sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Jorge Pelicano, repórter, realizador e um português atento
Do profissional, repórter e realizador, tenho visto algumas reportagens na SIC e noto que está a trilhar um caminho profissional difícil, ao trazer até nós imagens de um País – o nosso – que os poderes políticos continuam a olvidar.
Primeiro, foi com “Ainda há pastores”. Agora, com “Pare, escute e olhe”, um retrato crítico, pertinente e mordaz de um Portugal de políticas desastrosas e desastradas, de erros de ordenamento do território, como é o caso focado no documentário "Pare, escute e olhe"
Jorge Pelicano, ainda um jovem repórter e realizador, tem visto o seu trabalho reconhecido. Com “Pare, escute e olhe”, ganhou prémios no DocLisboa e no Festival de Seia.
Agora, chegou a vez da Câmara da Figueira reconhecer o mérito dos documentários de Jorge Pelicano, jovem repórter, realizador e um português atento, cuja obra nos leva a “reflectir, olhar para o futuro e questionar aquilo que se faz em nome do progresso”, ao atribuir-lhe na reunião de terça-feira passada, um voto de louvor, por proposta do vereador da Cultura, António Tavares.
Apoio de luxo?..
A ser verdade o que vem hoje no Correio da Manhã, "o apoio do ex-internacional Luís Figo ao PS nas últimas eleições legislativas terá custado 75 mil euros a uma empresa pública."
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Nunca, jamais em tempo algum
Armando Vara ainda disse mais aos jornalistas: "As acusações que são feitas no processo nunca aconteceram e estou certo que o julgamento provará o que acabo de dizer".
Por mim, já estou convencido: Vara, o ministro mais inteligente que alguma vez passou pelos governos desta insigne nação, alguma vez iria receber luvas de um sucateiro?..
Nunca, jamais em tempo algum. Para quê, foi homem que nunca vi com frio…
E os tribunais portugueses vão provar isso mesmo. Dúvidas há?...
Cheira bem, cheira a Lisboa...Aliás, África do Sul!..
"Nesta altura do campeonato já toda a gente se apercebeu de que eu preferiria estar num melhor lugar no ranking do emprego, ou do abandono escolar, ou do fosso entre pobres e ricos, da desigualdade entre homens e mulheres, dos cuidados de saúde, do apoio efectivo à cultura, do combate à corrupção... em vez de subir no ranking da FIFA.
Reconheço que este meu “feitio” é absolutamente minoritário. Ainda assim, mesmo não estando pessoalmente interessado em nada que tenha que ver com futebol, saúdo sinceramente os adeptos portugueses, legitimamente felizes pela qualificação para o próximo Mundial da África do Sul, conseguida esforçadamente pelos rapazes da Selecção Luso-Brasileira de Futebol."
Via "Cantigueiro"
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Ministra surpreendida!..
"Mas não é uma ministra qualquer"...
É a nova ministra do trabalho, dita ex-sindicalista, a ministra que aterrou recentemente na Praça de Londres vinda da Europa, onde parece ter andado muito distraída, e que pelos vistos ainda não teve tempo de estudar os dossiers.
Pela minha parte, posso dar-lhe uma ajudinha porque se os números do desemprego ontem divulgados pelo INE a surpreendem – uma taxa de 9,8 por cento e 547,7 mil desempregados – os números reais, que podem ler-se nas entrelinhas, deveriam suspreendê-la muito mais.
Na Verdade, se aos 547,7 mil desempregados somarmos aquilo a que o INE chama sub-emprego visível (66,5 mil), mais os inactivos disponíveis (82,7 mil) e os inactivos desencorajados (33,8 mil), estaremos a falar de facto de 730,7 mil desempregados e de uma taxa de desemprego de 12,9 por cento. Os números reais que qualquer sindicalista tem obrigação de conhecer."
Via abrasivo
Figueirenses prometem espectáculo na Nazaré
Os figueirenses Porkito , Jaime Jesus e Fábio Laureano vão estar presentes no certame.
Para ver o vídeo da edição de 2007 clique aqui.
(Foto gentilmente cedida por Porkito)
A vida, a ética e os políticos
A política, ouve-se dizer amiúde, deveria conter um elevado sentido ético, de missão e de serviço.
A ética, o sentido de missão e de serviço, na vida como na política, só podem ser um ponto de partida, nunca um ponto de chegada.
Os partidos, esses “chamados pilares da democracia”, não são propriamente uma escola de virtudes, de bons costumes e de lisura de processos.
Para mim, é claro há muitos e bons anos, que quem pretender militar com lisura num partido, seja ele qual for, da esquerda à direita, corre o risco de, mais tarde ou mais cedo, entrar em conflito e, no mínimo, se não se quiser aborrecer muito, acaba por ir "dar uma volta ao bilhar grande”, para arejar as ideias.
Portanto, para mim, discutir a vida interna dos partidos está fora de questão.
Verdadeiramente motivante, isso sim, é a discussão das consequências que as decisões políticas têm na vida de todos nós. Questionar ou comentar propostas dos poderes, assim como escrutinar a gestão da “coisa pública” e a aplicação dos dinheiros do estado, é um acto de cidadania a que, nem os cidadãos nem os políticos, estão habituados. Aliás, os políticos, sejam do poder central ou do poder local, sentem-se especialmente desconfortáveis se forem atentamente observados pelo cidadão normal.
Para mim, é para o lado que me viro melhor. A meu ver, político que não queira ser escrutinado, só tem uma coisa a fazer: mudar de vida.
Portanto, nunca irei compreender o engulho que as questões ou opiniões dos cidadãos geram em alguns políticos.
Se há alguém que deve esclarecimentos, são eles próprios, os políticos. Justificar, clarificar e demonstrar o interesse público das suas propostas de realizações é o mínimo a que estão obrigados.
A arrogância, a prepotência, a soberba e a falta de humildade democrática nunca ajudaram a alterar significativamente, para melhor, a vida dos cidadãos.
Sobre ética política, tive ontem a oportunidade de ler no Jornal de Notícias, esta crónica de José António Pina, que podem ler na íntegra clicando aqui, onde “Mário Soares considera que tudo o que tem vindo a público relacionado com a investigação criminal do caso "Face Oculta" não passa, enquanto questão política, de um "problema comezinho", que o mesmo é dizer, "banal", "corriqueiro", "trivial", "usual", "vulgar".
Leiam, que vale bem a pena.
Centro escolar de S. Pedro em “stand by”
terça-feira, 17 de novembro de 2009
A Portugal
Esta é a ditosa pátria minha amada.
Não, nem é ditosa porque o não merece,
nem minha amada, porque é só madrasta
nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela.
Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
Quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela
Saudosamente nela,
Mas amigos são por serem meus amigos
e mais nada.
Torpe dejecto de romano império,
Babugem de invasões,
Salsujem porca de esgoto atlântico,
Irrisória face de lama, de cobiça e de vileza,
De mesquinhez, de fátua ignorância.
Terra de escravos, de cú para o ar,
Ouvindo ranger no nevoeiro a nau do Encoberto.
Terra de funcionários e de prostitutas,
Devotos todos do Milagre,
Castos nas horas vagas, de doença oculta.
Terra de heróis a peso de ouro e sangue,
E santos com balcão de secos e molhados,
No fundo da virtude.
Terra triste à luz do Sol caiada,
Arrebicada, pulha,
Cheia de afáveis para os estrangeiros,
Que deixam moedas e transportam pulgas
(Oh!, pulgas lusitanas!) pela Europa.
Terra de monumentos
em que o povo assina a merda
o seu anonimato.
Terra-museu em que se vive ainda
com porcos pela rua em casas celtiberas.
Terra de poetas tão sentimentais
Que o cheiro de um sovaco os põe em transe.
Terra de pedras esburgadas,
Secas como esses sentimentos
De oito séculos de roubos e patrões,
Barões ou condes.
Oh! Terra de ninguém, ninguém, ninguém!
Eu te pertenço.
És cabra! És badalhoca!
És mais que cachorra pelo cio!
És peste e fome, e guerra e dor de coração!
Eu te pertenço!
Mas seres minha, não!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Informação e audiências
Numa sociedade civilizada, o grau de cidadania de um povo também se mede pela percentagem dos leitores de jornais, relativamente à população.
Quantos mais jornais vendidos, tanto maior será a consciencialização sociopolítica de um povo e, consequentemente, maior a sua capacidade de exigência democrática, de participação cívica e de decisão política.
Todos sabemos, porém, que a informação vive de audiências, isto é, deixa de fazer sentido e é supérflua sem audiências. Sem audiência, a informação morre. Mas também deixa de ter sentido e é ociosa, a informação apenas vocacionada para as audiências.
Será que por causa das audiências, se tem de matar a informação?
São necessárias audiências para justificar a informação.
Mas a busca das audiências a todo o custo, como se pode verificar no exemplo ao lado, não pode determinar e condicionar a informação.
O espectáculo do sangue, por outras palavras “o recurso sistemático "aos crimes de faca e alguidar" como chamariz desvirtua os jornais e a comunicação social, abafando o trabalho sério de jornalistas que procuram formar e informar”.
Do meu ponto de vista, um jornal a "escorrer sangue", e como sabemos há casos destes na imprensa portuguesa, pode ser tudo menos atractivo e estimulante para a leitura...
Mas, se calhar, estou completamente enganado!...
País de sucateiros...
Envie-se, pois, tudo para a sucata. E, já agora, preferencialmente, sem possibilidade de reciclagem!..