terça-feira, 12 de agosto de 2008

Paz

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andersen

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Habitação típica

Foto: Pedro Cruz

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

“O País do faz-de-conta”

Este filme, já passou por mim em Janeiro de 1993.
Lembram-se dos aduaneiros?
Na altura, Cavaco Silva era 1º. Ministro. Agora, é Presidente da República.
“...a administração d' O Primeiro de Janeiro despediu todos os jornalistas em quatro dias depois reabriu o jornal com uma redacção totalmente diferente, composta por pessoas que já produziram outro periódico, chamado Norte Desportivo. Alguém se escandalizou?”
Podem colocar de pé cem Expos, realizar quinhentos europeus, que o país continua a mudar devagar!...

Apesar de ser verão

Apesar do tempo que faz, ainda é verão.
E o verão não deveria ser tempo para emoções fortes.
Cá por Portugal, as coisas decorriam sem preocupações. O petróleo até estava a baixar.
Neste mês de Agosto, as nossas dificuldades – da saúde ao desemprego, passando pela educação e pelo endividamento das famílias, enfim, as misérias de um País pobre e mal preparado – pareciam nem serem nossas.
Infelizmente, porém, mesmo no verão, os povos deixam-se manipular por oportunistas. De há uns dias a esta parte, mais precisamente desde o dia do arranque dos Jogos Olímpicos de Pequim, o Cáucaso tornou-se a zona mais perigosa do globo.
Mais uma vez, os reais interesses por detrás destes conflitos - a posse e o controlo do petróleo e do gás, que o mesmo é dizer, o dinheiro - falaram mais alto.
Apesar de ser verão, a guerra continua a ser uma grande merda.
E agora é na Europa...
Mesmo no verão, está é uma emoção forte. E uma enorme preocupação.

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Duo de janelas

Foto: Pedro Cruz

domingo, 10 de agosto de 2008

Indícios

Foto: Pedro Cruz
Obrigatoriamente, os dias que passam por estes lados, não têm de ser sinónimo de pensamento manipulado, alienado ou vazio, mas de reflexão.

Como está, então, neste mês de Agosto, a actividade dos comerciantes covagalenses, resultante do único pólo de interesse turístico que atrai pessoas a S. Pedro: a ocupação do metro quadrado das nossas praias...
Pelo menos, por aquilo que é do nosso conhecimento, este ano, aquele mês e meio que costuma decorrer entre Julho e Agosto, a chamada panaceia, para a difícil vida do comércio local, não está a cumprir o papel de almofada à crise.
Ao fim de semana, ainda se nota algum movimento. E no resto dos dias?
Não é com folclore que vamos lá.
Seria pertinente uma reflexão séria e aprofundada sobre a actividade comercial na Cova-Gala.
Noutra época do ano, claro.
Agora, é o tempo da caça ao voto.

Ontem à noite dei uma volta pela Freguesia: cerca das 22 horas, Cabedelo, às moscas. Avenidas 12 de Julho e Remígio Falcão Barreto, desertas. Alguma animação, apenas no parque de Merendas e no Pôr do Sol, na Praia do Hospital, o que é habitual ao sábado à noite.
Depois, dei corda aos sapatos e fui até à Praia de Mira, onde cheguei cerca das 23 horas.
Tudo diferente: milhares e milhares de pessoas nas ruas, largos e esplanadas. E animação. Bailes populares, bares com música ao vivo. E não só nas esplanadas à beira mar. Acreditem, a Praia de Mira, ontem, comparada com a Cova-Gala, parecia o País de António Guterres, onde as boas taxas de “cumprimento de férias” pareciam significar que a crise ainda não tinha chegado!..

Aqui por São Pedro, neste Verão, a crise é real.
Chegou. Já não estamos no tempo de Guterres, mas na realidade Socrates.
E as ideias e as soluções para os problemas concretos das pessoas não nascem nos arraiais!..
Mas, quer se queira quer não, as coisas vão mudar: até o PSD, cansado de Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, que o mesmo é dizer, do Pontal e do Chão da Lagoa, escolheu Manuela Ferreira Leite...

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Contrastes

Foto: Pedro Cruz

sábado, 9 de agosto de 2008

Aprendam que o pessoal da Cova-Gala não dura sempre


“O Estádio do Bessa, no Porto, sede do Boavista Futebol Clube, foi penhorado pela Direcção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI) e está desde as 00h00 de hoje à venda pelo valor mínimo de 28,317 milhões de euros.”

Òh meus Deus. Muito há a aprender, lá pelo Porto, com o pessoal da Cova-Gala!...
Penhorar um campo de futebol e colocá-lo à venda para quê?
Onde estarão outros clubes interessados?
E será que, alguém, quererá um imóvel daquela envergadura, com os custos de manutenção associados, para depois ir arrendar ao Boavista F.C., como todos sabemos a atravessar uma situação económica difícil?
Assim, a Direcção Geral das Contribuições e Impostos não vai lá!..
Tomem lá a solução: o caso mudaria de figura, se existisse a possibilidade de alterar o PDM e destinar outro fim ao campo de futebol.
Por exemplo, permitir a construção de uns prédios no local onde hoje está o Bessa.
Veriam que interessados não faltavam...
Talvez, até, quem sabe, aparecessem alguns dos que empurraram o Clube para esta crise!..

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Quando se fecha uma porta abre-se uma janela...

Foto: Pedro Cruz

Concerto de música clássica

Realizou-se ontem, pelas 21 horas, na Igreja Paroquial de S.Pedro um concerto de música clássica alusivo ao desembarque das tropas de Wellington na Figueira da Foz.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O medo

Foto: Pedro Cruz
Se me acusarem de ser benfiquista, desminto, mas não vou dizer que não é digno.
Seria um insulto para todos os benfiquistas.

Se me acusarem de ser socialista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos socialistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser social-democrata, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos sociais-democrtas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser centrista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos centristas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser bloquista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos bloquistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Se me acusarem de ser comunista, desminto, mas não digo que é indigno. Seria um insulto aos comunistas.
E, principalmente, à minha inteligência.

Neste momento, o contexto social e mental na Cova-Gala é favorável ao medo.
O medo e a intolerância relativamente às ideias diferentes, leva vários agentes a encaixarem-se e a tirarem partido dessa predisposição, desse solo fértil para o medo, onde abunda a cautela, a resignação, a submissão, o politicamente correcto, o situacionismo, o estar a bem com deus e com o diabo, a falta de massa crítica, o acautelar do interesse individual.

Mas, os despoletadores do medo têm medo. Medo de coabitar e conviver com ideias diferentes e a crítica, por mais fundamentadas que sejam.
Estes medos originais propiciam e incentivam o medo.
Mas, o medo combate-se activamente e não passivamente.

A História está cheia de exemplos de medo e intolerância face a ideias diferentes.
Numa Terra que se quer competitiva e moderna, não faz sentido a hostilização das ideias diferentes. Numa Terra que se quer moderna e competitiva, as ideias deveriam prevalecer pela sua pertinência intrínseca e não por outros factores secundários.
Isso, meus amigos é confundir o principal com o acessório.

Quem tem acompanhado com um mínimo de atenção os últimos 14 anos da vida autárquica local, não fica surpreendido com este conceito de democracia, pois o mesmo é parte genética da ideologia da força maioritária.
Contudo, se tal não nos surpreende, também não nos impede de publicamente demonstrarmos o nosso repudio, por atitudes que contribuem para desacreditar a política e a democracia local, afastando cada vez mais os eleitos dos eleitores.
Estiou a falar muito concretamente da menorização do papel da Assembleia de Freguesia de São Pedro.
Querem dados concretos?
Para não sermos longos, focaremos dois, recentes e importantes:
o caso da venda dos terrenos, em que um dos lotes é o Campo de jogos do Grupo Desportivo Cova-Gala; e as comemorações do bicentenário da guerra peninsular na Figueira da Foz. Estou a falar, como é evidente, na parte do programa que decorreu em São Pedro.

Como diria o recentemente falecido Aleksandr Solzhenitsyn: «Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sob o vosso poder. Ele volta a ser inteiramente livre.»
Existe, portanto, alguma razão para ceder ao medo?
Claro que não. Vivemos num Estado Democrático e de Direito.