«O Presidente da República a queixar-se que o primeiro-ministro não o consulta antes de fazer uma declaração ao país é inédito e, ao mesmo tempo, lamentável.
Com a confissão feita à SIC (a de
que “poderia ser do interesse do
primeiro-ministro ouvir o chefe de
Estado”), Marcelo Rebelo de Sousa
confessa a sua fragilidade, ao, por um
lado, ter sido ignorado pelo
primeiro-ministro e, por outro, não
ter qualquer pró-actividade.
Sobre o primeiro-ministro, a
atitude de não ligar a Marcelo antes
da declaração ao país mostra como a
sua reacção epidérmica de
desconfiança se sobrepõe à relação
institucional. Montenegro só lhe
ligou depois de falar ao país e o
Presidente não atendeu em sinal de
protesto.
Ora, um Presidente nunca
toma conhecimento do teor de
declarações ao país de um
primeiro-ministro pela televisão,
como a generalidade das pessoas.
Dito isto, só uma coisa parece
explicar o imobilismo do Presidente:
o considerar que não há motivos para
ter dúvidas e que as explicações até
agora dadas por Luís Montenegro
sobre a empresa Spinumviva e as
declarações de rendimentos são
totalmente esclarecedoras.»

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