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O texto abaixo é dedicado ao Zé Martins, O MESTRE.
No próximo dia 28 passam 12 anos sobre o seu falecimento.
Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto. Não a visível, mas a essencial. Era crítico e exigente. Mas, ao mesmo tempo, Amigo, fraterno, bom, tolerante e solidário.
Lamentavelmente, do meu ponto de vista, pois, pelo menos alguns, conheceram-no muito bem, doze anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.
Mas, nunca é tarde para se reparar uma injustiça...
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Fez parte do meu crescimento.
A ilusão durou uns anos, mas acabou por ser morto em combate...
No fundo, nunca passou de um bebé numa incubadora, sempre com dificuldades de respiração.
Em vida, levou muitos pontapés...
Desde o primeiro número, tinha o destino marcado, pois quem nasce
"esquerdo" e tem a espinha direita, tarde ou nunca se endireita.
E assim aconteceu.
Contudo, ensinou-me muita coisa.
Graças a ele, tornei-me exigente com a escrita, aprendi a paginar um jornal, a saber olhar para uma fotografia, a contar os caracteres, a esticar ou a encolher a prosa para caber a
"estória", a
“ver” o outro lado da notícia.
Aprendi muito com a gente que o fez...
Não só por isso, mas também por isso, fui-lhe fiel até ao fim e ainda hoje está guardado no meu coração.
Foi com ele que aprendi a gostar de fazer notícias. Foi com ele, que me tornei
“jornalista”, mas, sobretudo, foi graças a ele que me tornei mais homem, e, presumo, também melhor ser humano.
Com a sua morte, desapareceu também um bocado de mim.
Porém, as muitas horas que lhe dediquei, não as perdi:
ganhei-as.