado, perdeu mais uma bela oportunidade de estar calado, pois repetiu o que já disse inúmeras vezes nos últimos três dias.
Mais uma vez, esteve "infeliz" este inenarrável porta voz da Autoridade Marítima Nacional, mais um insuportável pesadelo que se veio juntar à tragédia que nos assolou na passada terça-feira ...
Como pergunta e bem João Traveira:
"Uma coisa que é tão simples e que ninguém se está a lembrar, nem a comunicação social, pois ainda não vi ninguém fazer esta pergunta ao sr. Leitão. Como é q os meios existem e foram adequados,e foi tudo um sucesso se quem salvou está de licença de paternidade e nem sequer trabalha na Figueira da Foz????? Os dispositivos de segurança será que é assim que funcionam, por mero acaso????"
Sinceramente, ouvir Nuno Leitão é cada vez mais o mais perto que se pode estar de ter um pesadelo acordado.
Depois, em tom manifestamente exaltado, perdeu mais uma bela oportunidade de estar calado, pois repetiu o que já disse inúmeras vezes nos últimos três dias.
Mais uma vez, esteve "infeliz" este inenarrável porta voz da Autoridade Marítima Nacional, mais um insuportável pesadelo que se veio juntar à tragédia que nos assolou na passada terça-feira ...
Como pergunta e bem João Traveira:
"Uma coisa que é tão simples e que ninguém se está a lembrar, nem a comunicação social, pois ainda não vi ninguém fazer esta pergunta ao sr. Leitão. Como é q os meios existem e foram adequados,e foi tudo um sucesso se quem salvou está de licença de paternidade e nem sequer trabalha na Figueira da Foz????? Os dispositivos de segurança será que é assim que funcionam, por mero acaso????"
Sinceramente, ouvir Nuno Leitão é cada vez mais o mais perto que se pode estar de ter um pesadelo acordado.
Quando a realidade ultrapassa a ficção
Recordam-se? Foi há poucos dias...
Paulo Portas, em plena campanha eleitoral, com a desfaçatez, à vontade e falta de vergonha que lhe é peculiar, deu a entender que os empresários só estavam à espera de saber se ele e Passos Coelho seriam reeleitos para decidir dos investimentos na economia - na tal economia que cria emprego, do tal emprego que cria riqueza, da tal riqueza que traz bem-estar às pessoas e proporciona o tal crescimento económico ao país!...
O blah-blah-blah do costume, que, tal como a música pimba, entra mesmo nos ouvidos dos mais distraídos desta coisa da política, pois foi repetido até à exaustão pela tal comunicação social - tipo câmara de eco...
Passaram-se apenas 4 – quatro dias - 4, e a resposta dos empresários, que investem na economia, que cria emprego e coisa e tal, aí está.
«O ministro da Economia, Pires de Lima, admitiu hoje ficar preocupado com o encerramento da fábrica de Santarém da Unicer, que poderá envolver o despedimento de 150 pessoas"...
Paulo Portas, em plena campanha eleitoral, com a desfaçatez, à vontade e falta de vergonha que lhe é peculiar, deu a entender que os empresários só estavam à espera de saber se ele e Passos Coelho seriam reeleitos para decidir dos investimentos na economia - na tal economia que cria emprego, do tal emprego que cria riqueza, da tal riqueza que traz bem-estar às pessoas e proporciona o tal crescimento económico ao país!...
O blah-blah-blah do costume, que, tal como a música pimba, entra mesmo nos ouvidos dos mais distraídos desta coisa da política, pois foi repetido até à exaustão pela tal comunicação social - tipo câmara de eco...
Passaram-se apenas 4 – quatro dias - 4, e a resposta dos empresários, que investem na economia, que cria emprego e coisa e tal, aí está.
«O ministro da Economia, Pires de Lima, admitiu hoje ficar preocupado com o encerramento da fábrica de Santarém da Unicer, que poderá envolver o despedimento de 150 pessoas"...
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
João Ataíde confirmou: a estação salva-vidas da Figueira da Foz "fecha às 18 horas e a embarcação de busca e salvamento estava há dois meses incapaz" ".
O Sindicato dos Trabalhadores Portuários acusou a Marinha de estar a iludir as pessoas sobre o naufrágio da Figueira da Foz e de o Instituto de Socorros a Náufragos não ter meios para acudir.
Segundo o JN, Serafim Gomes, da direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações e Juntas Portuárias, frisou que o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha meios disponíveis aquando do alerta, cerca das 19.15 horas de terça-feira, porque a estação salva-vidas da Figueira da Foz "fecha às 18 horas", dado que os seus funcionários "têm o regime normal da função pública como qualquer funcionário de secretaria", acusou.
"O porta-voz da Marinha está a iludir as pessoas. Diz que os pescadores deviam usar coletes salva-vidas e que foi o estado do mar e as redes na água, mas não diz que o ISN não tinha meios para acudir quando o alerta foi dado", frisou Serafim Gomes.
"Isto é uma situação incrível, que se arrasta há mais de uma década e que não serve para um socorro deste tipo. É como se os polícias e os bombeiros tivessem um horário limitado", comparou.
Serafim Gomes revelou que o salva-vidas do ISN Patrão Macatrão, fundeado na Figueira da Foz, "está avariado há duas ou três semanas" e não podia ser utilizado para acorrer às vítimas do naufrágio, que provocou um morto, havendo ainda quatro pescadores desaparecidos.
"Se tivessem uma embarcação em condições e meios humanos, se calhar, nada disto tinha acontecido", lamentou.
Serafim Gomes disse ainda que os capitães do porto possuem a "arte do desenrasca", porque não havendo meios no ISN "mandam polícias marítimos que não têm preparação" para operações de salvamento.
Ouvido pela Lusa, o comandante Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, disse que as declarações de Serafim Gomes "não fazem qualquer tipo de sentido", embora tenha admitido a avaria no salva-vidas do ISN.
"São declarações de quem não conhece minimamente a realidade de uma operação de busca e salvamento. Lamento que as pessoas, nestas alturas, apontem o dedo a outras pessoas que estão a fazer o seu melhor e com os meios todos disponíveis para o sucesso da missão", frisou Nuno Leitão.
"Esse sucesso resultou em duas vidas salvas pelo meio empregue , estou nessa tristeza também, foram vidas que se perderam, situações que se podiam ter evitado se as pessoas estivessem a envergar os coletes salva-vidas, se tivessem cumprido aquelas regras elementares que a Marinha e a Autoridade Marítima diariamente divulgam", adiantou Nuno leitão.
"Agora, não podem estar a apontar o dedo a atrasos do salvamento quando aquilo que foi possível fazer foi feito" justificou. No entanto, Nuno Leitão admitiu que o salva-vidas do ISN "está avariado".
"A avaria que tem é uma avaria normal, está a espera de peças para ser reparado. A capacidade da estação salva-vidas nunca deixou de estar em causa", garantiu.
O porta-voz da Autoridade Marítima frisou ainda que se a embarcação do ISN estivesse em condições de ser utilizada "não tinha qualquer tipo de empregabilidade" no socorro, por ser um navio "grande, com capacidade oceânica".
Apesar da explicação do porta-voz da Autoridade Marítima sobre a falta de adequação do salva-vidas do ISN à operação, vários pescadores lembraram que há cerca de dois anos, em outubro de 2013, o "Patrão Macatrão" salvou cinco pescadores num naufrágio de uma embarcação de pesca, sensivelmente na mesma zona do acidente do arrastão Olívia Ribau, junto à barra da Figueira da Foz e com condições adversas de mar.
Hoje, João Ataíde falou sobre o naufrágio. Sublinhou que "as condições de prevenção e segurança" do porto da Figueira da Foz não "estavam nos seus devidos termos". O ISN "fecha às 18 horas e a embarcação de busca e salvamento estava há dois meses incapaz".
"Não direi que falhou o socorro, falharam as medidas de prevenção. Esta questão de [não] termos conhecimento de que o Instituto de Socorros a Náufragos fecha às 18:00 é demasiado grave", frisou João Ataíde, que por inerência é o responsável pela Protecção Civil na Figueira. O autarca figueirense sublinhou que "não havia ninguém disponível" no ISN para acudir ao naufrágio e registou que o salva-vidas Patrão Macatrão "que é o único que tem condições para acudir a estas situações, estava indisponível devido a uma avaria técnica".
João Ataíde disse ainda que um porto comercial com a envergadura do da Figueira da Foz "merece ter a necessária prevenção", alegando que o ISN devia ter articulado com a administração portuária a permanência de meios que permitissem acudir a um acidente como o que ocorreu terça-feira. João Ataíde notou que nos últimos três anos, "este é o terceiro acidente" mortal junto à barra do porto da Figueira da Foz.
Por outro lado, o Presidente da Câmara lembrou que há mais de três anos que a autarquia vem fazendo "insistentemente" apelos para a dragagem da barra, a última vez em abril de 2014, dando nota das dificuldades das embarcações dos pescadores para entrarem no porto, após as obras de prolongamento do molhe norte em 2010.
E agora senhor comandante Nuno Leitão, o problema continua a ser os coletes?..
Segundo o JN, Serafim Gomes, da direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações e Juntas Portuárias, frisou que o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha meios disponíveis aquando do alerta, cerca das 19.15 horas de terça-feira, porque a estação salva-vidas da Figueira da Foz "fecha às 18 horas", dado que os seus funcionários "têm o regime normal da função pública como qualquer funcionário de secretaria", acusou.
"O porta-voz da Marinha está a iludir as pessoas. Diz que os pescadores deviam usar coletes salva-vidas e que foi o estado do mar e as redes na água, mas não diz que o ISN não tinha meios para acudir quando o alerta foi dado", frisou Serafim Gomes.
"Isto é uma situação incrível, que se arrasta há mais de uma década e que não serve para um socorro deste tipo. É como se os polícias e os bombeiros tivessem um horário limitado", comparou.
Serafim Gomes revelou que o salva-vidas do ISN Patrão Macatrão, fundeado na Figueira da Foz, "está avariado há duas ou três semanas" e não podia ser utilizado para acorrer às vítimas do naufrágio, que provocou um morto, havendo ainda quatro pescadores desaparecidos.
"Se tivessem uma embarcação em condições e meios humanos, se calhar, nada disto tinha acontecido", lamentou.
Serafim Gomes disse ainda que os capitães do porto possuem a "arte do desenrasca", porque não havendo meios no ISN "mandam polícias marítimos que não têm preparação" para operações de salvamento.
Ouvido pela Lusa, o comandante Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, disse que as declarações de Serafim Gomes "não fazem qualquer tipo de sentido", embora tenha admitido a avaria no salva-vidas do ISN.
"São declarações de quem não conhece minimamente a realidade de uma operação de busca e salvamento. Lamento que as pessoas, nestas alturas, apontem o dedo a outras pessoas que estão a fazer o seu melhor e com os meios todos disponíveis para o sucesso da missão", frisou Nuno Leitão.
"Esse sucesso resultou em duas vidas salvas pelo meio empregue , estou nessa tristeza também, foram vidas que se perderam, situações que se podiam ter evitado se as pessoas estivessem a envergar os coletes salva-vidas, se tivessem cumprido aquelas regras elementares que a Marinha e a Autoridade Marítima diariamente divulgam", adiantou Nuno leitão.
"Agora, não podem estar a apontar o dedo a atrasos do salvamento quando aquilo que foi possível fazer foi feito" justificou. No entanto, Nuno Leitão admitiu que o salva-vidas do ISN "está avariado".
"A avaria que tem é uma avaria normal, está a espera de peças para ser reparado. A capacidade da estação salva-vidas nunca deixou de estar em causa", garantiu.
O porta-voz da Autoridade Marítima frisou ainda que se a embarcação do ISN estivesse em condições de ser utilizada "não tinha qualquer tipo de empregabilidade" no socorro, por ser um navio "grande, com capacidade oceânica".
Apesar da explicação do porta-voz da Autoridade Marítima sobre a falta de adequação do salva-vidas do ISN à operação, vários pescadores lembraram que há cerca de dois anos, em outubro de 2013, o "Patrão Macatrão" salvou cinco pescadores num naufrágio de uma embarcação de pesca, sensivelmente na mesma zona do acidente do arrastão Olívia Ribau, junto à barra da Figueira da Foz e com condições adversas de mar.
Hoje, João Ataíde falou sobre o naufrágio. Sublinhou que "as condições de prevenção e segurança" do porto da Figueira da Foz não "estavam nos seus devidos termos". O ISN "fecha às 18 horas e a embarcação de busca e salvamento estava há dois meses incapaz".
"Não direi que falhou o socorro, falharam as medidas de prevenção. Esta questão de [não] termos conhecimento de que o Instituto de Socorros a Náufragos fecha às 18:00 é demasiado grave", frisou João Ataíde, que por inerência é o responsável pela Protecção Civil na Figueira. O autarca figueirense sublinhou que "não havia ninguém disponível" no ISN para acudir ao naufrágio e registou que o salva-vidas Patrão Macatrão "que é o único que tem condições para acudir a estas situações, estava indisponível devido a uma avaria técnica".
João Ataíde disse ainda que um porto comercial com a envergadura do da Figueira da Foz "merece ter a necessária prevenção", alegando que o ISN devia ter articulado com a administração portuária a permanência de meios que permitissem acudir a um acidente como o que ocorreu terça-feira. João Ataíde notou que nos últimos três anos, "este é o terceiro acidente" mortal junto à barra do porto da Figueira da Foz.
Por outro lado, o Presidente da Câmara lembrou que há mais de três anos que a autarquia vem fazendo "insistentemente" apelos para a dragagem da barra, a última vez em abril de 2014, dando nota das dificuldades das embarcações dos pescadores para entrarem no porto, após as obras de prolongamento do molhe norte em 2010.
E agora senhor comandante Nuno Leitão, o problema continua a ser os coletes?..
"Sem me querer mandar muito para fora de pé", deixo uma questão pertinente que acabei de ouvir no programa da manhã de hoje da SIC "Queridas Manhãs", sobre o naufrágio do Olívia Ribau, cerca das 13 horas e trinta e três minutos...
"A Figueira é a barra mais difícil do País... Não podemos cortar nas questões de segurança. Quando cortamos dá azar... O acidente deu-se às 19 horas e 13 minutos e se verificarmos a hora a que o helicóptero foi pedido, ficaremos a perceber muita coisa: verificamos que não há maus exércitos, há maus generais... E isso também se aplica ao mar...
As autoridades devem saber...
Na incapacidade de decisão pode estar o destino de muita gente..."
- Hernâni Carvalho, é jornalista auditor da defesa nacional. Não fala de cor...
Actualização às 14 horas e 28 minutos:
O vídeo pode ser visto aqui.
As autoridades devem saber...
Na incapacidade de decisão pode estar o destino de muita gente..."
- Hernâni Carvalho, é jornalista auditor da defesa nacional. Não fala de cor...
Actualização às 14 horas e 28 minutos:
O vídeo pode ser visto aqui.
Dois corpos encontrados esta manhã dentro de arrastão Olívia Ribau ...
Já apareceram mais 2 cadáveres, o que eleva para 3 o número de mortos confirmados.
Os trabalhos de busca vão prosseguir durante o dia de hoje.
O naufrágio provocou três mortos, dois corpos continuam desaparecidos e há ainda a registar o salvamento de dois pescadores.
Os trabalhos de busca vão prosseguir durante o dia de hoje.
O naufrágio provocou três mortos, dois corpos continuam desaparecidos e há ainda a registar o salvamento de dois pescadores.
NA FIGUEIRA E NO PAÍS EXISTE UM GRANDE PROBLEMA: A BARRA.
Recordo uma postagem de 11 DE ABRIL DE 2008, uma sexta-feira.
“O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi hoje adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
A obra, considerada fundamental pela tutela e comunidade portuária, vai permitir a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz e deverá estar concluída até Fevereiro de 2010.
Com um preço base de 12,5 milhões de euros, a intervenção compreende a extensão do molhe em 400 metros, bem como a ampliação do canal de navegação.”
Mas, será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão?
Mas, neste País de merda, já tinha havido "avisos" anteriores a quem de direito.
Vou recuar até ao já longínquo ano de 1996.
Manuel Luís Pata, no extinto Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”
Como ninguém ligou, ninguém tratou do problema, o resultado aí está: desde que a obra que aumentou em 400 metros o molhe norte da barra da Figueira da Foz ficou concluída, temos um grande problema.
Tratar o problema é urgente: exige colocar ordem na desordem, que é a administração do território, e colocar ordem na desordem, que existe na gestão do litoral português.
António Miguel Lé, presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe Centro Litoral, ONTEM, no decorrer da manifestação frente à Capitania da Figueira, disse aos jornalistas que “muita coisa falhou”, acrescentando que “não houve operação de socorro”. O armador figueirense relacionou a vaga de naufrágios de embarcações de pesca com mortos ocorridos à entrada da barra nos últimos cinco anos com as obras de prolongamento do molhe Norte.
“É a conclusão que toda a gente tira”, afirmou Lé, exortando que se faça a “correção” antes que aconteça outro acidente. A empreitada teve como finalidade melhorar o acesso e a segurança do porto comercial, mas as embarcações de pesca têm-se deparado com dificuldades, por terem de fazer uma abordagem à barra lateral, ficando mais vulneráveis a golpes fortes de mar. Foi o que terá acontecido com o “Olívia Ribau”.
Na mesma oportunidade, em declarações ao mesmo DIÁRIO AS BEIRAS, João Traveira defendeu que o “país tem que despertar para os problemas da barra da Figueira que estarão na origem de naufrágios com um saldo de 15 mortos, nove nos dois últimos anos”.
E tudo poderia ser diferente: a Figueira poderia ter um grande porto...
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