quinta-feira, 14 de maio de 2015

Soluções dentro da Câmara?...Oh Rui, desculpa lá, mas dentro da câmara, fecha-se a porta. E que ninguém os chateie...

Crónica de Rui Curado da Silva, hoje no jornal AS BEIRAS.

"Governo preparado para vender a TAP em duas semanas"!..

É um erro, mas perante a actuação continuada deste governo, triste e miserável, um gajo até fica um bocado em baixo... 
Mas eles aí estão: não têm princípios, maneiras, vergonha na cara. 
Até ao último dia vão certamente tentar privatizar tudo e mais alguma coisa - nem que se a trote e às três pancadas. 
Aumentaram a dívida, os níveis de desemprego, arrasaram com o investimento, correram do país uma parte importante da população e tiraram a esperança e comprometeram a sanidade dos que não conseguiram ou não quiseram sair. 
Vivemos num clima de miséria moral, onde vale tudo, começando pela falta de vergonha na cara e pela ignorância descarada. 
A política tornou-se uma coisa  rasteira. 
A palavra de nada vale, a honra é o que as agências de comunicação quiserem que seja, as estatísticas e os números são manipulados e dão para tudo... 
Confesso que já não os posso ver em lado nenhum!
Mas, isso sou eu...
Alguns - iremos daqui a poucos meses ver quantos milhares - só irão acordar quando estivermos no défice zero, conduzidos por Passos Coelho.

AO- oh, oh!..

Sobre um acordo, mesmo que seja ortográfico, é meu entendimento, que a sua aceitação passa por uma convergência de, pelo menos, duas vontades. 
Neste caso concreto a minha é diferente - diverge. 
Li, ouvi e vi que o AO passou a ser obrigatório. 
Li, ouvi e vi, que quem não escrever segundo os ditames do novo AO, desde ontem, passou a escrever com erros. 
Vou continuar a errar até ao fim dos meus dias.
Entre escrever com erros oficiais e escrever com erros pessoais, vou continuar a preferir a segunda opção.

aF, nº244


Marinho e Pinto em Buarcos


terça-feira, 12 de maio de 2015

Os cruzeiros, o pelado do Cabedelo e Camões...

Desde 1990, que os cruzeiros vêm à nossa cidade, sem que os figueirenses tenham recolhido disso qualquer benefício.
Uma ou duas excursões vindas de Fátima, que passem por cá, com a venda de umas minis e uns copos de tinto, apesar das despesas com as mijadelas nos mictórios do Jardim Municipal, sempre dão mais lucro aos comerciantes da nossa cidade que a vinda dos endinheirados passageiros dos cruzeiros.
Esses, que se saiba, comeram, beberam e dançaram - tudo à borla - e foram para Coimbra.
Houve polémica antes da chegada do "Corinthian"Ao que disseram, inclusivamente ouvi isso na Assembleia Municipal, a Figueira, neste momento, não tem nada de especial para mostrar aos que nos visitam por mar.
Nada de mais errado: ironia das ironias, a Figueira tem uma relíquia, uma coisa que deve ser praticamente única em Portugal e na Europa – o campo de futebol do Grupo Desportivo Cova-Gala.
Para o próximo cruzeiro que arribar ao nosso porto – é em outubro, ao que veio nos jornais – é só coordenar as coisas,  e trazer os endinheirados turistas a esta outra margem a ver algo da pré-história, peculiar e impossível de ver no seu país. Qual Serra da Boa Viagem, quais Lagoas, qual Casino, quais Museus, qual CAE, qual Salgado, qual Praia, qual gastronomia?..
Nada disso. 
Os figueirenses podem surpreender os ilustres visitantes com um jogo de futebol, a contar para a prova rainha da Associação de Futebol de Coimbra, disputado num pelado pré-histórico que já não existe em lado nenhum...
Aquilo sim é futebol autêntico e genuíno, só comparável a Camões, que escreveu os seus poemas conforme viveu: com dificuldades.
Tal como nós, covagalenses, foi um poeta marcado por múltiplas experiências e vicissitudes. Mas, da dureza que a realidade lhe apresentava, brotou uma obra singular que nos define enquanto cultura e enquanto parte da Humanidade...
É o que vai acontecer ao futebol na nossa Aldeia!
Perante a hipocrisia, valha-nos a ironia com os dentes afiados...

Não alinho em merdas

"O acordo ortográfico passa a ser obrigatório em Portugal, já amanhã"
Ainda não adoptei, nem vou adoptar, este acordo ortográfico. Prefiro escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais. 
Além do mais, este "acordo ortográfico é uma merda".
E vai passar a ser oficial!..

Não sei que escrever mais! Talvez falte apenas deixar um obrigado...

Como na Figueira os incautos não buscam a sapiência no museu nem no CAE -  coisas que faltam noutras cidades - e preferem o Ruizinho de Penacova, antes que apareça alguém a dançar ao ritmo pimba do Emanuel, o que continua a fazer falta é agitar a malta... 
Dentro da minha modéstia e pequenez, limito-me a citar algumas palavras de um homem, que ainda há poucos anos alguns julgavam um fantasma sem rosto, invisível e sem sentimentos, aparentemente frio e objectivo, mas que agora sabemos sensível, também escritor e vereador, que sabe pensar, que é mestre em lisonjear e ser servil ao poder, acima de tudo com o seu silêncio, em especial ao emanado do presidente,  que passou a vestir-se como deve ser, que nunca levanta a voz, e que um dia apareceu num cargo de decisão política, onde serve zelosamente... 

“É evidente, para quem acompanha os múltiplos eventos do concelho, que os figueirenses vivem de costas uns para os outros. Cada qual preocupa-se com a sua “quintinha” e pressupõe que não acontece mais nada. Quantos figueirenses visitaram a magnífica exposição de Alberto de Lacerda que o museu promoveu? Quantos assistiram ao extraordinário concerto de Fábio Falsetta e Sandro Meo, no CAE, com entrada gratuita? Quantos irão agora visitar a exposição de arte australiana inaugurada pela embaixadora deste país no passado sábado? Como pode a atracão principal da feira de sabores ser o Ruizinho de Penacova, quando temos grupos musicais, corais, folclóricos e outros de excelente qualidade? Se, como diz Mário Esteves, da associação, “é preciso acordar, unir esforços e sinergias”, pois que se faça, mas o exemplo deve começar lá por casa.”

Tap, Tap, Tap...

Prós e circos
"O BPN custou um Hulk, a TAP vai ficar pelo preço do Cristiano Ronaldo."

Grandes primeiras páginas figueirenses...

Olhem bem para esta primeira página do jornal "A Voz da Figueira", datada de 11 de julho de 1996! Para verem melhor, cliquem na imagem.
Se leram com atenção, deram conta que, passados quase 19 anos, a Figueira continua o deserto que já então era na maior parte do ano!..
Pouco mudou, para melhor, e, nalguns aspectos, como na possibilidade do exercício da cidadania numa sociedade democrática, recuámos. 
E o que é que o figueirense terá que fazer para tentar acabar com o deserto em que transformaram a cidade e o concelho?
Talvez começar por sacudir a areia da cabeça...

Os mais de 9 anos que o meu blogue tem de existência, provam que há muitas maneiras de os cidadãos tentarem intervir na sociedade em que se inserem, para além dos partidos. 
Dizer que só através dos partidos se pode fazer intervenção cívica é redutor.
Podemos fazê-lo através de diversos meios. E aqueles que, como eu, para o peditório dos partidos já deram há muitos anos, mas gostam da sua Aldeia, do seu Concelho e do seu País – pelo menos, tanto como os políticos partidários - e acreditam que têm coisas para dizer, há a obrigação de falar e recordar promessas enganadoras e mentirosas e registar e sublinhar o que entendam mereça ser elogiado. Sem colocar em causa a importância dos partidos em democracia, acredito que há democracia para além dos partidos.  
Portanto, porque o conhecimento se constrói com pedaços de saber, fica uma primeira página do jornal "A Voz da Figueira" de 11 de julho de 1996, para os contentinhos que se masturbaram com a vinda do "Corinthian", porque não conhecem o passado dos políticos figueirenses, que sempre se limitaram, ao longo de décadas, a bufar palavras incultas e promessas ocas e vãs.
   
Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!
Raios partam a minha memória!.. Quase me sinto a sufocar.  Quem não conhecer os políticos figueirenses, que os compre...

Um filme de Jorge Pelicano a não perder no CAE


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Passos e Portas, o silêncio sobre eles é um engano, uma mentira, porque a sua essência altera-se conforme as necessidades ou apetites...

... não é um simples pentelho dizer que "o PSD devia pedir desculpa aos portugueses"...

Neste mar da inocência, nada é inocente...

foto António Agostinho

Consequentemente...

Há quem, desde 1990, ande a navegar neste miserável ritmo da vinda de cruzeiros dolente,
a viver numa quase mentira, acabando por nem dar conta do que acontece realmente,
preferindo navegar em velocidade de cruzeiro, mesmo sabendo que é mais um dormente.
Há, porém, quem diga que mais vale olhar para a realidade do que viver uma ilusão que mente.
Há quem olhe e veja, na Figueira, o pensamento único, a misturar-se alegre e elegantemente,
com o verbo, os versos e as rimas a misturarem-se calma e naturalmente...
Há, porém, quem não suporte os dormentes desta cidade governada por sonhos de uma elite indigente.
Só a esperança, nos pode fazer renascer a confiança, no futuro, plenamente.
Quem luta, sabe que o vento é uma mão que esbofeteia os inertes, violentamente;
no fundo, a energia que pode alimentar a vida e o sonho, navegando contra a corrente.
A esperança, é uma aragem de emoções, que nos convida a viver completamente.
O cansaço, provocado pelo somatório do tempo obscuro e pungente
pode ser rasgado. E o que parecia distante e utópico torna-se, como que por magia, o tempo presente.

domingo, 10 de maio de 2015

A propósito de uma asa de um garrafão de vinho que me ficou hoje na mão lembrei-me dos Gaibéus...

foto António Agostinho
Hoje, ao fim da tarde, ao arrumar uns garrafões de tinto e branco, fiquei com a asa de um na mão.
Estão a ver a cena: 5 litros de bom tinto (tantos copos!..) foram à vida e fiquei com a cozinha numa lástima.
Primeiro, fiquei danado. Depois, parei para pensar e lembrei-me dos Gaibéus (que são os jornaleiros da província portuguesa do Ribatejo ou da Beira Baixa que vão trabalhar nas lezírias durante as mondas) o primeiro romance de Alves Redol, que inaugura em 1939 o neo-realismo em Portugal.
Este livro, que aconselho a leitura, retrata "um povo resignado que luta afincadamente durante o tempo quente, antes da chegada do Inverno, em condições extremas para fazer render os poucos cobres que lhes pagam por tamanha dureza. Por um lado o trabalho árduo de sol a sol, as doenças (malária), a fadiga e a teimosia em cada vez se fazer o trabalho mais rápido para mais rendimento obter, a sede, a fome, a pobreza extrema. Por outro lado, o modo como preenchiam as escassas horas de lazer, os sonhos de uma vida melhor, os projectos sem logro, o vinho para alegrar os espíritos."
A obra, lembro-me bem - e já a li há mais de 30 anos - marca o estilo de Redol, autor que através das palavras denunciou as desigualdades sociais e a exploração do homem pelo homem.
Perdi 5 litros de boa pinga e tive uma trabalheira dos diabos para limpar a cozinha, mas nem tudo foi mau: recordei Alves Redol.

Palavras inacabadas sobre a minha nova foto do blogue

Já andava farto da imagem do homem da bicicleta.
Ontem, por mero acaso, a minha sobrinha Beatriz tirou-me esta foto.
À noite, via facebook, a Beatriz, por brincadeira, enviou-ma.
Ao olhar para a fotografia, pareceu-me que estava fiel à minha actual anatomia e decidi dar-lhe utilidade.
Imagino, desde já, os comentários: “este gajo não está na moda! Devia de ter vergonha. E juízo”...
É assim, porém, com esta roupa, simples que me sinto bem.
As pessoas, eventualmente, não têm a mesma opinião.
Aliás, pouco me importa a opinião dos outros. Sempre foi assim a minha vida.

É por isso que, hoje neste espaço, muitas vezes preenchido com futilidades, decidi publicar mais uma: o meu eu actual - despretensioso e no real.
Ao olhar, consigo ver os defeitos. Tenho, um dia destes de pensar na forma de os triturar com gentileza, mas com eficácia. Contudo, esta putativa solução, por enquanto, é apenas um horizonte com pernas, que corre como certas coisas que nos acontecem nos sonhos, que nunca conseguimos apanhar, porque nos estão sempre a fugir até acordarmos.
A minha identidade – vejo isso nitidamente ao olhar para a foto - nada é diferente da de muita gente que conheço.
Não percebo – penso que nunca vou perceber – aqueles que dizem que não entendem a vida. A minha, entendi-a sempre:  é simples, transparente e preza a verdade como um louco.
Por vezes, ao olhar para certas figurinhas que por aí andam a pavonear-se com alarde e empáfia, chego a admitir que sou louco e que fugi de um qualquer hospício, com as bochechas encarnadas, quase a explodirem e a enraivecer, por não conseguir que saiam as palavras adequadas para esclarecer toda aquela malta, ela sim, maluca de todo, que durante cerca de 40 anos tem votado no “arco do poder”.

A fotografia, tirada ontem pela Beatriz, é fiel à minha actual anatomia.
Posso não estar na moda, mas não tenho vergonha disso.
Sinto-me bem com este rosto e com esta roupa.
As pessoas, no entanto, podem não ter a mesma opinião.
Pouco me importa a opinião dos outros.
Este espaço, cheio de futilidades, vai continuar a ser, mais do que uma luz, apenas uma sombra no meio do imenso escuro que nos rodeia.