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domingo, 20 de agosto de 2023

"É uma ambição antiga dos figueirenses ligar a cidade à encosta da Serra da Boa Viagem através do corredor verde das Abadias" (II)

Na primeira das duas reuniões de câmara ordinárias do mês de Julho de 2023, realizada  pelas 17H00, no salão nobre dos paços do concelho, no passado dia 7 desse mesmo mês, um dos assuntos da Ordem de Trabalhos era a abertura do período de discussão pública referente à proposta de delimitação da unidade de execução do prolongamento do Vale das Abadias e respetivos termos de referência
Aprovada em sede de reunião, foi publicada no Diário da República em 18 do corrente mês de Agosto.
A partir desta data, o Munícipio figueirense tem 5 dias úteis para colocar o documento em discussão durante um período de 20 dias úteis.
Em Março de 2017, «estando em curso a revisão do Plano Director Municipal e Plano de Urbanização do concelho da Figueira da Foz, o Movimento "Parque Verdeapelou a todos os cidadãos para subscreverem a petição para "Alteração da classificação no Plano de Urbanização do espaço correspondente ao Horto Municipal e Parque de Campismo".
"Que todos juntos consigamos salvar o último pulmão da cidade!"
Na altura, temia-se que com a última  aprovação do PDM, o Parque de Campismo viesse a ficar asfixiado!

Não sou bruxo, mas em 17 de Abril de 2017 escrevi o seguinte:
"A ignorância é uma qualidade de muitos!..
O presente político na Figueira, protagonizado por esta maioria absoluta presidida por João Albino Ataíde, vai ter um fim inesquecível.
A vantagem das profissões de fé, é esta: pode ignorar-se o óbvio, pelo menos, enquanto o peso da evidência não nos esmaga a ignorância
Foi com estes pensamentos que, hoje à tarde, abandonei os paços do concelho da Figueira da Foz, depois de ter presenciado uma acesa, mas civilizada, discussão política, entre um cidadão informado chamado Luís Pena, que anda há décadas a exercer o seu legítimo direito de cidadania em defesa da nossa cidade e do nosso concelho, e o executivo de maioria socialista, presidido por um cidadão chamado João Ataíde que, em 2009, caiu de pára-quedas na Figueira
Amanhã, haverá certamente mais pormenores do debate desta tarde. 
Para já, por um lado,  quero relevar a intervenção da vereadora da oposição Teresa Machado, de que destaco esta frase: «se se vender o Horto, vai-se cometer um erro tremendo, como aconteceu com o edifício "O Trabalho"».
Recorde-se que o único vereador que, na altura, votou contra a implantação daquele edifício que constitui um "pesadelo" para esta câmara e para os figueirenses, foi o eng. Abel Machado.
Por outro lado, dado o interesse da intervenção de Luís Pena na reunião de Câmara realizada na tarde de 17 de Abril de 2017, para memória futura, aqui fica na íntegra. 
(Para ler clicar aqui).

Sabemos o que se passou. A "Várzea de Tavarede, tida como a zona da Figueira com melhores terrenos agrícolas, tem vindo a ficar cada vez mais betonizada com a instalações de grandes superfícies comerciais – Pingo Doce, AKI e, mais recentemente, o LIDL, o Continente e as bombas da BP.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Obras nas instalações da PSP... Será desta?

Imagens via Diário as Beiras


Há muitos anos que as instalações da PSP na Figueira da Foz estão a necessitar de obras: em Agosto de 2013, por exemplo, numa visita enquadrada nu­ma «actividade rotineira», o então director nacional da PSO, Paulo Valente Gomes, que já havia estado no edifício depois da intempérie de Janeiro desse ano, era da opinião que o imóvel «precisa de uma intervenção mais estrutural». «Quer no exterior, quer no interior do edifício, há áreas a carecer de uma intervenção de fundo», estando a estudar «a melhor modalidade de financiamento»O então director nacional da PSP, Paulo Valente Gomes, deslocou-se à Divisão Policial da Figueira da Foz, para uma reunião com o presidente da Câmara da Figueira da Foz na altura, João Ataíde. Em declarações aos jornalistas, Paulo Valente Gomes manifestou interesse em que seja realizada uma intervenção profunda na esquadra local. “Estamos a estudar qual será a melhor modalidade em termos de financiamento. Sabemos que é uma intervenção que maioritariamente compete à Administração Central, mas analisaremos a modalidade mais adequada para financiar a obra”, explicou o director nacional.


Meses depois, em Maio de 2014,  Paulo Rodrigues presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) visitou a Divisão da Figueira da Foz e ficou abismado com o que viu: instalações da PSP “envergonham a polícia e o país”.
Se um estrangeiro tiver de se deslocar ao edifício, fica com uma imagem negativa da força de segurança e de Portugal. Além da degradação das instalações, que se faz notar, por exemplo, nas casas de banho e na falta de acessibilidades para deficientes, Paulo Rodrigues denunciou a falta de material informático. O presidente da ASPP afirmou que as fotocopiadoras e as impressoras estão avariadas, o mesmo acontecendo com alguns computadores. A falta de condições de trabalho, frisou ainda, põe em causa a saúde dos polícias.
As oficinas da PSP locais têm amianto, passando a integrar a lista que o sindicato está a elaborar sobre equipamentos policiais com fibrocimento.

Entretanto, passaram 10 e as obras ainda não avançaram. Será desta?
"As condições de trabalho para os polícias continuam a degradar-se na Figueira ao ritmo do envelhecimento das instalações."

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Paço de Maiorca deverá vir a ser vendido

 Via Diário as Beiras

«O município da Figueira da Foz deverá avançar com a venda do Paço de Maiorca, depois de o relatório final da auditoria externa apontar uma estimativa de 3,5 milhões de euros para a sua requalificação.

O presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, divulgou hoje de manhã, em sessão de Câmara, o relatório da auditoria externa e anunciou uma proposta de venda do imóvel para ser votada na próxima reunião, que deverá passar pela alienação em hasta pública.

“Mesmo que tivesse 100% de financiamento, entendo que o município não deve fazer isso [avançar para a requalificação], pois é um peso muito grande”, disse o autarca aos jornalistas.

Segundo Santana Lopes, além da estimativa “por baixo” de 3,5 milhões de euros para a recuperação do edifício, o Paço de Maiorca representa ainda para o município um encargo de cinco milhões de euros, devido a uma parceria público-privada mal sucedida.

Em 2008, o município aprovou uma parceria público-privada para ali edificar uma unidade hoteleira, a obra acabou abandonada e o processo judicial que se seguiu terminou com o município da Figueira da Foz a ter de pagar cerca de cinco milhões de euros à massa insolvente da sociedade.

Além disso, está ainda em tribunal um recurso da Autoridade Tributária sobre um milhão de euros de Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), que a autarquia ganhou em primeira instância.

“O que é uma dor de alma é aquilo continuar a degradar-se, portanto, quanto mais depressa se vender, melhor”, sublinhou Santana Lopes, que rejeitou para o município a repetição de parcerias público-privadas, nem sociedades com privados.

O Paço de Maiorca, edifício do século XVIII, foi adquirido para o município precisamente por Santana Lopes há mais de 20 anos, na sua primeira passagem pela presidência da Câmara da Figueira da Foz.

Na reunião de hoje, Santana Lopes anunciou também a realização de uma auditoria à evolução da dívida da Câmara entre 1998 e a atualidade, cuja proposta será votada na próxima sessão.

“É o trabalho de que não prescindo, de conhecimento, que até pode ser contra mim”, salientou o autarca eleito pelo movimento Figueira a Primeira, que já exerceu o cargo de presidente entre 1997-2001.

A auditoria deverá durar entre quatro e cinco semanas, disse Santana Lopes.

“Por mais que eu peça aos serviços, não consigo ter uma resposta esclarecedora da evolução da dívida, nem há ninguém que me a consiga explicar”, justificou o presidente da Câmara.»

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

A pesada herança do edifício "O Trabalho”: «...começaram as obras de reabilitação. A empreitada começou no interior....»

 Via Diário as Beiras

Em tempo.

segunda-feira, 17 de março de 2014
- o vereador Carlos Monteiro… advogou «todos temos de ser proactivos».
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
- a vereadora Ana Carvalho, deu conta que a seguradora Açoreana não tenciona reabilitar o Edifício O Trabalho. 
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
- "o prazo da licença para obras no Edifício O Trabalho caducou. Aliás, já caducaram todos os prazos a que o proprietário do imóvel, a seguradora Açoreana, recorreu."
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
- Autarquia pretende demolir o Edifício O Trabalho para cortar o mal pela raiz
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
- "Novos donos querem reabilitar Edifício "O Trabalho"...
sexta-feira, 19 de abril de 2019
- Edifício o Trabalho está à venda no OLX!..
sexta-feira, 15 de maio de 2020
- O Edifício "O Trabalho" paga IMI?
sexta-feira, 22 de maio de 2020
- Obras no Edifício O Trabalho incidirão no interior e exterior das áreas comercial e habitacional
- Novos proprietários do prédio manifestaram vontade em iniciar as obras brevemente 
- Donos anteriores também apresentaram projetos mas  não realizaram  as obras.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Um dia bem passado: uma visita ao Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira


O Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, nas actuais instalações, foi inaugurado no dia 20 de outubro de 2007. 
De autoria do Arquitecto Alcino Soutinho, o novo edifício veio concretizar uma das grandes prioridades da política cultural do Município de Vila Franca de Xira, criando as condições para a implementação de um projeto museológico mais ambicioso e de âmbito nacional.
A iniciativa de criação de um Museu dedicado ao neorrealismo nasceu em Vila Franca de Xira na década de oitenta do século XX, da vontade de um grupo de intelectuais ligados ao movimento neorrealista, concretizado através da criação da Comissão Instaladora do Museu do Neo-Realismo e da Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo (APMNR).
Em 1993 foi dado mais um passo com a abertura ao público do Centro de Documentação do Museu. O projeto do Museu foi evoluindo em torno da área arquivística e bibliográfica, porém, cedo enriqueceu e diversificou o seu património, desenvolvendo um vasto conjunto de coleções museológicas, com destaque para espólios literários e editoriais, arquivos documentais (impressos e audiovisuais), acervos iconográficos, obras de arte, bibliotecas particulares e uma biblioteca especializada na temática neorrealista.
Neste momento, estão patentes ao público as seguintes exposições:
 “Jorge Vieira: Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido”.
Com curadoria de Leonor Oliveira e Paula Loura Batista, a Exposição tem como ponto de partida a emblemática obra de Jorge Vieira “Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido”, abrindo portas a uma reflexão mais alargada relacionada com a defesa dos valores da Liberdade e da Democracia, com a visão política do artista e com a forma como esta teve expressão no espaço público em Portugal.
"A Família Humana", que dá a conhecer a nova colecção internacional de fotografia do Museu do Neo-Realismo, centrada no período 1930-60.
Esta coleção foi formada com o contributo de Jorge Calado, conhecido curador e colecionador, e conta com cerca de 375 fotografias de mais de 175 artistas de 25 nacionalidades, que fotografaram em 60 países dos 5 continentes.
Vai estar patente ao púbico até 29 de maio de 2022.
Representações do Povo, que pretende reflectir como artistas próximos ou distintos do neorrealismo representam o povo, na relação com os seus diferentes contextos geográficos e históricos.
São seis os artistas e seis os conjuntos de obras, de Domingos António Sequeira a Graça Morais, passando por Rafael Bordalo Pinheiro, Augusto Gomes, Tereza Arriaga e Jorge Pinheiro. Através deles, o Povo irrompe: refugiados da Terceira Invasão Francesa, a figura derrotada ou ameaçadora do Zé Povinho, os pescadores de Matosinhos, os vidreiros da Marinha Grande, as «Marias» da aldeia transmontana do Vieiro, os camponeses da reforma agrária alentejana, na comovente alegoria a dois dos seus mortos.
A Exposição, que ocupa o piso 2 do Museu, é o resultado de um trabalho conjunto de seis comissários, Carlos Silveira, Pedro Bebiano Braga, João B. Serra, Laura Castro, Joana Baião e Raquel Henriques da Silva, a qual assumiu coordenação geral da mesma.
Patente até 10 de abril de 2022.
Pormenor importante: a entrada é gratuita.
Mais fotos aqui.

sábado, 18 de setembro de 2021

Autárquicas 2021: inauguração de um edifício sede de uma Junta de Freguesia a oito dias das eleições!

Senhor Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz:
A oito dias da votação para as autárquicas 2021, na Figueira, esta missiva que lhe dirijo é o texto elaborado da forma mais desapaixonada e descomprometida que alguma vez me aconteceu.

Todos sabemos a forma como chegou a presidente de câmara.
Com a frontalidade que, presumo, embora não gostando de mim nem um bocadinho, me reconhece, digo-lhe que nunca fui seu admirador, enquanto político. Já agora, para ser completamente sincero, ainda menos o apreciei enquanto vereador e vice-presidente. E, ainda menos, desde Abril, de 2019, como presidente.

Esclarecido isto, o facto é que V.a Exa. é o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Na política, o Senhor e eu sabemos, que das palavras com promessas aos actos, vai uma enorme distância.
Na política, o Senhor e eu sabemos como é importante o parecer. Infinitamente mais que o ser.
Na política, o Senhor e eu sabemos como é importante a  gestão da imagem e da agenda de que todos falam, mas  poucos conseguem gerir e dominar.
Ambos sabemos que o concelho da Figueira, nestas autárquicas de 2021, vive uma campanha marcada por uma circunstância extraordinária - a candidatura de Santana Lopes -, não pelo facto de ser um ex-Primeiro-Ministro, mas por ter sido o político que, em 1997, tirou o PS da cadeira do poder autárquico, depois de cerca de 2 décadas de liderança.

A Figueira - e o concelho -, tem questões acumuladas por solucionar, por  anos e anos de problemas empurrados com a barriga ou olimpicamente ignorados.
O Senhor está há 12 anos seguidos no Poder, 8 dos quais em maioria absoluta.
Sou franco: não confio na sua competência política, nem na competência da sua equipa de vereadores. 
Recordo o deslumbramento e a arrogância com que tomou conta do poder em Abril de 2019, após a ida para Lisboa do anterior presidente.
Desconfio também da competência da sua equipa. Desconfio ainda de muitas das medidas que anunciou, nomeadamente os objectivos da autarquia para 2020, em declarações aos jornalistas, na passagem de ano de 2019 para 2020.

Desde logo, para que serviu esta requalificação do Cabedelo? 
Estão resolvidos os problemas do Parque Industrial e Empresarial da Figueira da Foz, designadamente foi suprida a falta de terrenos disponíveis? Onde ficam situados os 20 hectares anunciados para o seu crescimento? 
A Zona Industrial do Pincho, já tem os prometidos 18 hectares de terrenos municipais disponíveis para a implantação de empresas? Já foram adquiridos os 22 hectares que faltam para dimensionar  a zona industrial do Pincho para os 40, como foi prometido? 
Já foi elaborado o Plano de Pormenor do Vale de Murta, prevendo-se que venha a ter uma área de implantação de 18 hectares? 
Onde é que estão as medidas a favor da mobilidade sustentável? A ciclovia europeia Eurovelo, era para ter sido uma realidade em 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego. A requalificação da estrada “Enforca cães” também era para arrancar em 2020. 
No sector da saúde, onde é que está a solução para Maiorca? 
Que eficácia tem a penalização do IMI para imóveis devolutos? Por exemplo, quanto é que pagam de IMI os proprietários do Edifício o Trabalho?
A limpeza de espaços públicos tem sido alvo de críticas.  Que eficácia teve  “a grande novidade de 2020", que foi o anúncio da Câmara "investir muito na limpeza do concelho, no sentido de que a Figueira da Foz seja uma referência de qualidade de vida, tendo a sustentabilidade sempre presente"?
Ao menos o concelho tem mais e melhor internet?
Ou estou muito enganado, ou V. Exa. não tem a fibra, a estaleca, a visão e o sentido de planeamento e responsabilidade que se exigem a um Presidente de Câmara digno desse nome.

Na Figueira atingiu-se o tempo das reformas, mas das reformas a sério, estruturais e globais. Como saberá as reformas para ultrapassar este "definhamento" em que vivemos, não se fazem a um ano, dois anos. Levam muito mais tempo, fazem-se a quatro, oito anos, senão a uma década ou ainda mais. 
V.a Exa.  sabe que não pode, nem tem condições para protagonizar a mudança que a Figueira precisa. Não é com uns remendos aqui, outros ali, uma gestão criteriosa de inaugurações, que se pode aspirar a uma reeleição. 
Pode acontecer. Mas, se acontecer os figueirenses estarão a contribuir para adiar o desenvolvimento do concelho. Estarão a contribuir, ainda mais, para adiar o que é inadiável.
A situação do concelho é preocupante. Não basta, presumo eu, a oito dias da realização das eleições, inaugurar um edifício´sede de uma Junta de freguesia, para ganhar eleições. 
Uma simples pergunta final: ao menos as obras estão terminadas no edifício sede da Junta de Freguesia de Vila Verde no dia da inauguração?

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Telenovelas figueirenses: Edifício O Trabalho (episódio nº. 369)

SINOPSE DO EPISÓDIO DE HOJE, VIA DIÁRIO AS BEIRAS

RESUMO DE (ALGUNS) EPISÓDIOS ANTERIORES:
segunda-feira, 17 de março de 2014
- o vereador Carlos Monteiro… advogou «todos temos de ser proactivos».
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
- a vereadora Ana Carvalho, deu conta que a seguradora Açoreana não tenciona reabilitar o Edifício O Trabalho. 
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
- "o prazo da licença para obras no Edifício O Trabalho caducou. Aliás, já caducaram todos os prazos a que o proprietário do imóvel, a seguradora Açoreana, recorreu."
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
- Autarquia pretende demolir o Edifício O Trabalho para cortar o mal pela raiz
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
- "Novos donos querem reabilitar Edifício "O Trabalho"...
sexta-feira, 19 de abril de 2019
- Edifício o Trabalho está à venda no OLX!..
sexta-feira, 15 de maio de 2020
- O Edifício "O Trabalho" paga IMI?
sexta-feira, 22 de maio de 2020
- Obras no Edifício O Trabalho incidirão no interior e exterior das áreas comercial e habitacional
- Novos proprietários do prédio manifestaram vontade em iniciar as obras brevemente 
- Donos anteriores também apresentaram projetos mas  não realizaram  as obras

domingo, 11 de julho de 2021

Cabedelo: gastaram milhões de euros e não se lembraram sequer das casas de banho?..

Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaracterizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). E temos o Cabedelo...
Ao longo dos anos fomos alertando para a necessidade de um balneários públicos no Cabedelo. As obras estão quase concluídas. A solução é esta: um contentor...
Para ver o vídeo clica aqui.
Raros são os recantos, como era o caso do Cabedelo, em que as pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, conseguiam ter ali uma vivência e uma vida que, em conjunto, fazia sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que era o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emocionava e dava paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existiam. Não tinham a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionavam, a quem o visitava, sentir que estava num lugar diferente e especial. 
Mataram o Cabedelo, aquele local que, antes destas obras, ainda conseguia oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.
Como qualificar este processo? Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?
O que restou? Do que é que as pessoas se vão lembrar?
Não sei se é por ter me ter criado e crescido por ali, "à solta", mas do que me vou lembrar é de uma fatia que vai fazer parte do saque feito ao litoral, desde o Minho até ao Algarve.
A coberto das denominadas requalificações, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por urbanizações e resorts, mais as suas piscinas, campos de ténis e campos de golfe.
É disto que me vou lembrar quando pensar no Cabedelo de há 60 anos: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Desorganização urbana

Foto retirada do facebook, via Isabel Maria Coimbra.

Esta fotografia tem tudo o que se queira: fervor sinalizador (olhai a segurança!), obras (vai uma requalificaçãozinha eleiçoeira?), casario urbano degradado, passeios vedados e intransitáveis (pedimos desculpa pelo incómodo; estamos a melhorar a mobilidade), edificado devoluto (aqui podia morar gente) caindo em ruína (vai uma sandes de pato-bravo?), fachadas antigas abastardadas (a aposta no empreendedorismo) e edificado moderno do melhor gosto (se repararem com atenção lá está o edifício "O Trabalho")... 
Tudo o que se queira. Do melhor da civilização urbana.
A Figueira está entregue aos bichos há muitos anos... E a periferia que se cuide:  atenção aos terrenos da antiga Alberto Gaspar & Cª. Ldª...
Olhar para a Figueira, em 2021, chega a ser doloroso! A  sucessão de crimes,  desde Buarcos ao Cabedelo, passando pela Rua dos Combatentes, é qualquer coisa de chocante e revoltante.
Sinceramente, perdi a esperança de algum dia ver melhoras. Isto é a  barbárie. Aquela visita de ontem ao reino do "breve" em estilo motard, acabou com o resto...
Em verdade vos peço. Em 2021, tentem evitar carreteiras que levem às urnas. Senão estiveram atentos, será a a própria barbárie que vão caucionar. 

domingo, 2 de maio de 2021

Alguém sabe quanto é que custou o edifício sede da Junta de Freguesia de S. Pedro construído de raiz no mandato autárquico de 1986/1989?

6 264 contos!..

O imóvel foi construído com gestão, administração e acompanhamento quotidiano do executivo da autarquia de S. Pedro
A Câmara comparticipou financeiramente e no acomanhamento por parte dos seus técnicos.
Fica uma palavra de reconhecimento e de saudade ao esforço e dedicação à causa Pública do primeiro presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, Domingos São Marcos Laureano.
Foi a sua capacidade de organização e de trabalho, associada à sua saudável teimosia que permitiu que um executivo de uma junta de freguesia acabada de nascer, tivesse realizado algo impensável para quem conhece os problemas burocráticos e a escassez de meios financeiros existentes no Estado: dotar S. Pedro com um edifício que permitiu aos continuadores um conforto e condições de trabalho que o primeiro executivo não teve.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

A pesada herança do edifício "O Trabalho”: "esta é a primeira vez que se passará dos projetos à acção"...

Porém, a história já vem de longe e é conhecida, pois grande parte dela está contada aqui: ao longo de décadas "os diversos proprietários anteriores do imóvel apresentaram projetos e manifestações de interesse para a reabilitação do Edifício O Trabalho, mas nenhum deles avançou com as obras."
E, como 2021 é anos de eleições autárquicas, estou como S. Tomé: só vendo...
Via Dário as Beiras

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Em dias assim, como o de hoje, é tão bom viver na Figueira. Quem sabe usufruir, goza tanto!..

Criei o OUTRA MARGEM, já lá vão quase 17 anos.
Nesse dia, a 25 de Abril de 2006, já na Figueira havia carnaval todos os dias.
Eu não inventei nada. 
Desde aí, se não todos os dias, quase todos os dias (com a gestão dos presidentes  Duarte Silva e João Ataíde, ambos de  boa memória, até aos dias de hoje, com o "tolerante" Carlos Monteiro...) a coisa funcionou na perfeição, pois a Figueira é uma animação constante.

É uma felicidade viver na Figueira: creio que seria impossível viver noutro concelho mais divertido do que este.
O OUTRA MARGEM, trouxe-me a possibilidade de ser muito acarinhado, muito bem tratado, muito incentivado e, sobretudo, muito tolerado.
A Figueira é um poço sem fundo no que à vida democrática diz respeito.
Dito isto, fica uma declaração de interesses: o autor deste blogue, considera que a saúde, a educação e os serviços básicos, constituem são direitos de todos os seres humanos e deveriam em Portugal ser assegurados pelo Estado. Mais: considera que a privatização da água e da electricidade foram uma boa merda que nos aconteceu, e foi uma maneira de fazerem pagar, à esmagadora maioria, muito mais por algo que é esssencial para as suas vidas, para gáudio e usufruto de uma minoria, muito minoritária.
Se me quiserem chamar comuna por causa disso, estão - não à vontade - mas à vontadinha.
Posto isto vamos à revista de imprensa de hoje.
No Diário as Beiras, temos mais um episódio da telenovelas figueirense: Edifício O Trabalho. Mais, uma vez nada de novo. "O gabinete de arquitetura que fez o projeto para a recuperação do imóvel informou, recentemente, a autarquia de que os proprietários, um fundo de investimento, já escolheu o empreiteiro e vai iniciar as obras." Portanto, é natural que "a carta enviada pelo gabinete de arquitetos à autarquia também não deverá entusiasmar os figueirenses, tantas foram já as vezes que tomaram conhecimento da mesma intenção".
No mais, três boas notícias e uma péssima. Vamos às boas: 
1. "Há muito que não eram reportados tão poucos novos casos de covid-19 num só dia no concelho, mesmo tendo em conta que o número de resultados reportados pelos laboratórios ao fim semana é baixo."
 2. O sol e o calor, qual primavera antecipada depois de semanas com chuva e frio, foram, no fim de semana, o pretexto para passeios higiénicos e corridas na marginal de Buarcos e da Figueira da Foz.
3. Revelando espírito empreendedor, "dois estabelecimentos da Baixa da cidade, durante o fim de semana, descobriram uma alternativa à proibição de servir bebidas ao postigo durante o confinamento, instalando máquinas “selfservice” de café, semelhantes às domésticas, no passeio."
Vamos à má: "A forte agitação marítima dos últimos dias destruiu o Poço do Guarda, na Praia da Cova, um ex-libris da Freguesia de São Pedro, no concelho da Figueira da Foz."
Nada que não fosse fácil de prever. Tal como a evidência há muito prevista da "erosão costeria estar a aproximar (perigosamente) o mar da zona residencial da Praia da Cova".

Sobre a erosão costeira, pouco mais há a acrescentar. Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo está a caminho da falência - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

Retomando a revista de imprensa, o Diário de Coimbra chama a atenção "para o desespero da restauração figueirense e das apreensões com o futuro, as preocupações da JS local com a reactivação dos núcleos de estaudantes no ensino secundário e o apelo da BU Alhadense aos seus sócios para que paguem as quotas."

Ler, é saber mais. 
Portanto, de manhã não se esqueçam de ir à página do facebook da câmara (para ficarem a par da propaganda oficial do regime figueirense), passar os olhos pelos jornais que falam da Figueira. 
Já agora, se assim o entenderem, vão continuando a passar pelo OUTRA MARGEM...

sábado, 19 de setembro de 2020

Telenovelas figueirenses: Edifício O Trabalho está à venda

Espaço publicitário da responsabilidade da Imovirtual


Vende-se prédio com 7 andares junto ao casino. 5 600 000 € 2 121 €/m²

(Nota OUTRA MARGEM: Esta, é uma oportunidade única e irrepetível. Será que os empresários figueirenses andam a dormir? Com a Câmara não podemos contar: tem de pagar 5 milhões e tal de indemnização aos credores do Paço de Maiorca. Não fora isso e não sei não...)

A Localização deste prédio não poderia ser melhor!

Ideal para Hotel, pois a Figueira precisa de uma oferta mais moderna e apelativa para poder ter capacidade para grandes eventos!
Também pode ser transformado em oferta para habitação, sendo um projeto bem pensado e prático que possa satisfazer os nossos jovens, tentando inovar com alguma coisa diferente da que já existe.
Estando perto do Casino podemos falar e pensar numa oferta mais virada para esse tipo de cliente!
Tantas coisas que se podem fazer com este Imovél tão perto de tudo!
O Prédio é composto por um total de 220 Frações
Sub cave e cave, para estacionamento. ( 110 LUGARES DE ESTACIONAMENTO)
Rés de chão e 1º andar, para comércio. (41 LOJAS PARA COMÉRCIO)
O 2º e 3º andar para escritórios. (26 ESCRITÓRIOS)
O 4º, 5º, 6º e 7º andar para Habitação. (38 APARTAMENTOS)
Fica situado junto ao Casino, Mercado Municipal, Praia do relógio e Marina.
Visite.

Características

  • Elevador
  • Gás Canalizado
  • Terraço
  • Vista de Cidade

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Câmara da Figueira: mais um "imbroglio"?..

Via José Augusto Marques
«Praia de Quiaios no final dos anos setenta.
As tendas que estão em primeiro plano situavam-se onde está agora o N2.
O antigo posto da Guarda Fiscal, que se vê, era uma das quatro construções em alvenaria que então existiam.»
Segundo o que OUTRA MARGEM apurou, "em meados da década de 80 a Junta de Freguesia de Quiaios e a Guarda Fiscal chegaram a acordo para a mudança de local do posto da Guarda Fiscal. O antigo posto, edifício de 4 águas com uma muro de cerca de 80 cm à volta, situava-se precisamente no local do prédio que fica à frente do balneário publico, fazendo frente para o mar, onde ainda não havia qualquer estrada, e também, pelo lado sul, para a estrada (empedrado com saibro) que dava acesso à praia, conhecida então por rua da Praia. O objectivo foi valorizar o lote onde o posto se encontrava, porventura com uma das melhores localizações da Praia, de acordo com o entendimento de então. Nesta altura havia apenas quatro casas construidas em alvenaria na Praia: o posto, a casa da "companha" da arte, que ainda lá está perdida no meio das novas, no quarteirão entre a entrada principal da Praia e o antigo restaurante Sereia, e mais duas pequenas casa de particulares estilo algarvio, com terraço, portanto.
A Junta de Freguesia, em troca do espaço onde estava o posto, mandou construir um novo posto à firma Pinheiro e Filhos e entregou-o à GF. O espaço e respectivo edifício foram registados nas finanças e conservatória em nome da Junta para depois ser entregue à GF. Porém, ou a GF nunca(?) registou o novo posto em seu nome e manteve o registo anterior ou o registo não foi bem feito."
Resumindo na opinião da nossa fonte: "através dos registos que são conhecidos o imóvel é da junta de freguesia. Moralmente, pelas actas da junta e pela memória que existe da situação, o imóvel é da GF. Estamos apenas perante diferentes localizações de registo. O actual posto, que está em leilão, situado na av. Manuel Bento e o anterior ainda registado na rua da Praia.
O presidente de câmara, ao que parece, não fez o trabalho de casa: anunciou aos sete ventos a concessão dos dois imóveis e nem sequer convidou a presidente da junta de Quiaios.
A senhora presidente, perante isto, questionou a câmara"...
Na edição de hoje do Diário as Beiras veio a seguinte notícia. A presidente da Junta de Quiaios, Fernanda Lorigo, contactada pelo jornal, adiantou que só prestará declarações sobre o assunto depois de ver a situação esclarecida.

domingo, 2 de agosto de 2020

Na Figueira, quem tem sido fraco com os fortes, tem legitimidade moral para ser arrogante e pretensamente forte com os "fracos"?..

Na Figueira, existem prédios em ruínas, há décadas, em algumas das zonas mais valorizadas da cidade. 
Exemplo disso é o edifício "O Trabalho".
Isto é a  demonstração do que tem sido o poder político na Figueira, nas últimas 4 dezenas de anos: fraco com os fortes e forte com os fracos.
A questão, para os figueirenses é esta. Passo a citar o  ex-vereador António Tavares, numa crónica publicada no jornal AS BEIRAS, na terça-feira, 11 de março de 2014.
"...  não conseguimos perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e de grande fluxo de turistas e locais..."

O edifício o Trabalho, é o exemplo, mais do que acabado, do que resulta das megalomanias dos autarcas figueirenses de ontem, de hoje e, presumivelmente de amanhã.
 “Na minha opinião, aquele edifício nunca devia ter sido construído. Não se trata apenas de um problemas estético, que retirou harmonia, trata-se de uma questão funcional, porque criou problemas de insolação, por causa do ensombramento que ele projeta nos outros edifício”, opinava nas BEIRAS de 29 de Dezembro de 2017, Daniel Santos. O especialista apontou, por outro lado, os problemas de funcionalidade, com o aumento do tráfego automóvel e a falta de estacionamento na zona, que “não tem capacidade para suportar a carga decorrente da ocupação do edifício”. Concluindo, defendeu:  “a construção daquele imóvel contribuiu para retirar entidade ao Bairro Novo".

terça-feira, 28 de julho de 2020

"Momentos Monteiro"

Na Figueira, há  quem trabalhe muito. Nomeadamente, quem exerce funções na área da propaganda. Trabalha-se muitas horas por dia.  Escolher  os temas da propaganda, fazer contrapropaganda e desinformação bastante profissionalizada, dá trabalho. Muito trabalho mesmo...
Já governar, é uma tarefa residual. Estudar os assuntos, identificar e resolver os problemas prioritários, implementar um planeamento, fazer qualquer coisinha por um território que está numa crise profunda, seria outra conversa. Daria trabalho, muito trabalho. 
A "pandemia", que é tratada como uma desculpa útil, vai continuar a ter as costas largas.

Já toda a gente percebeu, que o poder na Figueira incorpora todos os dias na sua agenda um pretexto, que tem como objectivo ou a propaganda directa de si próprio,  ou uma resposta às críticas. Todos os dias, insisto, todos os dias, a narrativa da propaganda desenrola-se aos nossos olhos como se fosse uma notícia, quando é apenas um puro tempo de antena. Se estivéssemos num concelho em que a comunicação social se regesse por critérios jornalísticos, como não há qualquer conteúdo informativo, o presidente limitava-se a  falar para os peixes. Ou, então, as suas declarações seriam tratadas no âmbito do puro conflito político e seguidas de uma resposta nos mesmos termos noticiosos da oposição.

Mas cá pela santa terrinha, os "momentos Monteiro" são tratados como matéria informativa e noticiosa e passados com reverência. 
Para o actual executivo, já se percebeu há muito,  esta é a verdadeira "saída para a crise": aparecer, mesmo que a anunciar coisa nenhuma, a fazer coisa nenhuma, a não ser propaganda. Propaganda, que todos pagamos, via os nossos impostos.

Se, um dia, por curiosidade alguém fizer a reposição e análise destes "momentos Monteiro", vai dar-se conta que isto é apenas montagem. A cuidada preparação do local onde são permitidas as câmaras, o controlo absoluto do plano do cenário a filmar para que não haja ângulos incómodos ou perguntas impertinentes que estraguem o objectivo: a acção de propaganda. 
Ninguém questiona. Jornalistas formados numa escola de espectáculo e marketing, acham normal passar propaganda em vez de darem notícias.

Não vemos a realidade: as obras, o estádio municipal, a piscina praia,  planos apertados da praia da Figueira, do Bairo Novo, das casas da Esplanada Silva Guimarães, do "mamarracho" que está a ser construído nas muralhas do Forte de Santa Catarina, do barco do sal a navegar, do Edifício O Trabalho.  Não vemos quase nada, porque na Figueira quase nada há para ver. 
Os anúncios de boca de iniciativas e obra sucedem-se uns aos outros. Os prazos para a sua execução são sempre para «breve»
O barco para o Cabedelo continua em terra. Mas, isto, não é de agora: o aeródromo na zona industrial, tinha desenhos com avionetas e nunca nenhuma levantou de lá voo. A linha do oeste continua parada no tempo. À da Beira Alta aconteceu pior: arrancaram-lhe os carris.

Mas, voltando aos últimos quase 11 anos: espreme-se e sai quase nada...
Quando uma coisa não corre bem, é rapidamente relegada para o esquecimento para que apenas a memória das boas imagens perdure.
Poucas coisas revelam melhor esta ausência de governação do que estes "momentos Monteiro".
Daqui a um mês temos as férias aviadas. Os figueirenses que saíram de casa retornam tão cansados quanto partiram. Esta é a natureza das férias modernas, mas ainda vai demorar algum tempo até que as pessoas se apercebam que é assim.
Deixo-vos, via Município da Figueira da Foz, com um filme propaganda. Bem conseguido, tendo em conta o objectivo...

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Antigo quartel dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz

"É uma iniciativa meritória a recuperação do antigo quartel dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, originalmente designado por Estação da Bomba, situado na zona antiga da cidade, junto à Igreja Matriz. O edifício, segundo a Câmara Municipal, vai ser transformado em incubadora de artes visuais, com auditório e salas de exposições. Consta que “para dar (ainda) mais vida ao futuro espaço de trabalho colaborativo (coworking), a autarquia irá também transferir o arquivo municipal de fotografia e vídeo”.
Este é para mim um ponto fundamental: é importante dar-lhe vida, evitando que seja um mero “armazém” onde apenas trabalhem dois ou três funcionários. Esta zona da cidade precisa de mais residentes, mais comércio para voltar a ser o que foi, uma parte vibrante do centro cívico da cidade.
Noto ainda que o edifício, após as obras realizadas, ficou com uma cor diferente, de azul passou a amarelo ocre, regressando às suas origens. Deliberadamente, ou não, o edifício deverá afastar-se da memória associada ao Quartel de Bombeiros, criando uma nova imagem.
Penso ainda que a reconversão deste imóvel deverá ser acompanhada da revitalização de outros edifícios nas imediações, muitos devolutos, e ainda de algumas demolições de crimes urbanísticos erigidos nos últimos 40 anos. Não devemos ter tabus relativamente à qualificação da paisagem, no sentido da harmonia, da redução de volumes que cortam as vistas e desvirtuam o tecido urbano.
A requalificação do antigo Quartel dos Bombeiros é um passo no sentido correto por levar mais pessoas a trabalhar e a visitar a zona antiga da cidade. Oxalá tal desiderato se concretize."
Via Diário as Beiras

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Obras na Figueira: como vamos?..

Via Diário as Beiras, edição de hoje:
"O empreiteiro que realizou a requalificação da frente marítima de Buarcos recorreu ao tribunal para reclamar 159 mil euros à câmara, verba que a autarquia considera que não tem de pagar, por entender que não lhe podem ser imputadas as razões que originaram a ação judicial, daí não ter havido acordo extrajudicial. O construtor invocou o reequilíbrio financeiro da empreitada, sustentando que se prolongou para além do prazo previsto devido a ações do dono da obra. No decurso da empreitada, a autarquia procedeu a várias alterações ao projeto. 

 De resto, é o mesmo o empreiteiro que está a requalificar o Cabedelo, que também já regista atrasos devido às negociações com os concessionários que tiveram de abdicar ou deslocalizar os seus espaços."


Em Buarcos, "a autarquia procedeu a várias alterações ao projecto"!.. Se bem me lembro, "a primeira fase da obra de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos tinha um prazo de execução de 12 meses, iniciou-se em junho de 2018 e representava um investimento de cerca de 1,4 milhões de euros."
No Cabedelo, quem é que deveria ter chegado a acordo com os concessionários que tinham de deslocalizar os seus espaços, antes de começar a obra?
A meu ver: o dono da obra. Que o mesmo é dizer, a Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Quem me conhece bem (poucos...), sabe que posso estar rodeado de gente que faz asneiras, que consigo distanciar-me e permanecer no foco.
Fica a pergunta: nos últimos anos, houve alguma obra da Câmara Municipal da Figueira da Foz que tenha corrido nos prazos previstos e que não tenha tido derrapagem financeira?
Recordo o que escrevi ontem neste blogue.
"Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaratizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). A Figueira, há muito que deixou de ser a Rainha das praias de Portugal dos postais antigos, que quer continuar a vender."

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Estão a fazer ao Cabedelo o que fizeram ao resto na Figueira: torná-lo num local deprimente...

Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. 
Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaratizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). A Figueira, há muito que deixou de ser a Rainha das praias de Portugal dos postais antigos, que quer continuar a vender.
Na foto, o saudoso "Luis Elvira", uma lancha a motor, onde os figueirenses que embarcavam frente ao Largo do Carvão, na antiga doca, onde havia as "escadinhas ancoradouro"se encavalitavam para atravessar o rio...
E temos o Cabedelo...
Cada vez mais percebo melhor a nostalgia,  sentimento hoje considerado piegas, em cima do qual fica bem escarnecer. Posso comprovar a tese, sou “desse tempo”. Mas, consigo fazer a viagem recordando as histórias do tempo do António dos Santos - o Tróia, um lobo do mar, talvez um dos maiores de toda a orla marítima portuguesa.
Faz sentido, que quem viveu o Cabedelo que o Tróia habitou, não goste do que lhe está a acontecer. O Cabedelo foi sempre um reduto com pessoas - não apenas indivíduos, cidadãos, empresários, donos de bares, escolas de surf, donos de parques de campismo ou de hotéis, contribuintes, clientes, proprietários de carros futuramente bloqueados. 
Há outros recantos no concelho da Figueira que têm pessoas. Porém, raros são aqueles recantos, como é o caso do Cabedelo, em que essas pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, consegue ali ter uma vivência e uma vida que, em conjunto, faz sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que é o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emociona e dá paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. 

Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existem. Não têm a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionam, a quem o visita, sentir que está num lugar diferente e especial.
Estão a matar o Cabedelo, aquele local que ainda consegue oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama  intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.