"Recentemente, o surfista
Garrett McNamara
pronunciou-se sobre
as excelentes condições que
a costa portuguesa oferece
para a prática do surf.
O recordista mundial opinou
que há muitos talentos em
Portugal, muitos surfistas que
são muito bons, pelo que o
país poderá em breve ter um
campeão do mundo… “em
ondas pequenas e em ondas
gigantes”.
Também afirmou que o vento
aqui é complicado e que, em
lado nenhum do mundo,
chegam ondas tão grandes e
com tanta frequência.
Ouvi as suas declarações na
televisão e logo me ocorreu a
comparação com a actual situação
do país e, em particular,
da Figueira.
Vieram-me à mente os
nossos campeões, dispersos
por esse mundo fora, na área
do desporto, da ciência, da
literatura, das empresas, no
mundo do trabalho. Ultrapassando
“ondas gigantes”.
Como também a Figueira e
as suas potencialidades, em
particular na área que ele tão
bem domina: o mar. Nas suas
diversas vertentes.
Também metaforicamente,
senti os ventos adversos que
sopram por estas paragens
e as sucessivas ondas de austeridade
que vêm afectando a
generalidade dos portugueses.
No final do ano e início do
seguinte, faço votos que a
reflexão de McNamara seja
premonitória e que se dê início
a um processo de reversão
que vença as ondas gigantes
e os ventos adversos.
A solução está nas mãos de
todos e de cada um de nós. Os
problemas só se resolvem se
os enfrentarmos, tal como o
surfista enfrenta as ondas."
O texto é do Eng. Daniel Santos e foi publicado hoje no jornal AS BEIRAS.
O título é da responsabilidade do autor do Outra Margem.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Assim a vida passa vagarosa: /O presente, a aspirar sempre ao futuro: /O futuro, uma sombra mentirosa.*
"No início do próximo ano
iniciar-se-ão as obras de
requalificação do museu dr.
Santos Rocha, de manutenção
do CAE e do forte de
Santa Catarina. Em suma, a
passos sustentados, vencida
a falência técnica de há cinco
anos, a câmara reinicia uma
nova vida."
Em tempo.
Citação do Dr. António Tavares, vereador PS, hoje, na sua habitual crónica das terças no jornal AS BEIRAS.
* Título da responsabilidade do autor do Outra Margem. Uma citação de Antero de Quental, “Sonetos” (1860-62).
Em tempo.
Citação do Dr. António Tavares, vereador PS, hoje, na sua habitual crónica das terças no jornal AS BEIRAS.
* Título da responsabilidade do autor do Outra Margem. Uma citação de Antero de Quental, “Sonetos” (1860-62).
“Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”
Joaquim Namorado e Guilhermina Namorado no dia do seu casamento. Coimbra, 1942. |
A
vida e o percurso de Joaquim Namorado decorreram num contexto e num
tempo difícil: o Portugal fascista do século XX,
tempo em que se agravaram as condições de vida do povo português.
As
migrações rurais, na maioria no sentido de Lisboa, têm um peso
enorme na vida do país. A instabilidade política e a guerra civil
de baixa intensidade que se arrasta agravam a situação. A crise
financeira, o advento do Estado Novo, a concentração capitalista
têm consequências pesadas, fazendo com que os anos 30 e 40 do
século XX em Portugal sejam de grande crise e pobreza para o povo
português.
A
situação das classes mais desfavorecidas, dos estratos mais
vulneráveis da população era de tal maneira complicada e difícil
que não podia deixar de chamar a atenção dos intelectuais daquele
tempo em Portugal. Mais do que uma corrente intelectual, do que uma
resposta a este ou aquele movimento artístico, mais do que a
expressão de uma força política, o movimento neo-realismo foi a
expressão de uma solidariedade, de uma tomada de posição perante o
sofrimento agravado do povo português. Mário Dionísio disse que
apareceu espontaneamente, não por encomenda deste ou daquele.
Impôs-se o sentimento de dar conteúdo à arte, como demonstram as
polémicas sobre o primado do conteúdo ou da forma na arte, bastante
acesas e de inegável interesse.
Um
observador atento, sem ideias pré-concebidas, confirma com
facilidade que o âmbito do neo-realismo é bastante mais vasto do
que muitas vezes se apresenta. Figuras como Ferreira de Castro,
Aquilino Ribeiro e José Rodrigues Miguéis produziram obras que
devem ser consideradas como fazendo parte da literatura neo-realista,
sem qualquer espécie de dúvida. No cinema, por exemplo na fase
inicial da obra de Manuel de Oliveira, denotam-se preocupações
afins ao movimento.
E,
ao contrário do que alguns tentam fazer crer, o neo-realismo não se
pode reduzir a uma literatura regional, do Alentejo ou do Ribatejo.
Não se pode esquecer a importância da revista Sol Nascente, fundada
por estudantes do Porto e editada naquela cidade de 1937 a 1940, ou
da Vértice, que aparece em Coimbra em 1942, entre outras
publicações. E que o Novo Cancioneiro, também editado em Coimbra
pela mesma altura, incluiu poetas de todo o país. Ainda em Coimbra
são numerosas as publicações próximas do neo-realismo, a maioria,
é verdade, de vida efémera: Altitude, Cadernos de Juventude,
Síntese. Em Lisboa destaca-se O Diabo.
O
neo-realismo cumpriu o papel de denúncia do sofrimento do povo
português. Mostrou o papel que podem ter a arte e a cultura em geral
na luta social e política. Não foi propriedade de ninguém, nem
mesmo exclusivo de Portugal. Foi o contributo da cultura para apoiar
o povo a que seus agentes pertenciam.
É
neste contexto que a obra de Joaquim Namorado tem de ser vista: “um
organizador colectivo, mais do que original; um poeta e um crítico de
obra exígua; um militante que rebatia arte sobre a política e, em
política, queria ser reconhecido pela sua ortodoxia”.
Conheci
pessoalmente Joaquim Namorado, creio que no ano de 1978, devido ao
projecto barca nova.
Em
1982, aparece em 3º. Lugar na lista APU concorrente à Assembleia
Municipal da Figueira da Foz - e é eleito.
Em
1983, por iniciativa do semanário barca nova é lançada a ideia de
uma “homenagem a Joaquim Namorado”.
Realiza-se a homenagem projectada pelo barca nova. Dela faz parte uma
exposição sobre “O neo-realismo e as suas margens”, que depois
será apresentada em Coimbra, Guimarães e Fafe, em versão
simplificada.
O
executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz cria o “Prémio
Joaquim Namorado”, para ser atribuído a contos inéditos,
invocando a acção cultural exercida por Joaquim Namorado no nosso
concelho.
Em
29 de Janeiro é conferida a Joaquim Namoarado a Ordem da Liberdade –
Diário da República nº. 62, 2ª. Série de 16/3/1983.
Seguiram-se
outras homenagens. Recordo que a Assembleia Municipal de Alter do Chão,
sua terra natal, em reunião de 4 de Fevereiro, por unanimidade,
resolve associar-se à “Homenagem nacional prestada a Joaquim
Namorado".
A
Junta de Freguesia de S. Julião, delibera na sua reunião de 14 do
mesmo mês no mesmo sentido.
A
Assembleia Municipal e a Câmara de Coimbra atraibuem-lhe, por
unanimidade, a Medalha de Ouro da cidade.
Por
esse tempo, Joaquim Namorado era um Homem feliz. Por esse tempo, eu,
como elemento de um colectivo que se chamava barca nova, também era
um homem feliz.
Joaqui
Namorado, o Joaquim Namorado com quem convivi e tive a felicidade de
receber a sua amizade, ao contrário do que dizem não era um durão:
era um ser humano do melhor que passou pela minha vida – e a quem
estarei eternamente grato pelo muito que me ensinou.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
O que faz a malta não ler... Mas, os amigos são para as ocasiões...
Ainda
se lêem livros em Portugal?
Tenho
sérias dúvidas.
Sei
que existem profissionais da leitura, como o Marcelo Rebelo de
Sousa, mas muito pouca gente já lê por ócio ou prazer.
Por
isso, pelo menos para mim, é inexplicável que continuem a aparecer
editoras, que as feiras do livro sejam um sucesso, que haja novos
autores, que tantos livros sejam comprados.
Como
pouca gente lê, os mercados mentem muito... Mas, como os amigos são para as ocasiões, “o amigo Carlos Santos Silva gastou 200 mil euros na compra de exemplares do livro "A Confiança no Mundo", de José Sócrates. Santos Silva disse ao juiz, no interrogatório judicial, que o fez a pedido do amigo.”
O problema, se chegar a haver, será o facto disto ter rebentado, como rebentou a bolha do imobiliário...
Ponto da situação no Sporting resumido e abreviado...
"Após dez dias de absurda turbulência no Sporting, na sequência imediata da nossa vitória frente ao Nacional, apenas José Eduardo defende o despedimento de Marco Silva. Valeu a pena tanto barulho?"
Pedro Correia
A...
"As portas que a Revolução abriu têm 40 anos! E o povo saiu às ruas, para celebrar, para abrir a boca num país em que os homens passaram a comer as palavras. Somos livres, mas estamos tontos. Atordoados, pelo menos. Abril fez 40 anos, no verão quente derreteram-se os Espírito Santo e o inverno chegou com um ex-primeiro-ministro na cadeia. Nas quatro estações do ano, o regime ainda aprende a soletrar a palavra de-mo-cra-cia. Não falta liberdade, apenas não se respira a lucidez mordaz, a irreverência necessária, as provocações, simultaneamente irónicas e violentas, que nos obrigam a pensar, a olhar para além do óbvio. Nas portas que Abril abriu, a elite desapareceu e os intelectuais calaram-se. Estão calados, que é outra forma de morrer. Liberdade, mas condicionada: na primeira metade do ano a discutir como nos livraríamos da troika, na outra metade a assistir com perplexidade à derrocada."
Sopa de letras: 2014 de A a Z (parte I)
Sopa de letras: 2014 de A a Z (parte I)
domingo, 28 de dezembro de 2014
O maior desejo de Passos e Portas para 2015...
afirmou
um dia Salazar. Portanto, em 2015 bebam muito vinho.
|
Tanto assim é, que passaram praticamente 3 anos a dizer que a Constituição obstaculizou o crescimento da economia.
Sendo assim - e assim foi... - estarão certamente tão certos quanto Salazar esteve, a partir do momento em que se apoiou na Constituição de 1933 para reestruturar uma economia que encontrou enfraquecida pela instabilidade dos governos republicanos. Claro que deixámos de ter a liberdade que nos permitia reclamar melhores condições de trabalho e de vida, mas isso foi apenas um pormenor...
Na verdade, como alguns sabem e recordam, o que foi isso comparado com o progresso económico de um país e com o enriquecimento daqueles poucos de cuja força empresarial sempre nos querem fazer crer que necessitamos, como se verificava antes de Abril de 1974 e temos vindo a recuperar, como se viu, agora, com o BES!
Em 2015, isso só vai depender dos portugueses e, sendo assim, tudo é possível...
Estar desempregado é sempre uma oportunidade.
Caminhadas matinais
Todas as manhãs ele vai andar, para perder peso e tristezas.
Em relação ao primeiro objectivo tem boas hipóteses de averbar uma vitória.
Manhã cedo, vai ao Cabedelo pela beira mar e volta para trás.
É quando a Aldeia, ainda um pouco langorosa, começa a receber os primeiros raios de sol.
E assim começa ele o dia, todos os dias: entre o mar e a luz do mar.
sábado, 27 de dezembro de 2014
PS, Somos Figueira e CDU concordam em mudar nome à freguesia de Buarcos
A proposta do grupo
de trabalho para a mudança
de nome da freguesia
de Buarcos vai ser votada
na próxima segunda-feira,
na assembleia de freguesia.
As três forças políticas com assento neste órgão (PS, coligação Somos Figueira e CDU) concordaram que deve passar a chamar-se Buarcos e São Julião. Os símbolos heráldicos também sofrem alterações, mas respeitam a identidade das duas freguesias, incluindo a bandeira, com duas faces.
Recorde-se que a proposta de alteração do nome e dos símbolos heráldicos partiu da CDU, na sequência da agregação de São Julião por Buarcos, aquando da reforma administrativa, que reduziu de 18 para 14 o número de freguesias do concelho da Figueira da Foz. “Sinto satisfação [pela proposta conjunta], mas a título provisório, porque não abdicamos da reposição das antigas freguesias”, declarou Carlos Baptista, da CDU, ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Do lado dos socialistas também se respira regozijo. “O PS concorda com esta decisão. De resto, sempre defendeu, desde a campanha autárquica, uma solução que permita salvaguardar a identidade das duas comunidades”, disse Luís Ribeiro.
Por seu lado, Carlos Tenreiro, da coligação Somos Figueira, defendeu que a proposta vem “pôr as coisas no seu devido local, fazendo uma reposição justa da situação, porque não fazia sentido o nome de São Julião desaparecer”.
A proposta, depois de aprovada pela Assembleia de Freguesia de Buarcos, tem de passar pela Assembleia Municipal da Figueira da Foz e pela Assembleia da República para também ser aprovada.
Via AS BEIRAS
As três forças políticas com assento neste órgão (PS, coligação Somos Figueira e CDU) concordaram que deve passar a chamar-se Buarcos e São Julião. Os símbolos heráldicos também sofrem alterações, mas respeitam a identidade das duas freguesias, incluindo a bandeira, com duas faces.
Recorde-se que a proposta de alteração do nome e dos símbolos heráldicos partiu da CDU, na sequência da agregação de São Julião por Buarcos, aquando da reforma administrativa, que reduziu de 18 para 14 o número de freguesias do concelho da Figueira da Foz. “Sinto satisfação [pela proposta conjunta], mas a título provisório, porque não abdicamos da reposição das antigas freguesias”, declarou Carlos Baptista, da CDU, ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Do lado dos socialistas também se respira regozijo. “O PS concorda com esta decisão. De resto, sempre defendeu, desde a campanha autárquica, uma solução que permita salvaguardar a identidade das duas comunidades”, disse Luís Ribeiro.
Por seu lado, Carlos Tenreiro, da coligação Somos Figueira, defendeu que a proposta vem “pôr as coisas no seu devido local, fazendo uma reposição justa da situação, porque não fazia sentido o nome de São Julião desaparecer”.
A proposta, depois de aprovada pela Assembleia de Freguesia de Buarcos, tem de passar pela Assembleia Municipal da Figueira da Foz e pela Assembleia da República para também ser aprovada.
Via AS BEIRAS
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
A tradição ainda é o que era...
Os meteorologistas continuam a falhar muito em Portugal...
"Primeiro-Ministro diz que portugueses têm agora menos nuvens negras e um futuro em aberto"...
"Deus não dorme", vox pop...
Em tempo.
Continuamos com previsões de céu limpo, a seguir a previsões de céu limpo, a seguir a previsões de ceú limpo e a seguir às previsões de céu limpo. "Deus não dorme", vox pop...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
E que tal dançar neste Natal?..
Espero que continuem a venerar a beleza das coisas, e que continuem a acreditar no respeito, acima de tudo, pelas pessoas.
Espero que continuem, tal como eu, a acreditar que é para contribuirmos para que a vida de todos seja melhor que vale a pena viver.
Espero que continuem a amar, a preservar e a respeitar a natureza.
Espero que Portugal e o mundo caminhe no sentido do desenvolvimento.
Espero que se perceba, finalmente, que sem a arte as nossas vidas perdem grande parte do seu encanto e sentido.
Espero que, neste Natal, sobretudo, dancem, dancem muito...
No próximo ano, quer queiramos, quer não, vamos dançar muito...
Entretanto, desejo o Natal possível a todos.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
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