sábado, 31 de janeiro de 2009

Passaram sete dias...


Entre a foto, que pode ver clicando aqui, e a foto desta postagem, passaram sete dias.
Durante estes sete dias, nós, aqui no Outra Margem, e outros meios de informação (conforme pode ver aqui, aqui e aqui) fomos alertando, mas a situação continua a que a foto obtida hoje à tarde mostra.
A única intervenção visível no local, foram umas grades amarelas (na foto, no canto superior direito), colocadas onde a duna de areia já foi, e começa o passeio que bordeja a estrada, devido á erosão provocada pelo mar.
Só, para mais uma vez, avivar a memória, e por o seu conteúdo ser do maior interesse, vamos recuperar, com devida vénia, uma carta do SENHOR MANUEL LUÍS PATA, publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, com o título:

“Erosão das Praias”

Permitam que me identifique:

Manuel Luís Pata, nascido há 82 anos na povoação da Gala (à beira do mar), Figueira da Foz e filho, neto e bisneto de marítimos. Também eu como os meus ascendentes, segui a vida do mar, onde aprendi a ser homem. O mar foi para mim um grande Mestre… E a vida que escolhi levou-me a conhecer novos horizontes!...
Vivi 20 anos em Moçambique. Cinco na marinha mercante e quinze na província da Zambézia, catorze dos quais a governar um dos navios da Sena Sugar Estates, o “ Mezingo”.
Além do meu serviço normal, prestei no rio Zambeze preciosos e gratuitos serviços ao Estado. Entre outros, recordo com muita tristeza, quando estive 20 dias com o meu navio nas operações de recolha de “ corpos de militares e recuperação de 22 viaturas” de uma coluna militar que no dia 21 de Junho de 1969 seguia num batalhão e se afundou no rio Zambeze, quando fazia a travessia da Chupanga para Mopeia, perecendo neste naufrágio 103 militares e 2 civis. Esteve a comandar estas operações o então Capitão do Porto do Chinde, sr. Comandante Fernando Manuel Loureiro de Sousa. Sou um simples cidadão que ama a sua Pátria. É esta a razão que me leva a lutar pelo bem do meu pobre País, que continua a ser destruído, não pela natureza, mas sim pelo ser humano!...

Qual a principal causa da catástrofe que se avizinha?

Depois da “ exemplar descolonização”, regressei à minha terra natal, aqui à beira-mar plantada e, a partir de 1992, passei a dedicar o meu tempo a escrever sobre a pesca do bacalhau, tendo concluído três livros e, ao mesmo tempo, a estudar a preocupante situação da erosão costeira, principalmente na zona centro.
Devido às grandes quantidades de areias (milhões de m3) dragadas no porto de Aveiro e depositadas na Gafanha da Nazaré, para vender; as grandes quantidades dragadas na enseada de Buarcos, na barra, e na foz do Mondego e descarregadas na Murraceira, com o mesmo destino, além da que foi directamente transportada para Vigo, pelas próprias dragas… Na Praia da Figueira, há também muitos milhões de m3, retidas pelo molhe norte, além da já vendida.

Os molhes da barra da Figueira da Foz

Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “ Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!...
É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio.

A erosão da Costa da Caparica

Esta situação é, em parte, devida à extracção e venda das areias, conforme acima descrito. Sim, porque as areias não sendo seres vivos movimentam-se devido às correntes. A solução para este problema, não poderá ser resolvido simplesmente com areia. Necessita sim, de estacaria de madeira ou várias filas e, depois colocar pinheiros ou eucaliptos ao comprido com a própria rama entre a estacaria. Depois sim, a areia.
Penso que o facto de o mar atacar mais esta zona, poderá também ser devido à pedra que foi colocada à volta do Farol do Bugio. Como a área da ilhota aumentou, pode ter alterado as correntes na zona.
Há sete anos o mar afundou cerca de três metros as praias da Cova Gala. Penso que o fenómeno se deveu a razões semelhantes… Os cientistas há muito que vêm alertando que os oceanos estão a subir… porém, a degradação da orla costeira deve-se na maior parte ao homem e não à Natureza… No entanto, neste degradado País, continuam a roubar as areias ao mar para vender… Até quando!!!...

Manuel Luís Pata
Figueira da Foz

Grupo Desportivo Cova-Gala

Seniores: Praia da Leirosa / Cova-Gala
Resultado e fotos aqui.
Juvenis: Cova-Gala / Águias
Resultado e fotos aqui.

Escolas: Cova-Gala / Tocha
Resultado e fotos aqui.

Borda do rio

X&Q575


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A famosa Carta Rogatória

"O conteúdo da carta rogatória da investigação inglesa lança novas pistas sobre este caso. O primeiro-ministro é um dos dez suspeitos e é envolvido em alegados subornos. Sócrates nega qualquer envolvimento e diz-se vítima de calúnias."
O DN publica na quase totalidade a carta rogatória oficial que as autoridades inglesas enviaram ao DCIAP no último dia 19.
Mas, quer conhecer o conteúdo integral da carta rogatória?
Aqui fica, via Expresso, a versão completa da famos e já celebérrima carta rogatória inglesa.

Isto ainda vai deixar de ser notícia...


O quarto filho de uma mulher residente na Gala, nasceu numa ambulância, a cinco minutos da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, na madrugada de ontem.
O quarto filho de Carla, teve pressa em nascer e resolveu fazê-lo na estrada...
Recorde-se, que a Figueira teve uma Maternidade a funcionar durante 59 anos...
Encerrou em Novembro de 2006...

Autárquicas locais - ponto da situação

ANTÓNIO JOÃO PAREDES
“A escolha do candidato é da exclusiva responsabilidade dos órgãos locais”
FRANCISCO GUERREIRO
“É preciso gente nos lugares certos para ajudar a construir opções políticas diferentes”
LÍDIO LOPES
“A recandidatura de Duarte Silva só dependente da sua própria decisão”





«António Alves disponível para concorrer à Câmara… se for a vontade do partido» in O Figueirense

Este país existe mesmo?...

O ex-director nacional da Polícia Judiciária, juiz Santos Cabral, assegurou, ontem, em declarações ao PÚBLICO que, até ter abandonado o cargo, em Março de 2006, o processo Freeport "teve o andamento prioritário e seguiu todos os procedimentos legais" e sublinha a certeza de que "ninguém ignorava a importância do processo".

“A responsabilidade pelo facto de o processo ter estado parado desde que a carta rogatória foi expedida em 2005, até que o actual procurador-geral da República avocou o processo, em Setembro de 2008, é agora "empurrada" de polícias para magistrados do Ministério Público e de magistrados para polícias.”

X&Q570

Na mesma...


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Contas...

Sócrates, o grego, dizia: “creio que tenho prova suficiente de que falo a verdade: a pobreza”.
Segundo a Visão, os ingleses querem saber as contas do primeiro-ministro.
Querem ver as contas? Aqui estão...
Cliquem.

Alguém já viu alguma recarga aqui pelo sul?...


“O molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz vai crescer, mar adentro, 400 metros. A obra, iniciada em Setembro, também levará a praia da Figueira, já de si enorme, a conquistar mais 100 a 200 metros ao mar.
O prolongamento do molhe Norte, que delimita a praia da Figueira da Foz a Sul, pretende melhorar as condições de navegabilidade na barra e deverá ser concluído até ao princípio do Verão de 2010. Já o areal da Figueira deverá avançar sobre o mar ao longo dos seis a oito anos posteriores à concretização da empreitada, conforme referido na discussão pública do projecto, antes de este ser consignado, a 3 de Junho, ao consórcio constituído pelas empresas CPTP e Etermar.
A praia vai aumentar de tamanho na medida em que o molhe, com mais 400 metros de comprimento, vai reter quantidades ainda maiores da areia arrastada pela ondulação predominante, de Noroeste. Estima-se que esta acumulação de areias possa fazer-se sentir quase até à praia de Buarcos.
Tal processo de "assoreamento" deverá ser proporcionalmente inverso ao que se verificará nas praias a Sul do molhe Norte. No Cabedelo, na Gala e até na Costa de Lavos, faltará a areia que a ondulação de Noroeste agora arrasta, sem obstáculos, para Sul. Para colmatar tal lacuna, o Instituto Portuário dos Transportes Marítimos (IPTM) assumiu a responsabilidade de fazer recargas de areia naquelas praias, disse ao JN o comandante do porto comercial da Figueira da Foz, Joaquim Sotto Maior.”

Alguém já viu, de Outubro passado até hoje, alguma recarga de areia aqui pelo sul? Se sim, digam, pois eu não.

X&Q575


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

País de ressabiados?...

Prolongamento do molhe norte

Sabendo embora que, porventura, isso possa incomodar alguém, facto que lamento profundamente, mesmo assim, dada a actualidade da matéria, fica aqui o link para um post publicado neste blogue em 7 de Dezembro de 2008.
O senhor Manuel Luís Pata, na foto, é também uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte.
Só que, ainda um dia destes me confessou: "ninguém ouve".
Recordemos então algumas frases de Pinheiro Marques na entrevista dada à Voz da Figueira em 26 de Novembro de 2008 :

“os litorais da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa vão sofrer uma erosão costeira muitíssimo maior, com o mar a ameaçar as casas das pessoas e o próprio Hospital Distrital”.

“Devido à orientação obliqua do molhe norte, os barcos pequenos, as embarcações de pesca e ao iates de recreio, vão ter de se expor ao mar de través. Poderá vir a ser uma situação desastrosa para os pescadores e os iatistas e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio”.