A moderação ficará a cargo da professora e crítica literária Teresa Carvalho. A entrada no evento é gratuita, mas sujeita à lotação do espaço.
sábado, 19 de outubro de 2024
José Carlos de Vasconcelos nas 5ªs de Leitura
A moderação ficará a cargo da professora e crítica literária Teresa Carvalho. A entrada no evento é gratuita, mas sujeita à lotação do espaço.
quarta-feira, 3 de julho de 2024
A escritora Isabel Rio Novo e o editor Rui Couceiro vão estar na Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás
A Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás recebe, dia 04 de julho, pelas 21h30, no âmbito do programa evocativo dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a escritora Isabel Rio Novo e o editor Rui Couceiro.
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
Bicentenário da morte do político figueirense Manuel Fernandes Tomás vai ser assinalado
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
Homenagem a Fernandes Tomás este ano decorreu de forma diferente: teve música, canto e artes plásticas
Via Município da Figueira da Foz
«Manuel Fernandes Tomás, “Patriarca da Liberdade”, foi ontem homenageado, pelas 18h30, na Praça 8 de Maio, numa cerimónia que este ano juntou várias artes.
A cerimónia de homenagem reuniu, várias dezenas de pessoas, entre cidadãos, autarcas e representantes de entidades civis e militares e paramilitares.
Primeiro ouviu-se a «Marcha do Vapor» e depois, perante a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz foi desposta uma coroa de flores junto ao túmulo de Manuel Fernandes Tomás, tendo-se seguido o cumprimento de um minuto de silêncio em sua memória.
Seguiram-se as intervenções, breves, do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, Fernando Cabecinha; do Presidente da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto, Rui Miguel; do Presidente da Associação Manuel Fernandes Tomás, Fernando Cardoso; do familiar do homenageado, Filipe Fernandes Thomaz e do Presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes.
A tónica das mesmas foi posta na importância de continuar a evocar a figura de Manuel Fernandes Tomás e os ideais, valores e princípios pelos quais se bateu ao longo da vida, principalmente junto dos figueirenses mais jovens, que devem compreender o papel que teve na História.
A cerimónia prosseguiu com a leitura de uma súmula do trabalho realizado no ano letivo 2022/2024 Divisão de Cultura do Município e pelos Agrupamentos de Escolas do Concelho que, no âmbito do Plano Nacional das Artes, trabalharam a figura de Manuel Fernandes Tomás e tudo o que ele representa em termos históricos para a Figueira da Foz e para o país.
Seguiu-se um momento musical a cargo de Hilton Costa, violinista e diretor adjunto do Conservatório de Música David de Sousa (CMDS) e Nathalie Gal, coordenadora do Departamento de Classes de Conjunto do CMDS. Os músicos interpretaram a peça «Avé Maria», de Gounod (1859) e o tema "O Amor a Portugal", de Ennio Morricone.
Já no final, o Presidente da Câmara Municipal apresentou cumprimentos aos artistas plásticos das associações Magenta – Artistas Pela Arte e AAAGP- Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa, que se associaram à iniciativa e promoveram, ao longo do dia, uma sessão de pintura ao vivo com o tema “Manuel Fernandes Thomaz, a sua Vida, Obra e legado”.»
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
É dia de prestar homenagem ao Patriarca da Liberdade, Manuel Fernandes Thomaz, que liderou a Revolução Liberal a partir do Porto, a 24 de agosto de 1820
Na Figueira, talvez mais do que em qualquer outra cidade, os génios são quase todos póstumos.
Jurisconsulto e político, Manuel Fernandes Tomás, nasceu na Figueira da Foz, em 7 de agosto de 1770 (outras fontes indicam 30 de junho de 1771), e morreu em Lisboa, a 19 de novembro de 1822.Ficou conhecido como o “patriarca da liberdade portuguesa”.
201 anos depois da morte de Fernandes Tomás, figura cimeira do Constitucionalismo português, que levou à revolução de 24 de agosto de 1820, que transformou a sociedade portuguesa e que teve uma grande influência também na Europa, não podemos esquecer que a ambição de implantar em Portugal um regime constitucional e representativo alimentou e esteve presente em toda a acção de Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana.
As raízes do moderno constitucionalismo português estão na Revolução Liberal de 1820 e na Constituição de 1822. Na recusa do absolutismo, o novo regime liberal inicia um período de desenvolvimento de direitos cívicos e liberdades políticas, continuado pela I República, ainda que de forma insuficiente e contraditória, mas claramente interrompido a partir de 1926 e só retomado, de forma democrática, em 25 de abril de 1974.
A divulgação pública dos ideais liberais, republicanos e democráticos, que estiveram presentes na actividade política de Fernandes Tomás é uma tarefa que compete ao exercício da cidadania.
Evocar aquele que é o filho mais notável da terra, Manuel Fernandes Tomás, é recordar um homem público que poucos poderão igualar. Oxalá que no país, e em especial na sua terra, nos tempos actuais, haja quem lhe siga as pisadas no amor à causa pública. Se formos capazes disso, honraremos não só a nossa cidade, como também o importante e extraordinário legado do figueirense Manuel Fernandes Tomás.
Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo. Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»? Na "oração fúnebre", lida a 27 de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa". "E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".
Em 2023, continua a ser de toda a justiça lembrar "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria, o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre".
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
O dia 24 de agosto é o dia em que a autarquia figueirense e a maçonaria rendem homenagem ao mentor da primeira constituição portuguesa
A cerimónia está marcada para as 18H30, na Praça 8 de Maio.
"A Figueira da Foz evocará hoje, uma vez mais, a revolução de 1820 e a memória de um dos seus mais notáveis filhos: Manuel Fernandes Tomás (MFT).
quinta-feira, 25 de maio de 2023
𝟱𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗟𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮 - 𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼 𝗰𝗼𝗺 𝗟𝗶́𝗱𝗶𝗮 𝗝𝗼𝗿𝗴𝗲 | 𝗺𝘂𝗱𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗹𝗼𝗰𝗮𝗹
«A Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás informa que, devido a questões logísticas, a sessão de dia 𝟮𝟱 𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗶𝗼 𝗱𝗲 «𝟱𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗟𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮», 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼𝗿𝗮 𝗟𝗶́𝗱𝗶𝗮 𝗝𝗼𝗿𝗴𝗲, 𝗿𝗲𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗿-𝘀𝗲-𝗮́ 𝗻𝗼 𝗠𝘂𝘀𝗲𝘂 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀 𝗥𝗼𝗰𝗵𝗮 - 𝗦𝗮𝗹𝗮 𝗲𝘅𝗽𝗼𝘀𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 "𝗝𝗼𝗮̃𝗼 𝗥𝗲𝗶𝘀 𝟭𝟴𝟴𝟵-𝟭𝟵𝟴𝟮 - 𝗔 𝗜𝗻𝘁𝘂𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗮 𝗣𝗶𝗻𝘁𝘂𝗿𝗮".»
quinta-feira, 4 de maio de 2023
𝗘𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼 𝗰𝗼𝗺 𝗣𝗮𝘂𝗹𝗶𝗻𝗮 𝗖𝗵𝗶𝘇𝗶𝗮𝗻𝗲, 𝗣𝗿𝗲́𝗺𝗶𝗼 𝗖𝗮𝗺𝗼̃𝗲𝘀 𝟮𝟬𝟮𝟭, 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗻𝗮𝗹𝗮 𝗮𝗻𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀𝗮́𝗿𝗶𝗼𝘀 𝗱𝗮 𝗕𝗶𝗯𝗹𝗶𝗼𝘁𝗲𝗰𝗮 𝗲 𝗱𝗼 𝗠𝘂𝘀𝗲𝘂 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗶𝘀
Via Biblioteca Municipal Figueira da Foz
"O Município da Figueira da Foz promove, dia 08 de maio pelas 21h30, na Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás, no âmbito do seu 113.º e do 129º aniversário do Museu Municipal Santos Rocha, um encontro com a escritora moçambicana Paulina Chiziane, Prémio Camões 2021, que será moderado pelo Editor Zeferino Coelho.
quarta-feira, 26 de abril de 2023
𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗮 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝘀 𝗻𝗮𝘀 «𝟱𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗟𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮» 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗻𝗮𝗹𝗮𝗿 𝗼 𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝗻𝗮́𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗼 𝗻𝗮𝘀𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗡𝗮𝘁𝗮́𝗹𝗶𝗮 𝗖𝗼𝗿𝗿𝗲𝗶𝗮
Via Biblioteca Municipal Figueira da Foz
Dia 27 de abril, pelas 21h30, Filipa Martins, coautora do argumento da série Três Mulheres, em exibição na RTP 1, irá marcar presença na Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás, para apresentar o seu mais recente livro «O Dever de Deslumbrar- Biografia de Natália Correia», editado pela Contraponto.
quarta-feira, 12 de abril de 2023
𝟓𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐋𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚» 𝐜𝐨𝐦 𝐑𝐮𝐢 𝐂𝐨𝐮𝐜𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐞 𝐒𝐨𝐟𝐢𝐚 𝐅𝐫𝐚𝐠𝐚
13 de abril | 21h30: Sala de Leitura - Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás
Moderação: Teresa CarvalhoEntrada: Livre, sujeita à lotação da sala
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
A felicidade de saber o que é a Liberdade
É o que muitas, pela vida fora, se limitam a continuar a apreciar.
A maior parte das pessoas que conheço, não notariam a falta de Liberdade, nem lutariam se a Liberdade não existisse.
Só se preocupa com a livre expressão de ideias quem tem ideias para exprimir.
Quem gosta de Liberdade, é uma minoria que gosta de exprimir ideias e de ter acesso às ideias dos outros.
O critério foi simples: a minha memória e algumas das minhas vivências e dos amigos que, na altura, colaboraram comigo.
A minha intenção foi clara e simples: "agradecer, corporizando na figura destas pessoas, a todos que sofreram horrores para hoje sermos livres em Portugal."
Em todos existia uma "unidade de propósitos, única forma de o combate poder ter êxito".
Recorda-los, é dar exemplos de coragem, de coerência e fidelidade aos valores e princípios democráticos. Muitas vezes, as reuniões realizavam-se com a Pide à porta do restaurante. Num dos anos, no restaurante “Tubarão”, um agente quis deter a Drª. Cristina Torres, que presidia ao jantar. Porém, não o conseguiu, tal foi o “barulho” que todos os presentes fizeram e os argumentos apresentados, o que levou o agente a pedir que, ao menos, se acabasse com a reunião.
Nesses encontros, por vezes, vinham até à nossa cidade democratas de fora da Figueira: de Coimbra, Orlando de Carvalho, de Leiria Vasco da Gama Fernandes, e de Arganil Fernando Vale, "que proferiam arrebatadores e entusiastas discursos, animando os democratas figueirenses a prosseguir na luta contra o fascismo.".
Foram tempos de grande agitação e valia política, em que os interesses pessoais eram sempre superados pelo desejo intenso de contribuir para tornar possível um Portugal livre e progressista.
Como disse o Dr. Luís Melo Biscaia, "defendiam-se ideais e havia unidade no combate a um regime assente na violência, na intolerância, na denúncia e perseguição dos que não apoiavam o chamado Estado Novo, na ignorância do povo, na atribuição de privilégios injustos, um regime que apostava em amarfanhar a alma nacional."
(Este texto foi publicado na Revista Óbvia, edição de Dezembro de 2022)
terça-feira, 29 de novembro de 2022
«𝐓𝐞𝐫𝐜̧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐏𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚» 𝐜𝐨𝐦 𝐅𝐢𝐥𝐢𝐩𝐚 𝐋𝐞𝐚𝐥
A iniciativa é dirigida ao público em geral, tem entrada livre, contudo sujeita à
lotação da sala."
sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Manuel Fernandes Tomás: 200 anos depois da sua morte
Vivemos na Figueira, uma cidade em que, no ano de 2022, a realidade continua a não coincidir com a representação da realidade. Isto, não obstante a realidade da representação da realidade.
O que significa que, enquanto realidade, nos encontramos algures, menos na cidade chamada Figueira da Foz, onde em 31 de julho de 1771 nasceu Manuel Fernandes Tomás, e onde todos devíamos abertamente falar de liberdade...
Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia em Lisboa, entre 1791 e 1792. Nesse ano, foi nomeado síndico e procurador fiscal da Figueira da Foz, onde foi vereador entre 1795 e 1798.
Ingressou na magistratura em 1801, como juiz de fora de Arganil, passando a exercer, em 1805, a superintendência das Alfândegas e Tabaco nas comarcas de Aveiro, Coimbra e Leiria. Em 1808, era provedor da comarca de Coimbra.
Durante as invasões francesas, prestou valiosa colaboração ao exército luso-britânico, sendo um dos membros da Junta do Governo da Figueira, ocupando, em 1810, o cargo de intendente dos mantimentos do quartel general.
Regressado à magistratura em 1811, em 1816 ocupou o cargo de juiz desembargador da Relação do Porto, cidade onde privou com Ferreira Borges e Silva Carvalho. Com estes e Ferreira Viana fundou, em 1818, o Sinédrio, de que é considerado o primeiro membro.
Integrou a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, como vogal representante da magistratura, sendo de sua autoria o Manifesto da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino aos Portugueses.
Na Junta de Lisboa, foi deputado encarregado dos Negócios do Reino e da Fazenda, e depois administrador do Erário, tendo redigido o Relatório sobre o estado e administração do reino, durante o tempo da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino.
Foi membro da Junta Provisional Preparatória das Cortes, para as quais foi eleito deputado pela Beira, e onde integrou a comissão que elaborou as bases da Constituição, a qual, por delegação das Cortes, apresentou ao rei. Nesse mandato, foi eleito vice-presidente e depois presidente da Câmara dos Deputados, lugar que ocupou até março de 1821.
Foi reeleito deputado em 1822, embora já não tenha tomado posse. Neste mesmo ano, colaborou com Joaquim Ferreira Moura na redação do periódico liberal O Independente.
Maçon, com o nome simbólico de Valério Publícola, pertenceu às lojas Fortaleza (1821) e Patriotismo (1821), de Lisboa, da qual foi Venerável.
Deixou publicado, como sua obra maior, o Repertório geral das leis extravagantes do Reino de Portugal, publicadas depois da Ordenações compreendendo também algumas anteriores que se acham em observância (Coimbra, Imprensa da Universidade, 1815).
Ficou conhecido como o “patriarca da liberdade portuguesa”.
Quase 200 anos depois da morte de Fernandes Tomás, figura cimeira do Constitucionalismo português, que levou à revolução de 24 de agosto de 1820, que transformou a sociedade portuguesa e que teve uma grande influência também na Europa, não podemos esquecer que a ambição de implantar em Portugal um regime constitucional e representativo alimentou e esteve presente em toda a acção de Fernandes Tomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Ferreira Viana.
As raízes do moderno constitucionalismo português estão na Revolução Liberal de 1820 e na Constituição de 1822. Na recusa do absolutismo, o novo regime liberal inicia um período de desenvolvimento de direitos cívicos e liberdades políticas, continuado pela I República, ainda que de forma insuficiente e contraditória, mas claramente interrompido a partir de 1926 e só retomado, de forma democrática, em 25 de abril de 1974.
A divulgação pública dos ideais liberais, republicanos e democráticos, que estiveram presentes na actividade política de Fernandes Tomás é uma tarefa que compete ao exercício da cidadania. Em Novembro de 2022, a poucos dias da passagem dos 200 anos da sua morte, evocar aquele que é o filho mais notável da terra, Manuel Fernandes Tomás, é recordar um homem público que poucos poderão igualar. Oxalá que no país, e em especial na sua terra, nos tempos actuais, haja quem lhe siga as pisadas no amor à causa pública. Se formos capazes disso, honraremos não só a nossa cidade, como também o importante e extraordinário legado do figueirense Manuel Fernandes Tomás.
Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo. Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»? Na "oração fúnebre", lida a 27 de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa". "E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".
Em 2022, a poucos dias da passagem de 200 anos da morte de Fernandes Tomás, "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria", qual o olhar dos jovens sobre "o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre"?
quarta-feira, 2 de novembro de 2022
domingo, 25 de setembro de 2022
Figueira da Foz recorda José Saramago com exposição na Biblioteca
A Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás promove, deste sábado, 24 de Setembro, a 31 de Outubro, numa parceria com a Fundação José Saramago, a exposição «Voltar aos Passos que foram Dados», composta por 15 painéis que vão permitir encontrar ou reencontrar as obras e o legado cultural e cívico do escritor português.
Esta exposição, integra o programa das comemorações de elevação da Figueira da Foz a cidade e assinala o centenário do nascimento do autor, com selecção e composição de textos de Carlos Reis e Fernanda Costa, e design de André Letria, permitindo assim um contacto de iniciação ou de revisão com a literatura e o pensamento saramaguianos.
Esta “viagem” pela biografia literária de Saramago, representativa da ficção do séc. XX, que integra os conteúdos programáticos da disciplina de Português, no 3.º ciclo do ensino básico, no secundário e de vários estudos e projectos académicos, a nível nacional e internacional, é de entrada livre.
domingo, 18 de setembro de 2022
CELEBREMOS O 24 DE AGOSTO NA FIGUEIRA DA FOZ E O LIBERALISMO CONTRA O FEUDALISMO...
Crónica publicada na edição do mês de Agosto da Revista ÓBVIA
Foi neste dia, em 1820, que através de uma revolução, foi instalado o Liberalismo.
Foi nesta data que, há duzentos e dois anos, se começaram a dar os primeiros passos, que estão a ser longos, demorados, dolorosos e tímidos, para ultrapassar o principal problema estrutural deste País: o feudalismo, um sistema caracterizado pelo elitismo económico monopolista e tacanho, pela feudalização jurídico-política que nos conduziu pelos caminhos do "chico-espertismo" de caciquismo ridículo e oportunista.
Desde a Idade Média que, neste país, secularmente periférico e subdesenvolvido, mesmo depois da revolução de 1820, com especial relevância no período da ditadura do Estado Novo (desde a aprovação da Constituição portuguesa de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974) e depois, que os resquícios do feudalismo continuam e estão muito longe de serem ultrapassados e, muito menos, resolvidos.
Também por isso, o 24 de Agosto tem de continuar a ser recordado na Figueira.
Presumo que ninguém desconhece que, em 1820, na chegada do Liberalismo ao nosso país, foi determinante o jurista Manuel Fernandes Tomás.
Citando o meu Amigo e saudoso Capitão João Pereira Mano, no seu livro «Terras do Mar Salgado» (uma das maias importantes e obras que, desde sempre, foram escritas e publicadas sobre a História Marítima e Local da Figueira da Foz), "a família de Manuel Fernandes Tomás era uma família dos ambientes marítimos e comerciais da Figueira da Foz".
Para a afirmação de uma República livre e responsável, o exercício da "cidadania" na construção do Estado, tendo em vista a mudança da sociedade no sentido da modernização e do futuro, é acção decisiva e determinante.
Manuel Fernandes Tomás, que viveu entre 1771 e 1822, foi um dos principais obreiros da decisiva revolução de 1820. Para além da sua acção organizativa e política para a vitória da revolução de 24 de Agosto de 1820, antes, «foi um importante jurisconsulto apontado para a modernização e racionalização do ordenamento jurídico português, por isso o autor que produziu o "Repertorio geral ou índice alphabetico das leis extravagantes do reino de Portugal, publicadas depois das ordenações, compreendendo também algumas anteriores que se acham em observância", em 1815.»
Em 2022, duzentos e dois anos decorridos após a revolução e a Constituição Liberal de 1820, continua a ser pertinente recordar a figura do "Patriarca da Liberdade”.
A celebração da memória, faz parte do combate pelo Progresso e pelo Futuro.
Na Figueira, sempre foi proibido questionar convenções. Quem o faz, é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam quase todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada. Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
Vivemos na Figueira, uma cidade em que no ano de 2022, a realidade continua a não coincidir com a representação da realidade. Isto, não obstante a realidade da representação da realidade.
O que significa que, enquanto realidade, nos encontramos algures, menos na cidade chamada Figueira da Foz, onde em 31 de julho de 1771 nasceu Manuel Fernandes Tomás, e onde todos devíamos abertamente falar de liberdade...
Numa democracia, não se entende a necessidade de existirem organizações secretas, compostas por elementos afectos, transversalmente, às diversas instituições públicas e privadas. Existem elementos da política, dos partidos, dos poderes judiciais, do poder económico e empresarial, entre outros...
Putativamente, até os cangalheiros, gatos e os periquitos devem estar representados (porque estes também são dignos de defenderem os seus interesses). Ao longo dos anos, muitos escândalos rebentaram ligados a estas organizações, de gente livre e de bons costumes, como soe dizer-se na linguagem maçónica. Os casos abanam as confrarias, mercearias, regulares, irregulares, mas cair não caiem, aguentam-se nos pilares, ou nas colunas dos templos, como eles dizem. Os interesses instalados, são muito sólidos e resistentes. Existem muitas coisas, demasiado importantes, que são
decididas à luz da vela, sob chão axadrezado, que os profanos (os Zézitos do Povinho), segundo os iluminados, não conseguem ver o alcance da coisa. Nestes espaços, são escolhidos candidatos a deputados, Presidentes de Câmara, vereadores, dirigentes da administração pública afectos aos partidos de poder (PS, PSD, CDS) e são escolhidos elementos em lugar chave da sociedade dita civil, numa lógica de nacional porreirismo fraterno, onde se trocam favores e a meritocracia é engavetada.
Isto, contraria a bondade dos objectivos desta organização secular e as boas práticas. Ainda assim, existem bons exemplos, como é o caso do homenageado - Fernandes Tomás, que morreu na penúria, para honrar os altos valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Mas, o que abunda são os beatos,
que batem com a mão no peito nas missas... É caso para dizer: bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz e não para o que faz.
Adiante: estamos próximo do “24 de agosto, dia de arejar os aventais”.
domingo, 28 de agosto de 2022
Fernandes Tomás, 200 anos depois da sua morte, e a importância do seu exemplo na explicação do que é a liberdade e a democracia aos jovens
Manuel Fernandes Tomás nas Cortes Constituintes, em quadro de Veloso Salgado. |
"Morreu a 19 de Novembro de 1822, pelas 11 horas da noite" por "inflamação intestinal crónica" ou "desordem crónica das vísceras".
Morreu em "quase miséria" tendo sido criada, 10 dias antes do seu falecimento, uma comissão de beneficência para angariar fundos para a sua família.
"Não enlevava os ouvidos, nem arrastava os ânimos com as torrentes da eloquência. Persuadia ou desarreigava! A frase quase nua e correcta, toda luz e força, partia directo ao alvo e feria-o no centro. Revelando todo o pensamento detestava as ampliações retóricas e os artifícios supérfluos. Não ornava a verdade: dizia-a".(Rebelo da Silva)
(Nota: Expressões entre aspas retiradas do livro de José Luís Cardoso, “Manuel Fernandes Tomás, Ensaio Histórico- Biográfico”, cadernos Municipais, 1983)
Como podemos salvaguardar, ou até mesmo fortalecer, a memória e «os últimos instantes de um homem grande, para que os presentes e os vindouros aprendam o modo heróico de afrontar a morte»?
Na "oração fúnebre", lida a 27 de de novembro de 1822, em sessão extraordinária da Sociedade Literária Patriótica, Almeida Garret considera Fernandes Tomás "o patriarca da regeração portuguesa".
"E quem choramos nós: quem lamentam os portugueses? Um cidadão extremado; um homem único; um benemérito da Pátria, um libertador dum povo escravo".
Vivemos tempos complicados: andam por aí uns líderes populistas, generosos nos ódios, mas parcimoniosos em políticas específicas, que usam a política de esquerda e direita, muitas vezes em simultâneo, para nos quererem fazer crer que a sociedade está dividida entre dois grupos: "a população pura" e a "elite corrupta".
O público-alvo dos populistas, é quem se sente economicamente ameaçado pela globalização, quem teme que os imigrantes roubem os empregos.
Na visão hipócrita e pretensamente moralista do novo populismo, o "povo" justo está a lutar contra as "elites" malvadas. Mas não é claro quem pertence a que grupo, já que a linguagem populista é emotiva e imprecisa. As pessoas são a "maioria silenciosa", os "portugueses bons", "o povo humilde" e os jovens?
Em 2022, quase 200 anos depois da morte de Fernandes Tomás, "um homem que honrou a natureza e como cidadão a Pátria", qual o olhar dos jovens sobre "o libertador dos Portugueses, que salvou a Pátria e morreu pobre"?
Quanto mais distantes estamos do passado, mais a memória colectiva tem tendência a ir desvanecendo.
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
Santana, PS, PSD e o futuro próximo da Figueira
Presumo que, na Figueira, já toda a gente percebeu que a eleição de Santana Lopes, com a consequente derrota de Carlos Monteiro e de todos os outros candidatos autárquicos nas eleições realizadas em Setembro de 2021, fechou um ciclo de 12 anos de gestão municipalista/"socialista", e deu início a uma nova etapa na gestão autárquica do nosso concelho.
Termina, porém, aqui o consenso.
Para uns será Santana Lopes que, dos Paços do Município, não resistirá à tentação de pastorear e controlar a direita, em especial o PSD.
Para outros, Santana a eternizar-se no poder autárquico figueirense até 2034, será um empecilho que impedirá uma regeneração da direita - leia-se PS e, em especial, o PSD.
A manter-se por cá, Santana, nos próximos anos, veremos adiada a gestação de uma corrente liberal, agora muito na moda.
A bem da verdade, na Figueira que ainda ontem homenageou Fernandes Tomás, grosso modo, essa corrente não existe.
Existem alguns profissionais da política, ou com aspirações a tal, com ideias, mas sem iniciativa, nem capacidade de organização e trabalho.
Dito isto, todos sabemos que é impossível construir uma casa a querer iniciá-la pelo telhado.
Antes, é preciso levar o debate ao seio dos partidos figueirenses.
Partidos esses que, diga-se, andam, há muito, distantes dos cidadãos cujos interesses, em última instância, deviam defender. E têm andado, por culpa fundamentalmente dos próprios eleitores, que vêm a política como algo de pouco recomendável e se afastam, deixando-a, muitas vezes, a cargo de pessoal pouco qualificado.
No PS e no PSD, pelo menos pelo que dá para ver de fora, nada está a mudar.
Parece que, face ao decorrer dos acontecimentos, que não há cansaço nem a sensação de "deja vu".
É por isso que o que se vier a passar proximamente no interior do PS e do PSD é importante, não só para a Figueira, como igualmente e também para os figueirenses.