foto António Agostinho |
quinta-feira, 7 de maio de 2015
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Novo look
Hoje, logo de manhã, subi as escadas
que dão acesso a esta belíssima paisagem.
Como levava a máquina fotográfica, disparei ao mesmo tempo que cruzava o olhar e o pensamento com o
calor da paz que nos proporciona o descanso.
Depois, ao chegar a casa, editei a foto
e vi que não há mar mais belo do que a água da verdade.
Por isso, só por isso, esta a foto, a
partir de hoje, passa a ser o novo look deste blogue.
Não há nada mais triste do que a ausência de tudo...
Quando assim acontece, resta tentar
explicar o sonho sem dizer nada...
“Figueira da Foz aposta no mercado de cruzeiros de pequena escala”!..
“Figueira da Foz aposta no mercado de cruzeiros de pequena escala”!..
É já amanhã, mas os figueirenses vão limitar-se a aquecer a água com que outros se vão lavar...
O cruzeiro “Corinthian”, que
partiu de Roma, escala amanhã
o Porto da Figueira.
A chegada está prevista para as 07H00
e a largada do cais da nossa cidade deverá acontecer pelas 21H00.
Após a sua chegada à Praia da
Claridade, os turistas terão uma recepção local, que incluirá
folclore, entre outras surpresas.
Esta escala na Figueira da Foz terá
uma duração de cerca de uma dúzia de horas, aproximadamente, seguindo os turistas para
Coimbra, onde farão uma visita à Universidade, almoço e uma sessão
de fados de Coimbra.
Recordo o que escrevi um dia destes aqui.
Aquilo que os políticos nunca
conseguiram fazer, a realidade acabou por definir e
decidir: turisticamente, a Figueira, há muito que não é uma
cidade atractiva e, muito menos, aliciante.
E, isso, explica-se facilmente: há
muito que perdeu a essência.
E, perdida a essência, o que é que os
turistas vêm cá ver?..
Mais do que lamentar, vou ter pena da
Figueira amanhã se limitar a ver passar o navio.
Antes do mais, porque os estrangeiros ricos (melhor dizendo, "ricos e de um estrato social muito elevado", como informou na Assembleia Municipal de 30 de abril p.p., a deputada PS Isabel Tavares) poluem menos, são pessoas mais civilizadas e gostam de preservar o seu espaço.
Mesmo o pouco lixo que, porventura, pudessem fazer, se fossem ao ex-libris balnear da Figueira, a Praia dos Tesos, teria outra classe: as garrafas de água seriam certamente do Luso e os frascos de perfume da Chanel...
Antes do mais, porque os estrangeiros ricos (melhor dizendo, "ricos e de um estrato social muito elevado", como informou na Assembleia Municipal de 30 de abril p.p., a deputada PS Isabel Tavares) poluem menos, são pessoas mais civilizadas e gostam de preservar o seu espaço.
Mesmo o pouco lixo que, porventura, pudessem fazer, se fossem ao ex-libris balnear da Figueira, a Praia dos Tesos, teria outra classe: as garrafas de água seriam certamente do Luso e os frascos de perfume da Chanel...
O sucesso do self-made man português: de Dias Loureiro, a Passos Coelho, passando por Duarte Lima e Alves dos Reis...
No dia 1 de maio passado, com um post intitulado, “A ausência de vergonha na cara é total: nem se dão ao esforço de disfarçar...”, abordei o assunto de forma simples e objectiva: editei um video com Passos Coelho a discursar em Aguiar da Beira.
Depois de ouvir as palavras de Passos Coelho, fiquei deveras interessado no desenrolar da próxima campanha eleitoral.
Compreensivelmente, aliás: a seguir à oportuna referência a Dias Loureiro, "um dos responsáveis impunes do BPN", em Aguiar da Beira, estou curioso e espero estar cá para ver o que vai dizer Passos Coelho no comício de Lisboa - a cidade natal de Alves dos Reis – e na sessão de esclarecimento de Peso da Régua - onde viu a luz do dia Duarte Lima...
Na crónica de hoje no jornal AS BEIRAS, o engº. Daniel Santos escreve sobre o tema e lembra Thomas Piketty, escritor que esteve recentemente em Portugal.
Para compreender o actual estado da Europa, temos de recuar aos anos 80 do século passado. A eleição de Reagan nos EUA, depois de antes os ingleses terem escolhido de Thatcher, deu início à derrota do arranjo político e social, que saiu das ruínas do capitalismo dos anos 20 e 30 do século passado e abriu um espaço de convivência e de solidariedade ao construir a social democracia europeia.
Dados minuciosos sobre a evolução do emprego, dos salários e da distribuição da riqueza e da renda não deixam nenhuma dúvida sobre a natureza das agruras vividas pelos assalariados e dependentes nas últimas décadas.
A eclosão da crise de 2008 tornou ainda mais grave e ainda mais confrangedora a sensação de que a situação vai ficar pior: tudo se discute menos o essencial.
Entretanto, a concentração da riqueza nos Estados Unidos e na Europa acentua-se cada vez mais. Os 10% mais ricos detêm 60% a 70% da riqueza, representada por imóveis, acções de empresas, títulos públicos e outros activos financeiros.
A crise está aí e afecta o quotidiano de quase todos nós: as suas consequências já afectam profundamente as formas de convivência social criadas no Pós-Guerra e que sustentaram as democracias. O que se observa é que as democracias, massacradas pelo poder da finança, parecem impotentes para arranjar soluções que preservem os direitos sociais e retomem o caminho da prosperidade compartilhada. Desembocámos numa crise estrutural da vida civilizada. É isso que está verdadeiramente em causa.
Em Portugal, estamos quase no verão. Desconheço se este verão vai ser quente pelos critérios da meteorologia. Aliás, nem sei se os meteorologistas sabem.
Contudo, sei – todos sabemos - que vai ser quente na política.
A televisão, nesta manhã informativa, não se cala com o lançamento do livro “Somos o que escolhemos ser”, uma biografia do primeiro-ministro.
O livro foi escrito por uma assessora do grupo parlamentar do PSD e editado pela Alêtheia de Zita Seabra e conta o Verão quente de 2013.
Sobretudo, o massacre da manhã informativa de hoje nas televisões, assenta numa citação de Passos Coelho: «Fui almoçar e quando ia a caminho da comissão permanente, às 15h00, recebi um sms do dr. Paulo Portas a dizer que tinha refletido muito e que se ia demitir.»
Paulo Portas já reagiu e desmente a revelação de Passos Coelho na biografia: «O pedido de demissão do então Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros aconteceu na manhã de 2 de Julho de 2013, e foi naturalmente formalizado por carta».
É a isto que se vai resumir a próxima campanha eleitoral nos órgão de informação?..
Esta é uma preocupação que tenho no momento que passa.
Os portugueses vivem no medo - desde logo o medo de ficarem desempregados... - e quem não tem coragem para saltar o medo, não consegue encontrar a porta de saída.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Finalmente, as dunas a sul do quinto molhe estão a começar a ser refeitas!..
foto António Agostinho |
Foi o que aconteceu a sul do
porto da Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do
molhe norte em 400 metros, onde nos últimos anos se agravaram
os efeitos erosivos a sul do "Quinto Molhe".
Por aqui, nesta outra margem, a protecção da Orla Costeira
Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem, há muitos e muitos anos.
Neste blogue, já em 2006, andávamos a fazer alertas para o estado em que se encontrava a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Escrevemos, então que, "por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdia-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Neste blogue, já em 2006, andávamos a fazer alertas para o estado em que se encontrava a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Escrevemos, então que, "por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdia-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Foi o que aconteceu.
Depois, por aqui, a estratégia teve ser reavaliada, e a luta e os alertas, viraram-se
noutra direcção: para o facto da situação, preocupante e perigosa, da orla costeira a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro estar a ser branqueada e mal avaliada pelos órgãos de informação e por quem de direito –poder local e central.
Hoje, depois de anos e anos de alertas
e preocupações sinto-me mais aliviado: as dunas a sul do quinto molhe,
desfeitas pela natureza e pelos erros cometidos pelos homens, estão a
ser refeitas, como a foto acima e as que podem ver clicando aqui, atestam.
Só é vencido quem desiste de lutar
por aquilo em que acredita.
A Liberdade é isto - mesmo que a justiça não seja realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e ainda pode contribuir para salvar a Aldeia...
"Um dákar de pacóvios", ou a cultura do deserto figueirense...
“A Figueira da Foz confronta-se há
muitos anos com um dos efeitos mais visíveis do prolongamento dos
molhes (obras projectadas pelo estado para beneficiar a
navegabilidade fluvial e o acesso ao porto comercial).
Sem responsabilidade na obra, o
município ficou, desde então, com o ónus dos seus efeitos
colaterais: o crescimento exponencial da sua praia urbana, a
Praia da Claridade.
Assim, todos os anos, em vésperas de
época balnear, o município tratava de, como se diz por
cá, alindar uma praia cada vez mais interminável - o que
consistia em revolver, crivar e terraplanar, por métodos
mecânicos, aquelas finas areias de modo a impedir que aí
medrasse a menor réstia de vegetação.
Este deserto,
esmeradamente cultivado ao longo de décadas, formatou no
imaginário dos figueirinhas o postal da praia; tornou-se,
com o tempo, numa espécie de imagem d’Epinal. Muitos deles
não concebem uma praia com dunas e vegetação. O seu entusiasmo com
o “oásis do Santana” só confirma aliás a concepção arraigada
da praia como um deserto, um berço de sereias terraplanado
até à rebentação.
Por isso, a atitude sem precedentes do
actual executivo camarário de, contrariando uma longa tradição,
decidir deixar pura e simplesmente de subvencionar o cultivo anual do
deserto, foi uma pedrada no charco que me pareceu desde logo algo
realmente “fora-da-caixa”.
E, ao deixar de “lavrar a praia”, o
município permitiu-se poupar, ao que me dizem, cerca de 150 mil
euros por ano (seiscentos mil num mandato, para o lobi do
tractor).
Amplamente criticado pela oposição e
por um certo beautiful people que pontifica nas redes
sociais, o executivo de João Ataíde resistiu galhardamente às
críticas e aos remoques com o argumento de que essa simples decisão
de tesouraria lhe permitiria ainda deixar crescer espontâneo
um coberto vegetal natural que fixaria as areias
(protegendo a avenida do assoreamento sazonal pelos ventos) e
potenciaria a prazo a consolidação de novas áreas aprazíveis,
aproveitáveis para a fruição dos cidadãos.
Parecia-me um “ovo de colombo”, tão
simples e evidente que era um espanto que nunca ninguém se tivesse
lembrado de tal – não só sensato e avisado, mas genial - o
verdadeiro sonho molhado de qualquer autarca minimamente
honesto e inteligente numa época de vacas magras: a possibilidade de
“fazer obra” sem gastar um chavo do erário público.”
Este naco de prosa foi sacado daqui.
Depois, a prosa da postagem do Fernando Campos, que aconselho a ler na integra, azedou.
Entretanto, o vento passou pelos gabinetes camarários e arrastou a
inércia para longe. A anarquia, como podem ver na foto, chegou e
atropelou a tradição da praia. Por isso, a confortável tradição da praia, acabou por
tropeçar em maus tratos inesperados.
O mar, ali tão perto, apesar do deserto, consegue estar ao alcance
do cheiro do meu nariz e sobrevoa o sossego de um pensamento.
Estremeço por ver este atentado
sórdido e não encontro motivo que leve a permitir tal coisa.
O deserto de ideias dos políticos
figueirenses, sem nome, é o único pensamento mais coerente que me
surge à rotina do cérebro.
Abro os olhos e o mar continua a mandar fúrias para os meus olhos.
E penso “nos milhares de labregos que se
sentem vexados porque nascem tomateiros na praia mas não se sentem
indignados pela “erecção” do busto de Aguiar de Carvalho à
porta do município (não o acham obsceno); nem atingidos com o fecho
da maternidade (não a acham necessária); nem ofendidos por o seu
hospital público funcionar dentro de um parque de estacionamento
privado (não acham ultrajante). A estes pacóvios nunca ocorreria
assinar petições contra nada disto. Nem sequer a favor, por exemplo
do cultivo da várzea (não o acham estruturante), ou da
reflorestação da serra (não a acham imperativa). Porque nada disto
os afecta.
O que realmente os tira do sério é o
que vegeta na praia. A cultura do deserto.”
Afinal aconteceu: foi no passado dia 30, quinta-feira e está hoje no jornal...
Mais de dois meses depois, “Alerta costeiro 14/15”, uma exposição fotográfica de Pedro AgostinhoCruz, ainda não conseguiu ser inaugurada e continua a ser notícia...
Hoje - que foi o dia a seguir à ironia ter saido à rua com os dentes afiados - depois de na passada
quinta-feira a deputada municipal Ana Oliveira ter apresentado uma
moção que propunha a realização da mesma exposição nos Paços
do Concelho, o assunto merece destaque no jornal AS BEIRAS.
Na sessão da assembleia municipal
realizada no último dia do mês de Abril de 2015, a troca de
argumentos entre os partidos representados naquele órgão autárquico
envolveu “os valores de abril”, em particular a liberdade de expressão:
o autarca de São Pedro, eleito por uma lista PS, foi acusado de
falta de cultura democrática.
Bonito, mas bonito mesmo, para mim, que por mero acaso estava presente no salão nobre dos paços do concelho, foi ter presenciado a bancada do PS figueirense na Assembleia Municipal, na discussão da
proposta, cometer o mesmo erro que o presidente de São Pedro, dois meses antes: como sabemos, na vida ou na política, se avançamos, sem retaguarda,
deixamos para trás a hipótese de recuar.
E isso, mais cedo que tarde, costuma sair caro...
E isso, mais cedo que tarde, costuma sair caro...
Daí, esta iniciativa da oposição
quase ter sido aprovada, não fosse o voto de qualidade do presidente
da mesa, José Duarte.
Tudo porque alguns deputados
socialistas, a meu ver, certamente pouco confortáveis com o sentido
de voto da bancada a que pertencem, num assunto tão delicado, melindroso e sensível, para os verdadeiros socialistas - tem tudo a ver com a liberdade de
expressão e de pensamento - se terem ausentado da reunião
momentos antes da votação, verificando-se o tal empate (16-16 e uma
abstenção).
Para Ana Oliveira, do PSD e a autora da proposta, "esta visava despertar as consciências para o problema da orla
costeira”.
Já para Nuno Melo Biscaia, líder do PS na assembleia, não passava de uma moção que tinha “encapotada uma provocação política”. Registei, e lamento, meu caro Amigo, as tristes figuras que um líder político de uma bancada, por vezes, tem de fazer. E lamentei ainda mais, acredite pois isto é sincero, sendo V. Exa. filho de um Homem tolerante e um verdadeiro democrata chamado Luís Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia para quem "a coerência é, talvez, o que melhor define o seu carácter. Sem nunca tergiversar nas suas tomadas de posição ao longo da vida, é um verdadeiro democrata de espírito aberto e tolerante. Acredita nos seus ideais, mas respeita democraticamente os dos outros."
Já para Nuno Melo Biscaia, líder do PS na assembleia, não passava de uma moção que tinha “encapotada uma provocação política”. Registei, e lamento, meu caro Amigo, as tristes figuras que um líder político de uma bancada, por vezes, tem de fazer. E lamentei ainda mais, acredite pois isto é sincero, sendo V. Exa. filho de um Homem tolerante e um verdadeiro democrata chamado Luís Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia para quem "a coerência é, talvez, o que melhor define o seu carácter. Sem nunca tergiversar nas suas tomadas de posição ao longo da vida, é um verdadeiro democrata de espírito aberto e tolerante. Acredita nos seus ideais, mas respeita democraticamente os dos outros."
O debate teve ainda um momento
interessante, principalmente para os fregueses de São Pedro, quando
José Elísio, ao responder a uma desajeitada “picardia” de
António Salgueiro, proferiu esta declaração: “tive duas oportunidades para governar a Junta de São Pedro e não as aceitei”. O presidente de Lavos, José Elísio, proferiu estas palavras em resposta a António Salgueiro "quando este lhe sugeriu que tratasse de Lavos que ele tratava da sua freguesia".
A primeira oportunidade, explicou José Elísio, "foi em 1985, quando defendeu a desanexação de São Pedro de Lavos. A segunda foi em 2013, com a reforma administrativa, dando a entender que, se tivesse querido, São Pedro regressaria à freguesia de origem".
A primeira oportunidade, explicou José Elísio, "foi em 1985, quando defendeu a desanexação de São Pedro de Lavos. A segunda foi em 2013, com a reforma administrativa, dando a entender que, se tivesse querido, São Pedro regressaria à freguesia de origem".
Completamente fora desta polémica
e às questões político-partidárias em seu redor, o fotojornalista
Pedro Agostinho Cruz, em declarações ao jornal AS BEIRAS,
mostrou-se surpreendido com a iniciativa do PSD e disse "que a
exposição vai ser inaugurada em breve, num espaço público e com
outro formato”.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
ECOS DA DESILUSÃO...
Tal como o cronista de serviço hoje no
jornal AS Beiras, sinto-me descalço.
A alma segue-lhe as pisadas.
O
pensamento vai no mesmo caminho, como se o destino que é preciso
percorrer pela nossa cidade esteja, desde há muito, traçado por um
grupo que quer ser elite.
Mas, isso, como o demonstra o estado a
que a Figueira chegou, tem sido o nada.
Valem-me os dedos das mãos,
que com uma lucidez profunda, me têm permitido afastar do nada.
O vazio, que nos é trazido pelo nada, é uma forma de se ir morrendo aos
poucos e é uma forma cruel de viver a desilusão como nenhuma outra.
O vazio, que nos é trazido pelo nada, é
ter de viver com a tristeza em permanência encravada na garganta.
Como não quero a tristeza perto de mim e, como muito menos, a quero dentro de mim, uso este espaço para mergulhar e percorrer os tortuosos e difíceis caminhos da emoção.
Em tempo.
Para ler melhor a crónica do vereador "Somos Figueira", Miguel Almeida, basta clicar na imagem.
Não veio na TV, nem na Rádio, nem nos Jornais: não aconteceu!..
Depois de um sábado e de um domingo a
chover, a manhã desta segunda também acordou com chuva. Não é
uma chuva qualquer. A primavera cheira a outono e pelos vistos, para
já, afugentou o Verão: o calor foi atirado para longe e o verde da
natureza da praia, outrora da Claridade e agora da Calamidade, com esta rega, vai continuar com uma cor bonita.
O frio, outra sombra, voltou a
entranhar-se nas paredes e arrefeceu de novo as casas, faz-me sentir incómodos, dores
nos ossos e causa-me tristeza, mas não me vai impedir de viver a vida
com gosto e energia.
Na coluna vertebral, porém e felizmente, continuo a não ter qualquer problema.
Na passada quinta-feira, 30 de de Abril, no salão nobre dos paços do concelho da Figueira da Foz, no decorrer da Assembleia Municipal a deputada municipal Ana Oliveira apresentou uma moção, cujo teor pode ser lido clicando aqui.
Face ao empate verificado na votação – 16 votos a favor e
16 contra - o presidente da Assembleia Municipal, José Duarte Pereira (PS), teve de exercer
o voto de qualidade para desempatar.
Cheguei a pensar, que esta votação criou
engulhos dentro do PS!..
Cheguei a pensar, que houve mosquitos por cordas e as coisas azedaram nos bastidores do partido do poder na nossa cidade há cinco anos e muitos picos!..
Cheguei a pensar, que houve mosquitos por cordas e as coisas azedaram nos bastidores do partido do poder na nossa cidade há cinco anos e muitos picos!..
Tudo isto, porém, só pode ter sido mentira e fruto da minha imaginação!..
Que eu tenha conhecimento, não deu na Figueira TV; não houve notícia na Foz do Mondego Rádio; não saiu em nenhum jornal. Portanto, esta votação que eu tive oportunidade de ver ao vivo, pois, no momento, estava nos paços do concelho e vi deputados do PS a ausentarem-se da sala, e a reunião que no dia seguinte aconteceu no partido do poder figueirense para clarificar a situação, devem ser factos políticos acontecidos na imaginação de alguns: como todos sabemos, na Figueira, os órgãos de informação são isentos e objectivos.
Na informação figueirense só existe um pequeno pormenor melhor do que a censura: a auto-censura.
Que eu tenha conhecimento, não deu na Figueira TV; não houve notícia na Foz do Mondego Rádio; não saiu em nenhum jornal. Portanto, esta votação que eu tive oportunidade de ver ao vivo, pois, no momento, estava nos paços do concelho e vi deputados do PS a ausentarem-se da sala, e a reunião que no dia seguinte aconteceu no partido do poder figueirense para clarificar a situação, devem ser factos políticos acontecidos na imaginação de alguns: como todos sabemos, na Figueira, os órgãos de informação são isentos e objectivos.
Na informação figueirense só existe um pequeno pormenor melhor do que a censura: a auto-censura.
A vida e as notícias, cá pela
Figueira, continuam a seguir o mesmo caminho.
E os políticos figueirenses, continuam
de pernas cruzadas e agarrados ao conforto do poder. Nada de novo aliás.
Na Figueira, sem escândalo dos
aprendizes/defensores da liberdade de imprensa, os jornalistas em
certas situações (vá lá saber-se porquê!.. Por acaso alguns figueirenses até sabem...), começam por apelar à auto contenção
da comunicação - a subliminar auto censura - esquecendo que as
notícias, mesmo numa democracia liberal, dependem tão só da
importância dos acontecimentos...
Na Figueira, ainda se há-de fazer comunicação social sem jornalistas! Portanto, só podemos estar optimistas...
Hoje, porém, está pior, o frio arrepia o susto e
continuamos na escuridão – na pior escuridão, pois já é dia.
Talvez por isso, a Aldeia não absorve
vida, como devia.
As contas de 2014 do Município figueirense...
Uma intervenção da deputada municipal do PSD, Natália Pires, na Assembleia Municipal Ordinária realizada no passado dia 30 de Abril de 2015 sobre a matéria. Permitam que aconselhe a sua leitura.
"Relativamente as contas de 2014, lamentamos que o parecer do ROC e a certificação legal das contas não tenham sido divulgados juntamente com as contas do Município ou de forma atempada para poderem ser discutidos na última reunião de câmara. Efectivamente, existem reservas apresentadas pelo ROC que podem alterar completamente as demonstrações financeiras e que põem em causa o resultado líquido do município, nomeadamente:
- O facto de existir imobilizado em curso que ainda não foi objecto das respectivas amortizações (obras no valor de 2.194 milhares de euros) ou ainda imobilizado com valor materialmente significativo que ainda se encontra por reconhecer contabilisticamente. O que se traduz em custos que ainda não foram contabilizados.
- Não foram facultadas as contas de 4 das 21 entidades participadas pelo município, pelo que ignoramos os respectivos efeitos no património e dívida total do Município.
- O município mantém no activo dívidas a receber no valor de 2.072 milhares de euros que pela sua antiguidade já revelam ser dívidas incobráveis. Assim sendo, o activo no balanço encontra-se sobrevalorizado neste mesmo montante.
- Existem ainda responsabilidades contingentes decorrentes de processos judiciais que não estão reconhecidos no passivo (31.241 milhares de euros). Concluindo, os efeitos destas reservas podem ser de tal maneira significativos nas contas que o ROC termina o relatório da certificação frisando que “a dívida total do Município, antes de consideradas as reservas acima, cumpria o limite da dívida prevista no art. 52º do Regime Financeiro das Autarquias Locais”.
A grande questão é: Qual o impacto das correcções decorrentes destas reservas no resultado líquido do Município?"
"Relativamente as contas de 2014, lamentamos que o parecer do ROC e a certificação legal das contas não tenham sido divulgados juntamente com as contas do Município ou de forma atempada para poderem ser discutidos na última reunião de câmara. Efectivamente, existem reservas apresentadas pelo ROC que podem alterar completamente as demonstrações financeiras e que põem em causa o resultado líquido do município, nomeadamente:
- O facto de existir imobilizado em curso que ainda não foi objecto das respectivas amortizações (obras no valor de 2.194 milhares de euros) ou ainda imobilizado com valor materialmente significativo que ainda se encontra por reconhecer contabilisticamente. O que se traduz em custos que ainda não foram contabilizados.
- Não foram facultadas as contas de 4 das 21 entidades participadas pelo município, pelo que ignoramos os respectivos efeitos no património e dívida total do Município.
- O município mantém no activo dívidas a receber no valor de 2.072 milhares de euros que pela sua antiguidade já revelam ser dívidas incobráveis. Assim sendo, o activo no balanço encontra-se sobrevalorizado neste mesmo montante.
- Existem ainda responsabilidades contingentes decorrentes de processos judiciais que não estão reconhecidos no passivo (31.241 milhares de euros). Concluindo, os efeitos destas reservas podem ser de tal maneira significativos nas contas que o ROC termina o relatório da certificação frisando que “a dívida total do Município, antes de consideradas as reservas acima, cumpria o limite da dívida prevista no art. 52º do Regime Financeiro das Autarquias Locais”.
A grande questão é: Qual o impacto das correcções decorrentes destas reservas no resultado líquido do Município?"
domingo, 3 de maio de 2015
A importância dos dedos, numa manhã de um domingo de maio com chuva persistente...
Um gajo rasga a máscara que tapa o
pudor e expele a brutalidade de um “merda pró tempo”.
Isto, porque está bem disposto, pois
se não estivesse, era provável que o rol do dicionário vernacular
fosse vomitado, em três tempos, pelos beiços a espumarem.
Neste domingo, pelo menos de manhã, a
Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar.
A minha voz, tal como a de qualquer
cidadão normal, podia não existir.
Há muitos anos, na Aldeia, houve uma
barreira que a tentou cilindrar na montanha da liberdade vigente na Aldeia: “todos ao
monte e fé em Deus”!
Mas, com os dedos, criei esta
ferramenta para poder continuar a gritar e viver a LIBERDADE.
Neste domingo, pelo menos de manhã, a
Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar.
Mas, de tarde, mesmo que continue a chover, as
portas das casas vão abrir-se. De lá vão sair os esfomeados pela LIBERDADE, os presos à máquina do trabalho, que durante a semana os
ocupa por largas horas, como se o inferno lhes sugasse o sorriso aos
poucos.
O compromisso planeado pelas responsabilidades do calendário, mesmo ao domingo, permanece na mente
de cada um de nós.
Amanhã, segunda-feira, acordamos com
um abanão furioso. Faça chuva ou faça sol, temos de sair cedo de
casa.
Para quem ainda consegue trabalhar neste
país e nesta Aldeia, é o início de mais uma semana de labuta e de
luta.
Ainda ressacados pela mágoa, temos de
nos fazer à vida, com o entusiasmo de quem se atira para um abismo
fundo.
A vida, tal como a labuta e a luta, faça chuva ou faça sol, continua...
Se é certo que o Povo da Aldeia perdeu um monumento, que era um poço, ainda nos resta AS ALMINHAS!..
Já que o crescimento da Aldeia não
aconteceu com um plano que a conseguisse preparar para o futuro, respeitando o seu passado, os nossos filhos vivem numa Aldeia igual a
tantas outras, que nos dias que passam praticamente nada reflecte da sua
história.
Ao menos, respeitem AS ALMINHAS!
Será que somos uma terra de alarves e não temos civilização para fazer respeitar a memória espiritual do que nos foi legado e era um património vivo daquilo que fomos?Nós, na Aldeia temos tão pouco!..
sábado, 2 de maio de 2015
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