terça-feira, 20 de novembro de 2012

Desgraças...


Pelo facto de ser covagalense, tive  obstáculos ao longo da vida…
Mas, ser covagalense  não foi uma escolha -  foi um destino.
Ainda que ser covagalense não me impeça de escrever, creio que só  vale a pena fazê-lo, a partir de uma lucidez exasperada.
Assim, afirmo que ter nascido covagalense  foi uma desgraça.
Como é uma desgraça ser figueirense, português,  pobre,  negro,  homossexual,  poeta – e outras coisas assim, marginais.
Tirando esse pormenor,  o importante é aquilo que fazemos com as nossas desgraças.

Memória curta?.. (II)

Outra Margem pode não ser o blogue mais bem escrito.
Outra Margem pode não ser o blogue com mais humor.
Outra Margem pode não ser o blogue mais irreverente.
Outra Margem pode não ser o blogue mais original.
Outra Margem pode não ser o blogue mais bonito.
Outra Margem pode não ser o blogue mais bem formatado.
Outra Margem pode ser o blogue mais foleiro.
Aceito isso, e muito mais, com toda a naturalidade…
Fica, porém, uma confissão: o que eu gostaria mesmo, é que  Outra Margem fosse  o blogue com os melhores comentários dos leitores. 
Obviamente, “conhecidos”.
A contribuição dos comentaristas para a elevação do nível dos blogues, é uma questão sempre pertinente na blogosfera local e nacional. Daí, o meu enorme regozijo ao receber, a propósito deste post, o seguinte comentário:

António Joaquim Rosa disse...
Boa noite.
Você adora ser do contra, contra tudo o que se faz e contra todos.
Se fosse na SUA cova-gala tinha sido bem feito, como foi em outra freguesia, que por acaso "é" do PSD, já têm memória curta.
Quando o sr. sorridente (pres. camara) fez promessas devia ter pensado que estas são para cumprir.
Obrigado”.

Meu caríssimo António Joaquim Rosa (que eu desconheço, em absoluto, quem seja):
Para minha grande irritação, este seu comentário consegue ter bastante mais piada e sentido de humor do que o meu post que motivou a sua reacção.
É pois com muito prazer que deixo acima a sua excelente contribuição para elevar o nível do Outra Margem.
Bem haja.
Tenha um bom dia.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

“O bom caminho”: miséria, miséria, sempre mais e mais miséria…


Isto não são políticas de redução de despesa pública: ela não tem sido reduzida. Não são políticas para colocar as finanças na ordem... são políticas de empobrecimento, de manipulação grosseira do valor do preço da mão-de-obra, e por arrasto, dos "mercados".
Estes liberais, que defendem que o estado tem de deixar o mercado trabalhar, estão a baixar o valor que cada trabalhador cobra pelo seu suor.
É esta a solução que encontraram para combater as deslocalizações para a Ásia: se não os podemos vencer, juntamo-nos a eles.
É este o “bom caminho"?..
Resumindo e concluindo: traduzindo para linguagem popular, em 2013, 2014, 2015 e por aí fora, vamos ser ainda mais "fodidos e mal pagos".

Memória curta?..


Segundo li nas Beiras e no Diário de Coimbra, “desconhecidos colocaram faixas negras contra fecho do Paço de Maiorca”.
Pois quanto a mim, esses tais desconhecidos, antes de  colocarem faixas negras, deveriam ter feito  o trabalho de casa.
Não há pior coisa para combater aquilo que se considera uma  má medida,  do que usar argumentos maus e errados...
Será que já se esqueceram que o negócio do Paço de Maiorca e a ruinosa parceria público-privada com a Quinta das Lágrimas, são da responsabilidade de executivos municipais PSD, liderados pelo dr. Santana Lopes e pelo falecido eng. Duarte Silva?.. 

Premonitório…


Portugal é um país pobre. Antigamente, no Natal, as famílias juntavam-se ao borralho e como não havia prendas, "o pai dava peidos e a gente ria-se.” Contudo já não é bem assim.
.
O país continua pobre mas as pessoas conhecem mundo. Diz-se até que vivem acima das possibilidades. Na Figueira, por exemplo, de manhã fazem jogging na Avenida; passeiam-se, à tarde, no Centro-Comercial; depois, despem o fato informal e vão, de noite, às tertúlias do Casino: ouvir, entre suspiros, Medina Carreira arrotar.
A notícia é que já ninguém se ri. Aplaudem de pé.

O que, na Figueira e entre figueirenses, pode ser premonitório.

Fernando Campos,  

Ironia (II)


Ontem, decidi ouvir a homília de Marcelo na TVI.
Surpreendentemente, a dado passo, penso que percebi  Marcelo dizer, nas entrelinhas, que Vítor Gaspar está a exercer o seu cargo neste Governo a pensar nas instituições onde irá trabalhar, quando deixar de ser ministro!.. 
Será assim?
Ou será que, também, estava apenas a ser irónico?...
Vamos esperar pela próxima semana… 

Quando dois gajos se zangam, o assunto é mesmo a sério!..


(Recorde-se.

Carlos Moreno explica o que vai acontecer a Portugal a partir de Janeiro


O ex-juiz do Tribunal de Contas explica as razões pelas quais os portugueses se tornarão, inutilmente, num país de 9 milhões de pedintes...
São 10 minutos e 8 segundos. Vale a pena ouvir com atenção.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ironia!..

Como sabemos, sempre teve um sonho - ser artista…
Teve, finalmente,  uma promoção inesperada para  a sua ambição de sempre: o primeiro-ministro lamentou hoje não ter sido "possível" ao ministro da Administração Interna fazer "uma declaração mais esclarecedora" sobre a intervenção do Governo na sequência da tempestade no Algarve. Mais tarde, veio o esclarecimento: Passos estava a ser irónico.
Se era ironia, foi uma ironia tão subtil que ninguém percebeu!..

O Bordalo e o Fernando


Em vésperas de inaugurar uma exposição de caricaturas e de esculturas, o Fernando esteve  recentemente de visita às Caldas da Rainha, segundo ele, “em busca de, enfim, algo específico para construir uma das suas peças.”
A prova está nesta postagem, do lado direito. A filha do Fernando,  que sabe do apreço que ele tem pelo Bordalo, fez a foto.
E cá vemos o Fernando, em pose,  o mais dignamente que lhe  foi possível. Nota-se que está  “um tanto contrito e intimidado, para gáudio de Bordalo que, por detrás do monóculo e do bigodão, parece estar particularmente divertido.”
Meu caro Fernando:  pese embora a tua natural modéstia, deixa-me felicitar-te pelo teu  bom gosto humorístico. Não é amiúde que encontramos alguém que saiba apreciar uma alma verdadeiramente talentosa como o “nosso”  Raphael Bordalo Pinheiro, que com o traço irreverente e satírico construiu uma galeria de figurões políticos e financeiros "de todos os mil grotescos que por ahi fervilham como formigas num assucareiro", intervindo decisivamente na demolição das estruturas caducas duma monarquia decadente e na rápida ascensão e propagação dos ideais republicanos.
Mas, cá pelo país está tudo diferente e tudo na mesma. A política continua  uma “grande porca”.  Nos chamados partidos do chamado “arco do poder”, todos querem é mamar.
E como não chega  para todos, parecem bacorinhos que se empurram para ver o que consegue apanhar uma teta...
Ah, quase me ia esquecendo do pormenor, que presumo importantíssimo...
"O sinal do extintor não é montagem, estava mesmo lá."

Somos os primeiros!..

Naturalmente, por uma má razão: "Portugal é campeão do mundo em PPP"...

Bom domingo

sábado, 17 de novembro de 2012

Vivemos um tempo triste… Sobretudo, por estarem a pôr em causa um País que tanto prometia...


Houve um tempo, não foi há muito, em que a maioria dos portugueses nem sabia como se lavavam os dentes e só alguns o poderiam fazer com a torneira a correr. Os outros tinham que ir à fonte buscar água.
Nunca conheci ninguém que comesse bifes todos os dias. O que eu conheci, desde pequenino, foi gente de barriga cheia que se escandalizava se um pobre a queria encher. Mas isso, do mal o menos. Porém, se, além do bife, os pobres quiserem carro e casa, então há que fazer qualquer coisa e ainda bem que o governo não dorme.
Durante algum tempo, enquanto os ricos punham o dinheiro a salvo nos offshore, os pobres compravam casas e carros a crédito, e ainda dava para a picanha pois, ao contrário do que se diz na televisão, o bife nunca chegou a todos. Mesmo assim, dizia-se que a pobreza ia acabar. Felizmente  as pessoas de bom senso, (ricos, pois claro), conseguiram evitar tal tragédia e a tendência já se inverteu: agora há pobres em cada esquina - e são cada vez mais.
Mas dá um grande trabalho convencê-los de que não podem ter tudo, senão deixavam de ser pobres. E que seria dos ricos se não houvesse pobres? A quem dariam esmolas, e para quem fariam peditórios?
Um rico não é rico se não tiver a sua reserva de pobrezinhos a quem nunca falta nada para continuar a ser pobre. Se algum se queixa, há sempre uma palavra amiga: ai aguenta, aguenta…

Linha da Beira Alta - 130 anos


"Existe censura, claro que sim"...

Mário Zambujal,
 "um bom malandro"
“A crónica ainda é dos poucos espaços do jornal onde o jornalista se pode sentir liberto da condição de escravo dos acontecimentos, da agenda, e fazer algo mais pessoal”,  Mário Zambujal, na apresentação do livro «jornalistas escritores», que decorreu no Casino Figueira. Mas é na ficção, “muitas vezes inspirada na realidade com que se confrontam no exercício da sua prosfissão”, que os jornalistas podem, garante Mário Zambujal, “transgredir, fugir às regras” tanto do jornalismo - refém da ditadura dos factos - como dos próprios cânones da literatura. 
O estado da imprensa em Portugal também foi abordado na apresentação. “A transformação do jornalismo num negócio deu mau resultado, escravizou-o às vendas com uma pressão violenta”, defendeu Mário Zambujal. E censura, ainda há?, perguntaram da plateia. “Existe censura, claro que sim”, diz a autora. “Os jornalistas não escrevem o que querem nem como querem”, corroborou Mário Zambujal. Há diferenças em relação ao «lápis azul» de outros tempos? “A censura de hoje é económica e de interesses que não são os dos valores-notícia”, concluiu jornalista, crítica de cinema e docente universitária Fátima Lopes Cardoso, autora do livro «jornalistas escritores».

Via O Figueirense

Malabarismo do costume...


Que alívio! Já não é 4%, mas sim 3,5%!.. 
Lendo as primeiras páginas da comunicação social, até parece que saiu o EUROMILHÕES ao POVO português!..
Outra vez a mesma estratégia de sempre: atira-se o barro à parede a ver se pega. Depois: ah, afinal não vamos cortar as duas pernas e os dois braços… Só cortamos as duas pernas e um braço…
Tal como os jornais, o POVO deveria manifestar toda a sua felicidade por esta boa nova... 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Saramago continua a desassossegar

José Saramago, 90 anosum prémio Nobel  levantado do chão

Paço de Maiorca: segundo os deputados municipais, um «crime financeiro» e um «negócio ruinoso», mas (digo eu...), «com charme»!..

imagem sacada daqui
Nelson Fernandes:
“Tudo isto sem dúvida que correu bem para a Quinta das Lágrimas. Isto é um buraco para a Câmara mas não é o pior. Isto é um padrão do que aconteceu no mandato anterior. Parceiros há aí aos montes, é preciso é escolhê-los bem como fizeram no mandato anterior”. 

Para ler os restantes depoimentos e outros pormenores relacionados com este lamentável e escabroso assunto, clicar aqui.
Mas, o charme nunca se perde...